The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 60
Risky Plan


Notas iniciais do capítulo

Meninada de deus, cheguei!!! Eu custei mais do que o planejado para acabar uma das fics (tinha mais capítulo pronto do que eu lembrava, rs) Mas aqui estou eu e pronta pra retomar a vida (melhor ainda que só tem prova em junho agora, aleluia, preciso recuperar dos tombo)
Aproveitem e desconfiem de todos hehe



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Aquilo tinha que ter um basta. Mais uma noite presa naquele quarto maldito, sentindo um aperto no peito e um leve desespero. Eu não queria que os outros se arriscassem para vir me buscar, mas estar presa ali, sozinha, não era muito animador também. Eu precisava de um plano. Não sabia nem por onde começar, infelizmente.

   Murtagh ainda me visitava nas raras horas vagas. Ele até me acompanhou à biblioteca numa tarde, mas não ficou muito tempo. Eu fingi ler um livro com contos infantis, até ficar só. Então fui fazer minha pesquisa sobre selos.

   ─ Nada de bom, maldição. ─ Suspirei, largando o sexto ou sétimo livro. O resultado batia em todos eles. Um selo só pode ser quebrado por outra pessoa, dependendo do tipo só por quem o criou. Um selo de bloqueio mágico era bem difícil de ser quebrado, podendo causar dor ao portador e ao mago. ─ Não é possível que ele gastou sua magia nisso. Pensando bem, é sim. Maldito.

   Mesmo se ele não fosse o dono do selo, com certeza quem o fez não poderia quebrá-lo, muito menos em sigilo. Minhas ordens de “herdeira” não valiam nada. E como eu poderia convencê-lo? Parecia ficar cada vez mais impossível.

   Mais uma refeição naquele silêncio interrompido apenas pelos talheres e copos. E quando alguém falava algo, era por iniciativa dele. Quanto será que ele já tinha conseguido de dentro da minha cabeça? Tomei mais vinho, só para esquecer.

   ─ Eleanor. ─ Ergui os olhos, defensiva. Lá vinha mais uma. ─ Está pensativa. Algo lhe aflige?

   ─ Na verdade, sim. ─ Respirei fundo. ─ Por mais que diga ser para minha segurança, não gosto de ter um selo mágico em mim. Magia poderia me ser útil, afinal. Se estou para assumir seu posto algum dia, preciso ter pelo menos um terço do conhecimento que tem. Além disso, um pouco de ar fresco nos jardins não me faria mal.

   ─ Vejo que tentou sair.

   ─ Pela janela de meu quarto. Apenas me inclinei um pouco para ver os pássaros e achei que estava para morrer cortada ao meio.

   ─ Não precisa se preocupar com suas lições por agora, Eleanor. Será treinada pelo melhor quando chegar a hora. Quanto ao jardim, posso levantar essa parte do selo.

   ─ Você o fez?

   ─ Muda algo?

   ─ Não. Desde que eu possa sair, tanto faz. ─ Ele sorriu de lado, como sempre fazia quando eu desviava o rosto com a expressão emburrada. Ele adorava ver aquela face, a Eleanor que ele teria criado. Isso se não tivesse me tacado no rio.

   E emburrada era exatamente como eu ficava perto dele. Acabei de jantar e fui para meu quarto, pronta para acabar mais um dia naquele lugar terrível. Troquei a roupa e tranquei a porta antes de deixar meu corpo descansar um pouco. Bem, meu corpo estava bem. Quem precisava de descanso mesmo era minha mente.

   Tive um sonho confuso. Alguém tinha uma ponta de lança pressionada nas minhas costas, enquanto outra pessoa falava comigo. Delrio. Ela perguntava como eu fora capaz de fazer aquilo, mas seus olhos não tinham a raiva costumeira.

   Acordei na manhã seguinte e, para minha surpresa, a porta estava destrancada. Olhei minhas costas no espelho e vi que parte do selo mudara. Esperei a serva vir me vestir e, em seguida, aproveitei para testar minha liberdade parcial.

   A grama que circundava toda a construção colossal era bem aparada, com flores em arbustos também bem cuidados. E o mais importante da paisagem, claro. O muro imenso que me prendia ali. Bem, pelo menos eu conseguia sentir o vento.

   ─ Pelo menos agora é só um muro. Vigiado por toda sua extensão e ainda com um selo, mas é só um muro.

   A situação era cansativa. E desanimadora, mesmo que não tanto quanto antes. Voltei para meu quarto, pretendendo ficar sozinha mais uma vez e conseguir pensar em algo que fosse me ajudar.

   Foram mais algumas noites com o mesmo sono, o mesmo olhar disfarçado de Delrio e uma situação inteira armada. Quando acordei na quarta manhã, eu tinha tomado uma decisão. E acredite, ela parecia bem idiota.

   Tão idiota que eu sentia um nó no estômago e começava a suar. Parei enquanto os guardas abriam as portas do salão imenso, onde Galbatorix já comia. Respirei fundo e adentrei o recinto, determinada. Era agora ou nunca.

   ─ Bom dia, Eleanor.

   ─ Bom dia, pai. Dormiu bem?

   ─ Muito. Você?

   ─ A noite inteira. No entanto, algo me aflige.

   ─ Outra aflição, logo tão jovem? O que é?

   ─ Eu gostaria de lhe pedir um favor. Na verdade, uma permissão. Garanto que será excelente para nosso Império.

   ─ Diga.

   ─ Quero ir atrás de Delrio. ─ Silêncio. Por um instante, toda a determinação que eu tinha parecia sólida feito rocha, até Galbatorix soltar a colher de seu mingau e rir.

   ─ Enlouqueceu, Eleanor? O que lhe faz acreditar que eu enviaria minha única herdeira numa missão de tamanho porte? E se lhe ferissem?

   ─ Sejamos sinceros, Galbatorix, eu não me dou bem com vestidos e diplomacia. Estou disposta a aprender. No entanto, eu preciso me livrar do passado que me assombra. Envie quantos soldados quiser comigo, não me importa.

   ─ E você sabe onde ela está?

   ─ Perfeitamente. Surda.

   ─ Delrio se uniu aos Varden? Ou é apenas uma das viagens em terra?

   ─ O que o senhor acha? E então?

   ─ Saber que isso tudo será seu no futuro deveria ser motivo o suficiente para me jurar sua lealdade, Eleanor. O império, glorioso e imbatível. Sendo minha filha, no entanto, seu sangue deve ter alguma resistência em simplesmente acatar ordens, sim? ─ Silêncio da minha parte. Ele não ia conseguir que eu dissesse que ia me curvar a ele. Não ia. ─ Use essa oportunidade como prova de sua lealdade.

   ─ Isso é um sim?

   ─ Parte quando quiser. Deixarei uma armada de trinta homens pronta para lhe acompanhar. ─ Era mais do que eu esperava, mas era melhor ser otimista. Pelo menos eu ia cruzar a muralha. Meio caminho andado. ─ Mas espero que esteja ciente de que seu selo não será levantado. E não portará armas.

   ─ É só um acerto de contas. O que eu menos quero é carregar peso sob o sol escaldante.

   ─ Aproveite seus últimos momentos de tempo livre, Eleanor. Quando voltar, sua agenda estará lotada. ─ Ele agora estava de pé, avaliando minha postura. Eu mantive o cuidado de deixar as mãos cruzadas na frente do meu tronco, a cabeça erguida. ─ Ah, e traga-a viva.

   ─ Como queira.

   ─ Sente-se. Coma algo. ─ Aproveitei a chance para respirar. Ele me deixou sozinha com o banquete, limpando um pedaço do pano preto de suas vestes. Aquele fora o primeiro passo de um grande plano.

   Grande e cheio de chances de falhar.

   “Não deixa de ser um plano”, pensei, acabando de tomar meu desjejum e voltando ao quarto, pronta para planejar minha rota de fuga. Eu não teria uma segunda chance, e duvido que se voltasse teria uma cela tão agradável.


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Notas finais do capítulo

Galbatorix, um bom pai auhuahuahuahuha



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