Os Marotos - A Criação do Mapa escrita por Bianca Vivas


Capítulo 15
A Derrota


Notas iniciais do capítulo

Okay, eu sei que sou uma pessoa incapaz de cumprir promessas. Principalmente as que faço a mim mesma. Principalmente a de que não vou mais atrasar. Só que além de eu ter passado mal no ano novo (dia que eu ia postar o capítulo), ele estava ficando muito grande. Oito mil palavras. Foi esse o tamanho dele. Por isso eu dividi em duas partes, e a maior parte ficou para esse capítulo. Eu sinto muito por isso gente, mas foi necessário.
Bem, agora vamos ao que interessa (e não, ainda não é o capítulo). Eu tinha programado um textinhobásico para vcs, de agradecimento. E, só porque não é mais ano novo, não significa que eu não deva agradecer, não é mesmo?
Ah, antes que eu me esqueça, adaptei o texto para o dia de hoje.
"Bem, mais um ano se passou em que eu estive na companhia de vocês. O que eu posso dizer dele? Apenas que foi maravilhoso. Foi maravilhoso ter vocês aqui a cada semana, mesmo quando eu atrasava muito tempo para postar, me dizendo o que achavam dos capítulos. Foi maravilhoso saber que eu estava deixando o dia de vocês um pouquinho mais divertido. Cada review foi respondido com muito amor, cada favorito e cada uma das três recomendações (uma delas na primeira temporada) foi um presente imenso que eu recebi pulando pela casa, com lágrimas nos olhos. Desde que comecei a escrever essas Fanfic, vocês me deixam mais feliz a cada dia. Por isso, eu tenho que agradecer. Agradecer a todos vocês que fizeram desses anos tão especiais. Por lerem, comentarem, favoritarem, recomendarem, aguentarem meus atrasos, conversarem por MP ou no facebook comigo, indicarem em grupos do facebook, terem se tornados amigos que quero levar para a vida toda... Enfim, por terem mudado a minha vida 💜 E obrigada aos que nunca se pronunciaram também, por lerem sempre.
Amo vocês 💜 Todos vocês 💜
Agora, vamos ao que interessa: O CAPÍTULO!
P.s.: Eu queria muito citar todos os nomes, mas estou sem computador, e fica complicado ver o nome de todo mundo assim.



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Minerva McGonagall não admitia, em hipótese alguma, que seus alunos a desrespeitassem ou fossem de encontro a suas ordens. Quando isso acontecia, seus castigos eram muito severos. Não era de se admirar, então, que os alunos que saiam de sua sala naquele momento estivessem tão abalados. As pernas de Pedro ainda tremiam e os rostos do Sr. Lupin e da Srt.ª Le Fae não podiam estar mais pálidos. Apenas Marlene, Tiago e Sirius ainda tinham o olhar selvagem de sempre. Porque quase nada podia afetar estes três.

Contudo, não se pode negar que o olhar de Tiago tinham muita influência da raiva que sentia. De todos os seis, ele fora o mais punido. Todos eles receberam apenas detenções leves — durariam um mês, é verdade, mas ajudar Hagrid nos afazeres de guarda-caça do colégio era fichinha perto do que ele iria enfrentar.

Voltaram silenciosos, entretanto, para a Sala Precisa. O local estava deserto e os eficientes elfos domésticos de Hogwarts já trabalhavam limpando a bagunça da festa ilegal. Um deles — o que serviu os meninos na noite do primeiro dia de aula — acenou para o grupo, num súbito ataque de coragem. O grupo deu um “alô” desanimado e foi direto para o dormitório, não havia mais nada para fazerem naquela noite.

No dia seguinte pela manhã, Tiago foi o primeiro aluno da Grifinória a sair dos dormitórios. Não tinha mais paciência para dormir. Ainda estava chateado com o castigo que a Minerva lhe dera. Achava-o muito injusto. Sentou numa poltrona transtornado, e ficou resmungando coisas sem sentido. Até que percebeu que algo lhe observava.

Tinha grandes e brilhantes olhos negros, pele cinzenta e vestia uma espécie de avental muito sujo. A criatura possuía orelhas pontudas e sorria bastante.

— Olá — disse, com sua vozinha fina, e Tiago caiu da poltrona em que estava, assustado.

— O-olá. — Estava em choque, e apenas depois de muitos minutos percebeu que a criatura era um elfo doméstico. Não apenas qualquer elfo, mas aquele que o cumprimentara na noite anterior.

— O senhor é o senhor Tiago Potter?

— Sou — respondeu Tiago, levantando-se do chão — O que você quer?

— Eu sou Zinkys senhor, e eu vi o senhor Tiago Potter entrando na Sala Precisa. Como o senhor Tiago Potter conseguiu entrar na Sala Precisa?

Tiago franziu o cenho ao ouvir o que o tal elfo falava. Ele nunca tinha ouvido falar de nenhuma Sala Precisa, quem dirá conseguir entrar em uma! Mas, só se... Rá!

— O que você disse? Sala Precisa, é isso?

— Sim, senhor Tiago Potter — o elfo respondeu, animado por conversar com um bruxo — Aquela sala mágica que não tem porta, mas que aparece quando você quer que ela apareça. Zinkys nunca viu ninguém entrar nela, mas o senhor Tiago Potter entrou!

Então é esse o nome daquele lugar, pensou Tiago sorrindo.

— Obrigada Zinkys — Tiago gritou pro elfo, deixando-o com um sorriso ainda maior no rosto pequeno.

Tiago subiu as escadas do dormitório correndo, pulando a maior parte dos degraus para chegar mais rápido. Assim que entrou no quarto, tirou logo as cobertas de cima de Remo, Sirius e Pedro. Balançou os três, mas nada os fazia acordar.

— Vocês me deixam sem opção — Tiago constatou, pegando a varinha, apontando para Sirius e gritando — Aguamenti!

— Ai! — Sirius berrou, saindo correndo de cima da cama e, de quebra, acordando os outros dois.

— Pelas barbas de Merlin, Sirius, não são nem sete da manhã ainda — Pedro disse, abrindo os olhos.

— Pelas barbas de Merlin digo eu! Olha o que Tiago fez comigo! — O menino apontou para o próprio corpo, correndo para o banheiro para se secar. Remo apenas revirou os olhos com o estardalhaço que os amigos faziam.

Quando Sirius voltou do banheiro, já seco e vestido com o uniforme completo, Tiago anunciou que tinha um comunicado para fazer.

— Então quer dizer que você me molhou para fazer um comunicado?! — perguntou exaltado.

— Ei! — Tiago protestou — é algo importante.

— Fala logo Tiago, daqui a pouco a gente tem que descer.

– Tudo bem, tudo bem — ele tomou fôlego, até começar a fazer seu anuncio — É sobre a sala mágica que a gente descobriu.

— Êpa! Só falamos sobre isso no sábado e...

— O nome dela é Sala Precisa — Tiago atirou, antes que Remo terminasse de falar.

— Espera, como descobriu isso?

— Só falamos sobre isso no sábado, Pedrinho — disse Tiago, saindo do dormitório e indo até o Grande Salão comer algo.

Pedro ficou irritado. Tiago fazia mistério, e depois escondia tudo. Não foi o único. Sirius não falou com o amigo durante todo o café da manhã. Bufava de raiva num canto, enquanto Alice, Lílian e Marlene tentavam arrancar o que o chateava tanto.

Mais tarde, logo após a primeira aula do dia, Marlene que não aguentava mais o mau humor de Black, deu um chilique dizendo que não aturaria aquele comportamento. Ela teve o apoio de Lilian e das outras meninas da Grifinória. Então Sirius apelou para Frank Longbottom e sua turma. Ficou assim até a hora do almoço, quando Tiago decidiu sentar entre Frank e Alice, de frente para Sirius. Quando se deu conta, sua raiva por Tiago tinha passado — raiva essa que Tiago nem percebeu que existia.

Lá pelas três da tarde, todos os alunos pararam de fazer o que estavam fazendo e se dirigiram ao Grande Salão. Estavam todos muito ansioso para aquela primeira aula. Pairava um clima de excitação no ar. Ninguém sabia muito bem o que esperar. Aquilo nunca existira em Hogwarts antes. Era uma novidade e tanto!

Os alunos passavam cochichando pelos corredores. As meninas, as mais corajosas, repetiam vários feitiços em voz alta. Outras, apenas queriam ver quem iria ganhar. Mais da metade da turma da Sonserina lançava olhares hostis a Sirius, por conta do desafio lançado. Os alunos da Corvinal, que ficaram sabendo do torneio, faziam questão de mostrar o quanto entendiam de magia, falando em voz alta todos os seus conhecimentos. Já lufanos e grifinórios davam um imenso apoio ao Black. Mas, é claro, existiam aqueles que ficaram sabendo do desafio e não estavam nada felizes com isso.

Lilian era a que mais se mostrava contra, porque sabia que Severo e seus amigos da Grifinória estavam em lados completamente opostos, e isso a dividia. Dorca Meadows, uma de suas amigas, apoiava-a veementemente, e vivia repetindo para Severo que ele deveria parar de se meter nessas encrencas, sempre que via o garoto. Snape nunca deu atenção à ela.

Os monitores das casas, que ficaram sabendo do evento, também não estavam nada felizes. Eles não denunciaram Sirius nem as pessoas da Sonserina envolvidas, ou qualquer outro aluno, mas olhavam feio para qualquer um que cochichasse sobre isso nos corredores.

Os professores não desconfiavam de nada, achavam que toda aquela atmosfera de excitação era por conta de um evento nunca antes realizado. Mas Dumbledore com certeza notou algo de estranho, já que lançava olhares sugestivos para os Marotos e para Régulo e Severo, especificamente, no discurso que deu antes de iniciar a aula:

— O Clube de Duelos foi criado a pedido da Professora McGonagall e do Professor Flitwick. Sem querer desmerecer o trabalho do nosso excelente professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — o diretor apontou para o professor, que acenou com a cabeça — mas tememos os dias vindouros, que podem ser bem obscuros, e vocês precisam aprender a se defender de uma maneira que aulas normais não ensinam. Precisam aprender na prática, em duelos. E os nossos professores de Feitiços e Transfiguração perceberam isso e me fizeram esse pedido especial, ao qual eu não pude negar.

"Quero deixar claro, entretanto, que tudo o que é ensinado a vocês nessas aulas, não deve ser usado para atacar o outro. A defesa só existe quando existe uma verdadeira batalha, e Hogwarts não é um lugar para batalhas. Então, eu já adianto que qualquer aluno que fizer uso dos conhecimentos aqui passados para machucar, atacar ou praticar qualquer forma de violência contra outro aluno, professor, funcionário ou qualquer ser que viva em Hogwarts ou nas suas imediações será severamente punido.

Um bom bruxo e, principalmente, um bom bruxo nas defesas contra as artes das trevas, nunca procura por uma briga. Ele combate as trevas. Duelos agressivos fora e dentro dessa aula são terminantemente proibidos. E, caso você esteja aqui para aprender feitiços ou maldições imperdoáveis com o objetivo de usá-las para resolver qualquer tipo de rixa, peço que se retire. Não queremos criar bruxos das trevas ou um exército, essas aulas apenas ensinarão vocês a se defenderem.

Espero que tenham entendido e que aprendam muito. Tenho certeza de que é o que vocês todos mais gostam de fazer na vida. Afinal, o que pode ser melhor que estudar e aprender? "

Dumbledore deu um sorrisinho e mais um olhar aos seis alunos e voltou a falar:

— Agora acho melhor irmos logo a nossa aula.

E com um bater de palmas, as quatro grandes mesas das casas desapareceram. No lugar delas, apareceu uma grande passarela, que cortava o Grande Salão ao meio. As bandeiras das casas apareceram penduradas e os alunos logo se agruparam embaixo de seus brasões.

— Agora vou deixar essa aula a cargo de nossos professores — disse Dumbledore, dirigindo-se para a saída.

Quando o diretor saiu, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, a professora Minerva e o professor Flitwick subiram na passarela. Estavam lado a lado, varinhas postas. O primeiro foi o professor de defesa:

— Nessa primeira fase, vocês só aprenderão feitiços para desarmar. Nenhum feitiço hostil deverá ser utilizado. — ele parou, caminhou um pouco pela passarela e depois voltou a falar: — Precisamos de dois voluntários.

Sirius logo levantou a mão. Não iria hesitar. O professor ajudou-o a subir na passarela. Mas ainda faltava uma pessoa. E ninguém mais queria se voluntariar. Nem Tiago, que adorava ser o centro das atenções.

— Ninguém mais? — o professor repetiu a mesma pergunta antes de tornar anunciar: — Pois bem, então eu vou escolher o adversário. Alguém de sua série, Sirius, para ser justo. Hum... Que tal a srta. McKinnon?

— Er... A srta. McKinnon não está participando do clube, por infringir regras da escola — disse Flitwick — Melhor escolher outra pessoa.

O professor assentiu e olhou em volta. Observava cada aluno. Passou o olhar por Tiago sem dar -lhe muita atenção, o que o deixou muito chatiado e emburrado. Deu uma boa olhada em alguns alunos da Corvinal e então parou encarando Lilian — a única grifinória em meio a sonserinos. Já ia dizer o nome da garota, quando Severo Snape levantou o braço.

— Eu quero ser um voluntário — e foi logo subindo no palanque, sem a ajuda de nenhum professor.

Os dois alunos foram colocados, cada um, num canto da passarela. O professor de defesa explicou as regras. Os dois deveriam se curvar diante do outro antes de começar o duelo. Minerva seria uma espécie de juíza, que não deixaria que os alunos se ferissem ou ferissem outra pessoa. Enquanto isso, o professor de defesa e Flitwick ajudariam Sirius e Severo a ganhar o duelo, lhes ensinando feitiços. Como só poderiam ser lançados feitiços para desarmar, quem permanecesse com a varinha por mais tempo ganharia.

Sirius e Severo se encararam por um longo tempo. Feições fechadas e cheias de determinação. Os dois queriam ganhar. Era importante para ambos mostrar o que podiam fazer. Eles caminharam até o meio da passarela e então fizeram uma reverência. Logo depois voltaram para o lugar de origem. Ficaram em posição de combate. Sirius estava pronto para fazer o feitiço que aprendera antes de todos da sua classe, mas Severo disse antes dele.

— Expelliarmus!

A varinha de Sirius voou longe e ele foi atirado pada trás. O menino olhava para si e para própria mão. Não acreditava que havia sido desarmado tão facilmente. Enquanto ainda olhava descrente para a varinha jogada ao chão, o professo de DCAT levantava o braço de Severo, anunciando o vencedor. Mas Sirius não iria permitir isso. Aquele seboso não ganharia dele. Não mesmo. Ainda duelariam outras vezes depois, e ele ganharia.

A professora Minerva pegou a varinha dele e o ajudou a se levantar. Ela sussurrou palavras de consolo, enquanto a casa da Sonserina irrompia em gritos e vivas. Sirius estava se irritando com aquela euforia e ainda mais com o sorriso triunfante que estava no rosto de Severo Snape. Então, no ápice da raiva, gritou o primeiro feitiço que lhe veio a cabeça:

— Wingardium Leviosa! — Então Severo Snape se viu indo em direção ao teto do Grande Salão e, se não fosse Minerva, ele teria batido a cabeça lá e despencado no chão.

A euforia da Sonserina deu lugar a animação da Grifinória. Eles haviam detestado que o menino da Sonserina ganhasse do Sirius. Agora se sentiam vingados. Mas os professores, em compensação, não estavam nada felizes com a atitude de Sirius. A mais irritada era a McGonagall. Por isso, quando ela olhou para ele, com os lábios comprimidos e tremendo, Sirius já sabia que deveria ir para a sala dela. Black apenas desceu da passarela e se dirigiu para fora do Grande Salão, com todos os olhos em suas costas.

Remo, que estava no fundo do Grande Salão, ao lado de Frank e Alice, fechou os olhos. Sirius era sempre imprudente, mas já estava passando do limite. Mas não adiantaria dar uma bronca nele naquele momento. Ele não ouviria mesmo. Por isso correu até a frente da passarela, onde sabia que Tiago e Pedro estariam.

— Podemos ir lá fora um instante? — perguntou para os dois amigos quando, finalmente, conseguiu chegar até eles.

Tiago olhou espantado para Remo, porque a aula ainda continuaria, mas dessa vez com os alunos mais velhos. E, normalmente, Remo era igual a Lilian: não matava aula. Mesmo que fosse uma aula opcional. Lupin apenas deu de ombros e saiu puxando os dois pela manga das vestes.

— Então, o que é tão importante assim para você matar aula? — Tiago perguntou assim que se viram num dos muitos corredores de Hogwarts.

— Olha, eu sei que eu disse que não ia ajudar, mas do jeito que o Sirius sabe duelar, vai ser mais fácil ganhar dele do que achar uma figurinha do Dumbledore num sapo de chocolate.

— Quer dizer que você vai ajudá-lo a se preparar? — Pedro perguntou, sem nem esperar Lupin terminar de explicar — Eu sabia que você ia mudar de ideia!

Lupin assentiu e então continuou:

— O problema é que eu também não sou bom em duelos. Conheço alguns feitiços, mas os únicos que sei usar são aqueles que a gente treinou no ano passado. De resto...

Eles entenderam. Não tinha como ensinar algo que não se sabia. Tinham um problema. Um problema dos grandes. Seria tão mais fácil se tivessem falado com o Dumbledore desde o início... Mas agora não havia mais essa possibilidade. Se o fizessem, ninguém sabia qual seria o castigo que o diretor lhes daria por Sirius ter criado aquele maldito torneio. Teriam que dar um jeito de ensinar a Sirius a duelar sozinhos agora.

— E se pedissemos a Le Fae para nos ajudar? Ela parece legal e nem brigou com o Tiago por causa da festa.

— Não — negou Remo — Ela pode nos ajudar quando tivermos dúvida, mas ela só é una conhecida e...

— O que o Remo quer dizer é que não sabemos se ela é confiável.

Pedro abaixou os ombros desanimado. Ele conhecia pouca gente das séries maiores. E nenhum deles era confiável. Ele queria que Marlene fosse mais velha. Assim ela poderia ajudá-lo. Sirius e Tiago confiavam muito nela. Remo também dizia que Marlene era a menina mais corajosa e leal que ele jamais conhecera. Ah, claro, também tinha a Lilian... Isso! A Lilian! Ela era muito inteligente. Poderia ajudá-los.

Ele expôs sua ideia para os amigos. Remo ficou em silêncio, considerando a proposta. Mas Tiago começou a rir muito. Quase chorou de tanto que ria.

— Até parece que a Lily vai ajudar a gente com isso. Ela está furiosa com isso. Não sei que milagre ainda não veio brigar comigo por causa disso também — ele falou em meio aos risos. As vezes parecia até que Pedro não pensava.

— Se você pedisse, pode ser que não. Mas e se eu falasse com ela? — Remo perguntou, ainda considerando aquela ideia.

Duvidava muito que Lilian soubesse mais de duelos que ele próprio, mas ainda valeria a pena pedir a ajuda dela. Lilian era muito inteligente e o ajudaria com feitiços mais difíceis. Eles dois juntos talvez conseguissem ensinar algo ao Sirius.

— Nem se Merlin pedisse ela ia colaborar — respondeu Tiago, ainda rindo — Lilian é certinha demais para isso.

— Vale a pena tentar — disse Lupin, entrando novamente no Grande Salão. Tiago apenas revirou os olhos quando Remo voltou dizendo: — Você tinha razão. Estamos por nossa conta.

— Eu não queria ter que dizer isso, mas... Eu avisei.

— O que vamos fazer agora? — Pedro perguntou, se encostando na parede.

Eles se entreolharam em silêncio. Estariam todos perdidos se Sirius não se desse bem naqueles duelos idiotas. Agora estavam de volta a estaca zero.

— O que nos resta fazer. Avisar ao Sirius que iremos ajudá-lo e estudar. Estudar muito.

Pedro e Tiago concordaram. Foram então para o salão comunal da Grifinória, onde encontraram Marlene adiantando um trabalho de Poções. Como não tinham nada para fazer, também adiantaram os próprios trabalhos. Não foi difícil de fazer, já que Marlene e Remo — que já havia feito boa tarde do seu — deixaram que ele copiassem trechos de seus trabalhos. Mesmo assim, Tiago e Pedro não terminaram o deles. Ficaram batendo papo, enquanto esperavam Sirius chegar.

O menino Black veio com a notícia de que Minerva ficara furiosa. Disse que a professora esbravejara que sua atitude era motivo para uma expulsão. Afinal, onde já se vira atacar um aluno, ainda mais na frente dos professores? Ela quase o mandou para Dumbledore, mas desistiu quando Sirius disse que ela podia simplesmente lhe dar detenções. Minerva concordou com ele e lhe aplicou a pior detenção de todas: ajudaria Filch a limpar o banheiro da Murta-que-Geme na próxima terça-feira. Definitivamente esse era o pior castigo de todos os castigos que Sirius já enfrentara.

Os colegas se solidarizaram tendo ataque de risos pela desgraça dele. Só depois de rirem muito, deram a Sirius a boa nova, que nem ao menos ficou surpreso. Segundo ele, sempre soubera que Lupin mudaria de ideia. Até sugeriu que perdeu para Snape de proposito. Mas era meio óbvio que Severo era melhor em duelos que todos eles juntos, então a tentativa de Sirius foi falha.

Passaram boa parte do final de semana e do início da semana seguinte atarefados demais. Ora com as atividades da escola que começavam a surgir, ora com as próprias pesquisas extracurriculares. Algumas aulas, inclusive, estava ajudando com as pesquisas sobre animagia, como as aulas de transfiguração. Estavam começando a fazer magia com seres vivos. Ainda eram insetos, mas isso lhes traria conhecimento e prática. As aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas também ajudavam no quesito duelo. Estudavam os Diabretes da Cornualha, serezinhos muito sapecas, e os feitiços que usavam contra eles poderiam ser muito bem adaptados a um duelo.

Ensinar alguma coisa a Sirius estava sendo difícil. Não que Sirius fosse um aluno ruim. Mas porque eles próprios não conheciam muitos feitiços. Por isso, quando não estavam na biblioteca, estudando, estavam na Sala Precisa, treinando. Estavam começando com feitiços simples, não os de defesa, apenas feitiços que poderiam ser úteis. Antes de aprenderem novos feitiços, entretanto, estavam revisando os que já sabiam. Estavam aprendendo a usá-los de diferentes formas. Fora ideia de Tiago. Segundo ele, um bom bruxo deveria saber usar um único feitiço para várias situações diferentes — a frase não era dele, pertencia a um bruxo famoso, mas Tiago finjia que ele próprio a havia criado. Além disso, precisavam aprender a criar o mapa. Decicidiram que após a primeira noite de Lua Cheia, começariam a mapear Hogwarts. Para isso, estavam lendo Hogwarts: Uma História, em busca de passagens secretas. E também pesquisavam feitiços cartográficos, porque seria muito complicado fazer um mapa a mão do castelo. Seria loucura até, devido ao tamanho do lugar.

Quando a Lua Cheia chegou, a escola estava carregada com uma atmosfera de tensão e expectativa. Todos estavam esperando a noite chegar. Não viam a hora de ver quem seria o corajoso aluno que capturaria o lobisomem. Não haviam dúvidas de que capturariam o lobisomem. Ninguém, além dos colegas grifinórios, colocava mais fé em Sirius depois daquela prévia de duelo com Severo Snape. Ele fora derrotado de maneira tão rápida e fácil, que era impossível acreditar que ele conseguiria sair acordado de um duelo verdadeiro — na verdade, nem aquele seria um duelo de verdade. Ninguém morreria; o duelo acabaria quando um dos bruxos fosse desarmado.

Sirius também estava nervoso. Ainda não sabia quem seria seu oponente e, depois daqueles dias de treino, precisava ganhar. Não sabia se conseguiria, porque poderia ser um aluno mais velho e experiente, mas tinha de ser confiante. Agora não poderia voltar atrás. Tiago e Pedro tentavam animá-lo, ajudando-o a se lembrar dos feitiços. Quanto a Remo, ele tinha seus próprios motivos para estar preocupado. A transformação sempre era dolorosa. Ele odiava aqueles momentos. E quando eles estavam chegando, preferia ficar sozinho, com os próprios pensamentos.

— Ei, você vai se sair bem — disse Marlene, chegando por trás dele e depositando um beijo em sua bochecha — A Grifinória está com você.

— Obrigado. — Sirius foi de pálido a vermelho quando recebeu o beijo de Marlene.

— Isso aí, cara. Estamos juntos. — Frank Longbottom deu um soquinho no braço dele.

— E com um padrinho como eu, não tem como você perder — acrescentou Tiago e todos concordaram, exceto Lilian que o olhou de cara feia e saiu da mesa. — Qual o problema dela? — Tiago perguntou, revirando os olhos ao se referir a Lilian.

A conversa pareceu animar Sirius, que chegou a comer mais. Mas Remo continuava preocupado. Tanto que assim que acabou de comer foi para a sala de aula. Alice, que se tornara uma amiga, o seguiu. Para não ser mal educado, ele conversou com ela no caminho.

Quando Tiago, Sirius e Pedro estavam saindo do Grande Salão, Narcisa deu um esbarrão neles. Olhou para os meninos com uma expressão superior, sorrindo sinicamente.

— Boa sorte hoje a noite, priminho — ela disse, com sua voz irritante — Você vai precisar.

Sirius quis avançar para ela com a varinha, mas Pedro tratou logo de impedir. Sirius não podia se meter em encrencas e, se dependesse de Tiago, era isso o que iria acontecer, já que Potter também estava louco para brigar com Narcisa.

Durante todo aquele dia, Narcisa e outros alunos da Sonserina lançavam olhares debochados para os marotos. Mas a cada ironia dita pelos inimigos, haviam muitas palavras amigas vindas dos aliados. E, ao fim do dia, estavam todos tão ansiosos e agitados que, no meio da aula de História da Magia, o Professot Binns levantou os olhos e perguntou:

— O que deu em vocês hoje? — Os alunos do segundo ano ficaram tão espantados que quase se esqueçeram do duelo. Quase, porque os sonserinos não deixavam que ninguém se esquecesse que esse seria o dia em que Sirius Black seria vergonhosamente derrotado, segundo eles.

Quando a noite finalmente chegou em Hogwarts e a euforia no Grande Salão já excedera os limites. Os alunos da Grifinória mal tocavam na comida. A cada minuto vinha alguém com um feitiço milagroso de última hora, que faria Sirius ganhar a batalha em poucos segundos. A mesa da Sonserina sempre olhava de esguelha para os grifinórios. Todos com sorrisos triunfantes nos lábios. As poucas pessoas que não concordavam realmente com aquilo, já haviam se retirado. Remo Lupin incluso. Ele nem aparecera, aliás, para o jantar. Comera na cozinha dos elfos. Dissera para todos que não queria ver no que aquilo daria, por isso iria dormir. Ninguém desconfiaria de que ele era o lobisomem, já que todos da Grifinória o viram subir para os dormitórios assim que a última aula acabou.

O clima no salão comunal da Grifinória quando o jantar acabou era de preparativos. Pedro e Tiago revisavam com Sirius os últimos feitiços. Lilian, contra a vontade e a pedido de Sirius, não deixava ninguém ir para o dormitório masculino. Ela inventou um campeonato de Snap explosivo, para prender todos na sala. Assim, não descobririam que Lupin era um lobisomem. Marlene revisava os planos com os alunos mais velhos, para que nenhum professor descobrisse a respeito do duelo que Sirius travaria mais tarde, naquela mesma noite.

— Já sabe quem será seu adversário? — Marlene perguntou a Sirius assim que se aproximou dele.

— Não — ele respondeu — E isso está me deixando preocupado.

— O grande Sirius Black não pode ficar preocupado. — Pedro deu um tapinha nas costas dele — Você tem que ficar confiante.

— Seja quem for, você irá vencê-lo. — Marlene o abraçou e voltou aos seus afazeres.

Por volta das dez horas, Tiago decidiu que já estava na hora de começar o duelo e falou com Sirius. Black concordou e eles chamaram Marlene. Ela iria chamar o pessoal da Sonserina até a orla da Floresta Proibida, onde os grupos se encontrariam.

Tiago subiu sorrateiro e colocou a Capa da Invisibilidade no bolso. Quando voltou, ele, Sirius e Marlene se despediram de Pedro e atravessaram o quadro da Mulher Gorda. Os três estavam nervosos. Mas não se deixariam abater. Com votos de boa sorte, Marlene seguiu para as masmorras e Sirius e Tiago foram em direção a saída do castelo. Assim que se viram distantes o suficiente de Marlene, eles vestiram a Capa da Invisibilidade.

Caminharam silenciosamente pelos corredores, com as varinhas acesas e as próprias respirações a fazer-lhes companhia. Os corredores estavam escuros e os quadros dormiam, como se não soubessem o que aconteceria naquela noite. Tiago e Sirius refaziam, na calada da noite, o caminho pelo qual Remo Lupin caminhara durante todas as noites de Lua Cheia desde que chegara a Hogwarts. Era a segunda vez que percorriam aquele caminho em busca de aventura. Quantas vezes mais precisariam fazê-lo até que fosse seguro se ter um aluno lobisomem?

Quando chegaram a orla, trataram de desviar do Salgueiro Lutador. Tiraram a Capa da Invisibilidade e Tiago a guardou novamente no bolso. Sirius e Tiago se esconderam na sombra das árvores e esperaram as primeiras luzes de varinha aparecerem.

Eram três pessoas. Uma delas eles já sabiam se tratar de Marlene. Mas as outras duas, não faziam ideia de quem eram. Até se aproximarem. Uma das figuras era pálida e magra. Longos cabelos loiros caíam nas costas, balançando com a brisa da noite. Pelas vestes, dava para ver que se tratava de uma mulher. Ela andava confiante, tendo certeza de que seu time levaria a melhor. Já a outra sombra era baixa. O cabelo estava desgrenhado e não precisava ser um gênio para saber que era um garoto. O jeito que tremia ao andar, com medo do que aconteceria, o denunciava. Ao se aproximarem mais, Sirius e Tiago viram, sem muita surpresa, que a mulher era Narcisa Black. Mas a visão do garoto quase fez os dois marotos desistirem do duelo.

Parado, com a varinha acesa bem na frente do próprio rosto, com um medo óbvio, estava Régulo Black. O irmão mais novo de Sirius.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e me desculpem por esse capítulo gigante. Espero que não tenha sido tão cansativo assim hihi
Ah, por favor, me digam o que acharam. Por favor,e digam o que acharam e o que acham que irá acontecer.



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