Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 44
Red


Notas iniciais do capítulo

"Pais sejam bons com suas filhas, elas irão amar como vocês amam. Garotas se tornam amantes e depois mães. Então, mães, sejam boas com suas filhas também... Oh, você vê a pele? É a mesma pessoa que está dentro desde que ela o viu indo embora. Agora está largada... Limpando a bagunça que ele fez. Então pais, sejam bons com suas filhas. Elas irão amar como vocês amam."... (John Mayer)



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“Alô, quem fala?”

“Mãe? Oi! É a Fatinha...”.

Passei a ultima semana criando coragem para realizar esta ligação e, embora tenha esperado ardentemente por isso, não sei se o resultado será aquele que eu desejo.

“Filha! Eu não estava esperando por isso... Te avisei que assim que possível te ligaria. Acho que esse não é um bom momento.”

“E quando vai ser? Tem ideia do tempo que eu to esperando? Nada da senhora dar sinal de vida... Me diz, o que o papai falou sobre o bebê? Ele ficou muito bravo?”

“Maria de Fátima...”.

Ela suspirou do outro lado da linha e eu soube imediatamente a resposta para a minha pergunta. Eu estava quase com cinco meses completos de gestação, e há algum tempo liguei para dona Vilma informando sobre o bebê. Minha mãe quase teve um ‘piripaque’ tamanho o susto que levou e, como sempre, me passou um serão daqueles! Sei que descobrir sobre um neto pelo telefone não é algo fácil, mas aparecer na casa dos meus pais teria sido muito pior.

O que poderia fazer? Chegar lá em Carambola e dizer: “Pai, mãe! Quanto tempo, hein? Tenho tanto para contra, inclusive, vocês não sabem... To grávida do Bruno! Né maneiro?”.

SÓ QUE NÃO!

“Vamos lá, Dona Vilma: Desembucha!”

Falei rindo, mas a alegria era só superficial.

“Fatinha, você conhece seu pai, as crenças dele... Foi um baque, para nós dois, saber sobre o bebê. Ainda mais nessas condições... Você solteira, sem casa e agora sem emprego. O que você vai fazer?”

“Não se preocupa, mãe... Eu vou dar um jeito, consegui me virar desde que ‘saí’ de casa. Faz tempo, lembra? E apesar de ser expulsa com uma ‘mão na frente e outra atrás’, eu ate que fiz um bom trabalho. Quem diria que a Fatinha iria tão longe? Com certeza não meu pai!”

Amargura das palavras era nítida e eloquente.

Sinto sua falta, era o que queria dizer. Pedir colo, ficar um tempinho recebendo cafuné, mas não podia. Ela não me daria o que eu precisava, respeitava o marido demais para isso. Não entendo, por mais que tente como um pai pode abrir mão da filha como ele fez. Mas por mais doloroso que fosse eu sabia o motivo: Eu não era a filha que ele esperava. Não a Maria de Fátima santa, e sim a Fatinha ‘Periguete’ e, portanto, indigna de amor. Me expulsou. Me expulsou de casa e da sua vida como se eu nunca tivesse existido, como um sapato velho que a gente joga fora quando não tem mais serventia. A filha dele, sangue do seu próprio sangue.

“Filha, não fala assim do seu pai... Ele foi criado com rigorosos preceitos, não podia simplesmente admitir que você, bem, você levasse o tipo de vida que levava. Maria de Fátima, você também não facilitou em nada! Se pelo menos, não tivesse feito o que fez naquele baile... Nós ainda seríamos uma família.”

Quer dizer que não somos mais?

“Traduzindo: Eu deveria mentir! É isso que a senhora acha? Que nossas vidas seriam mais simples se eu tivesse abaixado à cabeça e aceitado tudo de ‘bico fechado’? Não dona Vilma, eu não podia continuar com aquela farsa. Eu não era feliz, não que a culpa seja de vocês... Mas eu precisava me libertar. Relaxa mãe, eu não to cobrando nada. O bebê é meu, minha responsabilidade... Se liguei foi, foi porque achei que era o meu dever... Talvez eu devesse ir aí, que tal? Fazer uma visita.”

Um silêncio constrangedor se seguiu depois da minha sugestão de visitá-los em Carambola, minha terra natal. Senti um aperto forte no peito, mas segurei a emoção.

“Não sei se é uma boa ideia. Carambola é um lugar pequeno, e como em todo lugar pequeno, as pessoas falam... Os fofoqueiros já comentam sobre você e saber que vai ser mãe sem ter um marido só causaria mais aborrecimentos.”

Não faça isso, mãe. Por favor, não faça isso comigo.

“Não quer me ver?”

Perguntei em um fio de voz.

“Fatinha, não me julgue mal... Entenda, seu pai, ele precisa de tempo.”

E eu preciso do amor de vocês... Mas não disse o pensamento que por pouco não escapou dos lábios.

Entenda... Não mãe, eu não entendo. Não quero aceitar que fofocas sejam mais importantes do que eu, não quero aceitar que você tem vergonha de mim só porque sou diferente. Porque não sou tão Maria de Fátima, santa, e sim Fatinha, periguete.

Doeu. Doeu muito, mas não demonstrei.

“Claro! Eu ia achar tudo um tédio mesmo. Aí é tão parado, sem festas, nem baile funk... Fica para uma próxima. Foi mal mãe, mas tenho que desligar. Os turistas tão me chamando lá na recepção, e eu não posso desapontar, né? Esse Hostel não sobrevive sem a ‘Little Fátima’!”

E por fim, encerrei a ligação. Nada de adeus, tchau ou  algo do gênero. Não queria esperar uma resposta ou mesmo um ‘Eu te amo’, porque não suportaria tamanha hipocrisia e acabaria jogando na cara dela o que sentia, minha tristeza pelo abandono dos dois. Não, não teria sido algo agradável ou bonito.

Dona Vilma me amava, eu sei que sim, mas seu amor – se é que assim pode-se dizer – vinha com restrições: a vontade do marido e a opinião da sociedade sempre estariam em primeiro, eu nunca teria chance. E o meu pai... Bem, aquele já deve ter me riscado da memória sem o mínimo remorso. Afinal, eu sou uma ‘vergonha’, a ‘ovelha desgarrada’ que cometeu todos os pecados que ele professou que eu cometeria. A gravidez deve ter sido só o que faltava para que ele assinasse meu ‘atestado de óbito’ familiar.

“E aqui jaz Maria de Fátima dos Prazeres: Uma péssima filha!”

Sorri pelo pensamento, mas o sorriso não chegou aos olhos. Andei reparando que não sorrio como antes, acho que porque não sou a mesma de antes. Mas eu ainda sei quem sou, não a filha perfeita ou a nora adorada, mas sou quem sou e o que pensam não importa. Eu sou forte e já aguentei tanta ‘pancada’ dessa vida que nada pode realmente me afetar. Entretanto, era em momentos como esse, em que me via sozinha que via um pouco da ‘muralha emocional’ ruir. Eu sou forte, mas também sou humana.

Fui ate a recepção e trabalhei normalmente. Quem me visse nunca diria que eu tive uma conversa tensa com minha mãe. Aprendi a fingir muito bem, mas o engraçado é que não me orgulhava disso.

“Oi, Fatinha!”

Falou a loira Marrenta do Dinho entrando na recepção.

“O Dinho não tá, portanto, pode dar meia volta daí mesmo!”

“Quem disse que eu vim procurar o Dinho? Acredite ou não, eu to aqui para falar com você...”.

“Sério? E a que devo a honra de ter a companhia tão desagradável da ‘nonsense’ mais roqueira do bairro?”

Debochei com meu jeito espevitado. Não gostava da Lia, quer dizer, a gente nunca se deu bem e não tava a fim de socializar.

“Caramba, quanta simpatia! Limpa o veneno que tá escorrendo no canto da boca tá?”

“Digo o mesmo da tinta do seu cabelo! Acho que o papel crepom que ‘cê’ comprou para pintar essas mechas ridículas não é de qualidade.”

“Mentira? Pois fique sabendo que comprei o papel no mesma liquidação que você comprou suas roupas, ou melhor, retalhos de pano.”

“Gostou? Eu ate te daria umas dicas de como se vestir, pois ‘vamo’ falar a real, suas ‘roupitchas’ são o Ó! Sinceramente, não sei o que o Dinho vê em você! Vivo falando para ele que se ele gosta de ser ‘assistencialista’ que seria mais fácil ‘catar’ um mendigo da rua, mas acho que ate um ‘sem teto’ se veste melhor do que você!”

Vi Lia ficar vermelha de raiva e ri da sua cara. Pelo menos, um pouco de diversão nesse dia ‘cão’ eu teria.

“Quer saber, não sei por que to aqui viu? O Dinho me encheu o saco falando para tentar ser ‘coleguinha’ sua, mas não dá! Você é insuportável! To é perdendo meu tempo, mas eu sou uma burra mesmo!”

“Concordo plenamente!”

“Sua, sua... Periguete!”

“Já fez o que queria? Não? PROBLEMA! Vaza daqui!”

A marrenta saiu batendo o pé e mais uma vez fiquei sozinha.

Periguete. É assim como todo mundo me vê. O Bruno, meus pais, a doida da Lia, a torcida do flamengo e companhia, mas tudo bem... Eu não me importo. Porém, não me importar não era o suficiente para impedir que lágrimas brotassem dos olhos.

“Eu só vim pegar a minha pulseira que caiu, mas já to saindo... Fatinha?”

Tentei enxugar o rosto disfarçadamente, mas Lia percebeu que eu estava chorando.

Ótimo, agora ela vai se achar e espalhar para todo mundo sobre esse meu momento ‘Não tão Diva’.

“Que foi? Nunca me viu mais linda não? Eu sei o que ‘cê’ tá pensando, por isso pode correr e dizer que a ‘Periguete’ tava aos prantos. Só poupa a minha beleza, tá? Eu não to com paciência para gente chata.”

“Periguete? Foi por isso que você tava chorando? Por que eu te chamei de periguete?”

Questionou Lia com a expressão culpada.

“Faça-me rir, né? Acha que tem esse poder, Marrenta? Não mesmo... Eu nem tava chorando, foi um cisco que caiu no meu olho e, e...”.

Não consegui completar a frase e voltei a chorar. Lia permaneceu parada um tempo, me olhando analiticamente ate que foi ao bebedouro e me trouxe um copo com água.

“Toma, acho que tá precisando.”

“Valeu...”

Levei o copo aos lábios voltando ao controle depois de beber todo o liquido.

“Oh, ela sabe agradecer!”

Brincou a loira me arrancando um sorriso.

“Não precisa dizer por que chorou... Vou aceitar a desculpa dos hormônios da gravidez, mas acho que seria bom você se abrir com uma amiga, parente, sei lá.”

“Eu não sei se você reparou, mas eu moro sozinha de favor no que deveria ser um deposito. Então, parentes não são muito presentes na minha vida, e quanto às amigas... Eu não tenho tantas amigas, para se sincera. A mulherada tem um problema comigo, acham que eu sou uma ‘devoradora de homens’ que vai roubar os seus namorados na primeira oportunidade.”

“E você é?”

Perguntou Lia inocentemente.

“Claro! Como um cara toda noite no jantar... Falando sério, pode ir. Eu to bem, foi só besteira minha.”

“E se eu quiser ficar? Pessoas não choram por besteiras... Não vou dizer que sou sua fã, mas acho que o Dinho tem razão quando diz que você nem é de todo mal. E apesar dele ser um Idiota, nunca erra no julgamento de uma pessoa. E se ele viu algo de bom na ‘Diva do Quadrante’, acho que também posso descobrir esse lado seu.”

“O Dinho é um Idiota... E um grande amigo também. Você tem sorte por tê-lo, viu? A gente não encontra um como ele em cada esquina não... – Suspirei forte retornando a postura espontânea de antes – Obrigada, por insistir. Além do Dinho, você foi a primeira pessoa. Mas eu não quero falar sobre isso... E se a minha companhia é tão importante, talvez ‘cê’ queira me acompanhar ate o Shopping. Meu turno acabou e eu to louca para fazer umas comprinhas básicas, e talvez você aproveite o meu bom gosto em moda para comprar algo. Vai por mim, ‘cê’ tá precisando dar um tapa, não, dar uma surra no visual!”

Assim que Michel assumiu o posto na recepção, corri para o quarto e troquei de roupa. As minissaias e tops começavam a ficar apertados devido a gravidez e via a necessidade de roupas mais confortáveis para quando a barriga crescesse mais. Afinal, não ficaria muito legal eu de barrigão de fora andando por aí, nem a mais Diva pagaria um mico desses.

Quando voltei, encontrei Lia no mesmo lugar. Pegamos um táxi na rua e fomos para as compras! Me sentia uma menina extasiada entrando de loja em loja, experimentando, comprando. Nada muito caro, já que a grana era curta, mas como aprendi com dona Vilma a pechinchar muito bem, até que consegui comprar bastante coisa. Lia era arrastada de um lado para o outro, com a cara amarrada, bufando o tempo todo. Após algumas horas daquela maratona, fomos ate a praça de alimentação e compramos um lanche.

“Tem certeza que pode comer isso?”

Indagou a roqueira olhando estranhamente para o meu sorvete de duas bolas de coco e amendoim com cobertura de morango e castanhas por cima.

“Meu bebê quer sorvete: Ele vai ter sorvete!”

Devorei tudo em tempo recorde e dei por encerrado o dia. Caminhávamos para a saída quando notei uma loja que me despertou a atenção.

“Vem, Lia! Vamos naquela loja ali.”

“Mais uma?! ‘Pelamorde’ Fatinha, eu to um ‘bagaço’!”

“Para de reclamar e anda logo!”

O local era lindo! Cheios de roupas, lembranças e artigos para bebês. Andei sem direção olhando cada detalhe. Vi um macacãozinho vermelho com o nome ‘mamãe’ bordado, sem resisti peguei nas mãos para ver.

“AWN... Olha que coisa mais fofa, Lia! É tão pequeno, nem parece que cabe uma pessoa aqui dentro. – Deslizei os dedos pela delicada peça e sorri por uma lembrança – Vermelho... Todos os bebês da minha família ganham uma roupinha vermelha, a primeira. Dizem que dá sorte...”

Família. O sorriso do meu rosto se apagou lentamente pelo que deveria representar essa palavra. Eu não tinha família, era órfã de pais vivos e só poderia contar comigo mesma. E agora ia ter um bebê e formar minha própria família, só nós dois. Pode parecer triste, mas é muito mais do que muitas pessoas tinham. E meu filho poderia contar com o pai também, contanto que não fosse como eu.

“Gostou? Temos outros modelos também...”.

Falou a vendedora solícita. Olhei o preço e vi a soma exorbitante que custava: Caro demais para mim.

“Não, valeu... Eu só tava olhando. ‘Vamonessa’, Lia!”

Saí sem esperar a Marrenta que se mantinha calada.

Já era noite quando chegamos ao Hostel. Tinha nas mãos algumas sacolas, mas não trazia o que realmente quis.

“Pode deixar tudo aí, sobre a cama, depois eu dou uma geral.”

Lia depositou as bolsas sobre o colchão. Aguardei que fosse embora, mas ela permaneceu no meu quarto. Andava de um lugar para outro mexendo, arrumando sem ao menos notar. Só queria ficar sozinha.

“Você não quer falar porque tá assim?”

“Assim como? Falar o quê?”

Disparei ríspida. Odiava que se intrometessem na minha vida, odiava que sentissem pena de mim... Odiava me sentir tão só, desamparada.

“Eu vi a sua cara quando pegou aquela roupinha, parecia tão feliz, mas de repente... Ficou triste. Nem prestou atenção no que a vendedora dizia.”

“E daí? Vai me dizer que se importa com meu ‘estado de espírito’? – Sorri caustica – Pode ter certeza que é uma de poucos. A verdade é que ninguém se importa muito com o que eu penso ou sinto, as pessoas sempre vão me taxar como uma ‘Facinha bocuda’. Me poupa, tá? Acha que eu não sei o que tá acontecendo aqui? Eu posso parecer burra e ignorante, mas é só aparência. Não é novidade nenhuma que você, Lia, não vai com a minha cara, o que é um problema todo SEU! Eu sempre tentei, talvez não do jeito certo, me aproximar, mas sempre levei ‘patada’. Pra você só existia a Ju e o resto do pessoal, a Facinha era ‘persona no grata’ no clube da ‘Luluzinha’. E agora, fica aí querendo mandar pra cima de mim essa sua psicologia barata. Se tá aqui pelo Dinho, pode ficar despreocupada: Eu falo para ele que você foi um amor, uma fofa. Não precisa fingir como todos os outros.”

“Olha bem pra minha cara e me diz se eu to mentindo? Acha que eu to aqui pelo Dinho? Eu amo meu namorado, mas ser sua amiga ou colega não tá incluído no pacote. Se estou aqui é porque quero, e porque me lembro de que algumas vezes uma certa ‘Facinha’ já me ajudou muito e eu nunca retribuí. Pode achar que é só desencargo de consciência, se isso a faz se sentir melhor, mas não diga que é mentira ou que não me importo.”

Mirei o rosto da pequena loira e vi refletida sinceridade. Quis, por um momento, compartilhar minhas tristezas, mas eu não sabia como. Talvez, só talvez eu devesse baixar a guarda.

“Eu liguei para minha mãe, hoje... – Me sentei na cama e mirei um canto qualquer – Queria saber se ela tinha dito pro meu pai sobre o meu bebê, e para a minha ‘não surpresa’, ele não quis papo. Me ofereci para ir lá, mas eles nem querem ver a minha sombra. Tão preocupados demais com a fofocas, para se permitirem me escutar. E se isso já não é o suficiente, tenho que aturar a ‘Bruxa má do oeste’, mãe do Bruno, me enchendo a paciência, me fuzilando com os olhos, destilando o seu desagrado pelo o que eu fiz com o filhinho dela. Sem falar que tenho que conviver quase que diariamente com um cara que ate outro dia não dava um ‘picolé’ por mim e agora faz as vezes de namorado apaixonado, o que eu sei que é só para ficar perto do filho. Como se por acaso eu fosse separá-los... Eu sou ruim, mas não a esse ponto!”

“Isso é muita coisa para uma pessoa só aguentar. Eu não imaginava que você passasse por tudo isso... E ainda assim, não se ressente pelo bebê. Isso é mesmo admirável, a forma como tem lidado com tudo... Outras pessoas recorreriam a métodos mais fáceis e resolveriam o que seria um ‘problema’.”

Lia sentou-se ao meu lado e segurou minha mão. Aquela situação era muita ‘piração’ para minha cabeça.

“Cara, isso é muita piração! Você me detesta, eu te detesto e estamos nós duas, no meu quarto, ‘chorando pitangas’!”

“Pra você ver... Mas deixando isso de lado, não to dizendo que a gente precisa se amar de paixão, o que é impossível, mas sei lá... A gente podia ser amiga, se precisar desabafar, eu to disposta a escutar. Sabe, eu olho pra você e vejo como já ama o seu bebê e penso ‘Pô, ela vai ser uma mãe maravilhosa!’... Não sei muito sobre mães, a minha é uma, bem, não é lá muito presente. E pelo visto, a sua também não é... Penso que posso te ajudar. Você é a melhor amiga do Dinho, se você quiser, posso ser a sua amiga também. Refleti sobre isso e depois me fala... Preciso ir, agora. Tchau!”

Lia seguiu para porta. O que disse me tocou profundamente e quis muito tê-la como... Amiga.

“Lia – Chamei-a quando ia à porta – Eu acho que eu posso te fazer o favor de ser sua QUASE BFF, mas não conta pra ninguém. Preciso manter a minha reputação, né? Ah, e eu ainda te detesto! Só que não muito...”.

“Tá, acho que posso sobreviver com esse fato. Ah, e eu também te detesto! Só que não muito... Fica bem Fatinha.”

Lia sorriu e partiu em seguida. Sozinha novamente, mas não tanto como mais cedo, pus-me a organizar as roupas que comprei no meu pequeno guarda roupa. Não havia muita coisa, mas o espaço ocupado por Bruno atrapalhava um pouco minha tarefa. E foi enquanto pensava naquele Moreno muito gostoso, que ouvi alguém bater na porta.

“Oi, Fatinha!”

Falou Dinho entrando no quarto com um grande sorriso.

“Oi, ‘amigo’! Bonito, né? Não sabia que agora tinha uma empresa especializada em prestar serviços de babá! A sua namorada veio aqui hoje, sabia? E adivinha: Tivemos o maior ‘papo calcinha’ e somos... como dizer? BFFs ou quase isso!”

“Hum, fico feliz em saber... Mas vim te procurar por outro motivo. Vamos sair? Pegar um cinema?”.

“E servir de vela pra você e a Lia? Não, obrigada!”

“Apesar de adorar minha namorada – os seus olhos brilharam (Awn! :P) – queria passar um tempo com minha ‘amiga’. Só nós dois, nada de problemas, muito riso e besteira... Soube por um passarinho amarelo de mechas azuis que ‘cê’ tava precisando de colo.”

“Sério? Já sei ate de quem arrancar as penas amanhã, mas por hoje... Eu aceito.”

“Essa é a minha Fatinha!”

Adriano me abraçou forte e soube que eu podia não ter tanta coisa, amor ou pais que se preocupassem comigo. Entretanto, eu possuía algo muito valioso: Amigos de verdade.



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Notas finais do capítulo

Capítulo by: Érica!

"Em nome de cada homem cuidando de cada menina..." Pqp, Por que tão perfeito John? Ah, ele entende das coisas: SEU LINDJO! Amanhã é meu 'niver' (20 anos: Tô véia!) e se alguém me perguntasse o que eu queria de presente: Seria você, John! SÓ VOCÊ! E voltando a Fic... Dó de Little Fátima com esses pais pra lá de 'Non-sense'! Mas bom saber que ela pode contar com amigos, né? E quem diria que a Marrentinha ia se afeiçoar a Periguete? Pois é, coisas de Dinho... Gostou? Adorou? Comente!

Ps: Capítulo mais longo que já escrevi e digo que curti 'pacaraio'! Sempre gostei da possibilidade de uma amizade FaLia, mas para a nossa 'Não alegria' isso não aconteceu em Malhação :( Triste, triste... Mas aqui dá para matar um pouco essa vontade. Beijos meus leitores e ate semana que vem! E deixem reviews, hein?



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