Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 66
Não é culpa sua


Notas iniciais do capítulo

"Aqui estamos nós, meu amor. Retrato imperfeito de nós. Eu estou desaparecendo mais rápido. Você está caindo ainda mais, tão profundamente em nós... Eu posso ouvir os anjos chamando."... (Taylr Renne)



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“Sempre chove quando ele vai embora...”.

Foi o pensamento que tive ao olhar pela janela e ver a chuva caindo lá fora. Pensei em outras coisas também... Ele e a chuva, eu e ele, eu e as lágrimas, as lágrimas e a chuva. Eu, a chuva, as lágrimas... Sem ele. Uma confusão, não? Mas isso é pouco perto de como me sinto, é pouco para descrever o que está acontecendo comigo. E imaginar que mais cedo, nessa mesma noite, nós dois fazíamos planos sobre o futuro, filhos e todas essas coisas que casais apaixonados fazem... “Ótimo, isso foi tão brega que poderia ter sido dito por ele!” Depois de tanto tempo separados, quando nos entendemos, quando me resolvo com Raquel, isso acontece... Eu odeio você, Sal! ODEIO! Mas me odeio mais por ter te posto na vida dele.

Dinho... Por que não me escutou? Por que não fugiu? Por quê?

“Lia? Tá me escutando?”

“Não, mas pode continuar se quiser...”.

“Filha...”

“Desculpa, eu não quis ofender... Eu só...”.

Só to preocupada demais com o meu namorado para prestar atenção no que você diz, mãe.

Mas eu não completei a fala. Hoje tinha dado o primeiro passo para uma nova relação com ela, e dizer tudo o que me vinha à cabeça não era uma boa forma de fazer isso. Apesar de ter todos os motivos para gritar, brigar, xingar qualquer pessoa... Mas que direito eu tinha? A culpa era minha, só minha. Raquel nem ninguém mereciam ser alvo da minha dor, como Sal havia dito, eu pagaria aqui e esperar sem noticias era só inicio.

“Quer uma água? Alguma coisa para comer?”

“Não, Raquel... Eu só quero ficar sozinha, por favor.”

Desistindo ou por respeito ao meu pedido, ela voltou para a cadeira em que esteve a maior parte do tempo desde que chegamos. Voltei a olhar pela janela, não via nada, mas era uma forma de me sentir ligada a ele. Sentia uma letargia tão grande, como se meu corpo tivesse sido anestesiado por completo, sem dor, sem medo... Apenas nada. E me perguntava o que isso queria dizer.

“Lia? Amiga!”

“Ju?”

Antes que tivesse tempo de falar alguma coisa, a minha melhor amiga me abraçou. Ao seu lado estava Gil, que apenas nos olhou, desconfio que um pouco emocionado.

“Como ‘Cê’ tá?”

Pergunta idiota, Ju.

“Bem, eu acho... Na medida do possível.”.

No rosto de Juliana logo se fez uma expressão surpresa. Não a culpava, no seu lugar também estranharia se a ouvisse dizer que estava bem enquanto o namorado passava por uma cirurgia para retirar uma bala do peito... Mas enfim. Gil se aproximou de mim e segurou minhas mãos. Depois de me abraçar, Ju se pôs de lado, no rosto ainda trazia as marcas das lágrimas que tinha derramado, provavelmente, ao saber do que aconteceu com Dinho. Senti inveja disso, de poder colocar para fora o que não cabia no coração. Não sabia como derramar as minhas tristezas em forma de lágrimas.

“O Bruno nos disse o que aconteceu, eu... eu sinto muito.”

Não mais do que eu.

“Eu sei, eu não quis atrapalhar a felicidade dele com a Fatinha... É só que – Suspirei – Alguém tinha que avisar. Ela já sabe?”

“Nós os deixamos a sós, não sei se ele já contou.”

Suspirei novamente e me recostei contra a parede fria. Odiava hospitais, o que era uma ironia já que meu pai, quer dizer, meus pais eram médicos. Mas sempre achei lugares como aqueles tristes, frios demais, ninguém deveria ter que passar pela experiência angustiante de saber se alguém que você ama vai viver ou morrer. E por um golpe do destino, era o eu que vivia nesse momento.

“Ela vai me odiar quando souber...”.

“Por quê?! – Espantou-se Ju, mas a resposta era tão clara – Você foi uma vitima, amiga. Assim como o Dinho, o Sal é que é o bandido dessa história. Você não tem culpa de nada! A Fatinha entende isso, nós entendemos.”

Então, por favor, me explica, porque eu não entendo.

“Lia... Como foi que aconteceu isso?”

Sério? Vai me pedir para reviver tudo aquilo de novo?

“Por onde começo? Eu voltei do Hostel, o Sal me abordou, ele tava armado. Eu corri, ele atirou, o Dinho foi ferido, acho que isso é tudo.”

“Lia... Você.”

Gil não disse nada diante da minha inexpressividade. Ele e a namorada se entreolharam preocupados. Deus, acho que eles pensam que eu sou louca! Bem, Acho que a loucura seria uma boa saída, não ter consciência do que se passa ao redor às vezes é uma benção.

“Será que podem me dar um tempo?”

“Amiga...”

Ju já estava a ponto de chorar de novo, ela era assim, emotiva ao extremo.

“Nós vamos à cantina, quer alguma coisa?”

Ofereceu o namorado da Jujuba.

Quero poder voltar no tempo, seria possível?

“Não...”

“Eu não vou te deixar sozinha! NÃO MESMO! Lia você tá estranha, pensei que te encontrar chorando ou algo do tipo, mas, para você, parece que nada aconteceu. Lia deixa a gente te ajudar...”.

“Ju, por favor – Interviu Gil – É melhor a gente ir comer alguma coisa, a noite vai ser longa. A Lia vai chamar se precisar da gente, não vai?”

Vou?

“Claro.”

Ainda relutante, Ju foi conduzida pelo meu amigo ate desaparecer no fim do corredor. Ele também queria ficar, mas de alguma forma, Gil sabia que meu pedido por espaço tinha sentido. Ele havia perdido o pai de uma forma trágica, acho que ele entendia que em momentos como esse, apesar da intenção ser a melhor, não dizer nada é o certo a se fazer. Cada um assimila a dor da sua forma, e a minha era essa. Só lamento que tenha magoado minha amiga, mas não posso evitar.

“Afastá-los não vai mudar nada, Lia.”

“Obrigado por dizer algo que eu já sei.”

“Eles só estão preocupados, não é fácil pra ninguém. Você precisa pensar em como eles se sentem também.”

Isso vindo de você, Raquel, é quase uma piada!

“Eu liguei para sua avó... Sua irmã quer saber como você tá. Pedi para dona paulina acalmá-la, ela me contou que já ligou pro seu pai e para Marcela. Eles vão pegar o primeiro voo de volta.”

“Eu tenho que avisar os pais dele...”.

A Alice estava certa, ele devia ter mantido distancia de mim.

“Não se preocupe, eu faço isso. Tenho certeza que não vai querer sair daqui, mas seria melhor você sentar, descansar um pouco. Eu vou procurar alguém para pedir informação sobre a cirurgia.”

“Obrigado, mãe.”

Depois que Raquel também foi embora, pude respirar um pouco mais aliviada. Ter que enfrentar os questionamentos, os olhares de pesar, a dor dos outros quando nem sabia como lidar com a minha própria era pesado demais para mim. Queria encontrar um lugar bem longe de tudo, me esconder e ficar lá ate ter certeza que tudo ficaria bem. Ou talvez dormir e só acordar quando soubesse que ele estava fora de perigo. Mas desejos são desejos, e a realidade bate na porta com tanta força que é impossível esquecer, mesmo que por pouco tempo, que o tempo corre e a vida escorre pelas mãos.

Como Raquel havia sugerido, fui ate uma cadeira e me sentei. A sala de visitas não é o melhor lugar do mundo para se descansar, mas pelo menos a ausência de outras pessoas no local me daria certa tranquilidade.

Fechei os olhos, braços cruzados, as lembranças me atingindo com força. Mas não as evitei, não fugi... Vi tudo novamente, dessa vez como uma expectadora. Vi o meu erro em não prestar atenção ao que acontecia ao meu redor, de não ter percebido a aproximação de Sal. Se eu tivesse olhado para trás... Se o tivesse visto. E fazer o que? Gritar o impediria? Não... Mas ele teria feito comigo o que fez com Dinho. E isso era o que deveria ter acontecido. Ainda há tanta coisa que eu não entendo, o problema de Sal era comigo, não com ele. Apesar da briga que eles tiveram, eu sempre fui o alvo. Por que isso mudou?

“Eu vou estar aqui para cuidar de você.”

Por quanto tempo? Se ao menos eu tivesse cuidado de você, Dinho.

São tantos os ‘se’, as suposições... Só sei que nunca senti tanto medo ao vê-lo caído no chão. Nem os minutos foram tão longos desde o momento que ele foi atingido ate agora. Ainda podia ouvir o som da sirene da ambulância, Raquel ao me lado me perguntado o que aconteceu. Nunca vou poder me esquecer do olhar vazio dele, nem da risada de Sal pouco antes de fugir. São lembranças que sempre vão me perseguir, pra sempre... E ‘pra sempre’ pode ser muito tempo.

“Me avisaram que te encontraria aqui.”

“De todas as pessoas que pensei ver agora, você é, sem sombra de duvidas, a mais improvável. O que quer? Dizer que estava certa sobre tudo? Mas a verdade é que você tinha razão, eu devia ter dado valor ao que tinha, pois agora eu posso perder o que mais amo.”

“Não gosto de você, mas nem eu desceria tão baixo. Eu to aqui para saber como ele tá.”

“Não sei... Como soube do que aconteceu?”

Luana sentou-se do meu lado. Um pouco afastado, estava John, o namorado dela.

“Vitor. Ele me ligou, faz pouco tempo... Nem faz ideia do susto que levei. Vim assim que pude.”

“OH, quanta consideração!”

“Ah, mas não por você. Quero saber só do meu amigo... Como já disse não gosto de você, Marrenta.”

“Quase me sinto magoada por saber disso!”

Ironizei diante daquela diálogo surreal.

 “Mas deixando nossa amizade de lado... – A morena ficou séria – O Vitor me telefonou porque já capturaram o Sal, Lia. Mas não do jeito que se esperava...”.

“O que quer dizer com isso?”

“O que eu to tentando dizer é que ele tá morto... – Ouvi uma nota de pesar na fala da outra – Durante a fuga, ele roubou um carro. Tava dirigindo em alta velocidade perdeu o controle. Morreu na hora. O irmão dele tá arrasado, por tudo, pelo Dinho... Pelos pais que nem sabem o que se passava com o filho. Ele me disse que não pensou que isso fosse acontecer, ele se sente muito culpado.”

“A culpa dele não muda nada, muda?”

Exasperei-me. Vitor sempre detestou meu namorado e se não fosse o seu pedido, se eu não tivesse me comovido com o pedido dele para poupar Sal... Ele que vá por inferno junto com a culpa dele e com o maldito irmão!

“Pouco me importa o que ele tá passando, só sei que se eu não tivesse dado ouvidos ao pedido dele, talvez, o Sal nunca tivesse machucado o meu namorado. O irmão dele atirou no Dinho, machucou ele, mas, pelo menos, teve o que mereceu... Quero mais é que ele queime no inferno que é o lugar dele!”

“LIA?!”

Interviu Luana, mas não medi o que dizia. Tudo o que tava entalado na minha garganta, todo o ódio, raiva... Meus sentimentos mais obscuros precisavam ser postos para fora.

“O QUÊ?! Quer que eu diga que sinto muito? Pois saiba que eu não sinto! Por mim ele podia ter morrido há muito tempo! Com ele morto, eu não corria o risco de perder a pessoa que eu mais amo! Você nem ninguém podem me julgar, ninguém! A CULPA É DELE! DELE!”

“E achar que ele morrer foi bom vai te ajudar em quê? Olha, não to defendendo o Sal, mas raciocina... Cultivar raiva e ódio não mudam nada. Isso só vai te fazer ficar pior, se assemelhar a ele. O Sal era um cara doente, perigoso, eu sei disso tudo, sei da culpa dele também. Mas ele tá morto agora, a vida dele acabou. E a sua? Vai passar o resto dos seus dias remoendo algo que não pôde evitar?”

“A verdade é que eu podia... – Cansada, pus a cabeça entre as mãos – Mas mesmo sabendo disso, tudo continua igual. O Dinho ainda tá em perigo e eu to aqui. Era para ter sido em mim, Luana. O tiro devia ter pego em mim, eu sou a culpada. Eu deveria ter denunciado aquele maníaco, eu fiz isso tudo!”

Isso era a mais pura verdade e nada do que dissessem me isentaria da culpa.

“Eu, eu – A voz falhou por um momento – Ele disse que tinha medo que Sal me fizesse mal, que não se perdoaria... Acha que eu posso me perdoar? E pior é que eu não compreendo porque com ele. O Sal me odiava, ele devia me ferir não ferir ele.”

“Não é culpa sua.”

“É o que todos dizem, mas eu não vejo assim entende? Foi a minha omissão que causou tudo isso. E agora eu nem, eu nem sei se vou vê-lo com vida de novo.”

“Falando assim, eu também teria culpa não? Eu também podia ter denunciado Sal, mas não o fiz. Lia, isso não é uma disputa ou um julgamento de quem merece mais dor. Tenho certeza que se eu, você ou mesmo Vitor soubéssemos que isso aconteceria, qualquer um dia nós teria impedido. Mas nós não sabíamos... – Num gesto inesperado, ela me abraçou – Você precisa acreditar que ele vai ficar bem, Lia.”

Fui pega de surpresa pelo abraço de Luana, mas não a afastei. Só alguns instantes depois nos separamos. A morena que ate então se mantinha calma, demonstrou a sua tristeza.

“Parece tão difícil...”.

“Eu sei... E acho que o que vou te dizer não vai melhorar em nada, mas não é justo te deixar no escuro...  Bem, você disse que não entedia porque Sal procurou Dinho, certo? – Acenei afirmativamente – No nosso ultimo encontro eu disse que ele tava te protegendo, desconversei na época, mas a verdade é que havia mais. Eu e o Dinho com a ajuda do meu namorado, estávamos buscando uma forma de tirar Sal de vez das nossas vidas. John é amigo de um promotor que trabalha em Brasília e que há algum tempo vinha investigando Sal e os comparsas dele de lá, e nós meio que nós envolvemos nisso.”

“Tá dizendo que ele se pôs em perigo?”

“Não, Lia! O Dinho só falou o que sabia, eu também, o resto foi por conta da policia. Um mandado de prisão foi emitido, mas o Sal conseguiu fugir... E veio para o Rio.”

“Se vingar?”

“Acho que sim... Ele era doente, perturbado. Na cabeça dele nós éramos os criminosos e ele a vitima. Ele enganou os pais, o irmão... Quando Vitor não aceitou ajudá-lo ele perdeu completamente o controle e acabou fazendo o que fez.”

“Eu não sei se sinto pena do Vitor ou alivio por ele. Ele não merecia o irmão que tinha.”

“É... E ele não pode contar com muita gente agora, a família dele tá toda lá em Brasília. Queria ficar, mas alguém tem que apoiá-lo.”

“Mesmo depois de tudo?”

Luana sorriu caustica pela minha pergunta. Só pude concluir que ela e Vitor eram passado e que o interesse dela nele era apenas amizade.

“Ele ainda é meu amigo. E se quer saber, acho que o melhor que poderia ter me acontecido foi ele ter se apaixonado por você. Eu encontrei uma pessoa especial e tenho com ele tudo o que eu sempre quis... Acho que é destino, sabe? Bom, chegou minha hora, mas, por favor, qualquer novidade me avisa... Eu gosto muito do Dinho e não é pelas razões que você sempre supôs. Ele é um grande amigo meu.”

“Ele é amigo de todo mundo! O cara mais sociável que já conheci, cativante... E quando sorri parece que ilumina o dia.”

“É, conheço bem aquele sorriso...”.

Luana sorriu ao lembrar-se de algo.

“Espero que não muito para sua própria saúde e segurança...”.

Me irritei, mas ao invés de rebater ela levantou as mãos em desistência.

“Tudo bem, não precisa me atacar! Ele é todo seu... Eu já tenho um John pra chamar de meu.”

“Amor...”

O namorado dela aproximou-se de nós e deu um selinho na morena.

“Oi! Lia né? Eu só queria dizer que se precisar de qualquer coisa não hesite em pedir. Eu gosto muito do seu namorado, ele é um bom rapaz. Tenho fé que ele vai ficar bem.”

“Obrigado.”

John e Luana partiram logo depois de trocarmos mais algumas palavras. Apesar de ter antipatizado por um bom tempo com ela, não tinha como agradecer o apoio que ela me deu. Estranho, mas em pouco tempo aprendi que pessoas nem são de todo bem ou mal, que elas são só humanas com virtudes e fraquezas. E a disposição de Luana de vir aqui e depois ir ver o ex-namorado confirmava um pouco disso.

“Lia?”

“Oi?”

Levantei da cadeira, a aflição emanando de mim. Raquel se aproximou um pouco temerosa. Meu coração perdeu uma batida quando olhei sua expressão. Temi perguntar, mas eu tinha que fazê-lo.

“O que foi que aconteceu, mãe?”

“A cirurgia acabou... Ele foi levado para a UTI. Conseguiram extrair a bala, mas ele perdeu muito sangue, sofreu uma parada cardíaca... Não há muitas esperanças, filha.”.

Não me lembro do que aconteceu, só que de repente tudo ficou escuro. Antes de peder a consciência de vez, ouvi a voz de Raquel ao longe, depois mais nada.


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Notas finais do capítulo

Capítulo by: Érica!

:´( Pobre da Lia, cara! Mas enfim... Pelo menos o Sal não é mais um problema ~NinguémSeMeteComMeuDinhoESaiImpune~. Achei bacana a atitude da Lu. E quem diria que tinha o dedo dela nessa história? Será que o Dinho vai ficar bem? Espero que sim! Gostou? Comente!

PS: Por hoje é só, pessoas! Semana que vem eu volto. Ah... E não postarei mais capítulos acompanhados de fotos porque tá dando problema e as ditas cuja somem do nada! :( Então... Até semana que vem, amores! Beijos!



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