Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 71
LiDinho é... Para sempre.


Notas iniciais do capítulo

"Te amo, Dinho." "Também te amo, Lia... Pra sempre!"... (Lia♥Dinho)



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“Acorda! Vai, acorda!”

Me revirei na cama, estava tão cansada. Parecia que não dormia há dias, não, há meses. Mas era um cansaço gostoso, daqueles que te faz querer ficar na cama, mas não para dormir, e sim ficar aconchegada nos lençóis com quem se ama.

“Só mais cinco minutos...”.

“Você prometeu me levar para praia... Vamos, o papai já tá esperando!”

“Papai?”

Tateei a cama a procura de Dinho, mas o lugar que ele ocupou durante a noite estava vazio. Sentei na cama e esfreguei os olhos, minha visão se adaptando a luz que entrava pela janela. O relógio na cabeceira indicava que já passava das 09h00min e como sempre acontecia, principalmente, nessas férias, eu dormi demais.

“Ele tá lá na praia com a Mia e mandou eu vir te chamar. Vamos lá, mamãe!”

Animado como ninguém, Gui correu para a saída. Me espreguicei, e fui ate a janela. Lá fora o dia estava lindo, o mar azul me presenteando com uma paisagem de tirar o fôlego. Sem demora, fui ate o banheiro, me livrei da camisola e tomei um banho rápido. Vesti meu biquíni, pus um short e uma camiseta. Ao chegar à sala, vi a mesa ainda posta com o café, mas ignorando o ronco do meu estomago fui ao encontro da minha família. Desci a escada que dava acesso à praia e rapidamente cheguei ate onde estavam os três. Dinho brincava com Mia e Gui, construindo um castelo de areia. E assim como fiz uma vez em sonho, fiquei observando a cena durante alguns instantes, encantada pelo que via... Era tão bonito eles juntos.

“Ah, ela veio!”

Exclamou feliz o meu filhote apontando para mim. Dinho que ate então estava de costas virou-se, um sorriso no seu rosto fazendo meu coração parar. O que acontecia quase sempre durante esses anos.

“Você demorou, hein? Pensei que tivesse que ir lá te arrancar da cama... Bom dia, amor.”

Dinho veio ate mim, me enlaçou pela cintura e me beijou. Risos logo puderam ser ouvidos, e com um sorriso fui abraçar meus amores.

“Hey, não vão me dar bom dia, mocinhos?”

“BOM DIA, mamãe!”

Gritaram em uníssono vindo me abraçar. Não posso expressar o quanto os amo, Gui, com cinco anos, e Mia, minha marretinha de dois anos, eram a alegria da minha vida. Guilherme era como eu havia sonhado, assemelhava-se ao um anjo com seus cachos loirinhos, tão igual ao pai. E Mia tinha cabelos castanhos como os de Dinho e lisos como os meus, e era tão marrenta quanto a mãe. Além de qualquer expectativa ou sonho... Eles eram a minha família e eu tinha tanta sorte por tê-los que nunca poderia agradecer o suficiente por isso ser possível.

“Lembrou de passar protetor neles, Dinho?”

“Claro!”

“Então, o que vamos fazer durante o dia crianças?”

“Nadar, brincar de pirata, construir castelos, fazer mergulho submarino...”.

“Vai com calma, Gui! Temos o dia todo... Que tal comer primeiro?”

Interviu Dinho. Gui fez expressão contrariada, mas obedeceu ao pai. Dinho pegou Mia no colo e voltamos para casa. O café foi posto na mesa da varanda, a paisagem maravilhosa ao fundo. Comemos em harmonia, Gui contando os planos para o dia, Mia cantando musica infantis e Dinho falando sobre as viagens que havia feito. Eu apensa observava, feliz.

“A Ju ligou, mais cedo, queria saber quando nós voltamos.”

Ju... Tava tão entretida que nem pensei na minha amiga. Essas semanas aqui têm sido tão boas, mas não vejo a hora de reencontrar nossos amigos. Tenho tanto para falar com Ju e Fatinha, e nem posso dizer da saudade que sinto delas e dos meus afilhados, e dos pais deles também. Bruno e Gil são como irmão para mim, e todos nós somos como uma grande família feliz e muito confusa. Bruno e Fatinha e as filhas, Clarice e Amanda, Ju e Gil com os gêmeos, Marcelo e Antonio, e eu e Dinho com Gui e Mia éramos inseparáveis, sempre presentes um na vida e casa do outro. Tínhamos sorte por nossa amizade que se estendeu aos nossos filhos, que não por coincidência, nasceram no mesmo dia. Não me lembro de muita coisa, a dor que sentia não me permitiu, mas pelo o que meu pai me contou deve ter sido hilário. Dinho, todo ansioso, viu o parto de Gui e Bruno acompanhou o de Amanda, mas o coitado do Gil não teve emocional para ver os gêmeos nascerem. Ju ficou um pouco desapontada, mas ela tinha os filhos e o marido se portou tão bem depois do nascimento, que ela não podia reclamar. Pensando sobre isso... Acho que esse é o tipo de loucura que só aconteceria conosco.

Nós mudamos tanto, eu mudei tanto. Bruno se tornou um cara mais tolerante, sem preconceitos. Fatinha realizou o grande feito de entrar na faculdade de turismo e se formar com méritos. Gil realizou seu sonho de trabalhar com o que amava, grafite e é um artista excepcional. Ju tem sua própria grife de roupas... Nós vencemos, cada um a sua maneira. E embora a vida estressante que levamos, ainda conseguimos nos reunir apenas pelo prazer de ficar junto. Falar besteira, brigar, chorar... Como no inicio.

“AH, não quero pensar quando as férias acabam. Tá tão bom aqui... E ela como tá? O Gil? Liguei para Fatinha ontem, ela disse que quer marcar um jantar para nossa volta. A Clarice te mandou um beijo e a Amanda também.”

“Tá tudo bem... É só marcar. Sobre o Gil, ele tá na Alemanha, mas volta essa semana e a Ju tá no Rio com os gêmeos. Sua irmã me mandou um e-mail e mandou te lembrar de que você prometeu levar um presente daqui.”

“A Tatá não muda! Será que ela não sabe o que significa férias? Pobre do Juca que tem que aguentar aquela minha irmã!”

“A tia Tatá é legal!”

“É sim, é implicância da sua mãe.”

Lancei um olhar mortal para Dinho. Ele riu da minha cara e me beijou.

“Argh... Nunca vou beijar uma menina! É nojento.”

Exclamou Guilherme com os braços cruzados e expressão fechada. Dinho e eu rimos.

“Espera você crescer para ver se continua com a mesma opinião, Gui.”

Dinho piscou para o filho que fez manha, mas acabou se rendendo e sorriu.

Depois do café, fomos ate a praia dar uma volta. No caminho, Gui e Mia iam catando conchinhas e guardando dentro de um pote, disseram que era um tesouro. Na hora do almoço, fomos ate um restaurante próximo e pedimos moqueca de camarão, especialidade do lugar. Visitamos alguns pontos turísticos, fizemos compras e depois voltamos para casa. No fim de tarde, saímos para dar um mergulho no mar.

“Olha, mãe eu já sei nadar!”

“Eu sei, bebê.”

“AH mãe, bebê não! Eu já sou grande.”

Fez birra o meu filhote corado de raiva. Era impressionante o quanto ele ficava parecido com Dinho.

“Ah, você sempre vai ser meu bebê, filho!”

As horas pareceram voar. Dei banho nas crianças enquanto Dinho providenciava o jantar. Nós dois formávamos uma boa equipe, sempre em sintonia no cuidado com nossos filhos. Ainda implicávamos como sempre e ele me tirava do sério várias vezes por dia, mas nós amávamos mais do que antes.

Jantamos em seguida. Gui e Mia estavam exaustos e Dinho se ofereceu para colocá-los na cama. Fui para o nosso quarto, tomei um banho demorado. Vesti uma camisola, peguei um livro para ler, mas não consegui me manter concentrada. Fui ate a janela e olhei a noite que estava linda, o céu todo estrelado.

“Depois de três histórias, eles finalmente dormiram. Me sinto um velho perto da disposição deles.”

Ele entrou no quarto e veio ate mim me abraçando por trás.

“Reparou como eles tem crescido rápido?”

“Sim... Parece que foi ontem que o Gui nasceu, depois a Mia. O tempo correu... O que faz aqui? Pensei que fosse te encontrar dormindo.”

“To sem sono... Tava olhando as estrelas, isso tudo parece o paraíso.”

“Deveria pelo preço que eu paguei... Enfim, no que essa cabecinha anda pensando?”

 “Na gente, nas crianças... Eu sinto que isso é tão bom que às vezes tenho medo de ser só um sonho. E eu nunca te contei, mas uma vez eu sonhei com isso... E a sensação de perda quando acordei foi tão grande. Você tava no hospital e eu podia te perder e nós nunca teríamos isso... Eu não teria você.”

“Mas não aconteceu, Lia. Eu to aqui e isso é de verdade. Nossa família é verdade.”

“Eu sei, eu sei... – Lágrimas teimosas marejaram meus olhos – E é melhor, porque agora é real. E nenhum sonho vai substituir isso.”

“Ou interferir nisso... Porque se a história fosse outra, não seríamos nós.”

“Acha que alguém pode pensar em nós, eu e você, separados?”

“Vai saber... E se alguém tiver imaginado que você devesse ter ficado com o ‘Príncipe’ e que eu deveria ter continuado pelo mundo?”

“Não pira, Dinho! Isso aqui não é uma história de ficção... Além do quê, se isso acontecesse pensa na droga que seria essa nova história? Como se por acaso eu fosse gostar mais de alguém do que gosto de você. NUNCA! Não existe Lia sem Dinho ou vice versa.”

“E que assim seja, para sempre. Assim como o nosso amor será para toda a eternidade.”

Esquecendo-se da conversa irreal, nos concentramos naquilo que realmente importava, nós. Dinho me virou de encontro a ele e me beijou e amei cada sensação que a boca, mãos, o corpo dele faziam em mim. Ele tinha razão, ninguém nunca nos imaginaria longe um do outro... Eu não imaginava como seria possível. Dinho é parte de mim, do que eu sou, de quem eu sou. Sem ele eu não seria a Lia, não a marrenta cheia de implicâncias que esconde – Escondia – os sentimentos com tanta força. Não seria eu, apenas uma parte... Uma sombra, uma mera lembrança do que já existiu. Nem essa história, nem outra história, seria mais bonita que a nossa. Éramos parte de um todo, e se um falta, o outro nunca estará completo.

Abraçados um ao outro, suspirei feliz. Era eu e ele ali, ninguém nunca mudaria isso.

“Nunca vou me arrepender de ter voltado nem de ter corrido atrás de você, apesar das patadas que me dava.”

“E eu nunca vou me arrepender de ter dado bastante patada em você... Nem de ter dado uma nova chance a nós.”

“O que nós vivemos se chama destino. E o meu sempre esteve entrelaçado ao seu de uma forma que não dá para separar.”

“Nossa, isso foi muito brega! Incrível como você sempre se supera nesse quesito.”

Ri dele que me olhou de cara feia, mas acabou rindo também.

“Existe outras coisas em que eu me supero também...”.

“Tipo? – Perguntei como quem não quer nada – Acho que não me lembro.”

“Acho que vou ter que te lembrar.”

Diferente do que eu pensava, Dinho me agarrou e começou a fazer cócegas.

“PARA! Droga, Dinho... Háháháhá! Você vai acordar as crianças!”

Após alguns minutos, ele parou. Ainda continuei rindo ate notar o seu olhar sobre mim, o semblante sério do rosto. Lentamente, ele escorregou a mão pela minha bochecha, sem dizer uma palavra.

“O que foi?”

“Lembrei-me do seu rosto... Seu sorriso foi o que me trouxe de volta.”

“Foram muitas lágrimas ate chegar aqui, né?... E isso também.”

Passei a mão pela cicatriz que ele tinha no peito. Era uma lembrança constante, mas não doía mais. Era apenas uma cicatriz como as que eu também carregava dentro de mim. Foi preciso muito tempo para sarar todas as feridas e fizemos isso juntos.

“Eu te amo, Dinho.”

“Eu te amo, Marretinha... Pra sempre.”

“Não para sempre... Agora.”

Para sempre é pouco tempo. Quero tantas coisas, ainda tenho tantos sonhos... Mas ele e o que temos é o que importa. Quero viver tudo o que temos direito hoje. Não quero um final de conto de fadas... Não quero um final, quero sempre um novo um começo. E desejo recomeçar cada dia ao lado dele. Dinho foi a melhor coisa que me aconteceu no pior momento da minha vida. Eu não sabia que odiá-lo me faria tão bem, mas sei que amá-lo é tudo o que preciso. Enquanto tiver esse sentimento, tudo ficará bem... Nosso amor vai permanecer, de alguma forma, mesmo depois de partirmos.

O Idiota e a Marrentinha, é o que somos... E eles viveram felizes hoje. E amanhã também... E depois, porque tinham um ao outro. E não interessa se briguem, impliquem, discordem em muitas coisas, o amor sempre falará mais alto.

           

                                    Fim


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Notas finais do capítulo

Internet lenta é uma droga, mas é tudo por LiDinho! :D Não tem muito o que dizer, acho... Foi assim que imaginei, por quê? Essa é outra pergunta sem resposta. Chegamos ao FIM, ao momento mais esperado e que mais queremos adiar. Se gostaram dessa história, talvez tenham interesse em ler o que me levou a escrevê-la. Depois do fim, ainda tem os agradecimentos. Beijos a todos!



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