Os Marotos - A Criação do Mapa escrita por Bianca Vivas


Capítulo 13
O Armário de Vassouras


Notas iniciais do capítulo

De novo, eu vou começar com um "me desculpe pelo atraso". Eu juro pra vocês que eu não queria demorar tanto assim, mas tinha tanta coisa pra estudar... Era ENEM, era prova... E eu precisava tirar uma boa nota em química, ou ia acabar indo pra recuperação. Mas, enfim, aqui está mais um novo capítulo para vocês.
Aproveitem a primeira semana em Hogwarts!



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Quando Remo entrou no Grande Salão, logo percebeu que alguma coisa estava errada. Para começar, todos apontavam para Sirius, que estava sentado ao seu lado. Depois, não havia ninguém comendo ou abrindo as cartas naquela manhã. E, por último, Narcisa Black acabara de se levantar, e estava vindo na direção deles. Régulo a seguia.

Remo olhou para Sirius. Estava torcendo para ele não ter aprontado nada ainda. Aquele era apenas o primeiro dia de aula.

— Acho bom você comer mais rápido, querido primo — disse Narcisa, tomando para si o garfo que Sirius segurava — Porque quando tia Walburga descobrir o que você está fazendo, ela vai te esfolar vivo e arrancar todos esses dentes.

Narcisa cravou o garfo na mesa, com o pedaço de bacon preso nele e tudo, e saiu. Régulo apressou-se em acompanhar o passo da prima mais velha. Sirius continuou com cara de paisagem, como se não fosse com ele. Remo suspirou.

— O que você aprontou dessa vez?

— Eu? — Sirius perguntou, com falsa surpresa — Nada. Cissa é que se irrita com tudo.

— Sirius Black — começou Remo — O que você está fazendo para irritar tanto assim a Narcisa?

— O mesmo de sempre — ele respondeu, evasivo.

Remo suspirou novamente.

— Tiago já sabe?

Sirius negou com a cabeça.

— Pedi para Pedro acordá-lo.

— Deveria jogar um Aguamenti nele, como fazem comigo — Remo resmungou, e voltou a comer, mas logo continuou — Acho bom você me contar tudo logo. Antes de se meter em confusão.

— Ai, calma Reminho. Você anda muito estressado ultimamente — apontou para a porta do salão — Olha, lá vem eles.

Tiago e Pedro estavam rindo. Se bem conhecia os amigos, Remo poderia jurar que haviam acabado de pregar uma peça em algum aluno desavisado.

— Vocês perderam — anunciou Pedro, as gargalhadas — o Tiago jogou um feitiço em um aluno do último ano que fez todo o cabelo dele crescer, e muito rápido. O coitado está parecendo um urso de tão peludo.

— Qual casa?

— Sonserina — respondeu Tiago, triunfante.

— Quero que ele conte para Professora McGonagall. Vocês dois vão ficar de detenção — Remo disse, não achando a menor graça na brincadeira.

— Calma, Reminho. Não tem como ele saber que fomos nós.

Tiago, Pedro e Sirius riam cada vez mais, enquanto Remo ficava emburrado. Três inconsequentes. Mas até que era divertido. Se não fosse tão errado... Logo Remo também se rendeu às gargalhadas. Já estava até esquecendo do incidente com Narcisa, quando a Professora Minerva chegou.

Todos os alunos da Grifinória se amontoaram em cima dela, para receber seus horários de aula. Minerva distribuiu todos, e quando chegou a vez de Tiago e Pedro, ela assumiu uma expressão ainda mais severa.

— Sr. Potter e Sr. Pettigrew, não vou gastar meu tempo dando broncas desnecessárias em vocês dois. Sabem muito bem o que fizeram com aquele pobre coitado aluno da Sonserina. — ela começou a falar, antes mesmo de entregar o horário dos dois — Anos e anos que Dumbledore vem tentando acabar com a rivalidade entre as casas e tudo o que vocês sabem fazer é atiça-la. Devo dizer que estou muito decepcionada com os dois — junto com o cronograma, ela entregou aos dois um papelzinho de detenção — Vocês passarão o final de semana organizando os livros da biblioteca. Quem sabe assim não encontram algum que dê jeito nessas suas cabecinhas ocas.

Minerva entregou os horários de Sirius e Lupin em seguida, e saiu batendo o pé no chão. Estava muito chateada com aquela situação. Potter era um aluno tão brilhante, como podia ser tão indisciplinado? E ainda arrastar o doce Pedro para suas transgressões... Iria ter muito trabalho com eles naquele ano, já estava vendo.

— Eu avisei.

— Ah, cala a boca, Remo — Tiago falou, emburrado por ter sido descoberto.

Ele e Pedro começaram a comer. Ainda teriam alguns minutos, antes que o sinal batesse e eles tivessem que ir para a aula de Feitiços, com o Professor Flitwick. Remo aproveitou para lembrar a Sirius que ele tinha algo a contar. Sirius prolongou o caso o máximo que pôde, até que Remo se irritou e o fez contar tudo.

— O quê?! — exclamaram os três marotos, em uníssono, quando Sirius terminou de falar.

— Isso é genial!

— É a melhor ideia que eu já ouvi!

Remo ficou parado olhando de Sirius para Pedro e Tiago. Não acreditava no que estava ouvindo. Isso era o maior absurdo. Um torneio de duelos? Se Dumbledore descobrisse... Ou pior: se a Professora McGonagall descobrisse... Eles estariam todos ferrados! Será que nenhum de seus amigos tinha juízo, não?

Remo falou tudo isso para os três. Tentando chamá-los à razão. Era óbvio que aquilo não daria certo nunca. A única coisa que poderiam ganhar era uma expulsão. E Remo, por ser um lobisomem, a discriminação de todos que conhecia. Seria lindo viver na clandestinidade aos doze anos de idade. Que belo futuro!

— Olha aqui, Sirius Black, acho bom o senhor acabar com essa palhaçada, ou eu vou contar tudo para a Minerva — Remo disse, no tom mais baixo que conseguiu, porque não queria que mais ninguém soubesse daquela loucura.

— Por que ele deveria fazer isso? — perguntou Tiago — Vai ser simplesmente maravilhoso.

— É — concordou Pedro — Imagina só a cara daqueles perdedores da Sonserina quando virem que o Sirius ganhou o torneio?

— Vai ser imperdível — murmurou Sirius, com um sorriso no canto dos lábios.

Remo já estava ficando estressado. Eram todos burros ou o quê?

— Não, não vai — ele suspirou — Será que vocês podem me deixar a sós com Sirius?

— O quê? — Tiago perguntou horrorizado.

Ele ia protestar, eram um grupo. Não guardavam segredos um dos outros. Muito menos tinham conversas particulares. Mas o sinal tocou nesse momento e Pedro o arrastou. Nenhum dos dois queria ganhar uma detenção por chegar atrasado.

Os outros alunos que estavam no Grande Salão também saíram correndo para suas respectivas salas. Remo esperou o barulho de pés e vozes cessar para sair do Grande Salão. Sirius o acompanhava.

Seguiram para um corredor mais ou menos vazio. Perto de um dos banheiros femininos. Aquele que ninguém nunca ia por causa da fantasma que o habitava. Uma tal de Murta-Que-Geme. Por sorte, não tiveram o desprazer de conhecê-la. Por isso, pararam na ponta do corredor mais distante do banheiro.

— Eu sei o que você vai dizer, Remo — Sirius falou, antes mesmo que Remo abrisse a boca — Mas eu não vou revogar essa droga de desafio. Ele é a única coisa que pode impedir que te capturem.

— É o que mais vai atiçar todos eles a me capturar, Sirius! — Remo olhou para Sirius implorando: — Nenhuma das pessoas envolvidas nessa caçada é burra. Eles vão desconfiar que você está fazendo isso para proteger alguém que lhe é próximo. Vão desconfiar que um de nós, Marotos, é o lobisomem. E logo vão descobrir que sou eu!

— Meu irmão também está envolvido nessa caçada. Vão achar que estou fazendo isso para irritá-lo. Até porque eu não sou famoso pelo meu bom relacionamento com a minha família, não é mesmo? — falou, agora fitando Remo no fundo dos olhos — E, no fim desse torneio, eu serei o vencendor e ninguém poderá te caçar.

"Será que ele não entendia mesmo o quanto aquilo era perigoso?", pensou Remo, passando as mãos pelo rosto já cansado.

— Sirius, pelo amor de Merlin, tantas coisas podem dar errado nesse seu plano maluco. Sem contar, que nada garante que eles vão cumprir com o combinado ou que você vá vencer o duelo — ele mudou de postura então — O melhor que temos a fazer é descobrir quem foi que espalhou esse boato e contar tudo que está acontecendo ao Dumbledore. Ele saberá o que fazer.

Sirius bufou. Não ia voltar atrás. Não seria desmoralizado e não viraria objeto de chacota dos outros. Se ele desistisse do desafio, o bando de Narcisa venceria. Belatriz seria vitoriosa, também, já que ela adoraria ver o primo passar vergonha. E ele seria um covarde.

— Não Remo. Que droga! — Sirius gritou — Eu não vou voltar atrás, ok?

— Tudo bem, não volte. Mas eu também não vou te ajudar com essa sua loucura. — Remo saiu todo rígido, resmungando que deveria arranjar amigos melhores.

— Ótimo! Eu não preciso da sua ajuda! — Sirius gritou para ele, sabendo que iria sim precisar da habilidade de Remo para encontrar livro na biblioteca, mais cedo ou mais tarde.

Logo depois saiu atrás de Remo, mesmo que a contragosto, porque os dois eram colegas de sala e precisavam seguir pelo mesmo caminho.

Chegaram ao andar onde aconteciam as aulas de Feitiços, sem trocarem uma única palavra. Sirius, como o perfeito imprudente que era, tratou de abrir logo a porta da sala, sem nem pedir licença. O Professor Flitwick, que estava dando uma aula de introdução aos feitiços de invocação, parou de falar no momento que viu Sirius e Remo entrando. Olhou para os dois garotos, que nem se dignaram a explicar o atraso. Em seguida, voltou a sua mesa e pegou um pedaço de pergaminho. Rabiscou algo e entregou para os dois, que já estavam ao lado de Tiago e Pedro.

— Sr. Black e Sr. Lupin, eu ficaria honrado em ouvir a desculpa de vocês pelo atraso de quase meia hora, mas como vocês não me deram esse prazer, aqui está — ele entregou o papel com a detenção para os garotos — Vão arrumar a biblioteca no final de semana. Madame Pince me falou que está uma bagunça completa.

Os outros alunos nem piscaram. Nunca tinham visto Flitwick dar uma detenção por atraso. Ele deveria ter tido férias terríveis para voltar desse jeito.

— Flitwick está até parecendo a Professora Minerva — comentou Pedro no ouvido de Tiago, que começou a rir.

— Sr. Pettigrew — chamou o professor — A professora Minerva me informou que o senhor e o Sr. Potter levaram uma detenção hoje cedo por azarar um aluno da Sonserina. Se não quiserem ganhar outra, é bom que fiquem quietos.

— Sim senhor — resmungou Tiago.

"O que deu em Flitwick?", pensou.

O professor voltou-se novamente para a turma.

— Como eu estava dizendo, antes de ser interrompido pelo nosso querido quarteto dos fundos — apontou para os Marotos — feitiços invocatórios são muito úteis quando você não sabe onde está o objeto ou não pode ir até ele, para pegá-lo. A depender da distância, você pode, inclusive, chamar sua varinha de volta com um simples "Accio", caso a deixe cair.

A aula de feitiços passou lentamente para os quatro Marotos. Já haviam aprendido tudo o que podiam sobre feitiços de invocação no ano anterior e durante as férias. Na verdade, se não fosse o fato de ainda não terem arranjado um local apropriado, já estariam estudando sobre animagia e feitiços usados para construir artefatos mágicos.

Ainda tiveram uma aula de Transfiguração, onde ouviram a professora Minerva discorrer sobre a transformação de animais em objetos inanimados. Só teoria mesmo. Porque McGonagall disse que eles só passariam para a parte prática dali a uma ou duas semanas. Apesar de estarem tendo aulas de magia, tudo estava uma chatice bem grande.

Estavam aliviados quando o sinal bateu e chegou a hora do almoço. Teriam até as duas da tarde para descansar e ficar de bobeira pelo castelo.

— Ei, talvez essa detenção não seja tão ruim assim — disse Tiago, entre um pedaço de carne e outro.

— Como não é ruim? — perguntou Remo.

— Primeiro, porque teremos detenções iguais e em horários iguais. Segundo, porque podemos até descobrir algo sobre como criar o mapa.

Remo deu de ombros. Não ia ser nada divertido. Principalmente porque ele e Sirius poderiam ainda estar brigados até lá.

— Meninos do meu coração — Marlene falou, vinda sabe-se-lá-de-onde, toda animada — Adivinha que Clube acabou de abrir as suas inscrições?

Ela puxou Tiago e Sirius pelas mãos, até o patamar principal do Castelo. Remo e Pedro a seguiram. Muitos outros alunos, que haviam acabado de saber da notícia, também se dirigiam para lá. Todo o colégio estava animado com o Clube de Duelos. E alguns outros com o desafio do torneio proposto por Sirius.

Eles entraram na fila que se formava. Narcisa estava na frente deles, e assim que percebeu a presença de Sirius, se virou para provocá-lo:

— Ainda não desistiu Six? — ela perguntou — Eu realmente espero que meus amigos não te machuquem tanto. Se bem que, eu acho, eles terão pena de pegar tão pesado assim com um franguinho do segundo ano.

Sirius fez um sinal de legal para a prima. Pouco se importava com o que ela dizia. A verdadeira cobra era Belatriz, não Cissa. Mas Marlene parecia não comungar das mesmas crenças do menino.

— Ele não é um franguinho. Você que é uma megera — disse a garota, em alto e bom som, para todos que estivessem passando ouvirem.

— O que disse? — perguntou a garota mais velha.

— Você ouviu muito bem, sua megera mimada e burra — Marlene cuspiu as palavras na cara de Narcisa.

Sirius queria impedi-la de continuar, mas Tiago o puxou para trás. Até Remo concordou que era melhor não se meter no meio das duas.

— Eu não estou aqui para ouvir desaforo de pirralha — Narcisa sacou a varinha, mas antes de conseguir lançar qualquer feitiço em Marlene, a garota voou em cima da prima de Sirius.

Marlene deu um tapa na cara de Narcisa, o que fez a menina Black cair no chão. Marlene começou a socar e arranhar o rosto da garota. Narcisa tentava se defender usando as unhas e puxando o cabelo de Marlene, que parecia nem sentir.

As duas ficaram trocando tapas e ofensas, até que o Professor Flitwick percebeu uma certa agitação no fundo da fila, onde as duas estavam. Ele foi até lá e encontrou as duas se engalfinhando.

— Chega! — o professor urrou, e usou um feitiço para separar as duas — Alguém chame o Professor Slughorn e a Professora McGonagall imediatamente!

Dois alunos do primeiro ano saíram correndo atrás dos professores. Quando Minerva e Horácio chegaram, o professor de Feitiços já estava mais calmo e pediu que os dois o acompanhasse até sua sala, para falar sobre Marlene e Narcisa.

As inscrições para o Clube de Duelos, em meio àquela confusão, acabaram sendo suspensas até o dia seguinte. Horas mais tarde, ficaram sabendo que Narcisa e Marlene ficariam proibidas de fazer parte do Clube. Sirius ficou feliz por Tiago tê-lo impedido de se meter na briga de Marlene com sua prima. Caso contrário, ele também não poderia fazer parte do clubinho e seu desafio teria de ser revogado.

Quem não ficou muito feliz com a situação foi Marlene. Ela odiava ser excluída das coisas e passou o resto da semana reclamando que a decisão dos professores não havia sido justa, para qualquer um que parasse para ouvi-la.

Mas logo ela se animou de novo. No fim da quinta-feira, foi marcado o dia dos testes para fazer parte da equipe de quadribol da Grifinória. Assim que viu o anúncio na parede da sala comunal, a garota correu para o dormitório masculino.

— E quando vai ser? — perguntou Potter, sem esperar Marlene terminar de falar.

— Nesse sábado.

— Nesse sábado? — o sorriso de Tiago se desvaneceu e ele deixou a varinha cair no chão.

Pedro começou a rir.

— Se lascou.

Tiago jogou uma almofada na cabeça de Pedro e voltou-se para Marlene.

— Tem certeza de que é nesse sábado?

— Sim. Por quê?

— O Tiago vai cumprir detenção nesse sábado — respondeu Remo, que jogava xadrez bruxo com Sirius (eles já haviam feito as pazes).

Marlene levantou a sobrancelha, e os meninos contaram a ela a história completa.

— Mas que droga — falou — Será que não tem como você dar um jeito?

— Não — o menino chutou o chão, desapontado.

— Bom, eu sinto muito – disse Marlene, se levantando da cama de Tiago — De qualquer forma, tenho que ir agora. Vou estudar com a Lilian e a Alice hoje.

Marlene saiu, deixando um Tiago muito triste no quarto. Pedro já parara de rir, e agora se apiedava do amigo.

— Eu acho — falou o pequeno Pettigrew — que talvez tenha um jeito.

— Qual? — perguntou Tiago esperançoso.

— Usar a Capa da Invisibilidade para sair da biblioteca e ir até o campo de quadribol — respondeu Remo, que já sacara qual era o plano de Pedro.

— É. Mas você vai ter que ser muito cuidadoso e não fazer nada imprudente.

— E um de nós vai ter que distrair a McGonagall — completou Sirius, entrando na conversa também.

Os quatro se entreolharam e responderam em uníssono:

— Marlene.

Então eles começaram a planejar como fariam para despistar a McGonagall, que com certeza iria assistir ao teste de quadribol. Todos sabiam que a professora de transfiguração gostava muito do esporte.

Na sexta-feira, conseguiram convencer Marlene a participar do plano e no sábado de manhã, logo após o café da manhã, os quatro seguiram para a biblioteca. Madame Pince logo indicou os lugares em que eles deveriam trabalhar. Os livros didáticos dos últimos anos de Hogwarts, que estavam todos empoeirados.

Quando Madame Pince saiu da vista deles, Tiago logo colocou a mão no bolso para tirar a capa. Mas... Não estava lá!

— Droga! — xingou Tiago — Esqueci a capa no dormitório — explicou.

Remo fechou os olhos, sem acreditar no que ouvia.

— Eu falei para você arrumar tudo ontem a noite.

— Eu não podia tirar aquela capa do malão. Ninguém pode saber que eu tenho uma dessas Remo!

Eles iam começar a discutir, mas Sirius apartou.

— Já foi, gente. Agora precisamos dar um jeito de tirar o Tiago daqui sem ela perceber.

— Tudo bem, eu e Remo distraímos a Madame Pince — falou Pedro, puxando o lobisomem consigo.

Sirius e Tiago os seguiram de longe, se escondendo atrás das estantes abarrotadas de livros. Os outros começaram a conversar com Pince, e Remo conseguiu leva-la até uma seção de livros que ficava longe tanto da porta, quanto do lugar em que os quatro deveriam estar.

Sirius empurrou Tiago, que saiu correndo da biblioteca. Fez o caminho até o campo de quadribol se esgueirando pelo castelo, e por sorte não encontrou com ninguém que soubesse de sua detenção.

Quando estava perto do campo de quadribol, viu Marlene arrastando a professora Minerva para a sala dela. Tratou de se esconder num banheiro. Por sorte, não era o banheiro da Murta-Que-Geme. O irmão mais velho de Marlene falara para ele sobre o fantasma, e Tiago teve vontade de nunca conhece-lo.

Saiu de seu esconderijo e não viu sinal da professora, nem de Marlene, o que era ótimo. Correu até o campo e procurou o capitão do time. Que este ano era uma capitã. Tiago não sabia o nome dela, mas mesmo assim falou que teve de fugir da detenção para fazer o teste. A garota, que já conhecia as famosas peças de Tiago, o deixou fazer o teste antes de todo mundo.

Tiago suspirou aliviado.

Foi até o vestiário, trocou de roupa e logo estava de volta. Subiu em sua vassoura nova e levantou voo. Logo sentiu aquela agradável brisa no rosto. A garota, que ele ainda não sabia o nome, jogou a goles para o alto e pediu que o antigo goleiro assumisse seu posto. Ele teria de fazer cinco gols. Conseguiu marcar quatro, e só perdeu o último porque a maldita Lilian Evans gritou seu nome lá de baixo e ele se desconcentrou.

— Mas que droga! — ele gritou e aterrissou — O que você quer?

Ele olhava furioso para Lilian. O cabelo ruivo da menina balançava no vento forte, e a expressão dela era séria. Estava com os braços cruzados, e assim que Tiago desceu da vassoura, começou a tirá-lo do campo.

— Ei! — ele protestou, mas estava muito cansado e Lilian era mais forte que ele.

— Eu não sei porque eu ainda te ajudo, Potter — ela disse, empurrando-o contra a parede do vestiário — É o seguinte: eu convidei o Sev para assistir ao teste da Grifinória e assim que ele te viu saiu correndo. Aposto que foi contar para a Minerva. Mas, como eu sou uma boa garota e não gosto dessa coisa de dedurar os outros, estou aqui te avisando. Então, é melhor você correr para sabe-se-lá-onde você deveria estar.

Tiago nem esperou Lilian terminar de falar e saiu desembalado pelo gramado. Atravessou o campo e chegou ao castelo. Não via a Professora McGonagall, o que era muito bom. Mas não significava que estava a salvo.

A prova disso, foi que ao dobrar uma esquina, viu o cabelo de Marlene acompanhada da professora e de Severo. Tiago só correu. Precisava de um lugar para se esconder. Urgente!

Voltou por onde viera, e dobrou em outra esquina. Nem sabia mais o que fazia. Só precisava ficar longe da McGonagall. Então, como num passe de mágica, ele viu uma porta onde antes havia apenas parede.

Tiago abriu a porta. A sala era do tamanho de um armário de vassouras. Mas ia servir. Se enfiou lá dentro e fechou a porta.


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Notas finais do capítulo

Ok, ok, comentem! Estou falando sério! CO-MEN-TEM!
Ah, quase que eu ia esquecendo de avisa, agora a fic será quinzenal. Por que? Porque se não eu não dou conta de atualizar tudo direitinho. Sim, eu sei que estou de férias. Sim, eu sei que eu deveria ter tempo de sobra, mas filha de pais separados NUNCA tem tempo de sobra nas férias.
Bem, meus queridos, obrigada por ler e não se esqueçam de comentar.