I Can See Clearly Now escrita por Kaline Bogard


Capítulo 3
Capítulo 3




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I Can See Clearly Now

—CaP 03-

— Harry, não vou permitir que faça uma coisa dessas!

O garoto suspirou diante do tom de voz irritado de seu padrinho que não admitia réplicas. Os olhos verdes buscaram por Remus Lupin que estava sentado do outro lado da mesa e acompanhava a explosão de Sirius com enfado.

Os três estavam na cozinha da casa do padrinho de Harry, e o moreno perdera a conta de quantos ataques iguais aquele o homem já tivera desde que descobrira que o novo vocalista da Wiz era ninguém menos que Draco Malfoy, filho de Lucius Malfoy, o homem que mais odiava na face da Terra. Sorte que a semana estava quase acabando.

Sirius se recusava a ouvir a voz da razão.

— Padrinho...

— É loucura! Você esqueceu que Lucius é um maldito assassino?

— Sirius, pare por aí. O resultado da perícia foi negativo, não há provas...

— Não seja ingênuo, Remus! Malfoy foi o produtor daquele show! Ele nos contratou para fazer a abertura da noite, e o maldito sabia que o local era precário e não suportaria todos aqueles expectadores!

Remus fechou os olhos e suspirou. Detestava se lembrar daquela noite... Odiava as memórias do pânico e caos de quando o palco não suportara o peso imposto e despencara em cima de milhares de pessoas que haviam ido assistir as apresentações beneficentes promovidas por Lucius Malfoy.

Não apenas o palco, mas toda a estrutura do local despencara. Muita gente morrera esmagada, entre essas vítimas, os pais de Harry Potter. Outras, como Lupin, sofreram ferimentos gravíssimos, outros ainda enfrentaram um desesperador estado de coma, a exemplo de Sirius. Poucos tiveram tanta sorte quanto Harry que saiu com uma pequena cicatriz em forma de raio na testa.

Fora uma noite de pesadelo para todos.

Ainda hoje, tantos anos depois, às vezes era feito uma espécie de documentário em algum canal de televisão, ou em algum jornal para relembrar a tragédia que abalara o mundo e destruíra uma das bandas mais promissoras do século, Os Marotos.

Evidentemente investigações foram feitas, mas não havia indícios que Lucius Malfoy promovera aquele show com intenções de causar tal desastre. Seria absurdo pensar isso apenas porque Os Marotos estavam batendo seu principal contratado em todas as paradas de sucesso.

Aquele não era um motivo forte o bastante para provocar um acidente tão bizarro.

Mas Sirius não aceitava aquilo. Ele sempre julgaria Lucius Malfoy culpado pelo que ocorrera e não escondia isso de ninguém.

— Mas os policiais...

— Danem-se os policiais, Remus! Você acha que Lucius não seria esperto de comprar a todos? Você não acha que ele subornou os peritos para que adulterassem o resultado da perícia? Ele é capaz de tudo!

— Padrinho...

— Harry, você está proibido de participar do festival se aquela cria dos Malfoy for o vocalista da banda! Aposto que tem o sangue tão ruim quanto o pai... Vocês não viram a cara de esnobe que ele tem?

— Ter uma cara de esnobe não faz de ninguém um assassino, Sirius.

O moreno olhou feio para seu amante que apenas rolou os olhos. Eita homem teimoso!

— Padrinho, me escute. - Harry fez um gesto com as mãos quando viu que Sirius ia interrompê-lo novamente - Sei que o senhor tem razão para estar chateado, o que aconteceu foi terrível, eu entendo sua dor. Perdi meus pais aquela noite, lembra?

Sirius passou a língua sobre os lábios e sentou-se na cabeceira da mesa ficando muito tenso, mas em silêncio.

— Concordo com Remus. As investigações não encontraram nenhuma prova contra Lucius Malfoy, mas eu acredito que se ele for culpado dessa monstruosidade ele vai pagar mais cedo ou mais tarde.

— Harry, você não sabe o que está dizendo.

— Padrinho... Escute-me. Não estou dizendo que gosto de Lucius Malfoy ou que ele não seja um bastardo ganancioso que faria qualquer coisa por dinheiro. O que eu estou dizendo é que o novo integrante da Wiz é Draco Malfoy, não Lucius Malfoy. Não pode culpar o filho pelos erros dos pais. Não deve julgar uma pessoa apenas pelo sobrenome que ela carrega.

— Harry está dizendo uma coisa muito sensata, Sirius.

— Padrinho, eu já sou maior de idade e vou participar desse concurso com Draco Malfoy sendo o novo vocalista da Wiz... Só quero que você esteja junto para torcer pela gente...

Sirius torceu os lábios e recostou-se na cadeira.

— Você é um impulsivo e um cabeça dura igualzinho ao James.

Harry sorriu. Adorava quando era comparado ao pai que não conhecera.

— Não sou mais cabeça dura do que você, padrinho.

— Então vai mesmo cantar ao lado daquele filhote Malfoy? Ele nem canta tão bem assim... - Harry e Remus olharam de forma tão penetrante para Sirius que o homem bufou irritado - Ta bom, ele canta um pouquinho afinado. Mas não é o suficiente para ganharem o Concurso Musical de Hogwarts.

— Significa que vai torcer por nós?

— Claro! Já que vai mesmo levar essa loucura à diante. Eu tenho que ficar por perto para garantir que nada dê errado.

— Obrigado, padrinho. Eu não me sentiria bem se não estivesse comigo. Você e Remus.

O moreno se emocionou com a afirmação. Para disfarçar fez um gesto com as mãos dispensando Harry.

— Então vá arrumar suas coisas. Vocês vão partir amanhã? - se referia a Harry, Ron e Hermione.

— Sim, vamos amanhã. Mas as minhas coisas já estão prontas a três dias...

— O que? - Sirius se surpreendeu. Harry não tinha jeito. - Ótimo, espertinho. Então eu vou arrumar as minhas coisas...

— Relaxa, Si. - foi a vez de Remus falar divertido - Eu já arrumei as nossas coisas a três dias. Você estava tão irritado que nem percebeu...

— Ora, vocês dois! Seus traidores!

Harry deu uma piscada para Remus, e ambos se divertiram muito da expressão ofendida de Sirius Black!

HPDM

— Falta muito, Harry?

— Não, Ron. Estamos quase chegando.

— Estou tão excitada! Eu vim a Londres apenas uma vez... Deve estar tão diferente, não acham?

Hermione era de longe a mais empolgada com a viagem de trem. Os três dividiam uma cabine, enquanto Sirius e Remus dividiam outra. Os pais de Hermione viriam a Londres no dia seguinte, assim como os pais e irmãos de Ron. Eles estavam tranqüilos porque confiavam em Remus para vigiar as crianças.

— Espero que Malfoy esteja mesmo lá.

— Vai estar.

— Como tem tanta certeza, Harry? - Hermione questionou sem tirar os olhos da paisagem. - Ele pode nos dar um cano.

O moreno deu de ombros.

— Ele não faria isso. Está sendo desafiado, e ele parece mimado o bastante para não engolir o desaforo de ter perdido pra gente.

— Espero que esteja certo, amigão... - Ron suspirou desanimado - Ou nossa viagem será em vão...

Harry não respondeu. Por mais otimista que pudesse parecer não podia conter uma pequena ponta de insegurança. Se Draco Malfoy furasse com eles Ron estava certo: seria uma viagem desperdiçada.

Quando o trem chegou a seu destino, os cinco perceberam que a estação estava tomada por muito mais pessoas do que o normal. Não poucas portavam algum tipo de instrumento musical fazendo Harry e seus amigos entenderem que estavam diante de seus futuros rivais.

Com certa dificuldade conseguiram dois táxis e finalmente rumaram para Hogwarts.

O estádio era uma construção impressionante. Fora construída no meio de Londres e tinha a forma semelhante a de um castelo medieval com direito a torres e cúpulas. As arquibancadas acomodavam mais de duzentas mil pessoas e quando não era usado para as competições musicais o estádio era usado para jogos de futebol e corridas de cavalo entre outros esportes.

Internamente o estádio parecia uma mini cidade, onde foram construídos restaurantes e praças de alimentação. Havia caixas-rápidos para que os visitantes pudessem sacar dinheiro. E onde deveriam ser as ‘masmorras’ e ‘torres’ do castelo foram construídos dormitórios para que os músicos não precisassem se hospedar em hotéis. Mas isso era oferecido apenas aos competidores. Os parentes e amigos precisavam se acomodar em hospedarias e hotéis em Londres.

Era uma estrutura completa.

Harry, Ron e Hermione estavam encantados com tudo o que viam. Ainda não tinham entrado no estádio, apenas o rodeavam observando tudo. Era lindo! Magnífico e encantador. Mesmo Harry, acostumado a ir a Londres, se surpreendera com a súbita beleza que dominava Hogwarts. O local parecia vivo!

Ao redor do estádio um verdadeiro caos reinava. Milhares de pessoas tentavam entrar, a grande maioria era de espectadores. Filas quilométricas assustaram os três amigos.

— Levaremos o resto da vida para entrar! - suspirou Ron.

— Na nossa época já era assim. - assegurou Sirius que parecia se divertir muito com a multidão.

— Hum, vejam ali. Acho que ela pode nos ajudar. - a sempre racional Hermione apontou para uma garota de longos cabelos loiros que usava um uniforme em tons de azul e bronze e tinha a palavra ‘staff’ impressa.

— Vamos lá.

Eles se aproximaram da moça que tentava colocar alguma ordem na fila.

— Bom dia... - Hermione arriscou.

A garota voltou-se para eles e sorriu. Segurava uma prancheta.

— Bom dia! Querem algo? As coisas estão corridas por aqui.

— Somos competidores. Gostaria que nos ajudasse... - Ron esclareceu.

— Ah. Meu nome é Luna Lovegood. Qual é o nome da banda de vocês?

— Wiz. - respondeu Harry.

A garota correu os olhos esbugalhados pela prancheta e virou duas folhas até encontrar as informações que queria.

— Certo. Vocês receberam o e-mail de confirmação com as mudanças sofridas esse ano? - perguntou distraidamente.

— Sim. Vocês avisaram que devido a grande inscrição de bandas seria feito uma eliminatória antes de começarem as competições. São apenas trinta e duas vagas para as bandas competirem. Também disseram que não precisávamos trazer instrumentos. Hogwarts disponibilizaria tudo o que fosse necessário.

Luna sorriu para Harry.

— Isso. Muita gente não leu e trouxe seus próprios instrumentos. Isso tumultuou um pouco as coisas. E hoje as apresentações não serão abertas ao público. Só a partir de amanhã.

— E como a gente entra? Tem que enfrentar essa fila? - Ron pareceu desanimado.

— Oh, não! As eliminatórias estão divididas em quatro grupos principais. Existem portarias especiais para isso: Gryffindor na entrada leste de Hogwarts, Ravenclaw no sul, Hufflepuff no norte e Slytherin no oeste. Procurem uma das entradas e confirmem presença. Vocês vão competir com todos os que se inscreverem na mesma portaria que vocês. Eu trabalho para Ravenclaw... Boa sorte.

Dizendo isso deu as costas para os cinco e voltou a tentar organizar a fila, gritando para as pessoas que não poderiam assistir ao show naquele dia, apenas no seguinte.

— Ah, a boa e velha Gryffindor... - Sirius suspirou - Nós competimos por lá, não foi Remus?

— Foi, Si. As coisas não mudaram tanto assim desde a nossa época.

— Você vai adorar o esquema de portarias, Harry. Só vai apimentar a competição. Lembro-me das finais entre Gryffindor e Slytherin. Aquilo sim que era show!

— Vamos procurar as portarias. - animou Lupin. - Quanto antes confirmarem a presença da Wiz, melhor. Vai ser difícil encontrar Malfoy no meio de todas essas pessoas.

Remus expressou em voz alta uma coisa que ia pela mente de Harry, Ron e Mione. Como fazer para encontrar Draco naquele vucuvucu todo?

— Devia ter anotado o celular dele...

— Mione... Eu nem pensei nisso...

— Caras! Olha uma das portarias ali!

Ron apontou para uma entrada onde havia um toldo decorado com berrantes cores onde o amarelo predominava. No alto havia uma bandeira com o desenho de um texugo estilizado sobre letras negras que bordavam o nome da portaria “Hufflepuff”.

A fila em frente à entrada era quilométrica.

— Desisto. Vamos dar uma olhada na próxima?

Todos concordaram com Ron. Em silêncio seguiram para a próxima. Era uma portaria muito diferente da outra. Decorada com tons de vermelho e dourada. A bandeira austera era dominada por um feroz leão e as letras do nome estavam longe de ser tão festivas quando as de Hufflepuff.

Tratava-se de Gryffindor.

A fila nessa portaria tinha bem menos da metade de pessoas do que a primeira. Os garotos tomaram lugar na mesma e se decidiram por fazer a inscrição em Gryffindor, sem nem mesmo se perguntar o porque da diferença de tamanhos na fila. Os dois adultos exultaram porque os garotos resolveram se inscrever na mesma portaria que abrira as portas para Os Marotos e aquele foi um motivo a mais para que ficassem em Gryffindor mesmo.

— Bem, agora que vocês vão entrar, Remus e eu iremos até o hotel deixar nossas coisas e descansar um pouco.

— Não podemos assistir as eliminatórias. A gente liga pra vocês mais tarde, e tenham boa sorte garotos.

— Ah, Harry... Qualquer coisa não hesite em me avisar. Eu juro que faço picadinho daquela cria Malfoy se ele furar com vocês.

— Tudo bem padrinho. Tudo vai dar certo. Obrigado, Remus.

Os dois homens se despediram dos jovens e foram embora. A fila andava rápido e em menos de uma hora Harry e seus amigos estavam frente a frente com um dos responsáveis por Gryffindor.

— Bom dia. Meu nome é Oliver Wood. Vocês são de qual banda?

— Wiz.

Wood digitou agilmente em um computador.

— Ah, sim. Harry Potter, - O moreno recebeu um olhar curioso por parte do funcionário do estádio - Ronald Weasley, Hermione Granger e Draco Malfoy. Hum... espera, tem um erro aqui...

Os três se espantaram diante daquilo. O que poderia estar errado com a inscrição deles? Imediatamente Wood esclareceu:

— O senhor Malfoy fez uma pré confirmação em Slytherin. Vocês preferem acertar tudo na outra portaria ou vão mudar a inscrição para Gryffindor?

Ah! Então era aquilo? Que ótima notícia: se o loiro fizera uma pré inscrição significava que ele já estava por ali. Não ia furar!

Por outro lado eles tinham mofado uma hora na fila, não iam perder o trabalho por causa de uma questão de portaria.

— Pode confirmar em Gryffindor mesmo. - Harry afirmou. O moreno não entendeu quando Oliver Wood olhou para ele de modo estranho.

— Ok. Você é quem sabe. Identidades por favor.

Wood recolheu os documentos e confirmou. Fez algumas perguntas para os garotos, digitando rapidamente informações sobre qual instrumento cada um tocava, quanto tempo a banda existia e se já atuavam como profissionais. Tirou fotos dos três afirmando que era para o crachá.

Em pouco tempo encerrou a entrevista e devolveu as identidades para os garotos.

— Bem vindo, jovens Gryffindors. Vocês vão ficar na torre leste, dormitórios masculinos seis e sete. E dormitório feminino cinco.

Estendeu uma chave para cada um dos três. - Estes são os crachás de vocês. Não os percam nunca. Vão receber uma senha de acesso Gryffindor para as refeições, vestiários e camarins. Os instrumentos que usarem durante as competições são de sua responsabilidade. As competições começaram às treze horas em ponto no Salão Comunal de Gryffindor. Estejam lá ou serão automaticamente desclassificados. Podem entrar e boa sor...

— Um minuto! - Harry interrompeu. - Você nos deu três chaves. Não falta uma?

Oliver olhou demoradamente para cada um dos três.

— Estou dando uma chave para cada um de vocês. E só vejo três pessoas.

— Mas e a chave de Malfoy? Ele já recebeu quando fez a pré confirmação? - indagou Hermione.

Oliver sorriu de forma incrédula. - Que espécie de banda são vocês? Nem conhecem os integrantes direito? Estamos falando de Draco Malfoy, filho de Lucius Malfoy... Vocês acham mesmo que ele ficaria no dormitório coletivo de Gryffindor, quando o pai dele tem uma acomodação vip em Slytherin? Fala sério, né? Os próximos!

Com isso Wood liberou a porta permitindo que Harry, Ron e Hermione entrassem e assim dessem passagem para a próxima banda.

Finalmente entravam em Hogwarts.

Os garotos seguiram em frente e se viram em um amplo corredor feito a céu aberto. Varias pessoas circulavam por ali, mas não viram ninguém que interessasse. Meio confusos seguiram em frente.

— Harry, acho melhor procurarmos por Malfoy... - afirmou Hermione enquanto ajeitava seu crachá no pescoço. - Antes de qualquer outra coisa.

Os garotos também fizeram o mesmo depois de dar uma olhada no identificador. Era de bom tamanho e decorado em tons de vermelho e dourado. Havia pequenos leões estilizados nos quatro cantos, uma foto individual dominava a parte superior e informações pessoais logo embaixo da foto. Atrás do crachá havia um leitor óptico. Tudo muito moderno.

— Onde Malfoy pode estar?

Hermione fez uma expressão pensativa antes de responder ao namorado. - Wood disse que ele fez uma pré confirmação em Slytherin. Talvez ele esteja por lá.

— Tem razão, Mione. Vamos para essa portaria, pelo menos não precisamos enfrentar mais filas.

Calmamente seguiram pelo corredor até sair em um amplo pátio coberto. Havia muitas pessoas por ali, seria realmente uma competição acirrada!

Se orientando por placas e setas, Harry e seus amigos seguiram em direção a Slytherin. Havia menos gente por ali, mas isso não queria dizer nada, talvez os inscritos em Slytherin já estivessem em seus dormitórios se preparando para a competição da tarde.

Os três pararam no meio do largo e meio sombrio corredor e começaram a olhar em todas as direções. Foi Hermione que deu o alarme.

— Harry ali!

Apontou para a direita deles, onde um inconfundível rapaz de cabelos muito claros estava conversando com uma garota baixinha de cabelo chanel negro. Eles pareciam próximos... Muito próximos.

Harry respirou fundo e seguiu na direção dos dois.

— Então você veio, Malfoy?

Draco virou-se e encarou Harry com aqueles insondáveis olhos cinzentos. A garota ergueu uma sobrancelha parecendo intrigada com a interrupção. Harry notou que ela tinha bochechas grandes demais e expressão meio abobada. Provavelmente não gostaria nada daquela baixinha com cara de buldogue.

— Potter! Hunf, eu te dei minha palavra, não foi? Vocês se atrasaram.

O loiro nem se dignou a cumprimentar Ron e Hermione. Voltou-se para a garota que estava com ele e deslizou o polegar pela bochecha dela, de uma maneira que Harry achou extremamente piegas.

— Depois a gente se fala, está bem?

— Claro, Draquinho, querido. Você tem certeza do que vai fazer? Você sabe que seu...

— Pansy, eu disse que depois a gente conversa.

A moreninha balançou a cabeça.

— Eu te espero no dormitório. Ah, não... Ainda não acertei com aqueles três... Melhor a gente conversar depois que as eliminatórias terminarem. Boa sorte, querido.

— Não preciso de sorte. A deixo toda pra você.

A garota sorriu deliciada e foi embora sem falar com Harry e seus amigos. Só então Draco voltou sua atenção para os integrantes da banda da qual fazia parte. Encostou-se de modo displicente na parede e cruzou os braços.

— Quem era aquela, Malfoy? Sua namoradinha? - Harry não conseguiu conter o sarcasmo, fato que divertiu ainda mais ao loiro.

— Talvez... Mas isso não é da sua conta, Potty. Vamos logo para o Salão Comunal de Slyt...

Só então o loiro notou o crachá pendurado no pescoço de Harry. Imediatamente parou de rir, descruzou os braços e agarrou o crachá do moreno.

— Potter! O que significa isso?

— É um crachá, Malfoy.

— Seu imbecil! Não me diga que fez a inscrição da banda em Gryffindor?- Harry não entendeu porque o loiro parecia tão irritado.

— Fizemos sim. A fila era menor. - foi o ruivo quem respondeu.

Draco lançou um olhar assassino para Ron. - Seus idiotas! Eu tinha deixado a inscrição pré confirmada em Slytherin! Porque acham que eu faria isso? Acham que eu chegaria aqui mais cedo e usaria minha influencia para conseguir uma vaga nessa portaria a toa?

— Ora, nós...

— Sabem porque a fila é menor? Por causa da juíza! A juíza que vai julgar os competidores de Gryffindor é ninguém menos que a maldita MacGonagall! Inferno... Será dez vezes mais difícil passar por ela... Essa velha não me suporta!

Minerva MacGonagall era uma violinista aposentada que fizera muito sucesso no passado, mas que agora apenas ensinava música e participava de competições como aquela. Não era segredo algum que a mulher não simpatizava com a família Malfoy há anos.

— Não sabíamos que ela era a juíza de Gryffindor... - Hermione tentou consertar as coisas.

— Malfoy, porque o pânico? Mesmo que ela não goste de você não poderá fazer nada se nos sairmos bem... - Harry não podia entender o brilho alucinado que tomara conta das orbes grises. Porque Malfoy parecia quase... Assustado?

Draco ignorou a explicação de Hermione e a lógica de Harry. Tinha um outro pensamento em sua mente.

Sabia que seu pai não ficaria nada feliz quando descobrisse que ele participaria da competição com aqueles garotos. Isso se ele já não soubesse...

Mas quando ficasse sabendo que seu filho estaria representando Gryffindor, a portaria rival de Slytherin desde a criação de Hogwarts... Pelos Deuses, o patriarca da família Malfoy ficaria possesso! Consideraria aquilo como uma afronta pessoal a ele, o maior defensor de Slytherin de todos os tempos...

Draco suou frio. Ele sabia muito bem que não era nem um pouco sábio despertar a fúria de Lucius Malfoy...

 


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