Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 13
A arte de amar


Notas iniciais do capítulo

"A suprema arte da guerra consiste em derrotar o inimigo sem ter que enfrentá-lo."... (Sun Tzu)



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Eu havia decidido não insistir mais com ela por um tempo. Acreditei que um pouco de espaço seria o melhor para que cada um de nós pudesse julgar o que realmente sente. Não que eu precise disso, mas ela certamente não me quer por perto.

Saí hoje com meus amigos para uma noite agradável de descontração, e mesmo após notar a sua presença no Misturama, me mantive firme na minha decisão de não enfrentá-la. Tudo ia bem... Ate que eu subi no palco e a olhei. Meu intento ‘caiu por terra’ e tudo que fui capaz de fazer foi confessar o que se passava no meu intimo. Não foi nada planejado, não quis constrangê-la... Eu só precisava dizer, entende? E eu disse. E ela o beijou... De novo.

“Pode me explicar que caso de amor é esse que você tem com as estrelas?”

Estava sentado no balanço da praça perdido nos meus conflitos. Olhei para o lado e vi aquela que tanto tem me ajudado. Acho que eu me apaixonaria por ela se não amasse tanto a Lia.

“Acho que me apaixonaria por você se não amasse tanto aquela Marrenta.” Digo cansado.

Ela se aproxima e senta-se no banco ao meu lado. Veio ao meu socorro... Prometo que um dia vou retribuir.

“Um amigo me chamou para cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso e fui: Lispector, Fatinha. Vi quando você saiu do Misturama... Pensei que quisesse ficar sozinho.” Fala começando a mover o balanço.

“Então, por que veio aqui?” Pergunto.

“Porque ninguém merece sofrer sozinho. Ah... e te trouxe isso – ela tira um pacote da bolsa e me entrega – dizem que alivia a tristeza.” Diz brincalhona.

“Chicletes?” Indago olhando para o pacote.

“Ah... eu não tinha nada melhor e tipo: Eu to morrendo de fome! Ser ‘ombro amigo’ desgasta, viu? Nem tive tempo de comer nada... Não sei se você sabe, mas guerras foram declaradas mais sutilmente do que o que você acabou de fazer. Pode não ter sido sensato, mas ninguém pode negar: Você tem ESTILO!” Diz Fatinha rindo.

“Não foi uma declaração de guerra. Eu não tinha a intenção, só que...”.

“Não deu pra evitar? Sei... Razão e emoção raramente andam juntas. Eu já tinha te alertado que não seria fácil. O amor nunca é.” Vejo seus olhos entristecerem.

“Fala isso por causa do Bruno? Ele passou a noite toda olhando para nós. Parecia que a qualquer momento ele pularia e me desafiaria para um duelo pelo seu coração.”

“O Bruno é só um menino grande que não pode mais ter o seu brinquedo preferido. Sobre o que você disse de se apaixonar por mim... Nunca daria certo, sabe? Eu te amo demais para arriscar perder a nossa amizade. E além domais, a gente é muito parecido. Que graça teria?” Pergunta pensativa.

“Nenhuma.” Sorrio e passo o braço pelos seus ombros. Fatinha tem razão, nunca daria certo.

“Não olhe agora, mas vem confusão por ai!” Diz ficando de pé.

Olho na mesma direção que ela e vejo o tal Vitor caminhando lentamente para perto de nós dois.

“Queria falar com você.” Ele estava calmo, considerando os últimos acontecimentos.

“Pode falar Vitinho!” Diz Fatinha que apesar de risonha, aparentava tensão.

“O que eu tenho pra falar é em particular. Então, sem querer ofender peço que nos dê licença.” Fala Vitor impaciente.

Quem esse cara pensa que é para falar com a Fatinha desse jeito?

“Fatinha pode ir... Eu quero mesmo ter uma conversa com o Vitor. Só ele e eu.” Minha amiga perde um pouco do ânimo e acata o meu pedido.

“Tá, tá... Expulsem a Periguete. Qualquer coisa grita, hein?” Diz ela seguindo para o Hostel.

“Gritar por quê? Ele não vai precisar de ajuda.” Fala Vitor ofendido.

“Sorry, mas a ajuda é pra você!” E assim ela vai embora.

Ai! Essa deve ter doido. Por isso que eu amo tanto essa Periguete!

Já a sós, espero que ele inicie a conversa.

“Acho que você sabe por que eu estou aqui, né?” Questiona o Vitor.

“Sei? Talvez... Por que não me esclarece?” Digo calmo.

Admito que sou a pessoa errada da história, mas eu amo a Lia e isso sempre será de conhecimento público. Ele que aprenda a conviver com esse fato!

“Não se faça de desentendido e comece a negar que não sente nada por ela ou que não está tentando reconquistá-la, pois sei...” O interrompo antes que termine a frase.

“Eu não nego nada. Pelo contrário, eu a amo e desejo tê-la de volta.” Ele perde a pose civilizada que mantinha.

“E você diz isso assim? Acha que tem o direito de se meter nos relacionamentos das pessoas e que tudo vai ficar por isso mesmo?”. Questiona exasperado.

“Não desejo me meter entre ninguém ou qualquer coisa. O que quero apenas é que ela saiba como me sinto e se ela coresponder, não hesitarei em trazê-la de volta para mim.”

“Para quê? Para trair ela mais uma vez? Mentir? Eu vi o estrago que você fez a ela. Pretende roubá-la de mim e depois?”

A menção a traição quase me fez perder a paciência. O que houve entre mim, a Valentina e a Lia interessa somente a nós e ele não tem o direito de interferir nesse assunto. O que me fez conter a raiva foi a informação sobre o estrago que fiz a ela. Sabia que havia machucado muito a Lia, mas não tenho dimensão do tamanho disso. Eu fui embora, deixe-a aqui e ela encontrou esse clone do Harry Potter que, bem ou mal, a ajudou a enfrentar tudo.

“Ela não é um produto em uma prateleira para ser roubada. Ninguém é! Se ela quiser ficar comigo será por livre e espontânea vontade.” Digo sucinto.

“Você diz que a ama, né? Então, porque não pode respeitar as escolhas dela? Ela tá comigo agora. Eu a faço feliz... Amo a Lia e nunca a faria sofrer. Acho que o certo a se fazer é você deixar nós dois em paz.” Diz cortante.

“Quem te escuta, pensa ate que vocês vivem um “Conto de fadas”. Um amor perfeito. É assim como você define a sua relação com a Lia?” Questiono descrente.

“Perfeito? Não sei se essa seria a palavra, mas temos sim uma relação boa. Nada de brigas mentiras, traições...”.

Sério, se ele falar em traição de novo: Eu vou apresentar o meu punho ao nariz dele!

“E você acha que comigo tão perto isso vai mudar? Não confia na Lia?” Falo irônico.

“Eu não confio é em você! Bem, essa conversa já se estendeu além do que devia. Você já está avisado... Fique longe dela!” Diz ele caminhado de volta para o Misturama.

Observei-o se afastar. Nunca acreditei que violência fosse a melhor solução para um problema, mas nesse momento sentia a enorme vontade de acertar um murro bem no meio do rosto “perfeito” desse ‘Panaca’. Não menti quando disse que não quis me meter entre os dois... O meu assunto é com ela e não com ele. Mas a forma como se referia a Lia, como uma espécie de propriedade sua quase me tirou do sério.

Isso não é uma guerra e nem ele é o meu inimigo. A Lia não é posse para ser disputada e desconfio que ela não ficaria nada feliz sabendo disso. Sim, Vitor... Não vou interferir na relação de vocês, acho que ate vai ser bom manter um pouco de distância. Mas não pelo que você disse e sim por respeito às escolhas dela.

Sigo em direção ao Hostel. Já era tarde da noite e havia pouco movimento pelas ruas... Revivi a conversa com aquele que tinha a Lia perto de si. Um sorriso começou a desenhar-se em meu rosto... Durante o tempo que viajei pelo mundo aprendi muitas coisas. Uma delas é que uma guerra pode ser vencida sem levantar-se sequer uma arma. E embora não saiba, ele me deu a maior delas.

“Eu amo a Lia” Ele havia dito.

Mas em nenhum momento disse que ela o ama. Assim como ela também não falou que não me amava. Ele não entende... Eu sempre serei o vencedor. Mesmo que ela o escolha, mesmo que seja obrigado a vê-la nos braços de outro. O que importa pra mim é a sua felicidade, esteja ela ao meu lado ou não. Porque é disso que esse sentimento se trata... Amar não é sinônimo de amarras ou prisão e talvez ele não saiba disso. Eu posso ser derrotado na ‘guerra’, mas serei sempre o vencedor no amor.



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Notas finais do capítulo

Hum... Deu RUIM! Harry/Vitor quis mostrar qual é a real só que Dinho não deixou por menos! Gostou? Comente! Beijo...



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