Os Marotos - A Criação do Mapa escrita por Bianca Vivas


Capítulo 5
Ajuda dos Irmãos


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoa! Desculpem a demora (já repararam como essa frase anda recorrente por aqui?? kk), mas a minha vida anda (sempre) muito corrida.
So, este é mais um novíssimo capítulo com a participação mega especial do queridíssimo Régulo Black! Podem ler haha



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Tiago sentia dores na coluna toda vez que forçava seu corpo para frente a fim de ultrapassar Remo. Felizmente a pequena placa d’O Caldeirão Furado já podia ser avistada. Alguns metros abaixo, um menino pequeno olhava, nervosamente, para todos os lados da rua.

— Aquele é o Pedro? — Remo perguntou, apurando as vistas — Não era pra ele nos esperar lá dentro? — E começou a resmungar sobre as responsabilidades de cada um e a capacidade de seguir os planos traçados.

— A-ham — Tiago sorriu marotamente, sem dar muita importância às chatices do amigo lupino — Vou pregar uma peça nele.

Antes que Remo pudesse protestar, Tiago começou a perder altitude suavemente. A vassoura foi deslizando no ar em direção a um beco escuro, na lateral da estalagem bruxa. Algumas caixas se encontravam ali e, escondido entre sacos de lixo, um porta vassouras. Obviamente, aquele lugar fora feito para os bruxos estacionarem antes de entrarem no Beco Diagonal através do Caldeirão.

Quando pisou os pés no chão, já havia esquecido todas as dores de seu corpo. O cérebro processava apenas o susto que daria no jovem Pettigrew. Nisso, e na aventura que estava cada vez mais próxima.

Calmamente, recostou a vassoura na parede do beco. Preferiu colocá-la no lugar mais visível possível para que Remo não tivesse dificuldades para encontrá-la quando passasse por ali. Claro que havia o perigo de um trouxa passar e vê-la, contudo a hora tardia e a pouquíssima luminosidade diminuíam este risco. Então, abriu a mochila preta que carregava nos ombros e retirou de lá a capa da invisibilidade — seu bem mais precioso — e cobriu-se com ela.

— Lumus — sussurrou para a varinha que acendeu imediatamente.

A pequena luz mágica o auxiliou a sair dali e caminhar em direção à calçada. Com o caminho iluminado pela varinha, Tiago dirigiu-se ao local onde Pedro se encontrava.

— Nox — disse quando estava perto o suficiente do amigo.

Na escuridão da noite, com apenas um poste no fim da rua a iluminar a cena, Potter aproximou-se cada vez mais de Pettigrew. Colado nele, bafejou no pescoço do garoto:

— Buh!

Pedro gritou o mais alto que conseguiu e, com um pulo, caiu de bunda no meio fio. Seu rosto estava mais pálido que o normal. Balbuciava coisas sem sentido. No meio da confusão, puderam-se entender coisas como “fantasma” e “assombração”.

Era a cena patética de uma criança com medo da própria sombra. Adultos ririam daquilo. Entretanto, Tiago quase passou mal de tanto gargalhar. E, como ainda estava vestido com a capa, o jovem Pedro tremeu-se ainda mais com o terror que sentia.

Por sorte, o sempre solidário e racional Remo Lupin já vinha voando ao encontro deles. O sorriso que o lobisomem carregava no rosto esmoreceu ao ver a situação que Tiago criara. Uma carranca ocupou o lugar da animação que sentia e rasgou o ar até, finalmente, chegar à calçada. Segurando as duas vassouras, uma de cada lado, olhou feio para o lugar onde Tiago deveria estar:

— Sai já daí, Potter! — ordenou.

Tiago jogou a capa da invisibilidade no chão, agachando-se para rir um pouco mais. Pedro, de pálido ficou vermelho. No entanto, não era raiva que sentia. Apenas vergonha, por mostrar-se tão fraco diante do corajoso Potter. Em contrapartida, Remo estava mais que irritado. Achava terrível o que Tiago fizera a Pedro, todavia não o reprimiu. Disse somente:

— Vamos entrando, ou podemos chamar a atenção de algum trouxa.

— Ele tem razão — Tiago pegou a capa e jogou-a novamente na mochila, ainda rindo — Vam’bora, Pedrinho!

Ao entrarem na estalagem, depararam-se com Tom sentado em uma das cadeiras. O sorriso do homem era o mesmo de sempre. Empoleirado no ombro dele estava Rustie, bicando-o sem parar.

— Tem uma coruja muito inteligente, Sr. Potter — contou, apressando-se para levantar e apertar a mão dos garotos — Chegou poucos minutos antes do senhor.

— É claro que chegou. Eu a mandei para cá — Tiago revirou os olhos como o perfeito menino mimado que era.

O estalajadeiro ficou sem graça e todos permaneceram em silêncio por alguns segundos. Remo interveio, pondo na mesa um assunto mais urgente.

— Tom, tem um quarto para nós essa noite? — inquiriu gentilmente.

— Oh, é claro. Sempre tenho lugares para meninos bem-nascidos — Remo e Tiago se entreolharam, incomodados com a declaração — Mas os pais de vocês sabem que estão aqui?

— Digamos que este pode ser o nosso segredinho — Potter piscou para Tom, tirando do bolso uma sacolinha recheada de galeões.

Tom pigarreou:

— Neste caso, venham por aqui.

Ele os levou a um dos maiores quartos do local. Provavelmente, o aposento do Ministro quando precisava vir a Londres. E, mesmo contendo apenas uma cama de casal, o enorme tapete que o enfeitava era muito mais macio que muitos colchões por aí. E nas duas poltronas dispostas perto da janela, cabia uma criança de doze anos deitada, cada.

Os meninos jogaram-se na cama, fingindo cansaço. Deveriam fazer Tom acreditar que estavam dormindo a sono solto. Todavia, assim que perceberam que o estalajadeiro não estava mais por perto, pularam dos lugares.

— Accio vassouras d’O Caldeirão Furado — Tiago proferiu, o mais baixo que conseguiu — Sabe, estou feliz por você ter obrigado a gente a ficar praticando esses feiticinhos avançados, Reminho — falou enquanto esperava as vassouras virem até ele.

— E a gente achando que eles não seriam úteis...

— Confiam em mim agora? — perguntou Remo, lembrando-se de uma antiga briga que tiveram.

— Alguma vez desconfiei? — Remo fingiu que não ouviu a piada de Potter e continuou procurando o Pó de Flu nas coisas do amigo.

— Onde você enfio... — ia dizendo, mas foi interrompido por três vassouras, que adentraram o cômodo. Provavelmente pertencentes a algum hóspede. Ele parou para olhá-las por um tempo, mas logo voltou a sua atividade.

— Agora sim — Tiago agarrou uma delas — Comet 220. Modelo novo. Acho que vou querer uma dessa, esse ano.

— Achei! — gritou, segurando um pote preto e empoeirado.

— O que vamos fazer com esse pó?

— Não leu o plano Pedrinho? — Tiago irritou-se por ter sido arrancado de sua admiração pela vassoura que segurava — Temos que falar com o Sirius antes de chegar lá, para ele saber que estamos indo.

— Exato — Remo atirou o pote para Tiago, que o apanhou com a destreza de um apanhador.

Acenderam magicamente a lareira e jogaram o pozinho verde ali dentro.

— Largo Grimmauld, 12, quarto de Sirius Black — falou Tiago, pondo a cabeça por entre as chamas e preparando-se para todas as cinzas que entrariam em sua boca e olhos.

Foi arrastado por diversas lareiras. Sentia seu crânio girar e ser puxado de um lado para o outro, todavia seus joelhos continuavam no chão. Nunca imaginara que aquilo pudesse ser tão desconfortável. Todas as vezes que vira seu pai fazendo isso, acreditava que era a coisa mais fácil do mundo. Como estava enganado.

Quando, finalmente, pôde visualizar o quarto de Sirius. Sentiu-se aliviado. Apesar de estar atirado na cama de dossel, Black não tinha nenhum ferimento. Ou pelo menos, nenhum machucado aparente.

— Ei! — Tiago chamou-o.

Sirius levantou a cabeça e, ao enxergar o rosto coberto de fuligem do Tiago saindo das chamas, saltou da cama e foi direto ao encontro do amigo.

— O que está fazendo aí? Se a bruxa aparecer...

— Você está bem? Ela vai te deixar voltar à escola? — perguntou rapidamente dando uma melhor olhada no maroto.

— A bruxa preza as aparências, então é óbvio que vou voltar. E relaxa, um ou outro crucio não faz mal a ninguém — abriu os braços para mostrar o quão bem estava — Agora vai, diz aí o que tu tá fazendo aqui.

— Ora, vim em uma missão. Presta bem atenção — Tiago parou, olhou para o lado esperando alguma coisa e depois se voltou para Sirius novamente, com ar de quem transmitia algo: — Marotos no comando. Fuga à vista.

— O quê?

— Faça as malas, Sirius. Apenas isso.

— E a minha varinha? — Sirius perguntou desesperado.

— Dá um jeito — disse Tiago fazendo um aceno displicente com a mão — Preciso ir agora.

Tiago Potter sumiu da lareira tão subitamente como apareceu. Sirius não sabia se a visita dele reacendera uma chama de esperança em seu coração malfeitor ou fizera-o desesperar-se de vez. Mesmo assim, abaixou-se para retirar algo de debaixo da cama. Fazer o que Tiago pedira ocuparia sua mente.

Seu malão veio logo no primeiro puxão. Estava arrumado desde o primeiro dia de férias. Na realidade, nuca fora desfeito. Excetuando-se os livros de magia, ele permanecera do mesmo jeitinho que saíra de Hogwarts. Sirius, então, subiu em um dos vários pufes vermelho que enfeitavam seu quarto e esticou-se até tocar o topo do armário, de onde retirou os livros da escola, junto a alguns pergaminhos, pena e tinta. Guardou tudo numa mochila preta que costumava usar durante as aulas, e amassou-a dentro do malão, para carregar menos coisas na fuga.

Terminada a tarefa, recostou-se na grande cama de dossel. Pôs-se a pensar na fuga novamente. Tiago viria salvá-lo e ele nunca duvidara disso — eram melhores amigos, irmãos de alma; morreriam um pelo outro sem hesitação. Todavia, a rapidez com que isso estava acontecendo o espantava.

Após esta noite, estaria livre das Maldições Cruciatus pelo resto do verão. Era mais sorte do que ousara desejar algum dia. Então, não poderia desperdiçá-la. Afinal, aquela poderia ser a sua única chance. O único problema, como relatara a Tiago, era a sua varinha.

Walburga a confiscara no dia da despedida dos outros Black. E, como não podia sair do quarto para absolutamente nada, não poderia procurá-la.

Sirius passou a mão pelo rosto e afastou o cabelo da testa. Precisava pensar. Estava num beco sem saída, contudo isto não podia impedi-lo. Pensar. Pensar. Pensar. Qual seria a solução?

Talvez devesse chamar Monstro. Todo aquele exercício mental causara-lhe fome. O elfo doméstico poderia lhe trazer suco de abobora e uns sanduíches de queijo bem ao estilo dos trouxas.

— Chamou-me meu senhor Sirius? — Monstro apareceu de súbito no quarto assim que Sirius terminou de pronunciar seu nome, quase encostando o alongado nariz no chão com a exagerada reverência que fez.

— O que tem pra comer nesse hospício? — perguntou o menino rudemente, sem nem ao menos olhar o servo.

— Monstro traz o que o seu senhor quiser — o elfo falou num tom amargo.

Sirius informou-lhe seu desejo sem preocupar-se em ser gentil. Não possuía nenhuma empatia por aquele que fazia todas as tarefas que ordenava. Ao contrário. Alimentava por ele um enorme desprezo.

Quando Monstro voltou, trazendo numa bandeja de prata a deliciosa refeição pedida pelo garoto, Sirius teve um estalo. Ele não poderia sair do quarto, mas Monstro...

— Ei! — chamou o elfo que já estava saindo do cômodo — Traga meu irmão aqui. Imediatamente!

— Claro meu senhor Sirius — Monstro fez uma reverência e desaparatou.

Instantes depois, Monstro apareceu com Régulo do lado. Fez uma das suas exageradas reverências e desaparatou novamente, deixando os dois irmãos a sós.

Régulo se jogou na cama de dossel cruzando os braços. Olhou para Sirius, recostado na porta, com a cara emburrada e a expressão decidida.

— O que você quer? — ele perguntou

— Nada demais, encosto. Apenas um favorzinho — Sirius sorriu e Régulo percebeu que ele tinha uma terrível ideia em mente — Quero que você pegue a minha varinha com a bruxa que você chama de mãe.

Régulo desatou a rir. Já não saía mais nenhum som de sua garganta e ele se debatia na cama quando finalmente conseguiu ficar sério novamente.

— Você acha mesmo que vou desobedecer à mamãe só porque você quer? — ele perguntou levantando as sobrancelhas.

— Não — respondeu Sirius sorrindo ainda mais — Mas podemos fazer um acordo.

— E o que eu ganharia com isso?

— Liberdade. Liberdade para fazer o que quiser em Hogwarts.

Régulo parou fitando o nada. Parecia considerar a proposta. Livrar-se de Sirius e suas pegadinhas durante os seis anos que estudariam juntos era algo muito bom. Bom demais para desperdiçar. Balançou a cabeça num sinal de “sim” e esticou a mão pálida e fina de um fantasma.

— Acho que concordamos em algo.

Sirius abriu um sorriso astuto. Conseguira o que tanto queria.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
No próximo é que o bicho vai pegar. Aguardem tretas envolvendo a tia Walburga e minha queridinha Belatriz shaushuahuahu



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