The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 13
The New Visitor


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, people :D



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A porta se abriu, me fazendo abrir os olhos para ver o que era. Galbatorix entrou carregando uma caixinha de madeira cheia de entalhes. Comecei a imaginar todo tipo de coisa que poderia ter ali.

Percebi Tornac parado um pouco atrás, depois de ter fechado a porta, me observando com os olhos cheios de culpa. Não sorri, mas tentei tranquiliza-lo.

Ele parecia ter passado dias a fio sem dormir, e parecia ainda mais abatido do que na visita passada. Passei a imaginar quantos anos ele teria, e há quantos ele suportava acatar ordens de Galbatorix.

– Como passou os últimos dias, Silbena? – A voz dele era muito suave, tranquilizadora, mas ali, enquanto eu alternava olhares entre Tornac e ele, eu percebia uma pontada quase invisível de raiva.

– Trancafiada. – Ele deu uma risada seca.

Ele voltou a perguntar as mesmas coisas sobre minha mãe e as viagens. Eu respondia como antes, me concentrando nas coisas que eu me lembrava, ignorando as outras memórias.

Em momento algum senti outra mente na minha, mas mantive minhas defesas, mesmo sabendo que ele não teria dificuldades para derrubá-las.

– Realmente, Silbena, por que defender tanto sua mãe? – Ele começou a passar uma unha na tampa da caixinha, fazendo todo meu corpo ficar tenso.

– Não estou defendendo ninguém, só respondendo suas perguntas. – Ele parou de arranhar a caixinha e levantou a tampa devagar.

Tornac olhou de soslaio para o conteúdo da caixinha, com um olhar preocupado. Galbatorix puxou algo que parecia uma fita de cor vermelha com partes brancas.

Ele me olhou antes de entregar a fita para Tornac, falando num sussurro alguma ordem. Tornac se aproximou com passos lentos e pesados, com um olhar que suplicava perdão.

Continuei com um olhar sereno, mas meus músculos estavam tensos. O que ele faria com uma fita? Ele provavelmente se sentia tão mal quanto eu por estar ali.

Prestei atenção na fita. Percebi que ela era branca e estava manchada de vermelho, que eu tinha certeza que era sangue. Eu queria fechar meus olhos, mas não conseguia.

Fiquei olhando Tornac se concentrar e dizer as palavras que percebi Galbatorix repetir sem som atrás dele. A fita parecia ganhar vida e passou a se enroscar em mim, subindo pelo braço.

Então Tornac fechou os olhos ainda segurando uma ponta da fita. A fita começou a me apertar, e por toda sua extensão uma porção de espinhos crescia.

Berrei a plenos pulmões, sentindo cada um dos espinhos se enterrando na minha carne.

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Abri os olhos com alguém entrando na cela. Meu corpo ficou tenso, lembrando imediatamente dos espinhos. Olhei ainda tensa, e encontrei um garoto da minha idade me encarando.

– Quem é você? – Perguntei sentindo a garganta seca e a língua áspera como a de um gato.

– Murtagh. – Ele correu os olhos pelas marcas de espinhos, que eu não curei para evitar outra tortura tão cedo.

– Tornac te enviou? – Ele negou com a cabeça, parecendo um pouco perdido.

– Na verdade ele me disse para nunca vir aqui.

– Mas a curiosidade não te deixou ficar longe daqui. – Falei para mim mesma, mas ele assentiu. Ele colocou uma vela acesa no chão, mas continuou em pé.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, olhando um pro outro. Ele tinha olhos cinzentos e cabelos castanhos, uma expressão séria, incomum em pessoas da nossa idade, bronzeado e forte. Em resumo, bonito.

– Por que veio aqui então? Apenas curiosidade?

– Talvez. Na verdade, quando Tornac me falou sobre... – ele hesitou, pensando se devia ou não continuar. – sobre você, fiquei curioso. Eu queria conferir a descrição.

– E como ele me descreveu? – Murtagh me olhou um instante, acho que pensando o que dizer.

– Uma garota da minha idade, morena, alta, forte, com forma física fora do comum à garotas dessa idade... – Fiquei encarando-o enquanto ele falava. – Com os olhos de alguém desesperado, a voz de alguém só e com uma força de vontade descomunal.

– Então, acha que ele me descreveu bem? Porque acho que ele exagerou na parte dos elogios. – Me sentei devagar, grunhindo com a memória dos espinhos.

– Não, ele fez uma boa descrição. – Murtagh caminhou devagar para perto de mim, se sentando um pouco desconfortável. – Melhor do que eu faria.

Foi a vez dele ficar me encarando enquanto eu observava a chama da vela. Me virei para ele tirando meus cabelos do rosto de forma bem desajeitada.

Me prendi nos olhos dele, minha luzinha piscando fraca, mas várias vezes. Eu tinha certeza de que Murtagh era especial, de alguma forma. Não sei como, mas eu sabia.

– Você é especial, importante. Não sei como, mas é. – Ele me encarou com uma expressão triste.

– Duvido muito, mas se você diz, espero poder confiar.

– Claro que pode confiar em mim.

– Posso?

– Ora, é claro. Eu sou filha de Delrio, e eu prefiro morrer à perder a confiança de alguém.

– Então eu confio.

Passamos mais alguns minutos conversando sobre Tornac e espadas. Falei para ele sobre as minhas espadas, minha mãe, quanto ele já sabia usar as espadas e eu não.

– Você deveria ir agora. – Eu estava de pé, com as pernas ainda um pouco trêmulas devido o longo tempo sem usá-las, e ele me vigiava por trás, para que eu não caísse. – Adorei te conhecer, mesmo em um momento tão...horrível.

– Talvez possamos conversar em outras situações, melhores. Você, Tornac e eu. – Ele começou a caminhar para a porta, mas hesitou e se virou. – Sabe, assumo que fiquei curioso por você pela forma como Tornac age quando se trata de você.

– Como assim? – Me apoiei na parede de pedra, confusa e com as pernas doloridas.

– Ele gosta muito de você. Muito mesmo. Mais do que eu já vi Tornac se importar, a não ser, talvez, por mim.

O encarei por um momento. Ele achava que Tornac não o daria mais atenção, tinha me visto como uma inimiga no início. Fiz a pergunta, que nada tinha a ver com o assunto, de repente.

– Quantos anos ele tem? Tornac.

– Ele não é muito mais velho que nós, 6 ou 7 anos no máximo. Por quê?

– Não sei, acho que curiosidade. – Ele sorriu e esperou eu me sentar de novo antes de sair da cela, levando consigo a vela, deixando tudo escuro de novo. Mas dessa vez não me importei com o escuro.


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Notas finais do capítulo

E ai? Cade meus reviews lindjos?? :D



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