Os Marotos - A Criação do Mapa escrita por Bianca Vivas


Capítulo 16
Caim e Abel


Notas iniciais do capítulo

POTTERHEADS!!!!!!!! SENTI MUITO A FALTA DE VOCÊS!!!!!!! SENTIRAM A MINHA????????
Oh, eu tô ligada que esse capítulo tinha que ter saído há seis meses e com umas 4 mil palavras, maaaas meu computador quebrou. Isso mesmo. O computador quebrou e me deixou sem nenhum texto e sem capítulo nenhum. Resultado: eu estou no terceiro ano, sem conseguir conciliar escola, fanfic, vida social e Filhas de Jó e ainda perco um capítulo de 4 mil palavras. O jeito foi botar em hiatus enquanto eu reescrevia, a passos de tartaruga, isso aqui.
E aqui está! Bem menor (com menor qualidade também, infelizmente), mas vivo. Quero dizer que foi quase um parto, mas foi um parto feito com muito amor e carinho



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Tiago Potter levantou sua varinha e partiu para cima de Narcisa. A ponta do objeto mágico ficou apontada para a única Black loira. O garoto a olhava ferozmente, com um ódio inenarrável. Sentia um pulso forte em suas têmporas e a respiração acelerada demais. As mãos tremiam, mas ele segurou a varinha com força suficiente para deixá-la imóvel. Poderia até rosnar, como um animal bravo demais. Afinal, como ela era capaz de fazer isso? Como todos eles eram capazes de colocar irmão contra irmão? Isso era inaceitável! Ele não iria permitir isso. Iria amaldiçoá-la, azará-la, infernizar toda a vida daquela infeliz e de todos os outros perdedores da Sonserina! Era isso que se ganhava ao mexer com qualquer um dos Marotos.

— Petrifi... — começou a proferir o feitiço, mas um grito masculino o parou e, em seguida, mãos femininas e geladas puxaram seus braços para trás.

Tiago lutou e gritou. Atirou ofensas contra Narcisa, enquanto esta apenas sorria de um jeito zombador. Sabia que a batalha estava ganha, queria apenas se divertir agora. E isso deixava Tiago com ainda mais raiva. Ele passou a lutar mais e mais, tentando se soltar dos braços de Marlene. A garota, que já não aguentava mais as cotoveladas do amigo, conjurou uma corda para prendê-lo. Tiago caiu ao chão, bufando de raiva.

— Qual o problema de vocês? — gritou, se debatendo por entre as cordas, tentando livrar seu corpo do aperto em que estava. — Não estão vendo o que ela fez? Ela precisa pagar!

— Cala a boca, Tiago! — Sirius gritou de volta, com uma voz firme. Nem parecia mais um garotinho de doze anos. — Eles não quebraram nenhuma regra.

Tiago não podia acreditar no que estava ouvindo. Não podia acreditar que Sirius estava compactuando com aquilo. Encarou o amigo para ver se captava algum sinal de que aquilo era um blefe, mas Sirius estava sério. Ele não hesitava. Olhava fixamente para o irmão mais novo, vez ou outra desviando os olhos para ver Narcisa. Tiago percebeu, com um ódio mortal, que Sirius iria aceitar o maldito desafio da prima.

— Ele é seu irmão, Sirius! Ela não podia ter feito isso! — Tiago disse, tentando fazer com que Sirius visse a veracidade de suas palavras. — Pelo amor de Merlin, Marlene, diga a ele! Diga a ele que isso não pode acontecer! — Tiago gritava — por favor! — ele suplicou, parando de se debater nas cordas.

— Cala a boca, Tiago! — Sirius gritou de novo, olhando, pela primeira vez desde que Régulo chegara, para o melhor amigo. — Se a gente não duelar, eles vão poder pegar o lobisomem. Foi esse o trato! Eu tenho que duelar!

— Ele tem razão, Potter — Marlene concordou. — Temos que continuar.

Tiago começou a gritar e voltou a se debater. Aquilo era jogo sujo. Como estavam todos aceitando aquilo? Mas ele não era mente fraca. Iria impedir aquela loucura. Começou a se remexer pela terra, para alcançar sua varinha. Quando Marlene conjurou a corda, ela caíra de sua mão, mas continuava acesa. Precisava apenas alcançar a dita cuja. Não estava longe, apenas a alguns poucos metros de distância.

Rolou no chão de terra, até chegar bem perto da varinha. Mexeu seus braços dentro da corda, ela era bastante apertada e roçava em seus pulsos, deixando-os os vermelhos, mas ficava cada vez mais relaxada. Insistiu tanto que ela ficou solta o suficiente para permitir que ele esticasse um pouco o antebraço, e assim conseguiu tocar a varinha com as pontas dos dedos. Aproveitou que Marlene e Sirius estavam ocupados discutindo com Narcisa os termos do duelo e sussurrou o Finite Incantatem. Imediatamente, as cordas caíram por terra. Ficou bastante aliviado quando não mais sentiu o objeto apertar-lhe o corpo.

— Eu não vou permitir isso! — Tiago se levantou gritando, já com a varinha segura em suas mãos.

Marlene levantou a própria varinha para paralisar Tiago, mas Sirius segurou seu braço, impedindo-a. Em seguida, saiu do pequeno círculo em que estavam e caminhou até Tiago. Jogou-o contra uma árvore e segurou seus ombros com força. Olhou nos olhos do amigo e começou a falar, com uma voz embargada:

— Você acha mesmo que eu quero lutar contra meu próprio irmão? — Sirius murmurou — Você acha que eu quero machucá-lo? Feri-lo? — ele continuou. — Não, Tiago. Eu não quero.

— Então por que vai fazer isso? É só dizer não!

— Porque ou é Régulo ou é Lupin! — Sirius sussurrou, com lágrimas nos olhos. — Os machucados de Régulo podem cicatrizar, enquanto as consequências para Remo serão eternas! — disse, com a voz mais baixa ainda, quase como um fio de som.

Tiago, que estava irredutível em sua opinião, murchou. Ele não tinha pensado em nada disso. Esquecera-se, por um momento, o motivo de tudo aquilo. Proteger Remo era a prioridade deles, naquele momento. Lentamente, Tiago assentiu.

— Você vai me ajudar? — Sirius perguntou, puxando Tiago para um abraço.

— Sempre.

Tiago abraçou Sirius de volta. Os dois voltaram juntos para o círculo, que já nem era mais um círculo, formado por Marlene e Narcisa. Régulo estava um pouco atrás, apenas ouvindo tudo e tremendo, e muito provavelmente não era de frio. Seria o primeiro duelo do garoto, para piorar, ele enfrentaria o irmão mais velho. Era de se esperar que ele mal aguentasse o peso do próprio corpo naquela noite.

— Tiago Potter será meu padrinho — anunciou Sirius, quando se juntou às duas garotas.

— E eu serei a madrinha de Régulo Black — disse Narcisa —, enquanto Marlene McKinnon será a juíza e testemunha.

Narcisa chamou Régulo com um aceno de mão e ele se juntou ao grupo imediatamente. Não olhou para Black, mantendo a cabeça baixa. Narcisa lhe deu uma cotovelada nas costas quando viu sua posição, para ele erguer sua cabeça — os Black acreditavam que cabeças abaixadas eram sinal de impotência frente ao inimigo. Deixá-la erguida representava sua coragem e astúcia e era a pose de um vencedor.

Sirius, por sua vez, em nenhum momento desviou o rosto. Quando Régulo se aproximou, ficou em posição de apresentação. Os dois levantaram suas varinhas e ficaram com as costas eretas, um de frente para o outro. O mesmo fez Narcisa e Tiago. Marlene ficou no meio, com a mesma postura dos outros. Sirius e Régulo fizeram uma reverência rígida, segurando de maneira firme a varinha, e permanecendo no mesmo lugar. Narcisa e Tiago imitaram a dupla, mas se afastaram ao término da formalidade, parando passos atrás dos duelistas.

Marlene, que estava no meio, fez uma reverência também. Assim que se endireitou, acenou com a varinha e andou para trás. Era o sinal que indicava o início do duelo. A luta que colocaria Black contra Black, irmão contra irmão; uma versão mágica de Caim e Abel.

Sirius estava nervoso. Olhar para Régulo piorava a situação. Apenas tornava mais real ainda o que ele teria de fazer. Então, desviou os olhos e se concentrou nas batidas do próprio coração. Elas eram rápidas, curtas e precisas. Passavam segurança, porém não acalmavam. Após alguns segundos daquele exercício, a mão da varinha ainda tremia. Mesmo assim, ele a levantou. A hora de lançar seu primeiro feitiço havia chegado.

Apontou a varinha para o irmão. Em seguida, desviou o olhar do garotinho, mirando as írises negras em pontos aleatórios da paisagem. Não iria fazer aquilo encarando os olhos assustados de Régulo. Tentou, então, pensar em algo que não fosse agressivo. Mas todos os feitiços poderiam se tornar perigosos, caso fossem executados de maneira errada. E havia uma grande probabilidade daquilo acontecer, já que estava muito nervoso. Será que não haveria escapatória?

— Ex... Ex-expelliarmus! — Régulo gritou, antes que Sirius pudesse jogar seu feitiço, deixando seu irmão surpreso.

O jato que saiu da varinha de Régulo, entretanto, não era do usual vermelho. Tinha um tom alaranjado. Era o sinal de um feitiço que dera errado, aquela cor diferente. E a prova veio quando o espirro laranja atingiu o peito de Sirius, sem derrubar sua varinha. Apenas fez um leve rasgo na gravata vermelha da Grifinória.

O impacto, porém, jogou Sirius para trás. Ele já estava paralisado quando Régulo proferiu o encantamento, e assim permaneceu quando seu corpo caiu no chão. Não tinha forças para revidar. E o motivo não era a potência do feitiço, mas sim a incredulidade que o parava, o impedia até de pensar. Apenas encarou o irmão mais novo, boquiaberto. Este, por sua vez, berrava feitiços e encantamentos e azarações. Mas Régulo não tinha mira e muito menos experiência, e os jatos apenas iluminavam, inofensivos, a Floresta Proibida. Era brincadeira de criança.

O menino Black mais velho poderia acabar com aquilo facilmente. No entanto, ele não queria machucar Régulo. Seu irmão estava tão assustado que não conseguia realizar nem os feitiços do primeiro ano. Tinha medo de perder e tinha mais medo ainda de encontrar o lobisomem, Sirius sentia isso. Não valia a pena piorar a situação. Apenas foi se arrastando para trás, puxando o corpo pela terra e se escondendo por entre as árvores. Fez do Protego seu melhor amigo e não atacou nenhuma vez. Uma hora Régulo cansaria e desistiria.

O tempo passou e a brincadeira continuou. Régulo, nem por um momento, recuou. Tiago já estava ficando com raiva. O duelo deveria ser rápido e não aquela dança estúpida entre duas crianças. Marlene apenas seguia os dois, torcendo para que ninguém se machucasse. Narcisa nem ao menos saiu do lugar. A atitude de Régulo deveria fazer parte de algum plano dela para ganhar o duelo, Tiago tinha certeza. Sirius começava a pensar o mesmo.

— Acaba logo com ele! — gritou Tiago, se impacientando. — Um feitiço certeiro, só um.

Sirius assentiu. Estava na hora de tudo terminar. Começou a se levantar. O coração dava ribombadas. Sua cabeça latejava, como se um órgão bombeasse algo de lá. A visão ficou anuviada e a única coisa que enxergava era Régulo proferindo feitiços e mais feitiços e errando todos eles. De repente, passou a ouvir apenas a voz do irmão também. Tudo desaparecera. Nem Tiago com seus gritos de apoio, ou Narcisa com seu sorriso de escarnio, nem mesmo Marlene e seu apoio incondicional. Agora, era apenas ele e o irmão. Só existiam os dois no mundo.

Ficou de pé completamente. Limpou o rosto e levantou a varinha. Viu Régulo estacar, do nada, ao vê-lo pronto para dar um fim naquilo. Não parecia contar com aquilo. Sirius sorriu. Estava sujo e suado, mas pelo menos estava estranhamente calmo, pela primeira vez naquela noite. Era uma sensação boa. Um sentimento de vitória que tomava conta dele.

Entretanto, aquela intuição do seu âmago não durou muito. Foi só o tempo de Régulo se recuperar do choque e olhar de maneira feroz para ele. Sirius nunca tinha visto o irmão com tanta raiva. Seus olhos chegavam a brilhar e ele parecia ter a noção de aquele seria seu último golpe no duelo. Régulo levantou a varinha e gritou, com fúria na voz:

— Estupefaça!

Sirius nem teve tempo de se proteger. Apenas segurou a varinha junto ao peito e voou para trás. Segundos depois, sentiu o impacto de suas costas com o chão. Não estava apagado. E por pura ineficiência de Régulo, que não sabia realizar o encantamento.

— Incarcerous — sussurrou Sirius, apontando a varinha para Régulo com certa dificuldade.

Régulo Black se viu preso ao chão, sem conseguir mover nenhum membro do corpo. Arregalou os olhos, com medo. Narcisa fez o mesmo. O jogo estava virando e Sirius tivera coragem de atacar o irmão.

— Expelliarmus — Sirius sussurrou novamente, com muita dificuldade.

A varinha de Régulo voou longe e foi parar por entre as árvores da Floresta Proibida. Marlene então acendeu sua varinha com uma pequena luz branca e apontou para Sirius. Ele era o grande vencedor. Tiago começou a pular e abraçou Marlene. Sirius apenas respirou aliviado. Tudo estava acabado. Arranjou forças de algum lugar secreto e foi até os amigos comemorar também. Estavam se abraçando e pulando quando ouviram um barulho horrível. Viraram para trás e deram de cara com Narcisa.

— Bombardia! Bombardia! Bombardia! — gritava a Sonserina. A cada grito, uma nova explosão.

Tiago e Marlene começaram a jogar azarações nela, que sabia se defender muito bem e desviava de todas.

— Já acabou, Cissa. Acabou! — Marlene gritou por sobre o barulho das explosões.

— Não. Nada acaba até eu dizer que está acabado.

Ela continuou a gritar Bombardia Floresta Proibida adentro. O barulho era cada vez maior e os meninos estavam com medo de que Hagrid pudesse acordar e vir ver o que estava acontecendo. Ou pior, a professora Minerva encontra-los ali.

— Tire Régulo daqui que eu e Marlene paramos sua prima louca — disse Tiago para Sirius.

Black assentiu e desfez o feitiço que tinha jogado no irmão. Não deixou Régulo dizer nada, nem começar a protestar. Apenas o puxou para trás de uma árvore e pediu para que ficasse ali. Já ia voltando para ajudar os amigos quando ouviu um barulho estranho. Era um uivo. Parou onde estava. Era o mesmo uivo que ouvira no ano anterior quando tentavam descobrir o segredo de Remo. Olhou para Tiago, que duelava com Narcisa. Potter balançou a cabeça em sinal afirmativo.

— O lobisomem está perto — murmurou Narcisa.

— Temos que sair daqui — disse Marlene em tom urgente e, antes que pudesse dar um passo, Tiago a puxou pelo braço e correu rumo ao castelo.

Os outros seguiram Tiago sem pensar duas vezes. Correram o mais rápido que podiam, ouvindo o uivo do lobisomem ficar cada vez mais perto.


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Notas finais do capítulo

OK, só me digam o que acharam porque tem séculos que não sei o que é postar capítulo novo. Por favorzinhoooooo ou eu posso, sei lá, colocar isso aqui em hiatus de novo... Uma possibilidade hehhehe ~lê risada maléfica

P.s.: tava brincando sobre o hiatus, mas falei sério sobre os comentários. Quero saber a opinião de vocês. Quero mesmo!



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