The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 49
Healing Time


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas :3



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  “Silbena. Silbena! Aqueles malditos...acorda.”

  Minha mente estava confusa. Eu não conseguia distinguir muito bem a minha consciência da de Elrohir e assumo que fiquei assustada. Não pela incerteza de continuar vivendo ou não, mas pelas imagens que ele criava na sua cabeça. Eu esquecia que ele era um dragão, e um bem violento.

  — Silbena vai ficar bem, senhora. A garotinha sabe que não estou mentindo. — Era Aidan. Parecia falar com Nasuada. E a garotinha devia ser Elva.

  — Aidan...— Consegui emitir o som que estava preso na minha garganta. Abri os olhos, piscando com a pouca claridade dentro da tenda. Aidan apagou a luzinha que o ajudava a cuidar de mim.

  — Olá, meu bem. Nos deu um belo susto. — Ele comentou, risonho. Será que ele também conseguia sentir a dor e a quase morte? Podia ser que sim. Parecido com Elva. A menina me olhava do canto da tenda, com aquele ar superior dela.

  — Sede...— Minha cabeça rodava quando eu falava. Ele me ajudou a tomar a água de um odre empoeirado. Já me senti melhor, comecei a juntar todos os fragmentos perdidos na minha cabeça.

  “Oi, Grande.” Pensei, sentindo a satisfação de Elrohir quando eu consegui pensar com clareza de novo. Sorri, sentindo o desconforto no tórax.

  — É, isso foi bem profundo. Ainda assim, você vai ficar melhor. — Elva comentou, como se estivesse decepcionada. Aidan evitava olhar para ela, mas eu a encarei.

  — Não vai ser dessa vez que vai se livrar de mim. — Ri, querendo me sentar. Aidan me ajudou, esperando para ver se eu conseguiria permanecer na posição sozinha.

  — Fico feliz em ver que está bem. — Nasuada comentou, dando um sorriso leve. — E tenho certeza de que seus homens também. Todos ficaram assustados quando te viram caindo.

  — Imagino que eles tenham seguido algum outro capitão no final da batalha.

  – Digamos que ninguém teve muito tmepo apra esperar uma ordem direta, querida. Estava uma pelan confusão depois que o rei dos anões caiu.

  – Imagino que eles estejam muito balançados. – Olhei para Nasuada, vendo o peso que aquilo tivera sobre ela.

  – A política dos anões é um tanto complicada, não é algo que eu possa me meter diretamente. Ainda assim, tenho que esperar que eles não demorem muito a se organizarem. Não nesse momento.

  – Entendo que não seja fácil, mas não é o melhor momento para ficar discutindo entre si. Precisamos deles aqui.

  – De fato precisamos, mas eles não se involvem na nossa política. É a regra básica. – Ela comentou, esfregando as têmporas. – Eragon é um grande aliado, nesse caso. Se alguém consegue interferir, é ele.

  – Sei bem. Bom, não vejo muito bem como posso mudar isso. – Comentei, tentando ficar de pé, com o apoio de Aidan. – No entanto, vejo como levantar o moral dos meus homens. Com licença.

  – Faça isso. Será importante. — Ela concordou, com um suspiro. Aidan pediu licença, para que eu pudesse descansar, e me deitou de novo. Ficamos os dois, sozinhos.

  — Quero sair. Quero...

  – Quer apagar esse sentimento. Acha que é raiva, mas não é. E eu digo porque sei nomear essas situações.

  – O que quer dizer?

  – Nunca acharia que decepção pode chegar tão próximo de ódio, acharia? É inacreditável, mas acontece. Murtagh mudou muito. Até ai, quem diria que ele estava vivo, não?

  – Está traduzindo o que eu penso?

  – Só nomeio sentimentos, meu bem. – Ele deu um suspiro, olhando para a entrada da tenda. – Poderá falar com Eragon depois, tirar esse peso de si mesma. Agora não. Não posso te deixar sair por ai ferida. Pedirei para reunirem os homens sob seu comando até a noite e você fala com eles.

  – Aidan. – Ele estava prestes a sair, mas parou e esperou eu falar o que queria. – Pode me levar até...ele?

  – Mais tarde. Acredite, está mais fraca do que acha. Descanse. O esforço de agora já foi suficiente. – E com o sorriso simpático no rosto, ele se foi. Deitada, eu fechei os olhos e me deixei afundar no cansaço que ainda não me alcançara.

  Sonhei. Eu estava de novo naquela casa, no gramado. Tornac estava ao meu lado, como antes, mas agora com o rosto cansado de antes, quando eu o conhecera.

  – O que houve? – Eu sabia que a casa agora estaria vazia, estávamos os dois apenas, abatidos.

  – Ele não é mais quem era. E eu não tenho como trazê-lo de volta. Nem você. – Ele suspirou, sorrindo. Eu nunca entenderia aqueles sonhos, visões, nem sei o que eram.

  – Por que posso falar com você dessa maneira se você já se foi, Tornac?

  – Dizem que sempre há falhas entre os planos. Por isso alguns espíritos vagam pela terra. Talvez seja uma falha que me traz até você. – Ele sorriu, e logo notei a leveza que seu rosto ganhou. – Aidan toma conta de você por mim.

  Eu até pensei em algo para dizer, mas logo o sonho se desfez e surgiu em outro. Era Galbatorix, sentado na ponta oposta da mesa. Murtagh estava lá agora, sentado perto de mim.

  – Eleanor, deseja algo, querida? – Devia estar com a expressão confusa de antes. Eu tinha medo de que Galbatorix estivesse me controlando, mas o que eu poderia fazer se fosse o caso?

  – Não. Só estava pensando, nada além disso.

  – Pois bem. Como eu dizia ao querido Murtagh, é uma questão de tempo... – Ele não continuou. Eu não podia mais ouví-lo. As cenas iam ficando confusas agora. Eu via o sorriso cruel, a indiferença no semblante de Murtagh e tantos outros rostos, alguns que eu nem conhecia.

  Acordei com os punhos agarrados ao lençol que me cobria. Elwë segurou minhas mãos com os dedos ágeis, calado. Eu ofegava, com um pano molhado contra minha fronte.

  – Estava queimando de febre. – O elfo comentou, sem olhar no meu rosto. Fiquei encarando o alto, a ponta da tenda. – Pesadelos?

  – Elwë...Eu acho que Galbatorix...ele pode estar na minha cabeça.

  – Não seria surpresa. Não há barreira que o pare. Ele está distante, Silbena. E você saberá como lidar com o que quer que ele proponha.

  – Obrigada. – Comentei, olhando para ele. Os olhos verdes estavam sobre mim, preocupados. Ele soltou minha mão e ajeitou o lençol, ficando de pé em seguida. – Onde vai?

  – Fique tranquila, eu volto. Só vou pegar mais água. – Ele indicou uma tigela nas mãos, passando pela entrada da tenda.

  “Acha que foi ele, Grande?”

  “O imperador?”

  “É. Essas imagens, não sou eu quem as cria. Acho que não.”

  “Talvez ele queira te convencer através do luxo e de um falso carinho. E ele tem o garoto agora.”
“Murtagh, é verdade. Como pode, ele nos trair assim?”

  “Não faço ideia. Tortura, manipulação. Murtagh não queria ninguém o invadindo, e não deve ter vencido de Galbatorix nesse combate.”

  “Faz sentido. Ainda assim...”

  “Não pense muito nisso. Eu quero te ver.”

  “Não posso te pedir para vir até aqui e não estou em condições. Fico feliz que esteja preocupado.”

  “Claro que estou. Eu até conversei com Nasuada para passar o tempo. Ela se assutou com a voz inédita na cabeça dela, mas logo se acostumou.”

  “Logo eu irei até você. Seja paciente.”

  “Não é exatamente meu ponto forte.”

  Ri, sentindo o corte na barriga. Elrohir, apesar do jeito durão, estava realmente feliz em me ver bem. Sorri, vendo Elwë entrando de novo. Sob os cuidados do elfo, eu consegui dormir um sono tranquilo.

  – Capitã. Ay ay. – Aidan me acordou, entrando na tenda com um sorriso. Bocejei, piscando. Ele sorriu e me estendeu a mão, para me ajudar a sentar. – Reunimos os homens, estão esperando. Não se esforçe, ok?

  – Tudo bem, vamos. – Ele me apoiava enquanto caminhávamos na direção dos homens.

  Além da minha divisão, estavam também os tripulantes do navio e Nasuada. Roran estava de braços cruzados, perto de Eragon. E pensar que eu quase não reparei no dragão azul atrás dos homens.

  – Capitã. – Era bom ser recebida com tanta admiração. Sorri com a onda de aplausos que eu recebi de todos aqueles homens. Inclusive de Roran. Ele parecia realmente aliviado ao me ver.

  – Hum, peço desculpas pelo susto. Eu sei que não vivem sem mim. – Riso. Era sempre melhor acabar com a tensão. – Agora, com seriedade, obrigada pela preocupação. E fiquei feliz em ver que vocês se viraram bem sem mim. Isso me mostra que sei muito bem quem são meus homens e a capacidade que têm. E sei que não importa o que aconteça, vocês estarão dispostos, bem preparados e sempre, sempre, prontos para lutar e defender o que é seus de direito.

  Aprovação geral. Eu estava com as pernas bambas, mas Aidan me apoiava. Olhei para ele, esperando que ele entendesse que eu estava com medo de cair. Ele concordou e esperou eu agradecer mais uma vez, antes de me levar para a tenda de novo.

  – Fez um ótimo trabalho, como eu esperava. Bom, agora pode se deixar descansar. Não é bom exagerar nas magias de cura, e uma cicatriz nova é um charme. – Ele sorriu, me deitando. – Boa noite, Capitã.

  Sorri de volta e fechei os olhos, caindo no sono profundo de volta.


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Notas finais do capítulo

Um pouco mais tranquilos agora...



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