The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 58
Tightrope


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas ♥ Sdds. Bom, recebi uma sugestão no review e decidi dar uma atenção à ideia :3 Aproveitem e espero corresponder ♥



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A situação estava ficando cada vez pior. Galbatorix ainda não tinha tentado invadir minha mente, evitando a agressividade, mas mesmo que eu não pensasse nas coisas importantes, a marca ainda estava lá. Uma marca gigantesca que cobria meus braços e parte das minhas costas, escondidas sempre por uma mistura que eu simplesmente não tinha ali.

─ Maldição. Como eu vou esconder essa porcaria? ─ Parte do desenho brilhante já começava a ressurgir nos meus braços. Peguei um vestido com mangas compridas, mesmo que o dia não estivesse nem de perto fresco, e o vesti. O cabelo preso no alto e a falta dos sapatos deveria me favorecer.

─ Com licença. ─ Murtagh bateu na porta e abriu uma fresta, enquanto eu alisava a parte da frente do tecido azul. ─ Bom dia.

─ Oh Murtagh, olá. Precisando de algo?

─ Apenas vim conferir como está. E avisar que conseguir despachar.

─ O bilhete?

─ Entreguei a um dos batedores e disse para entregar ao primeiro em Surda. Ele entendeu, imagino.

─ Obrigada.

─ Não está com calor?

─ Posso lhe perguntar o mesmo, com a armadura quase completa. Está tudo bem?

─ Sim, tudo.

─ Murtagh...como Thorn cresceu tanto em tão pouco tempo? ─ Perguntei, hesitante. Ele pousou a mão sobre o botão azul da espada, tenso. ─ Galbatorix o proibiu?

─ De certa forma. Ele não quer que eu revele qual foi o método que ele utilizou. Garanto que foi um processo terrível.

─ Doeu? Desculpe, eu não quero sair me metendo assim nos seus assuntos.

─ Não, tudo bem. Soou mais como preocupação. Bom, não foi fácil. Thorn sentiu mais a dor física que eu. Como você mesma disse, ele cresceu muito em pouco tempo. Eu sofri um pouco mais no lado mental.

─ Eu fico feliz de certa forma, que você tenha a Thorn. Vocês dois parecem se sustentar bem.

─ É, creio que sim. Bom, eu vim apenas lhe dar a notícia. Preciso sair agora. Com licença.

Acenei em despedida, vendo-o deixar o quarto com o coração pesado. Se em algum momento da minha vida, eu tive alguém para considerar como irmão, aquele alguém fora Murtagh. Mesmo no pouco tempo juntos, ele sempre esteve ao meu lado. E eu gostaria de estar ao dele.

Respirei fundo e olhei meu reflexo no espelho. O maldito espelho que me lembrava da minha prisão e do meu selo, isolando-me de todo o mundo exterior às paredes do meu quarto.

“Se ao menos você estivesse aqui...Não, pare de pensar nisso, Silbena.”

─ O café está servido, senhora.

─ Muito bem, já estou indo. ─ Murmurei, erguendo o rosto. Se tinha algo que eu estava aprendendo, é que eu não tinha subordinados ali. Os empregados eram servos de Galbatorix, e serviam apenas a ele. Se eu não me provasse firme e digna do temor deles, eles me esmagariam em questão de horas. Puxei as mangas do vestido e segui pelos corredores, sentindo o chão com os pés descobertos.

 

Naquela tarde, ele voltou. Eu estava sentada à escrivaninha, mas apenas observava o sol se pondo através da janela. Não olhei em sua direção. Não valia a pena perder uma paisagem tão deslumbrante por ele.

─ Boa tarde, Eleanor. Como está?

─ Considerando todo o cenário, muito bem, obrigada. Posso ajudar?

─ Sua presença aqui já me traz grande conforto, minha querida. Tantos anos separado do meu próprio sangue, e agora você está aqui, uma bela dama.

─ Agradeço o elogio. Algo mais?

─ Eleanor, preciso lhe perguntar algo.

─ Pois então diga.

─ Delrio está sob o território da coroa, não está?

Meu sangue gelou, e imagino que até ele tenha conseguido ouvir meu coração sair do ritmo. Peguei um rolo de pergaminho em branco e molhei a pena, apenas pensando em algo para me distrair.

─ E por que é que eu deveria saber? Aquela mulher tirou-me do conforto por anos de minha vida, não preciso me preocupar agora que ela é apenas um fantasma do passado.

─ Concordo. Está, ou não está, Eleanor? ─ Ele se apoiou nas costas da cadeira e me puxou um pouco para trás, aproximando o rosto e olhando no fundo dos meus olhos.

─ Eu não sei. ─ Ergui o queixo, sem quebrar o contato visual. Ele queria me intimidar, e aquilo eu não o daria. ─ Não quero saber.

─ Muito bem, querida. Sabe, tenho a impressão de que se tornará uma excelente rainha, no futuro. Até lá, passe bem a tarde, querida.

─ Obrigada.

Ele deixou o quarto depois de me encarar mais um segundo. Ouvi a porta bater e soltei todo o ar que estava segurando, indo correndo girar a chave na fechadura e tirando o vestido. Toda a tensão havia me deixado suando, com o corpo absurdamente suado. Olhei os braços. Mais prata.

─ Oh, não. Eu não posso contar para ninguém. ─ Suspirei, fitando o teto com um fio de esperança.

 

Naquela noite, Murtagh não apareceu para jantar, mas a cena chegava a ser engraçada. Nem parecia que eu estava sentada com o inimigo. Detesto admitir, aquele maldito tinha senso de humor. Um bem distorcido, mas tinha.

Ele foi embora com uma de suas concubinas e eu voltei ao meu quarto, andando de um lado para o outro, esperando a volta do Cavaleiro. Nada. Horas já tinham se passado desde que a lua surgira, e o único som continuava sendo o do pano arrastando sobre a pedra do piso.

E então o barulho metálico vindo do corredor. Abri a porta e coloquei a cabeça para fora, esperando que ele chegasse perto. Assim que ele passou em frente àminha porta, agarrei seu braço e o puxei.

─ Eleanor. Perdão, eu…

─ Ele te obrigou a me chamar assim, eu sei. Ele acha que vai conseguir me prender nesse teatro maldito. Não se incomode com isso, não me importo. ─ Estiquei a mão, agarrando seu antebraço. ─ Eu preciso de um favor.

─ Diga. Verei o que posso fazer.

─ Poderia me conseguir areia?

─ Areia? ─ É, aquilo o pegou bem desprevinido. Se eu tivesse a areia, poderia me livrar pelo menos do problema da marca. ─ Por que areia?

─ Não posso dizer. Eu sei que tenho confiado em você mesmo sabendo que você pode ser forçado a contar, mas dessa vez preciso te proteger também.

─ Tudo bem. Eu acho inusitado, mas posso trazer quanto precisar.

─ Não se preocupe, traga o quanto puder. Obrigada.

─ Se me der licença, foi um dia cansativo…

─ Ah, desculpe. Pode ir. Obrigada novamente. ─ Soltei seu braço e dei um sorriso tímido. Ele sorriu de volta, da mesma forma, e deixou meu quarto. Fechei os olhos e respirei fundo, pensando em Elrohir. Aquela situação começou a ficar cada vez mais difícil.


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Notas finais do capítulo

Até mais lindjos ^~^



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