Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 14
Feliz para sempre?


Notas iniciais do capítulo

"A recordação da felicidade já não é felicidade. A recordação da dor ainda é dor." ... (George 'Lord' Byron)



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Um mês depois...

“Yesterday... Love was such an easy game to play. Now I need a place to hide away. Oh… I believe in yesterday!”… ♫ (Ontem... o amor era um jogo fácil de se jogar. Agora preciso de um lugar para me esconder.Oh... eu acredito no ontem!)

“Nossa, essa foi fundo no peito! Valeu, Nando por tornar o meu sofrimento ainda maior.” Falo rindo, mas só exteriormente.

Balancei a cabeça tentando espantar os maus sentimentos. Há um mês pareço ter sido jogado num poço sem fundo e que a cada instante que passa fica mais fundo. Decidi me manter afastado, mas o universo não tem sido meu amigo. Para onde quer que eu vá ou olhe lá esta ela... Junto dele! Ela na praça conversando com ele. Ela no Misturama tocando guitarra para ele. Ela com os amigos e ele! Ele, ele, ele! E eu? Bem... eu tô aqui tentando suportar. A Fatinha disse que o amor não é fácil, mas isso já tá virando SACANAGEM!

“Sossega ai garoto! Vou mandar a Rosa preparar um suco de clorofila para iluminar a sua mente.” Fala Nando indo para o balcão.

“Também quero um, hein? Então, voltando ao assunto... Adorei as suas fotos! Não sabia que você tinha tanto talento para fotografia.” Diz Ju referindo-se as fotos que eu havia tirado.

Durante a viagem que fiz pelo mundo descobri um hobby antes ignorado. Fascinado pela beleza dos lugares e pessoas que conhecia procurei uma maneira de gravar aquilo caso a memória não fosse suficiente. No início, foram algumas fotos e o tempo fez com que se tornassem centenas... Havia um outro motivo também. As fotos tinham o intuito de preservar o que eu quis viver com ela e não foi possível. Era uma forma de ela ver o mundo através dos meus olhos e assim, diminuir a distância entre nós... Ao voltar para o Brasil deixei de lado esse prazer, mas ao ser procurado pela Ju para ajudar num projeto da faculdade, me dei conta do quanto fotografar me fez falta. Desde então, não há um dia em que não capture alguma imagem com a lente da câmera.

“Gostou mesmo? Espero ter sido útil no seu projeto. Nem fazia ideia de que minhas fotos iam servir para alguma coisa... comecei fotografando por hobby e daí não parei mais.” Falo meio sem jeito.

“Bem, suas fotos salvaram minha vida. Queria encontrar um ‘look’ inspirado na cultura africana e as mulheres que você fotografou me inspiraram demais. Tirei nota máxima! E você não sabe o melhor: meu professor disse que tem um amigo fotografo que precisa de um assistente... Pensei que talvez você se interessasse.” Fala Ju me mostrando uma luz no fim do túnel.

“Claro que estou interessado... Mas não sei se tenho muita experiência para isso. Porém não custa nada tentar, né? Tô precisando mesmo esfriar um pouco a cabeça e um trabalho seria a melhor saída para isso.” Falo pensando no ultimo mês.

“Não deve tá sendo fácil, né? Eu ate tentei sondar a Lia sobre você, mas é impossível arrancar qualquer coisa daquela Marrenta. Sinto muito Dinho.” Diz Ju solidária.

“Ela ate fala comigo na presença de outras pessoas, mas sempre com frieza... Eu devo ser muito idiota por ainda insistir.” Minha expressão é de desolação, mas algo dentro de mim impede que eu desista. Acho que deve ser o meu amor.

“Mas deixando isso de lado, como você tá? Conversei com o Gil... Apesar daquele jeito arredio dele, deu para perceber que ele quer uma chance.” Questiono minha amiga.

“Vou indo... O Gil? Ele nem mais conversa comigo, sei que não fui lá muito receptiva, mas eu tinha motivos!” Ju faz uma cara emburrada.

“Há-há-há... Bela dupla de “mal amados” nós dois, não?” Digo rindo.

“Ah... Eu sou muito bem amada!” Fala Ju rindo também.

Conversamos por mais algum tempo, mas logo depois ela partiu. Fiquei sozinho no Misturama... Era de tarde e não havia mais ninguém além de mim, Nando e a Rosa. Comecei a recolher as fotografias antes espalhadas pela mesa e foi ai que eu a vi. Ela falava algo para Nando e parecia contente. Pensei em ir lá dizer algo, mas dado os nossos últimos encontros desisti da ideia... Já ia à saída quando uma rajada de vento arrancou as fotos da minha mão e elas espalharam-se por todo o chão.

Ela e o Nando me ajudaram a recolher as fotos. Mas por algum motivo ela olhava fixamente para a ultima que havia pegado do chão... A foto de Valentina. Droga! Eu devia ter me livrado daquela foto, mas acabei esquecendo... Eu devo ser muito idiota mesmo: Sou meu maior inimigo!

“São lindas... Principalmente, essa.” Diz irônica.

“Lia... é só uma foto. Não é nada do que “Cê” tá pensando.” Falo tentando explicar.

“Claro, claro... Apenas fotos iguais a aquelas do TV Sereia, né? Dinho, não precisa dizer nada eu já entendi tudo.” Fala se afastado.

Pego sua mão na tentativa de impedi-la. Novamente perpassa por meu corpo uma corrente elétrica... Assim como no nosso primeiro encontro.

“Não, agora você vai me escutar! É só uma foto. Não existe nenhum significado para mim.” Digo enfático.

“Você mente tão bem... Já tinha ate me esquecido. Então, quer dizer que não houve mais nada entre vocês? Tá dizendo que não caiu novamente na ‘rede’ daquela ‘Sereia dos Infernos’ depois que foi embora?”.

Baixo o olhar... A verdade afastaria a Lia ainda mais. Porém foi uma mentira que nos separou, não vou cometer novamente o mesmo erro.

“Não... Eu e a Valentina nos envolvemos por um tempo. Queria esquecer, pensei que ela poderia me ajudar. Mas acabou... Não há mais nada.” Falo sincero.

Ela apenas focaliza meu rosto, entretanto seus pensamentos estão longe. Ela recordava o passado assim como eu o fiz tantas e tantas vezes.

“Bem, lamento por vocês dois... Vocês formavam um belo casal. Preciso ir...” Diz soltando a sua mão da minha.

“Fugindo? Fala o que quer, mas não está disposta a escutar? Você me julga, mas também fez igual... Tá com o Vitor pelo mesmo motivo que eu fiquei com a Valentina.” Ela para de andar e volta-se para mim.

“Muita pretensão sua comparar o que você teve com a Valentina ao meu namoro com o Vitor!” Fala com os olhos chispando de raiva.

“Ah... Desculpe! Afinal nada se compara né? Vocês tem uma relação perfeita. Quem sou eu para dizer alguma coisa? Vai Lia, vai viver seu ‘conto de fadas’... E viva feliz para sempre!” Eu sei que só piorei as coisas, mas também havia muita dor dentro de mim. E pensar nela com ele machucava de uma forma que não posso descrever.

“Não sei se feliz para sempre... Mas certamente mais do que eu fui com você!” Disse indo embora.

“Me desculpe...” Mas ela não ouviu.

Mais uma vez eu estraguei tudo. Mais uma vez a vejo partir para longe de mim...

“Toma garoto.” Disse Nando entregando minhas fotos.

“Eu sempre estrago tudo... Sempre.” Digo derrotado.

“A gente sempre erra, Dinho. Mas o que importa não é quantas vezes caímos e sim a nossa disposição em levantar. Vai desistir?” Indaga Nando astuto.

Penso nessa briga, nas dificuldades... Em nós. Só há uma resposta.

“Não!”.


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Notas finais do capítulo

Snif, snif... Quanta complicação! JESUS... Só sofrimento pro Dinho! Acha que isso deve mudar? Gostou? Comente!