Os Marotos - A Criação do Mapa escrita por Bianca Vivas


Capítulo 14
Os Planos do Potter


Notas iniciais do capítulo

Hey gente o/ Como estão? Eu sei, eu sei... Vocês devem estar se perguntando se estou louca e tudo o mais por postar o capítulo antes da hora, mas é que aconteceram alguns imprevistos.
Basicamente, eu vou viajar amanhã de manhã, antes mesmo do sol nascer. Vou passar a semana seguinte toda fora e daí, se eu deixasse pra postar depois, ia acabar atrasando tudo (eu sei que tem a opção de programar postagens, mas eu não gosto muito disso não, acho que perde a mágica dessas notas aqui rsrs). Enfim, eu terminei esse capítulo agora, literalmente, e já estou postando. Como está muito tarde e eu estou muito exausta, é bem provável que eu tenha deixado passar algum errinho de digitação ou concordância. Então, por favor, se você está lendo isso aqui antes do dia 12 de dezembro, me avise, para que eu possa consertar.
Ah, antes que eu me esqueça, vou dedicar esse capítulo quase parido para todas as lindas pessoinhas que já favoritaram, estão acompanhando e comentando a fic e (porque não?) aos fantasminhas de plantão também, já que eu me esforço tanto para vocês falarem haha.
Então pessoal, espero que gostem desse capítulo grandinho, se comparado aos outros.
P.s.: dia 12 é o dia que eu volto de viagem, portanto, após esse dia esse capítulo já terá tido uma revisão minuciosa.



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Depois de esperar por alguns minutos, Tiago decidiu sair da sala mágica e misteriosa que lhe servia de esconderijo. Não poderia mais se demorar ali, ou a professora Minerva e Snape chegariam antes dele à biblioteca. Aliás, era pra eles já estarem lá. Por sorte, Marley deveria estar atrasando-os. Confiava nela. Ela não falharia com ele. Nunca falhava.

Potter abriu a porta da salinha mágica bem devagar. Teve todo o cuidado de olhar para os lados, para ter certeza de que ninguém o veria sair dali. Quando viu que ninguém passava pelo corredor, saiu de lá. Parou apenas para ver a porta da sala se encolher, até desaparecer. Então, pôs-se a correr desabalado pelo castelo. Derrubava alguns alunos pelo caminho, que nem percebiam quem ou o quê os tinha atingido. Corria contra o tempo. Pela sua própria vida. Porque a professora McGonagall o mataria se descobrisse que ele burlara a detenção. Ela nem ao menos ia se importar com o fato dele voar bem e ser uma das futuras melhores apostas da Grifinória esse ano, para o time de quadribol.

Ele virou em um corredor, o último antes da biblioteca, e estacou. Marlene estava de costas, gesticulando desesperada. A sua frente, estava a professora de transfiguração. E, ao lado dela, com um sorriso irritante e arrogante de quem havia ganhado na loteria bruxa, se encontrava Severo Snape. O Ranhoso.

— Eu te disse, professora. Potter estava naquele teste de quadribol. Eu vi com os meus próprios olhos — ele falou, se deliciando ao fazer essa observação.

— Se ele estava lá, como a professora não o viu, hein? — Marley perguntou, desesperada. Rezava para a professora ouvir o argumento dela.

— Realmente, Sr. Snape, o Potter não estava no campo e todos confirmaram que ele não apareceu por lá hoje — Minerva disse, e então olhou profundamente para Severo — Como explica isso, Severo? Porque, para mim, parece mais uma birra de garotos de casas rivais.

O sorriso de Snape se desfez na hora. As feições dele ficaram azedas, e Tiago teve vontade de rir ao vê-la. Mas se segurou para não denunciar a sua presença. Marlene também sorriu vitoriosa, ao ver a derrota do colega sonserino.

— Eu não sei — disse o Ranhoso, tentado se recompor — Provavelmente essa daí e todos aqueles fãs dele devem ter mentido. Só pra proteger o Potter.

Marlene só sentia raiva daquele protótipo de invejoso dedo-duro. Enquanto Snape esperava que Minerva aceitasse o que dissera. Mas a professora o olhou com um misto de pena e severidade. Franziu os lábios de seu jeito típico, antes de começar:

— Sabe o que eu acho, Sr. Snape? — ela perguntou, sem esperar resposta — Que o senhor e o senhor Potter tem alguma espécie de rixa. E eu quero que fique bem claro isso aqui: não vou compactuar com esse tipo de coisa. Então, se por acaso o senhor fizer o Potter dizer que estava naquele campo de quadribol hoje, eu posso puni-lo. Caso contrário, se continuar insistindo nessa história, é você quem irá para a detenção.

— M-mas... M-m-mas... — ele gaguejava, vermelho de raiva. Marlene sorria satisfeita.

Então Tiago achou que era hora de acabar com aquilo tudo. Até porque, o trio caminhava para o lado em que ele estava, e se fosse pego ali, Minerva acreditaria no Ranhoso sem nem pensar duas vezes. Assumiu uma expressão neutra, como se não estivesse ouvindo aquela conversa até aquele momento.

— Boa tarde, professora — disse — Espero que não tenha atribuído a minha ausência a uma fuga da detenção — então ele piscou para Marlene.

— Senhor Potter — cumprimentou a professora — Espero que esclareça a sua ausência, isso sim, já que os seus colegas não souberam fazer.

— Bem, eu estava no banheiro. — disse Tiago, rezando para os outros três não terem dado nenhuma desculpa esfarrapada.

— Banheiro? — perguntaram a professora e o aluno em uníssono, ao que Tiago assentiu.

— Ele está mentindo! — gritou Severo.

— Não estou não! — Potter gritou de volta.

— Parem! — Minerva falou, por sobre o grito dos meninos — Ou eu levo os dois para a minha sala!

— Mas, professora, se ele estivesse mesmo no banheiro, a Madame Pince teria dito, não acha? — Snape atirou, sem pensar duas vezes.

— Tem razão... — Minerva parecia ceder.

— Er... Não seria melhor perguntarmos a Madame Pince? Talvez ela tenha se confundido... — interrompeu Marlene, tentando aliviar a barra para Tiago.

A professora Minerva concordou, e os quatro voltaram para a biblioteca. McGonagall chamou pela Madame Pince que veio seguida pelos outros três Marotos. Tiago rezava para ela e os meninos confirmarem tudo o que ele dissera a McGonagall. Na pressa de sair da biblioteca, e com a confiança de que o plano seria bem sucedido, se esqueceram de combinar o que diriam caso fossem pegos. E como fariam a Madame Pince compactuar com o plano deles. Restava, então, confiar na sorte.

Por sorte, Tiago fora brindado com a boa ventura. Ou com o pensamento rápido dos amigos. Sirius, sem pensar duas vezes, pediu a Remo para lançar um feitiço de confundir na bibliotecária. Enquanto isso, ele próprio distraia Snape — com insultos e pirraças — e Marlene chamava a atenção da professora Minerva para a quantidade de livros que possuía a biblioteca de Hogwarts.

Por isso, quando foi perguntado a Madame Pince o paradeiro de Tiago, ela confirmou tudo o que o menino dissera. Justificou a falta de conhecimento quando fora interrogada pela primeira vez, afirmando que confundira Potter com um outro garoto qualquer.

— Ah, verdade! — Pedro gritou, dando um tapa na própria testa quando a Madame Pince parou de falar — o Tiago bem me disse que precisava ir ao banheiro e eu acabei esquecendo. Com todos esses livros, a gente bem que fica tonto.

A professora de Transfiguração assentiu. Não gostava de punir Potter e seus amigos, simplesmente porque simpatizava com eles. Fazia-o, quando era necessário, mas não gostava. E detestava quando o castigo tinha que vir graças a alguma denúncia de um aluno da Sonserina. Por mais que pregasse a paz entre as duas casas, ela admitia que sentia certo rancor pelos que vestiam o verde e prata.

As crianças exultaram quando McGonagall disse que o caso estava resolvido, e que era bom cada um voltar a seus afazeres. Exceto Snape, que continuava a insistir que Tiago estava mentindo. E que, por alguma razão desconhecida, todos decidiram protegê-lo. Só parou de resmungar quando Minerva ameaçou colocá-lo para ajudar o Hagrid nos afazeres de guarda-caça pelo resto do ano. Até Severo Snape tinha limites.

No fim da tarde, os meninos já tinham organizado metade da biblioteca. Mas, como a tarefa deles era apenas limpar os livros durante aquele dia, se deram por satisfeitos e começaram a conversar sobre quadribol. Por volta das dezoito horas, Hagrid foi a biblioteca e avisou que a professora pedira para dizer que a detenção acabara.

— Olha, acho bom vocês comerem rápido hoje — ia dizendo Tiago, enquanto caminhavam para o Grande Salão — Tenho algo incrível para mostrar.

— Que é...?

— Ah, Pedrinho, vocês terão que ver. Não é algo que se dê para contar assim — respondeu, passando o braço pelo ombro do amigo.

Sirius teve vontade de fazer Tiago parar com o mistério e contar logo tudo, mas já estavam nas portas do Grande Salão e, se fosse o que ele pensava, ninguém poderia ouvir além deles.

Ao entrarem no cômodo, os Marotos receberam olhares sugestivos e cheios de ódio da mesa da Sonserina. Principalmente da dupla Narcisa e Severo. Mas nem tiveram tempo de revidar, porque Lilian apareceu na frente deles e saiu puxando-os para a mesa da Grifinória. Fez os quatro sentarem próximos a ela, e Tiago ao seu lado. A maior parte dos colegas estranhou a atitude da garota — que tinha um “ódio” velado e conhecido pelo Potter — mas nada disseram perante o olhar intimidador dela.

— Olha aqui Potter, — a menina começou murmurando, mas com o tom bem firme — nunca mais fuja da droga de sua detenção. Porque da próxima vez que você fizer isso, eu mesma conto para a professora McGonagall!

— O que você fez para a garota? — perguntou Remo, observando os dois.

Tiago levantou e abaixou os ombros, querendo dizer que não fazia a menor ideia.

— Apenas me fez ter uma briga horrível com o Sev — Lilian respondeu, olhando feio para Tiago.

— Me sinto honrado em saber que sou mais importante que aquele ranhoso, Evans — Tiago observou, num tom entediado.

Os dois trocaram algumas ofensas e olhares de raiva, antes de voltarem-se para seus pratos. Após o farto jantar, Sirius e Pedro arrastaram Tiago para um corredor vazio. Queriam força-lo a contar logo a novidade. Mas o menino insistiu que precisariam da Capa da Invisibilidade, por pura precaução. Subiram assim ao dormitório e, de posse da Capa, Tiago os levou ao andar da sala mágica que encontrara.

Os quatro pararam de frente a parede vazia que Tiago indicara.

— Não estou vendo nada acontecer — falou Sirius, se irritando.

— Calma, já vai aparecer.

Ficaram alguns minutos ali, parados de frente para a parede vazia. Nada acontecia. Nenhuma porta aparecia. Tiago não entendia o que estava havendo. Não fora assim da primeira vez! Estava demorando tanto, que até Remo já impacientara-se.

— É melhor a gente ir embora — o pequeno lobisomen disse, mas Tiago logo o cortou:

— Não! Vai aparecer! Eu sei que vai! — o menino falou mais alto do que gostaria, e logo diminuiu o tom de voz — Da primeira vez eu só queria um lugar para me esconder e... — parou de falar no meio da frase, acabara de ter uma ideia súbita — Talvez a gente só tenha que desejar que ela apareça.

Sirius revirou os olhos e foi logo falando em voz alta:

— Tá, okay. Eu quero um salão bem grande para treinar pro torneio de duelos.

Tiago ficou pensando na sala que Sirius pedira e, logo depois, uma porta dupla começou a aparecer. No início ela era minúscula, como uma toca de rato. Mas logo foi crescendo, e tomou boa parte da parede. Tiago pôde ouvir os suspiros embasbacados dos amigos ao seu lado e sorriu triunfante. Que ninguém nunca duvidasse de Tiago Potter!

Pedro foi o primeiro a sair da Capa da Invisibilidade e abrir a porta. Os amigos o seguiram para dentro da sala. Olharam surpresos e impressionados. Era um lugar gigante. Tinha grandes espelhos, espadas, armaduras e locais apropriados para treinar batalhas com varinhas. Alguns brasões da Grifinória pairavam aqui e ali. Fotos de alguns bruxos famosos e poderosos. Havia também uma estante repleta de livros de feitiços. Todos eles para serem usados em duelos. Havia também uma lareira no canto da sala, e poltronas para quem quisesse descansar ou assistir aos treinos.

— Mas... — Pedro começou a falar

— ... que diabos é isso? — completou Remo — Eu também não sei. Talvez esteja em algum capítulo de Hogwarts: Uma História que eu ainda não tenha lido. Mas é bem improvável.

— Ah, fala sério! — Sirius começou a correr pela sala, explorando cada canto — Vocês vão mesmo ficar preocupados em saber de onde essa sala veio ou o que ela é? Vamos é começar a treinar, porque eu preciso vencer esse torneio.

Remo fechou os olhos. Fazia força para não bater em Sirius.

— Olha, nem vou falar nada desse maldito torneio, mas com essa sala nossas prioridades mudam.

— Remo tem razão — Tiago concordou, acabando com a alegria do melhor amigo — Precisamos nos focar no mapa e na animagia.

Sirius ficou emburrado, mas Tiago e Pedro garantiram que ajudariam ele a treinar. Quando tivessem um tempo livre, é claro. Remo nada disse. Como havia prometido, não iria se envolver com aquela loucura.

Depois de muita conversa, sentaram cada um numa das poltronas no fim da sala. Remo os reuniu, porque precisavam realmente se focar na criação daquele mapa mágico. Ele ia exigir muito estudo e muita magia. Precisavam ser perfeitos.

— Então está decidido — anunciou Tiago, apontando para si e para Remo — Eu e o lobisomem aqui vamos atrás de livros que possam nos ajudar com essa coisa de animagia e com a história do mapa, enquanto — apontou para Pedro e Sirius — vocês dois vão atrás de informações sobre esse lugar.

— E não se esqueçam, todo sábado à noite a gente se reúne aqui para trocar informações — Sirius lembrou — Não podemos falar sobre isso em nenhum outro lugar, para ninguém descobrir o que estamos fazendo.

— E a prioridade sempre será o Mapa — Remo acrescentou, olhando fixamente para Sirius.

Todos assentiram e saíram da sala mágica que Tiago encontrara. Com a mente transbordando de planos e adrenalinas, foram para os dormitórios descansar. As próximas semanas seriam muito, muito longas.

Nos horários livres entre as aulas e os deveres de casa, os meninos arranjam tempo para coletar informações sobre os três ‘enigmas’ que criaram — fosse indo a biblioteca ou perguntando aos professores, fantasmas, quadros e até mesmo a Hagrid. Quando se encontravam, desviavam o máximo que podiam do assunto que eles estavam investigando. Exatamente como tinham combinado.

Durante os dias que se seguiram, a relação de Lílian e Tiago ficou ainda mais delicada. Eles mal se falavam na frente dos outros, principalmente agora que ela e Snape haviam reatado a amizade. Mas Tiago sabia que podia confiar em Lilian, e a menina tinha no garoto um amigo leal. Já haviam dado provas demais quanto a isso.

Marlene estava fazendo um ótimo trabalho acobertando os amigos nas trapalhadas que faziam. E um melhor ainda ao espalhar o quão legais eles eram pela escola. A garota ainda os ajudava algumas vezes — como na aula de História da Magia em que eles levaram o Pirraça para a sala de aula, só para dar um susto no Sr. Bins e, em seguida, chamaram o Barão Sangrento. Foi uma confusão astronômica que quase custou a eles mais uma detenção. A sorte é que os alunos da Lufa-Lufa eram bons e antigos aliados da Grifinória, e juraram que ninguém saiu no meio da aula para chamar o Poltergeist.

Na quinta-feira à tarde, Dumbledore interrompeu a aula de Madame Hooch e, dali mesmo, anunciou que gostaria de encontrar todos os inscritos no Clube de Duelos na tarde seguinte no Grande Salão para a primeira aula. A animação da turma do segundo ano foi tanta que Madame Hooch não conseguiu ensinar mais nada sobre vassouras ou voo nelas. Logo ela liberou a turma. Todos, exceto Tiago Potter.

— A Sr.ª Le Fae pediu que eu lhe entregasse isto — a professora estendeu um pergaminho para o garoto, em seguida sussurrou, parecendo saber sobre o que se tratava o bilhete — Boa sorte!

Tiago assentiu e saiu andando, olhando para o pergaminho. Pedro, Sirius e Remo esperavam por ele na entrada do castelo. Ao verem o pedaço de pergaminho, os meninos insistiram para que o amigo o abrisse. Mas Tiago estava com medo, dando assim a carta para Sirius ler:

— Caro Sr. Tiago Potter, — começou Sirius, com uma voz bem pomposa que arrancou gargalhadas dos amigos — É com prazer que informo que o senhor é o mais novo artilheiro do time de quadribol da Grifinória! — Sirius alteou a voz nesse momento e todos deram tapinhas nos ombros de Tiago — Bem vindo ao time, Potter. E seja discreto com isso, porque eu não quero que a Grifinória fique sem o artilheiro no primeiro jogo, que é o que vai acontecer caso a McGonagall descubra antes da hora. Assinado, Morgan Le Fae, capitã e apanhadora do time.

Os três abraçaram ainda mais Tiago e bagunçaram o cabelo dele, dando parabéns pela conquista. Afinal, ele disputava com toda a Grifinória pelo posto. Não no sentido literal, mas era muita gente.

— Eu ouvi dizer que a Grifinória tem um novo artilheiro? — Marlene apareceu, abraçando o amigo — Acho que isso pede uma comemoração no melhor estilo Black-Potter-McKinnon.

— Er... sem querer cortar o barato de vocês — Remo interrompeu o abraço triplo dos três amigos de infância — Mas a Le Fae deixou bem claro que era para vocês ser discreto, Potter. E ser discreto não é sinônimo para fazer comemorações extravagantes.

Sirius começou a rir e passou o braço pelos ombros de Remo:

— Qual é, Reminho? Vai dizer que você nunca ouviu dizer que quando alguém te pede pra ser discreto ela quer mesmo é que você dê uma festa bem legal no salão comunal as sete?

— Exatamente — Tiago concordou — Uma festa no melhor estilos Marotos-McKinnon — ele corrigiu Marlene discretamente.

— Eu e o Pedro não vamos participar disso — Remo alegou.

— Ei! Eu vou sim. Você não manda em mim! — gritou Pedro.

Sirius, Marlene e Tiago levantaram as mãos em sinal de rendição e Remo suspirou. Aquela batalha estava perdida.

— Okay — disse Tiago, pronto para dar ordens — Eu e Sirius providenciamos a comida, enquanto Marlene e Pedro falam com a galera da Grifinória. Mas só a galera da Grifinória. Entendido?

Marlene e Pedro assentiram. Os quatro já estavam saindo para organizar tudo quando remo chamou:

— E eu?

— Você dá um jeito da Evans chata não descobrir nada. — e deu as costas ao amigo.

Remo, pela milésima vez desde que chegara a Hogwarts, suspirou e foi fazer o que Tiago pediu. Procurou Lilian, dizendo que estava com dificuldades em Poções. Ela, claro, não acreditou muito. Então ele disse que era só uma desculpa para conversar com ela longe de Tiago — que com certeza implicaria com os dois por serem amigos — e os dois foram para a biblioteca “estudar” Poções.

Marlene e Pedro conseguiram avisar a todos da festa no salão comunal. Morgan Le Fae não pareceu muito satisfeita ao saber da notícia, contudo Marlene garantiu que nada chegaria aos ouvidos da Minerva, e ela até que se animou. No jantar, os alunos da Grifinória tentaram manter uma velocidade aceitável ao devorar o jantar, e saíram do Grande Salão em grupos pequenos. Tudo para não chamar a atenção.

As sete da noite, Sirius e Tiago chegavam com maravilhosos quitutes preparados pelos elfos do castelo. O som das Esquisitonas — banda formada por alunos do último ano — enchia o cômodo e era difícil encontrar alguém parado. Apenas Lilian e Remo pareciam não se divertir. Eles estavam num canto, conversando, sem se importar com a festa que os cercava.

Estava tudo maravilhoso, até a Professora Minerva McGonagall irromper pelo buraco do quadro da Mulher Gorda. Ao ver o que se passava no interior do salão comunal, o rosto dela atingiu um tom de vermelho vivo. Seus lábios se crisparam ainda mais e olhos esquadrinhavam o ambiente em busca do culpado — como se apenas em olhá-lo, ele pudesse se revelar.

Com a presença da mulher, as Esquisitonas pararam subitamente de tocar. Os alunos mais novos se encolheram em seus lugares, e os mais certinhos juntaram suas coisas e foram direto para o dormitório. Mas a maioria apenas ficou paralisada no mesmo lugar, morrendo de medo da professora mais severa de Hogwarts.

— Quem é o culpado?! — ela berrou, e todos ficaram calados — Quem é o culpado? — Minerva repetiu e o silêncio foi a sua resposta novamente — Eu vou perguntar pela última vez, e se não me responderem, todos vocês terão detenções pelo resto da vida de vocês em Hogwarts! Quem. É. O. Culpado?!

Tiago, Sirius, Pedro, Remo e Marlene levantaram as mãos, hesitantes. Lilian olhou assustada para Remo, mas o lobisomem deu de ombros. Eram seus amigos, não deixaria que pagassem o pato sozinhos.

— Potter. Black. McKinnon. Pettigrew. Lupin. — ela disse os nomes devagar, olhando cada um dos cinco alunos com raiva extrema — Eu posso saber qual o motivo dessa... transgressão?

Os cinco ficaram em silêncio. Assumirem a culpa quando, caso não o fizessem, todos os outros seriam punidos, era uma coisa. Revelar algo que prejudicaria Tiago sem necessidade, era outra completamente diferente.

— Precisa ter um motivo? — Sirius perguntou. Tudo o que recebeu foi um olhar severo da professora.

Eles não diriam nada, Minerva já percebera. Até que um aluno pequenino do primeiro ano levantou a mão. O coitado estava tremendo e a beira das lágrimas.

— P-po-po-porque o Ti-ti-tiago é ar-ti-ti-lhe-lheiro ag-agora.

Ao terminar de dizer isso, o menininho saiu correndo, chorando, rumo aos dormitórios. Umas meninas mais velhas foram atrás deles, provavelmente para acalmá-lo. Alguns outros até sentiram pena. Entretanto, a cena não amoleceu o coração de Minerva. Ela olhou para os cinco com mais severidade ainda.

— Potter, Black, McKinnon, Pettigrew e Lupin — chamou — Na minha sala. Agora!

O grupo a seguiu prontamente. Quando já estava perto do buraco do retrato, McGonagall voltou-se para trás e olhou para a capitã do time da Grifinória:

— Você também, Srtª Le Fae.


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Notas finais do capítulo

Okay, estou cansada demais para fazer notas grandes, portanto, apenas me digam o que acharam. E, sim, leitores fantasmas, esse é um pedido que faço a vocês também ;)