The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 55
A Bad Day


Notas iniciais do capítulo

Olous, humanos que ainda esperam meu ressurgimento nas terras encantandas de nyah! Bem, eu tive um leve problema (todos os computadores da casa decidiram estragar juntos e eu não tive onde digitar, fim) Por isso, como de costume, perdoem o atraso ;-; Mas no seguir, curtam o capítulo ♥



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— Ande logo, pare de agir feito um pedaço de pau e ande nessa… – Soltei o ar, antes da palavra sair da minha boca. O calor de Surda não facilitava os treinos do meu batalhão, mas vê-los lutando feito crianças com galhos de árvore era patético. – Movimente-se, Nes.

Roran parou ao meu lado, observando os homens lutando. E eu normalmente não me incomodava com Roran, mas não era um dia comum. E minha paciência já estava se esgotando poucas horas depois de ter acordado.

— Quer ir lá e ensinar para eles como se faz? – Ele estranhou o tom duro da minha voz, mas deu uma risada leve e puxou o martelo do bolso. – Fique quieto ai.

— Achei que queria ajuda.

— Roran, não precisa se gabar, não hoje. Não tem sua própria horda pra tomar conta?

— Já estou de saída, Capitã. Nasuada queria te ver.

Suspirei. Chamei Sano, soltando a cintura. Ele tirou os fios do cabelo que caiam no olho e esperou que eu desse a ordem. A vantagem é que ele já tinha percebido meu mal humor.

— Me faça um favor e tente fazer esses imbecis lutarem feito homens. Preciso ir ter com Nasuada.

— Tudo bem. – Ele usou sua lança de apoio e começou a berrar com os colegas. Aproveitei e sai de perto. Não que falar com Nasuada fosse me encher de alegrias. Já imaginava que teria o efeito contrário.

— Bom dia, Silbena.

— Nasuada. Posso perguntar por que me convocou?

— Diversos aspectos na verdade. Preciso de ajuda em algumas providências. Aplicaremos um castigo físico e preciso que ajude o punido em seguida. Além disso, teremos caravanas partindo em alguns dias. Se puder ajudá-los...

— Me permite questionar quem é o punido?

— Roran. Ele agiu bem na última situação em que se encontrou, mas eu não posso simplesmente ignorar que ele não me obedeceu como sua líder.

— Ele sabe reconhecer seus erros. E não parecia arrependido.

— Você parece conhecê-lo. Quanto às caravanas, Orun já está se informando para lhe ajudar.

— Muito bem. Se me der licença...

Ela me dispensou com um gesto e eu não me demorei nem um segundo a mais. Sai caminhando debaixo do sol quente. Sano podia ficar mais um pouco no meu lugar. Fui tomar um pouco d'água.

— Aye, Capitã. – O rapazote que estava distribuindo água me estendeu um copo com um sorriso imenso no rosto. Cheguei a me sentir uma velha ranzinza por poucos segundos. Logo em seguida eu avistei o motivo do meu mal humor e tudo voltou ao normal do dia.

Minha mãe vinha atravessando o espaço que nos dividia. Não era comum que os desentendimentos acontecessem. E eu normalmente não me importava tanto. Mas naquele dia ela tinha tirado para comentar tudo que eu fazia. O jeito que eu prendia o cabelo, a forma que eu cumprimentava os homens, a forma que eu tinha banalizado os capitães ao levar o apelido para terra. E eu simplesmente não estava interessada em me ver criticada a cada passo.

— Liberado, Sano. – Claramente, eu fugi do encontro. Sano murmurou que o dia estava exaustivo e foi buscar água. Pelo menos o ritmo dos homens parecia ter melhorado. Voltei a g ritar, na tentativa de incentivá-los.

 

O espetáculo estava armado. O tronco no meio das tendas me fez lembrar o motivo da minha presença ali. Eu não queria assistir, mas não tinha escolha. Cruzei os braços ao lado de Sano, escutando a punição de Roran. Ele parecia tenso, como qualquer um estaria, mas arrependimento lhe faltava. Ele poderia viver com algumas cicatrizes fruto de sua atitude.

— Entendo o ponto de Nasuada, mas não deixa de ser macabro.

— Se a hierarquia não for seguida, não temos ordem. E um movimento desorganizado só resulta em mortes desencessárias e derrotas avassaladoras, Sano.

— Eu sei disso. – Ele não quis olhar. E com o pouco de compaixão que eu tinha sobrando naquela tarde, ajudei-o. Fiquei encarando os olhos dele, enquanto ele estremecia a cada estalo da chibata. Felizmente, não durou muito. Ele abaixou os olhos e me deixou ir.

Minha única função foi checar se Roran estava vivo e ajudar os curandeiros na tenda. As costas lenhadas continuavam vermelhas e sujas do chicote, mas mesmo com toda a dor Roran estava tranquilo. E aquilo fez minha admiração crescer um pouco.

Durou algumas horas. Com as feridas limpas e as costas cobertas de gordura para hidratar e permitir a cicatrização, eles o deixaram dormindo. Ou quase. Eu ia sair para falar com Nasuada, mas ele me chamou.

— Que foi?

— Pode deixar a garrafa d'água aqui perto?

— Pronto. Agora feche os olhos um segundo e descanse. Você merece.

A risada abafada mostrava a dor que ainda o abatia, mas me contagiou. Ri também e o deixei sozinho. Agora, Nasuada. Ela aceitou meu relato e resmungou sobre a falta de vontade em fazer aquilo tudo. Olhei para ela e, antes de deixar a tenda, murmurei.

— Seu pai estaria orgulhoso, senhora.

Se ela respondeu, não ouvi. Próximo passo, Orun e as informações das caravanas. O anão estava conversando com Sano, como era de se esperar. Parei no meio deles e encarei o anão.

— Quer fazer o favor? Não tenho o dia todo.

— Qual foi a última vez que se divertiu? – Ele bateu o pé antes de falar o que eu queria ouvir. – Anotei tudo e deixei na sua tenda. Achei que ia gostar de um descanso.

— Agradeço a preocupação. – Respirei fundo. Os dois sempre tentavam me animar nos dias tristonhos ou de humor instável. Eu devia ter esperado o convite para tomar uma caneca de hidromel com eles. E acabei aceitando. Ele tinha razão sobre a diversão. Eu precisava de alguma.

Sano me levou de volta para minha tenda, depois de mais que uma caneca. Eu estava levemente tonta, mas não a ponto de perder a noção. Só minhas pernas não estavam exatamente firmes. Ele ria mais que o normal, mas eu não liguei.

— Está precisando de um corte de cabelo.

— Olha quem fala.

— Eu assumo que sim. Se quiser fazer as honras.

— Não vou te dar a mesma chance.

— Eu imaginei. E eu devia ir andando, mas está bem confortável aqui.

Silêncio. Sano encarava minha mão, eu fitava seu cabelo caindo sobre os olhos. Aliás, olhos avermelhados da bebida. Eu ri de novo. Ele começou a rir junto, e naquela graça inexplicada, o plano imprevisto de Elwë começou a tomar forma.

Se o plano era me deixar ainda mais próxima de Sano, aquilo ali era bem perto mesmo. Tanto que nossas bocas se colaram, veja só. E só se soltaram quando o ar foi faltando. Ele me olhou um pouco surpreso e, depois de olhar minha mão novamente, pediu um licença embolado e se retirou. Eu deixei que minha boca ainda quente pela dele me embalasse até que eu apagasse no meu catre, sem apagar a vela.


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Notas finais do capítulo

Até mais vê-los *-*



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