Os Marotos - A Criação do Mapa escrita por Bianca Vivas


Capítulo 4
Começando a Operação


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoinhas, demorei muito? Bem eu estava muito atarefada e não tive tempo de escrever ou postar nada. Enfim, espero que se divirtam com o capítulo.
E, ah, obrigada Maga Clari por todos os elogios e tudo o mais.



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Pedro levou um susto ao deparar-se com uma coruja em cima de sua cama enquanto saia do banho. Tiago a havia escrito. Sabia o que aquilo significava: alguma marotice que lhe ocorrera em sua estadia na casa dos Black. Preparara-se para rir montes imaginando a cara das infelizes vitimas, e já estava dando boas gargalhadas ao perceber que a vítima era ele! Subitamente ficou branco como cera.

Naquele pergaminho amarelado estava descrito, em detalhes, um plano de fuga impossível de ser realizado. Algo perigoso que desejava muito poder recusar, porém Tiago não aceitaria um ‘não’. Arrumou uma mochila, escondeu-a embaixo da cama e foi até a cozinha.

Seus pais desconfiariam caso ele fosse dormir antes das dez, ainda mais sem comer. Por isso, obrigou-se a jantar e a manter uma conversa banal, apesar da tremedeira. Estava, de fato, nervoso. Há algum tempo não fazia nada de perigoso, e burlar as regras impostas pelo Sr. Pettigrew era o mesmo que... Bom, melhor não pensar nisso.

— Pedrinho, você está se sentindo bem? — Lindsay Pettigrew perguntou, notando os olhares furtivos que o filho dava em direção à porta.

— S-sim. Cl-a-aro que sim. — ele respondeu, gaguejando um pouco de nervoso — É que eu já estou cheio...

— E por que não disse antes ao invés de ficar se contorcendo no lugar? — o Sr. Pettigrew tentou ser engraçado, e até deu algumas gargalhadas no fim da frase, mas aos olhos do menino, sua voz soou extremamente intrigante.

A Sra. Pettigrew revirou os olhos.

— Pode ir se deitar se quiser Pedro.

— Ah, mãe — Pedro teve uma ideia e, antes mesmo de verificar se era boa ou não, deixou que ela escapasse pelos seus lábios — Amanhã de manhã eu irei ao Beco Diagonal, preciso comprar pergaminhos.

— Já? Mas eu não comprei um rolo pra você na semana passada? — inquiriu o Sr. Pettigrew

— Muitas cartas, sabe como é. — O pai olhou-o desconfiado e assentiu.

Pedro então correu até o quarto e só parou quando teve certeza de que estava trancado ali dentro. Não acreditava que mentira para seus pais. Ainda estava em êxito pelo fato de eles não terem percebido nada. Sentou no chão e se pôs a esperar que a madrugada viesse, segundo as instruções de Tiago.

************************************************

Só deu tempo de avisar que ele viria. Eles não ficaram muito satisfeitos, discutiram muito, mas já havia negado um pedido seu antes. “Talvez essa seja mesmo a melhor opção, querida”, foi o argumento encontrado pelo pai para convencer a mãe. O bruxo defendia o direito do filho de ter amigos. Agora, estava sentado na cama esperando o outro. Juntos planejariam e fariam as malas. Tudo com muito cuidado.

O tempo passava e Tiago não chegava; ou talvez fosse porque estava muito ansioso e não percebia os ponteiros do relógio saírem do cinco e irem para o seis. Acabou adormecendo. Foi um sono sem sonhos, apenas expectativa. Mesmo dormindo, o coração batia mais forte, toda vez que se lembrava do que faria a noite.

Acordou as oito em ponto. Estava no chão e seu abdômen doía pra caramba.

— Droga, Tiago! — Massageou a área.

— Você não acordava... — Tiago riu mais um pouco e os dois se abraçaram. Era ótimo estarem juntos novamente, aprontando e rindo.

— O Pedro já foi? — Inquiriu Lupin, preocupado que Pettigrew tivesse perdido a coragem.

— Já. Parece que convenceu a mãe de que ia comprar coisas para a escola.

— E ela acreditou?

— Melhor que tenha acreditado. Ficará menos preocupada e teremos menos gente atrás de nós.

— Concordo. — Remo pareceu impressionado com as conclusões a que Tiago chegara. O fato de Sirius estar preso realmente mudara o cara.

— O que tem para comer? — Tiago jogou-se numa das poltronas do quarto do amigo, atirou uma almofada no mesmo e soltou um grande bocejo — Com fome não consigo pensar direito.

— Você não pensa direito nunca, Potter — Lupin jogou a almofada de volta — E não tem nada para comer. Mamãe já deve ter tirado a mesa há essa hora.

— São oito horas — Disse um incrédulo Tiago Potter.

— Comemos às sete.

— Estou com fome! — Tiago quase gritou.

— Problema seu.

— Não. Não é problema meu, o problema é seu.

— Não mesmo, não sou eu que estou com fome aqui.

— Eu sou seu hóspede!

— E daí?

— E daí que é seu dever me alimentar.

— Não sou sua mãe.

Ao ouvir isso, Tiago jogou várias almofadas no amigo, que as atirou de volta. Em poucos segundos a quase discussão transformou-se em uma guerra de travesseiros cheia de gargalhadas e pontapés e xingamentos, bem no estilo Marotos.

Rolavam de rir no chão quando a Sra. Lupin adentrou no quarto informando que o jantar estava pronto.

— Não precisava se preocupar em fazer outro jantar, Sra. Lupin.

— Outro jantar? Mas eu só fiz um jantar Tiago — A mulher ficou completamente confusa com a declaração do amigo do filho.

Tiago lançou um olhar de profunda raiva a Lupin, avisando, silenciosamente, que teria troco. Remo riu bastante, deixando a mãe mais confusa ainda. Mal sabia a coitada que, além de confusa ficaria também preocupada, já que em poucas horas os dois meninos sorridentes sumiriam como num passe de mágica.

O jantar foi excepcional, como era de se esperar. As barrigas cheias, os olhos fechando de sono, os meninos subiram. Remo ajustou seu despertador (privilégio de mestiços e trouxas) para tocar exatamente a meia-noite. Puderam então dormir tranquilos.

Tiago acordou primeiro. Talvez nem tenha dormido. A excitação tinha obrigado-o a sonhar com os perigos que a noite lhe reservaria. Pegou a mochila e a varinha, e aproveitando o momento de baixa guarda do amigo lupino...

— Aguamenti — sussurrou, esperando o momento em que Remo sentiria a água gelada jorrar pelo rosto.

— Ti... — Remo quase pôs todo o plano a perder. No último momento, lembrou-se que toda a casa estava dormindo e não iria querer sua mãe a porta do quarto interrogando o motivo de estarem acordados àquela hora, e reprimiu o grito.

Limitou-se a lançar um mortífero olhar a Tiago. Odiava ser acordado com água no rosto. Black e Potter, entretanto encontravam grande prazer em acordá-lo de tal maneira em Hogwarts. Remo enxugou o rosto no próprio lençol e vestiu uma roupa de trouxa, fazendo uma anotação mental de aprontar alguma para cima do Tiago.

— Agora, vamos descer as escadas silenciosamente — ordenou Tiago, numa voz que pareceu muito irritante a Remo.

— Eu sei. Fui eu que fiz esse plano — Respondeu Lupin, de dentes cerrados, ao chegar à sala.

A sala, assim como todo o resto da casa, estava silenciosa e escura. Ao penetrar no cômodo, os meninos sentiram uma onda de calor atingir-nos. O local estava muito abafado, com as portas e janelas trancadas. Desde o ataque de Greyback ao único filho, os pais transformavam a casa numa fortaleza à noite, algo que, muito provavelmente, dificultaria a saída dos dois amigos, isto é, se estes mesmos garotos não fossem versados em magia. Caminharam para a porta. Remo ergueu a varinha na direção da fechadura torcendo para não se deparar com nenhum feitiço desconhecido.

— Alohomora — Com um estalo, a porta se abriu. Ao que parecia, não havia outros feitiços guardando a casa.

— Que sorte — Tiago respirou aliviado, adentrando na fria noite — Pensei que sua mãe, sei lá, obrigasse seu pai a pôr aquelas coisas de trouxa em todas as portas e janelas.

— Eu também pensei — Afirmou Remo — Pelo visto, ou ele não pôs ou nós temos uma sorte enorme.

— Talvez os dois — ele abriu seu típico sorriso, deixando o vento despentear ainda mais seus cabelos.

Contornaram a casa, chegando aos fundos, para assim pegarem a vassoura de Remo.

— Droga! —Tiago pôs as mãos na testa, afastando os fios negros — Esqueci de trazer a minha!

— Se eu dependesse de sua memória para sobreviver, estaria morto Potter — Lupin revirou os olhos enquanto pegava algo no chão e entregava ao melhor amigo — Por sorte, meu pai ainda tem sua velha vassoura.

— Velha? — Tiago olhava indignado para a vassoura do Sr. Lupin — Isto aqui é do século passado! Aposto que não chega nem a um quilômetro por hora!

Remo revirou os olhos mais uma vez, às vezes Tiago parecia tanto com uma menina...

— Quem mandou esquecer a sua?

A fala de Remo encerrou a conversa e os dois montaram em suas respectivas vassouras, rumando para o Caldeirão Furado. Vez ou outra, Tiago reclamava da velocidade em que voava:

— Onde já se viu? O futuro capitão do time de quadribol da Grifinória, o melhor artilheiro que Hogwarts conhecerá, voando em uma vassoura do século XIX?! E ainda por cima, sendo ultrapassado por um lobisomem?! Pelas barbas de Merlin!!

A principio, Remo ignorou tais comentários, entretanto, eles foram ficando cada vez mais recorrentes e o menino não aguentou mais.

— Pelas barbas, pelas calças e até pelas cuecas de Merlin, Tiago! Será que dá pra parar de reclamar? A culpa não é minha se você esqueceu sua vassoura.

— Verdade. Mas é sua culpa eu ter que voar nisso.

— Minha culpa? Por Merlin, como o fato de você ter que voar “nisso” pode ser minha culpa?

— Simples: você não me deu sua vassoura... — Tiago fez um biquinho muito parecido com o de Sirius, quando este se metia em confusões e tentava se livrar do castigo.

Remo caiu na gargalhada. Muito provavelmente nunca ouvira piada tão engraçada vinda de Tiago, aliás, talvez fosse esta a única piada engraçada que Tiago já tivesse contado. Riu até a barriga doer e mais um pouco ainda. Potter, alguns metros de distância, fechava a cara e decidia não falar mais nada durante a noite. Logo chegariam à estalagem do Tom e Remo precisaria dele para fazer o Pedrinho colaborar com eles no plano de salvar Sirius.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?



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