The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 26
The March


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas :3 Como vão vocês? Meio lerdo, mas tinha que ser postado para dar continuidade à fic :p
Boa leitura :*



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Partimos ao amanhecer, como combinado. Sano me acordou, me cutucando de leve. Abri os olhos, sonolenta.

– Temos que ir. – Ele parecia sem jeito depois de ter gritado comigo ontem. Me levantei, concordando com a cabeça.

Os outros 29 homens já estavam prontos, com mochilas, armaduras e armas preparadas. Estavam divididos em grupos, mas bem organizados. Riam tranquilamente, acenando para Sano e para mim.

Estava quente. Seria uma marcha difícil se o tempo continuasse tão quente, mas seria preciso avançar. Sano pegou a lança, usando-a como um cajado. Prendi as espadas nas costas, enquanto sentia Elrohir sobrevoando o acampamento.

“Apenas me siga.”

“Sei o caminho, Grande. Mas não vou deixar de pedir ajuda se precisar.”

“Claro. Vamos logo.”

– Muito bem, senhores. – Sano se virou, chamando a atenção dos outros homens. – Vamos. Temos um longo caminho pela frente.

Partimos, numa marchada rápida. O tempo ficou um pouco mais fresco depois de algumas horas. Eu ouvia a conversa dos homens atrás de mim, mas não disse nada. Fiquei em silêncio, pensando em Hansard.

Sano parecia um tanto abatido pela morte dele. Eu devia ter acabado com a vida daquele desgraçado antes mesmo que Sano pudesse pensar. Sem hesitar. Ele não teria que se culpar por matar um companheiro.

Passamos dois dias marchando, só parando para comer e descansar por pouco tempo. No terceiro dia tivemos que parar por um período de tempo maior. Um dos homens, Lean, torceu o tornozelo.

– Não podemos parar por você, Lean. – Sano se agachou ao lado de Lean, olhando o tornozelo inchado do companheiro.

– Talvez haja alguma coisa que possamos fazer. – Dei de ombros, apoiando as mãos na cintura.

– Como? A não ser que alguém saiba alguma coisa de magia, não há nada a ser feito. – Sano me olhou, apertando os olhos. Me movi, sentindo todos me olhando.

– É, eu sei uma coisa ou outra. Não precisam me olhar assim. – Falei, começando a corar. – Se não se importarem...

– Pode ao menos diminuir a dor? – Lean falava com o maxilar cerrado. Concordei. – Então não há problema algum.

“Me ajude a pensar em algo, Grande.”

“Não vai conseguir curar o tornozelo. Alivie a dor dele e coloque uma tala.”

Me sentei ao lado de Lean, colocando as mãos sobre o tornozelo torcido. Fechei os olhos, sentindo aquele poder que me inundava. Recitei uma ladainha quase inaudível. Senti o homem relaxar ao meu lado.

– É o que posso fazer. – Me levantei. – Mas precisa colocar uma tala nesse tornozelo se quiser se curar.

– Obrigado, Sil. – Franzi o cenho com o apelido. Era estranho, mas não disse nada. – Posso me virar sem aquela dor horrível.

– Muito bem. Vamos. – Sano se levantou e voltou a marchar, me seguindo. Só paramos de noite, famintos, com a dor de Lean voltando e o escuro nos impedindo de seguir caminho.

Acendemos uma fogueira baixa, que não atraia muita atenção e ainda conseguia nos manter aquecidos. Me sentei mais afastada, conversando com Elrohir. Sano me observava do lado oposto do acampamento com um olhar vazio.

“Acha que ele está bem?” Perguntei, olhando as chamas da fogueira.

“Não deve ter sido fácil para ele aceitar que havia um traidor com eles. Pior ainda, que ele não tinha percebido antes.”

“Pode até ser, mas ainda é preocupante.”

“Só precisa de tempo. Deixe-o pensar.”

Me acomodei melhor contra o tronco ao qual estava recostada. O olhar dele finalmente pareceu encontrar o meu. Tentei dar um sorriso, mas não pareceu surtir muito efeito.

Observei o fogo, enquanto o homem de cabelos cor de ferrugem se aproximava e se sentava ao meu lado. Ele parecia tenso, sem saber o que dizer. O encarei, esperando que ele dissesse algo.

– Me desculpe. – Ele falou por fim, esticando uma perna e deixando a outra dobrada, apoiando o braço sobre o joelho.

– Por...?

– Gritar com você. E te evitar depois de...de Hansard. – Ele se moveu, inquieto.

– Tudo bem. – Dei um sorriso fraco. – Certas coisas não são tão fáceis de aceitar. – Passei a encarar a fogueira, observando as chamas dançando.

– Então, qual sua história? – O olhei, sem entender. – O que te faz pensar assim?

– Uma coisa que descobri sobre mim. – Dei de ombros. – Nada que mereça atenção. Você tem alguma?

– Só Hansard. – Ele suspirou. – Deve ter sido alguma coisa bem ruim, o que você descobriu.

– É, foi bem chocante. – Soltei meu cabelo, antes preso num rabo de cavalo.

– O que te fez se juntar aos Varden tão nova? – Ele também soltou o cabelo dele, preso num rabo de cavalo curto. Era estranho ver um homem com o cabelo comprido. Mesmo no navio os marujos sempre cortavam os cabelos e se barbeavam.

– Minha mãe, ela me fez prometer que ia me juntar a eles. Me deixou em Teirm antes de voltar para o mar.

– Mar?

– Ela é capitã de um navio pirata. – Dei de ombros. – Delrio.

– Você é filha de Delrio. Delrio, que foi aos mares além de Du Weldenvarden, que saqueou várias vezes lugares sob o comando do Império? Essa Delrio?

– É. Essa Delrio. – Ri com a expressão de surpresa dele. – Ela me fez ir até os Varden e me juntar a eles. Faz tanto tempo que não a vejo.

– Ela te deixou sozinha em Teirm, para cruzar toda a Alagaësia atrás de estranhos?

– É. – Fiquei olhando meus braços, em silêncio. Várias cicatrizes os cobriam, me lembrando da minha prisão em Uru’bâen. Sano também os olhava.

– Como os conseguiu? – Ele desviou o olhar dos pequenos cortes em meus braços para meus olhos.

– Longa história.

– Posso ouvi-la? – Ele não parava de me olhar, com os olhos verdes.

– Fui presa no meu caminho até os Varden. – Dei de ombros. – Fui torturada em Uru’bâen.

– Como ele fez isso? – Senti os dedos dele roçando de leve nas cicatrizes, me fazendo encolher um pouco. – Perdão.

– Tudo bem. E, bem, era um tipo de fita mágica. – Desviei o olhar do dele, encarando o chão.

Ficamos em silêncio por mais algum tempo. Senti Elrohir pousando em uma clareira ali perto. Sano encarava a fogueira agora. Fiquei olhando o chão, até minhas pálpebras ficarem pesadas e se fecharem.

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Gastamos mais três dias para alcançarmos a montanha. Os Gêmeos foram os primeiros a nos verem. Revirei os olhos. Um deles parou na entrada de Farthen Dûr.

– Vejo que voltou, sã e salva. E seus escoltados também. – Ele deu aquele sorriso sarcástico dele.

– Que tal ir atrás da sua cópia e me deixar em paz? – Dei um sorriso tão irônico quanto o dele.

– Sempre tão gentil, SIlbena. Ajihad nos espera. – Ele se virou, carregando uma lanterna.

– Nos espera? – Parei no meio do corredor, fazendo os homens pararem também.

– Tenho que checar a mente deles. – Ele deu de ombros.

– Eu faço isso. – Ele ia rebater, mas tomei a lanterna de sua mão bruscamente e repeti. – Eu faço isso. Suma daqui.

Ele seguiu em frente, sem a lanterna, se guiando pelas paredes. Os homens atrás de mim pareciam surpresos com minha hostilidade. Me virei para eles.

– Acreditem, aqueles dois não merecem nem o prato que comem. – Os guiei pelos corredores, orgulhosa por lembrar o caminho. Sano pareceu perceber minha alegria, pois deu um sorriso fraco.

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– Muito bem, Silbena. Rápida. E com 30 homens, sãos e salvos. – Ajihad me cumprimentou com um movimento de cabeça, que eu retribuí. – Onde estão os Gêmeos?

– Os dispensei. Posso vasculhar a mente deles se quiser, mas já não há mais traidores. – Sano me observava enquanto eu falava.

– Realmente não gosta deles, hein? – Ajihad deu uma fraca risada. A porta se abriu atrás de nós, me distraindo. Nasuada.

– Nasuada. Olá. – Dei um sorriso para ela, que o retribuiu feliz.

– Muito bem. Nasuada, chame os anões. Cada um ficará responsável por um dos novos homens. – Ajihad se levantou, encarando a filha. – Silbena, quero que seja responsável por Sano. Deixe-o no quarto ao lado do seu. Falarei com vocês amanhã.

– Sim, senhor. – Me virei para o ruivo ao meu lado, sorrindo de leve. – Vamos.

Ele acenou com a cabeça para Ajihad e Nasuada antes de me seguir. Peguei uma das lanternas e segui pelo corredor, ouvindo a respiração dele atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acham desse momento SilbenaxSano?



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