Para Sempre Lidinho escrita por Érica, Mariana R


Capítulo 4
The Idiot is back!


Notas iniciais do capítulo

"Uma lágrima deve ter se formado no meu olho quando você deu seu primeiro beijo, mas estou a caminho... A caminho. Então, guarde um espaço bem dentro de você para tudo o que vou perder. Porque estou a caminho"... (Boyce Avenue)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/329760/chapter/4

Rio de janeiro, Brasil... Um novo começo.

Já se sentiu a beira de um abismo? A sensação de cair é tão grande... Medo e adrenalina se misturam, seu pulso acelera. Tudo o que você viveu passa em segundos diante dos seus olhos: Pessoas, Lia, lugares, Lia, sonhos, Lia. Ela de novo. É assim como me sinto... Prestes a cair! Isso importa? Medo, perda, fracasso? Não... Nem um pouco! Por ela, eu sempre me "jogarei de cabeça!"

Estou aqui agora. Pronto para enfrentar todas as adversidades que sei que existem. Essa é a minha chance de reparar meus enganos, se não concertar o que foi quebrado, pelos menos, construir algo novo. Hostel, Rio de Janeiro... Tão perto, E ainda assim...

"Você já pode me soltar agora".

"Não, não posso!... Nunca vou poder". Fala Fatinha socando de leve meu braço. Sinto meu ombro molhado por lágrimas.

"Hey! Não precisa chorar... Eu to aqui." Começo a sorrir ao lembrar-me da cara de espanto que minha Periguete favorita fez ao dar-se conta de que eu havia voltado.

"Tá bom... Já chega de borrar meu Rímel! Mas como é que você faz isso, hein? Vai embora, mal manda noticias e volta sem mais nem menos... Todo serelepe como alguém que tivesse ido ali na esquina? Não por acaso você ser conhecido por Idiota, né?" Diz minha amiga com a cara emburrada.

Olho-a... Tão linda! Será que não sabe que também foi difícil para mim? Cada dia longe era como morrer um pouco. Todos os momentos que perdi, todas as lembranças que não guardei... Páginas que permanecerão em branco na minha história.

Há um mês saí do Cairo, decidi ouvir o chamado do meu coração. Não vim diretamente para o Brasil, pois desejava encontrar minha família. Devia isso a eles... Meus pais, o Tico, ate a Barbara, minha irmã também. Amélia se parece tanto com minha mãe, os mesmos olhos... Só isso. Nada sei sobre ela. Quais as brincadeiras que gosta, o que a faz rir... Quais as suas músicas de ninar preferidas. Sou um estranho para minha própria irmã! Dar-me conta disso foi apenas uma amostra do que certamente está por vir... Muito havia se passado desde o dia que lhes avisei que não iria ao encontro deles em Miami, oito meses atrás. Sei que os magoei também e que devia me desculpar.

Família, laços... Embora tenha sido difícil me adaptar novamente entre eles, foi proveitoso sentir o que minha ausência causou. Estou mais preparado para suportar todos os obstáculos erguidos pela minha partida. Porém, não importa o que aconteça: Nunca mais ficarei tão longe.

"Nunca mais ficarei tão longe." Repito meus últimos pensamentos.

"Acho bom mesmo, viu? Ou juro que saio por ai te procurando só para ter o prazer de chutar a sua canela! Dinho... Cê é meu melhor amigo. Meu irmão. Não faz mais isso comigo, não sei se aguento ver você ir embora de novo."

Fatinha, minha amiga... Mais que irmã!

"Eu prometo... Se for embora, dou um jeito de te levar na minha bagagem" Falo sorrindo.

"NEVER, meu caro Idiota! Nunca que eu vou ser transportada igual produto contrabandeando. Só viajo se for de primeira classe! E tenho dito." Fala a Periguete aos risos.

Sempre Diva, essa garota!

"Então, tem vaga ou não para esse viajante?"

"Para você? Sempre haverá uma vaga nesse humilde Hostel... Nem que para isso eu tenha que jogar porta à fora um hospede chato!"

Após preencher minha ficha na recepção, subimos juntos ate o pequeno quarto. Era simples, somente o essencial: Cama, banheiro, uma mesa... E perto da Lia. Como diria o meu pai Tudo o que importa num imóvel é a localização. E não há melhor localização do que a que me deixe junto dela.

Sem querer adiar o inevitável...

"Então, como anda tudo por aqui? A galera?" Digo com falso desinteresse.

"Hum... A galera? Sério Dinho?! Pra cima de Muá?" Ela me conhecia como ninguém.

"Tá certo... Como é que anda o Severino?... Ai!" Exclamo ao ser atingido por minha bagagem lançada pela Fatinha.

"Olha que dá próxima te jogo um vaso! Severino! Fala logo que você quer saber daquela Marrenta da Lia... Lamento meu amigo, mas as novidades não são nada boas, não para você. E nem venha me dizer que não se importa, porque sei que você voltou por ela!"

Tá vendo? Ela me conhece como ninguém!

"Sei que nada está igual... Mas eu tinha que voltar, entende? Preciso tentar concertar tudo... Pode dar certo ou não. Só não quero pensar, daqui alguns anos, que deixei a oportunidade escapar."

"Dinho... Cê ainda a ama? Não, nem precisa responder! Essa sua cara de cachorro abandonado na chuva com a pata quebrada já diz TUDO! Então, como você vai descobri mesmo... Que seja eu a te contar. A Lia tá com um cara... Vitor. Namoram há alguns meses e parece sério." Sinto a solidariedade na sua voz.

"Eu já esperava por isso, porém ter a confirmação doeu mais do que tinha previsto."

"Ele é legal? Digo, ele é bom pra ela?" (Ai dele se não for!)

"É... Quer dizer, ele é maneiro, inteligente, bonito... Não que você também não seja, mas... Ah... não me faz pergunta difícil. Se quer saber, se eu fosse aquela Marrenta te pegava e dava um Au revoir* para o Harry"

Harry?! "Não é Vitor?"

"Há-há-há... Falha minha! Deixa pra lá: essa é uma longa história! Desculpa ter sido portadora de más noticias, mas tenho que ir pra recepção. O Michel arranca meu fígado se eu não estiver lá pra atender os hóspedes- Fala saindo pela porta- Senti saudades, Dinho" Volta e me abraça novamente.

"Também senti... MUITA! Depois que seu expediente acabar, quero saber mais. Sobre você... Fatinha?- Ela treme. Sabia que tinha algo errado, parece que não fui o único que passou por problemas - É o Bruno de novo?"

"Deixa de pensar bobagem, Dinho! Você tá cansado, ainda vai ter muito tempo para eu despejar sobre ti o meu Monologo de Pobre Madalena mal interpretada... Mais tarde a gente conversa - Fala saindo pela porta novamente - Bom que você tá de volta!"

"Bom estar de volta!" Mas ela já havia ido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(*Adeus)

Awn... Adoro amizade FaDinho! Gostou? Comente! Beijo...