Assim na terra como no inferno escrita por Nickolas


Capítulo 3
Prólogo: Novos ares Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai a parte dois, saiu mais longo que o esperado mas espero que gostem.

Boa leitura.



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No dia seguinte acordei pela manhã tomei meu café e arrumei minhas coisas, tudo que eu tinha para começar era meu bloco de notas e minha Clock, agora só me restava esperar a ligação de Ed. Não sai para treinar e então fiquei em casa jogando vídeo game para passar o tempo, nada melhor para perder algumas horas em casa.

Então recebo a tal ligação.

–Cara eu tenho que fazer um serviço numa casa de repouso, se quiser vir vai ser bom para começar – eu aceitei o convite na hora e acertamos o local de encontro.

Ao chegar lá fui o questionando sobre o tal serviço.

–Então do que realmente se trata isso?

–Um dos meus últimos casos, meio que já terminei. Só há uma pendência para terminar – nós conversávamos enquanto entramos no local. Eddy cumprimentou a atendente que parecia ter lá seus 20 anos e era ruiva, de início ela não o reconheceu mas quando notou disse apressada.

–Ah sim Mr. Van Boon, ele já está a sua espera.

–Obrigado, já conheço o caminho – nós seguimos pelo asilo, atravessamos alguns cômodos e passamos pelo jardim, fomos em direção a uma pequena casa isolada aos fundos, segundo Ed lá ficava o zelador do local, era com ele o assunto que íamos tratar.

Nós estramos no local, duas mulheres estavam lá, eles nos cumprimentaram e saíram apressadas. Eddy se aproximou do homem sentado na cadeira, ele não era tão velho e não aparentava estar com nada diferente. Ed se aproximou, passou a mão pela careca dele e disse algo baixo para o homem e então se virou e disse:

–Bem Alex, esse é o Mr. Miller. Ele tem um problema que acredito acabar com ele hoje – ele então deu um beijo na testa do homem que nem reagiu, e Ed disse baixo mas pude ouvir – isso vai acabar logo Frank.

Eddy se aproximou de uma mesa que tinha no canto do pequeno quarto e me mandou eu fechar a porta, enquanto fazia isso dava mais uma olhada no local. Era um quarto bem simples e pequeno, uma cama, uma mesa e uma pia, tinha uma porta ao fundo onde devia ser o banheiro.

–Bem Alex vamos começar, só faça oque eu mandar e comece a ler daqui – ele disse me entregando uma bíblia aberta, pensei em questionar mas acho que estava confuso demais para isso e queria ver onde ia chegar.

Eu comecei a ler do ponto que ele indicou após Ed dar um sinal com a cabeça, ele começou a recitar umas palavras numa língua estranha e passou a jogar um liquido no homem sentado, se eu pudesse chutar diria que era água benta, mas não me vazia sentido tudo isso.

Ele então segurou a cabeça do homem com as duas mãos e disse:

–Vamos, revele-se – nada ocorreu por alguns segundos, quando de repente o homem se contorce todo e grita, eu me assustei e fiquei paralisado até ele falar – vamos continue a ler – eu retornei a minha recitação.

O homem passou e se retorcer mais e continuou gritando, Ed gritava para ele as palavras que eu não entendia e a cena estava ficando macabra. Eddy dizia pra ele se revelar e implorava para parar de torturar aquela alma, tudo estava confuso até que o homem emitiu uma voz aterrorizante, e embora eu nunca tenha o ouvido falar sabia que aquilo não era a voz dele ou de um humano.

–Vejo que não me deixa em paz Mr. Van Boon – disse aquela voz.

–Deixe-o em paz e não me verá mais.

–Hum...contraproposta: por que não chupa o meu pau? – ele foi irônico e riu de uma forma bizarra.

–Vamos não vá querer que eu faça da forma difícil. Ande me diga por que atormentar a alma desse homem?

–Não me lembro bem...devia estar entediado.

–Seu filho da...ahh – Eddy colocou a a mão na cabeça do homem e voltou a falar umas palavras esquisitas, eu continuava a ler – agora eu ordeno que diga o seu nome.

–Quer mesmo saber? Acho melhor não – o homem...ou aquilo debochava da situação.

–Em nome do senhor eu ordeno.

–Meu nome é...me chamo Darko – ele disse hesitando.

–Eu ordeno que você Darko retorne de onde veio e fique no abismo do inferno – ele disse jogando mais liquido nele que o fez gritar, isso me assustou e eu parei de recitar. Então o homem riu enquanto fumaça saia de sua pele afetada pelo líquido e olhou diretamente pra mim, aquele olhar parecia não ter vida e isso me paralisou.

–Nunca! – ele gritou avançando em Eddy, eu saquei minha arma mas ele mandou não atirar e que ia resolver. Eu tentei destrancar a porta mas ele gritou dizendo que isso quebraria a corrente. Eddy e o homem lutavam no chão como animais então fiquei sem reação e sai do quarto, dou alguns passos me distanciado de lá quando ouço um disparo, vou correndo pra ver o que é e vejo o homem morto com um tiro na cabeça.

–Porra Alex eu mandei não sair.

–O que você queria que eu fizesse? Você mandou não atirar – a adrenalina estava lá em cima e nós gritávamos um com o outro.

–Eu teria conseguido resolver.

–Ah é? Então por que atirou?

–Foi a única saída...pobre alma que não pude salvar – eu fiquei sem oque falar, então continuei gritando.

–Isso é loucura, cara que maluquice você fez lá? – Eu sai andando e fui para minha moto, no caminho joguei meu bloco de notas fora, aliás não iria mais precisar dele. Então me sentei na calçada e levei as mãos cabeça, já havia visto diversas mortes mas aquilo tudo foi diferente pra mim, então enquanto eu começava a cair em lagrimas engoli o choro e mandei uma mensagem ao Paul querendo conversar com ele urgentemente. Eu disse para nos encontramos num bar, eu precisava beber e muito.

Depois de duas horas Paul chega no local marcado.

–Hey cara, o que houve?

–O que houve, houve que Eddy tentou fazer uma espécie de exorcismo e a porra de um homem acabou morto. Isso foi o que houve – no fim da frase tomei um gole de whisky e peguei a garrafa do balcão e enchi outro copo.

–Caralho...bem Alex eu imaginei que ele ia falar sobre isso com você, mas não pensei que essa seria sua reação.

–Espera, tu sabia dessa merda.

–Bem...claro. Por isso te indiquei a ele, é difícil achar homens determinados como você, achei que se encaixaria na causa – a única coisa que passava pela minha cabeça era “Puta merda” e lá vai eu virar outro copo de whisky – vamos Alex não seja ignorante, esse é um trabalho justo, limpo que as pessoas mesmo não acreditando necessitam dele.

–Então você quer que eu saia por ai dando voz de prisão para demônios.

–Que merda Alex, todos os dias esse tipo de coisa acontece mas nunca se torna relevante porque as pessoas não aceitam. Chame do que quiser, exorcista, caçador, agente policial paranormal ou seja lá oque mas essa ameaça existe e homens bons e de coragem se arriscam para enfrentar. Eddy é um cara solitário e precisa de um parceiro de confiança, embora ele seja apenas 6 anos mais velho que você –eu tenho 29 e ele 35 – o cara já está desgastado pela bebida e cigarros.

–E o que te faz pensar que ele é um cara confiável ou que ele iria confiar em mim de novo?

–Porque nós trabalhamos nisso juntos, eu me tornei delegado e desde então Ed está atrás de um policial de confiança...já se ele confiaria em você ou não fica por sua conta descobrir – Paul fez um sinal com a mão para atrás e lá estava Eddy, ele veio se aproximando – faça a coisa certa – ele disse e deixou o local.

Ed se sentou ao meu lado e antes de dizer alguma coisa esticou a mão e pegou um copo, despejou o whisky da minha garrafa nele e tomou um gole, ele olhou para o copo se certificando de que estava vazio e começou a falar:

–Bem, depois de tudo isso que você viu hoje ainda trabalharia comigo?

–Depois de oque aconteceu hoje por que você ainda iria querer a minha ajuda?

–Porque você é diferente, nunca senti isso em ninguém que já fez esses serviços ao meu lado – isso tudo era novo pra mim, mas algo de dentro não me fazia ter medo e só me deixava mais curioso.

–O que é tudo isso? Tudo isso que você faz? – desfoquei o olhar pra garrafa de bebida e olhei para Ed ao perguntar isso. Ele colocou a mão no bolso e falou.

–Você ainda tem muito que aprender, isso ainda lhe será útil – ele tira meu bloco de notas do bolso e me entrega.


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Notas finais do capítulo

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