The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 42
Comunnication


Notas iniciais do capítulo

Gente, olá :3 Eu até pediria perdão, mas já deve ser até chato começar a ler minhas notas com "Mil desculpas..." Então, só lembrem-se que terceiro ano é quase um teste pra ver quem tem poder sobre a quarta dimensão -.- E Enem à 63 reais não melhora a produtividade :x Mas enfim, eu espero que pelo menos compense o tempo da demora ^~^ Boa leitura :)



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Não consegui dormir muito mais depois de voltar para meu quarto. Não queria sonhar com Tornac de novo. Muito menos com Eleanor.

Aquela não era eu. Cabelo comprido bem cuidado, usando roupas da mais fina seda...Sem minhas espadas. Sem Elrohir.

Voltei a me deitar, e até cheguei a cochilar, mas ainda estava cansada ao acordar. Lavei o rosto e peguei minhas espadas, indo direto para o campo, treinar.

Depois de anos ali na montanha, sozinha, sem nunca conseguir achar minha mãe, nem mesmo com o auxílio da pouca magia que sabia, minha distração virara treinar.

Desembainhei as espadas, olhando ao redor. E encontrei um rosto bem familiar.

– Cedric. – Acenei, sorrindo. O meu antigo instrutor sorriu, se aproximando.

– Silbena. Como vai, Capitã?

– O de sempre. Você? Faz bastante tempo que não o vejo.

– Você tem andado ocupada, não me surpreende que quase nunca mais me encontre. Mas ainda passo a maior parte do meu tempo aqui, ajudando os novos recrutas.

– Talvez queira treinar. Sabe, como nos velhos tempos?

– Adoro ganhar, por que não?

– Não comece. – Sorri, ficando em posição. Ele desembainhou a própria espada, sorrindo. Me sentia como no primeiro ano entre os Varden, ainda aprendendo sob seu auxílio.

Depois de alguns anos, ele já não era mais tão cuidadoso. Atacava sem dó, sem ficar me alertando para nada. Cada um por si. Do jeito que eu gostava.

Os olhos verdes continuavam como nos meses em que treinávamos: concentrados, sem o costumeiro brilho amigável. O cabelo agora já estava bem mais comprido, quase em sua cintura, preso num rabo de cavalo.

Alguns anos de prática me fizeram bem. Agora estávamos no mesmo nível de combate. Ele era mais hábil, mas mesmo sendo mulher, eu era mais forte que ele.

Duas espadas contra uma. Combate equilibrado. Eu atacava, ele esquivava e tentava revidar. Eu desviava o golpe e me afastava. Era durante esses momentos em que ficávamos nos estudando que percebi a roda que se formava, cercando-nos.

– Estamos dando um belo espetáculo, não acha? – Sorri, atacando de novo. Ele deu um pulo para trás, revidando logo em seguida. Tentei desviar, mas aparentemente não podia acabar com a tradição. Ele conseguiu me desarmar.

– E eu ganhei. – Ele sorriu. Tive que concordar.

– É, parece que sim. – Embainhei minhas duas espadas de novo, sorrindo.

Respirei fundo. Treinar era o suficiente para me deixar aliviada. Aquele cansaço tinha um efeito terapêutico em mim. Podia sentir Elrohir feliz, acabando de comer um animal que caçara.

Fui para a biblioteca, procurar algum livro para ajudar Elrohir com algum de seus voos. A cada dia que passava, em que eu lia para ele, eu sabia que ajudava mas era uma questão muito mais sensível.

Eu sentia os frios na barriga que ele sentia ao se jogar de um penhasco, e como ele sentia cada tipo de corrente de ar. Ele me mostrava tudo aquilo. E era absurdamente sensacional.

Ele fez aquilo mais uma vez. Fechei meus olhos depois de ler um trecho para ele, e me sentia Elrohir. E ele era eu. Era uma simbiose estranha, mas incrível.

“Você enxerga de forma estranha.” Ele comentou. Ri. Ele via um amontoado de cores bem mais vivas que o normal, e eu é que enxergava estranho?

“Acho o mesmo.” Respondi, sentindo a conexão acabando. Abri os olhos, vendo Aidan ali.

– Olá. – Disse antes que ele me percebesse. – Aidan, como vai?

– Oh, ei. Muito bem. – Ele me encarava, sério. – Você está bem feliz hoje.

– Sim. – Fechei o livro e o guardei na prateleira, ficando de pé. – Aidan, estou aqui pensando...

– Diga.

– Você acha que poderia me ajudar com algo? – A ideia surgira tão rápida que eu nem a percebera se aproximando.

– Depende.

– Poderia me ajudar a contatar minha mãe?

– Delrio?

– Por favor. – Concordei, esperançosa. Ele ficou pensativo.

– Posso tentar. Mas não prometo nada. – Sorri. Fazia tanto tempo, que confesso ter me esquecido da tripulação em alguns momentos. Ele deu um suspiro. – Venha.

Segui-o pelos corredores até seu aposento. Era um quartinho, do mesmo tamanho que o meu, mas mais vazio. Só o catre e um baú. Sem mesinha.

E bem, um espelho na parede. Aquilo era dele, com certeza. Me olhei no reflexo, enquanto ele fechava a porta. Eu tinha crescido bastante nos últimos anos. E amadurecido.

– Bem, vamos tentar. Preciso que continue encarando o espelho, e que pense o máximo que puder em sua mãe. Cada mínimo detalhe.

Concordei, me concentrando. Elrohir assistia pela minha mente, curioso. Aidan também se concentrou e murmurou. Tinha que ignorá-lo e pensar em Delrio. O sorriso costumeiro, a seriedade em momentos difíceis, os fios de cabelo que se soltavam do coque voando, os olhos espertos.

– Continue. – Continuei, percebendo o espelho começar a tremeluzir. Delrio me contando histórias dos mares que navegara antes de eu nascer. Ela já devia estar mais velha, mas ainda muito bonita. Ela era linda. Sorri, vendo aquele rosto surgir.

– Pelas profundezas...Silbena? – Aidan parecia se esforçar para falar, respirando fundo.

– Capitã Delrio. Muito tempo que não vê sua garota, não?

– Silbena, minha nossa. Já fazem anos.

– 4. – Consegui pronunciar, ainda sorridente. – Mãe.

– Querida, que saudade. – Ela quase chorava, emocionada. A grande Capitã Delrio, quase chorando. E eu também.

– Eu sei. Como está? Você? O The Sender?

– Estamos bem. Wayn sente sua falta. – Sorri mais ainda, se é que era possível. – E você? Aidan me contou em como foi capturada e teve que fugir. Querida, eu...

– Eu também sou Capitã agora. – Falei, ignorando o pedido de desculpas que eu tinha certeza que seguiria. Ela sorriu. – Capitã Silbena, liderando um das tropas dos Varden.

– Eu gostaria de estar ai, com você.

– Eu também.

– Talvez nos encontremos logo. Ouvi que vão para Surda. Dentro de alguns meses, atracaremos de novo.

– Nasuada quer que eu vá atrás de um aliado, em Teirm. – Falei. – Dentro de algumas semanas.

– Eu acho que posso encontrá-la. – Ela respondeu, depois de pensar alguns instantes.

– Garotas, por favor... – Olhei para Aidan, vendo-o um pouco pálido.

– Eu vou esperá-la. – Sorri e acenei. Ela concordou. Aidan terminou a magia, com um suspiro. – Obrigada.

– Eu ainda me sinto mal pela forma que a ajudei a fugir. Considere parte daquela dívida.

– Você ajudou a salvar minha vida, Aidan. – Toquei-lhe o ombro. – Foi um favor, ao qual eu agradeço. Obrigada.

– Gentileza. Não me custou nada.

– Bem, vou deixá-lo em paz. Com licença.

Deixei o quarto, até meio anestesiada. Eu nunca imaginei que conseguiria falar com minha mãe de novo. E que eu logo poderia encontrá-la, pessoalmente, em Teirm. Onde ela me viu pela última vez.

“Então, aquela era Delrio.”

“Sim, Grande.” Acho que toda a alegria que eu sentia estava nele também, então não disse mais nada.

Estava voltando para meu quarto, quando trombei em Sano. Ele estava suado, carregando sua lança de volta para seu quarto. Deu um sorriso ao me ver.

– Olá, Sano. – Sorri de volta. – Voltando do treinamento.

– É, fui dar uma descarregada. Como vai, Capitã? Está feliz.

– Sim. Você deveria se banhar. – Falei, passando por ele, vendo-o apertar os olhos para mim. – O que?

– Está escondendo de propósito. Fala logo.

– Uma pessoa não pode ser feliz por nada?

– Você nunca é. – Mesmo sem convite, ele entrou no meu quarto. – Fale logo, vamos.

– Que interesse é esse? – Era divertido deixá-lo curioso.

– Não posso saber?

– Não é isso. Só achei você bem interessado na minha vida.

– Não começa. – O bom de Sano é que ele nunca se irritava de verdade comigo. Então eu o provocava o quanto quisesse.

– Ora, você é tão curioso. – Rodeava-o, sorrindo.

– Para de me provocar e fala. – Ele segurou meu braço, sorrindo.

– Eu tive uma conversa com alguém. – Falei. Sano esperava eu continuar, mas fiquei esperando, olhando pros olhos dele.

– Capitã, eu tenho... – A porta abriu, Orun parou nos olhando. – Volto depois.

– O que foi? – Me soltei, cruzando os braços.

– Não é urgente. Podem terminar o romance. – Ele deu de ombros e saiu, no passinho apressado de anão. Comecei a rir.

– Esse ai é louco. – Sano parou atrás de mim, olhando pela porta. – Mas, quer terminar o “romance”?

– Fique quieto. – Fechei a porta de novo. – Conversei com Delrio.

– O que? Como?

– Aidan me ajudou. Auxílio mágico. O que importa é que talvez eu a encontre em Teirm.

– Isso é ótimo. Há anos você não vê sua mãe.

– Sim. – Sorri, me sentando no catre. Ele estava de pé no meio do quarto. – Pega um copo d’água.

– Hum, ah, claro. Obrigado. – Ele aceitou, deixando a lança escorada na parede. Ele parecia estranho.

– Algo errado? – Perguntei.

– Não. Só estou cansado.

– Sano, o que houve?

– Nada. Está tudo bem. – Ele falou, terminando de tomar a água.

– Sano... – Fiquei de pé, fitando-o.

– Eu só estou...sei lá, achando estranho. Parece que não somos mais amigos, então estou um pouco desconfortável aqui. Só isso.

– Pare com isso. – Ri. – Sério, deve mesmo estar cansado. Vá tomar um banho e comer.

– Até mais.

Ele pegou a lança de volta e deixou o quarto, com um sorriso. Me deitei, ainda tentando digerir que eu poderia encontrar minha mãe logo.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Let me know ^~^ Bjs



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