I Love To Love You escrita por Senhorita Jackson


Capítulo 61
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei u.u
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Annabeth POV’s

8 minutos para a queima dos fogos, 8 minutos para a criação de novos planos e novas promessas, 480 segundos para deixar tudo para trás e seguir uma nova caminhada. Respiro fundo sentindo o mar molhando meus pés sob a areia fofa e o vento os fazendo esfriar, sinto os respingos da água salgada atingir meu rosto e então percebo o quão bom é estar viva.

Memorizo cada arfada dada por mim, guardo cada barulho a minha volta, o ruído das ondas do mar sendo quebradas, o farfalhar do vento passando pelos ouvidos, pessoas a minha volta conversando. Agora mais que nunca sei o quanto isso é prazeroso, o quanto pequenos detalhes como esses são valiosos. Olho para cima agradecendo cada segundo que passa e eu continuo respirando, tão viva quanto antes.

12 meses marcados na minha alma, situações que meu coração jamais esquecerá, jamais abandonara todos os fatos que ocorreram nesses 365 dias. Com a brisa do mar, permito-me regressar a semanas atrás, sentindo na boca o gosto amargo e doce das lembranças vividas.

Flashback on

Estávamos em uma padaria, era manhã. O sol já estava no alto, seus raios iluminava a cidade de um jeito vivo e alegre. Pessoas e veículos transitavam incansavelmente pelas ruas de Nova York. O gosto do chocolate invadia minha boca, fazendo um sorriso satisfeito brotar dos meus lábios e esquecer-me da minha atual aparência. Olhei para a mulher a minha frente, que permanecia em silêncio analisando cada gesto que eu expressava.

— Então – disse quebrando o silêncio, ela me encarou. Seus olhos tão cinzas quanto os meus – Acho que você me deve algumas explicações.

Atena deu um suspiro, colocando sua xícara de café na mesa e encarando-me, seus lábios tremiam e seu maxilar havia trancado, percebia que ela lutava para as palavras saírem.

— Nada que eu falar agora irá justificar o que fiz – disse depois de um tempo – Não sei se você entenderia.

— Me explique então, eu preciso saber o motivo de ter ido embora, a causa de ter deixado Frederick e eu e voltado somente agora – soltei sentindo minha voz falhar e meus olhos marejarem. Ela não conseguia me encarar, pela janela da padaria olhava duas crianças atravessarem a rua.

— Você não compreenderia – segurei sua mão, era quente e macia. Isso a fez olhar-me no mesmo instante.

— Tenta explicar – pedi – Por favor, você me deve isso.

Atena me lançou um sorriso doce.

— Vamos dar uma volta minha querida.

Xx

Estávamos sentadas em um banco perto do Central Park, o vento balançava meu cabelo desfazendo o coque que eu havia feito, tornei a refaze-lo. Ambas estavam em silêncio, até Atena o quebrar.

— Eu era tão jovem – falou – Tão jovem para cuidar de um bebê.

Abaixei minha cabeça diante de sua pausa, mexi no cadarço do meu tênis que havia desamarrado.

— Quando vi que estava grávida, entrei em pânico Annabeth  – contou – Meu pai ficou tão furioso que me jogou para fora de casa. Oh deuses – ela levou suas mãos ao rosto – Se não fosse Frederick, eu provavelmente teria ficado na rua.

— E por que o abandonou? – perguntei num fio de voz – Por que abandonou a gente?

Ela virou o rosto, era claro que segurava para as lágrimas não caírem.

— Eu não tinha maturidade Annabeth – contou infeliz – Não tinha maturidade o suficiente para cuidar de um bebê. Como dizia meu pai, era uma criança cuidando da outra.

Atena deu um suspiro infeliz, balançando a cabeça negativamente.

— Insistir tanto para Frederick deixar eu abortar – sabe quando arrancamos o ‘’tampão’’ do dedo do pé brincando na rua e quando lavamos, choramos devido a dor causada? Agora multipliquem essa dor por milhões e milhões de vezes, você chegará perto do que senti. Limpei uma lágrima que escapou.

Atena vendo meu estado, segurou minhas mãos. Não pude distingir quem tremia mais.

— Eu sinto tanto Annabeth – lamentou – Quando seu pai me levou para fazer o ultrasson, Annie minha querida, eu vi você tão pequena, aquela manchinha preta no papel. Ho deuses eu te amei no mesmo instante.

Ela fechou os olhos fortemente, sorrindo. Parecia feliz ao recordar a lembrança, mas logo dando espaço para uma expressão infeliz.

— Sabe por que deixei você minha criança? – pergunto, recebendo toda minha atenção – Melissa.

Meu corpo estremeceu ao som daquele nome, pude sentir meus pêlos se enriçarem e meu estômago se revirar. Em ato involutário, levo minhas mãos a boca, espantada, mas não surpresa.

— Uma mãe faz tudo para proteger aqueles que ama – o silêncio prevaleceu por alguns instantes. Eu estava absorvendo tudo, minha cabeça girava. Não sei se era o sono ou todas aquelas emoções vindo á tona.

Olhei para Atena, em busca de respostas mais claras, minha respiração estava irregular.

— Conhecemos ela em uma comemoração de final de ano do serviço do seu pai – começou – Ela estava tão bonita com um vestido longo vermelho, maquiagem e cabelo impecáveis – Atena encara o nada, provavalmente se lembrando daquela noite – Criamos uma amizade tão forte, ela frequentemente visitava nossa casa, até que um dia contei a ela sobre o seguro de vida que seu pai pensava em fazer – observei uma lágrima se formar no canto de seu olho – O valor era alto, mas Frederick sempre pensava em você minha querida.

Respirei profundamente, tendo mais certeza do amor de meu pai por mim.

— Em uma noite – continuou – Melissa aparece em casa com dois caras, seu pai não estava. Fiquei com tanto medo Annabeth – seus olhos estavam em um tom escuro de cinza – Ela falou para eu largar seu pai assim que você nascesse. Queria tomar meu lugar, e o seguro de você. Ameaçou em te matar e a matar Frederick – Atena acaricia meu rosto, tirando um fio solto de cabelo que havia caido do coque – Eu era tão boba.

Atena lutava para não cair em prantos, eu lutava para não cair em prantos. Estava disposta a não derramar nenhuma lágrima por causa daquela víbora. Por sua culpa cresci sem saber o que era carinho de mãe, cresci leiga de afeto e amor materno, cresci pensando que fui um encosto para minha mãe. Não podia acreditar no mal que Melissa era capaz de fazer para ganhar dinheiro.

— Durante anos contratei um homem para te olhar e me dizer se estava bem. Seu nome é Rogers, ele trabalha em um supermercado em São Francisco.

Sorrir ao recordar do segurança que tirou minhas digitais e as de Percy, devido a confusão que causamos naquela supermercado. Era por isso que ele era tão familiar, procuro em minha mente e acho seu rosto e todo canto que eu ia, ele sempre estava por perto. Não me aguentei de felicidade, minha mãe sempre se preocupou comigo, mesmo mantendo distância. Outra dúvida surge em minha cabeça.

— O que fazia no cemitério aquela hora?

Atena soltou uma risada fraca.

— Seu pai foi o homem que mais amei Annabeth, ele era tão doce – contou sonhadora – Uma vez ao mês eu venho lhe fazer uma discreta visita e contar-lhe como anda a vida.

Lanço-lhe um sorriso, feliz pelo seu gesto.

— Por onde andou? – perguntei curiosa.

— Estou morando na Grécia querida – meus olhos se arregalaram – Me formei em arquitetura.

Caralho, soltei num sussurro. Fiquei sem reação diante da informação. Sempre quis ser arquiteta e ter uma mãe formada em uma das minhas paixões, era o máximo. Minha mãe riu pela expressão emgraçada que eu fazia.

A olhei, Atena era tão elegante e fina, tão linda. Diante de tudo, eu não conseguia sentir ódio ou qualquer outro sentimento ruim por ela, depois de anos pensando somente o pior, aqui estava ela na minha frente, dando um sorriso tão bonito quanto o do meu pai. Fiz a coisa que desejava fazer em anos: a abracei. Era melhor do que imaginei durante esses anos, me senti acolhida no calor dos seus braços, senti seu amor curar quase todas as feridas abertas em meu coração, senti como sempre sonhei: amparada por uma mãe.

Involuntariamente despejei tudo que aconteceu comigo nesses meses, cada coisa detalhadamente. Senti como se tivesse me libertando do peso do céu, eu chorava em seu colo, estava limpando minha alma, soluçando a cada lembrança. Minha mãe estava boquiaberta, ouvia tudo em silêncio, afagando meu cabelo, me acolhendo com seu amor.

— Deuses minha filha – disse num fio de voz, estava pálida e trêmula – Essa mulher é pior que imaginei – ela me abraçou forte, se derramando em lágrimas – E você Annabeth, tudo que passou. Oh querida – ela não conseguiu terminar a frase, se separou de mim acariciando meu rosto delicadamente – Ninguém mais vai lhe fazer mal Annie, agora eu estou contigo.

Era tudo que eu precisava ouvir, nesse momento me senti forte.

— Agora Annie, esse tal Percy – mudou de assunto – Você acha mesmo que ele faria aquilo contigo? Quer dizer, analisa tudo que me contou filha. O amigo dele, supostamente fez uma coisa semelhante a um tempo atrás, e essa Drew parece não gostar do seu temperamento – ela sorriu e eu lhe correspondi.

Fechei meus olhos, permitindo-me pensar por um momento. Me senti uma tonta ao perceber que tudo poderia ser armação de Drew para conseguir Percy e acabar comigo, duas matadas em uma tacada só.

— Grande puta – falei, recebendo um olhar de desaprovação da minha mãe – O que eu fui fazer mãe – lamentei me jogando novamente no seu colo – Eu poderia ter ouvido Percy ao invés de sair igual uma louca.

— Annie, somos seres humanos, nós erramos. E pior que errar é não consertar seu erro – falou, me levantei.

— Preciso me desculpar e falar que acredito nele – deuses, como pude ser tão burra a ponto de cair no joguinho de Drew? Minha mãe saiu me arrastando para um Civic branco.

— Nunca é tarde para se arrepender minha querida.

Em poucos minutos Atena já estacionava em frente a cada de Poseidon. Desci do carro com ela logo atrás, e assim que abro a porta, meu coração pula do peito, sinto minhas pernas bambearem e vejo os braços de minha mão ao meu redor, luto para encher meus pulmões de ar, minha garganta seca quase de imediato.

Poseidon esta caído a poucos metros da escada, dor e medo era o que demostrava no seu rosto, ele estava em posição fetal rodeado por uma poça de sangue, passo meus olhos pela sala, amedontrada e lá o vejo e meu coração se quebra mais.

Percy estava amarrado, com uma mordaça improvisada na boca. Estava com hematomas roxos espalhados pelo braço e rosto, sua boca sangrava. Nossos olhos se encontram me enviando uma mensagem fuja, me petrifico no lugar. Não conseguia pensar e muito menos correr, antes que eu recuperasse os sentidos, Melissa aparece seguido de um cara alto e musculoso.

A ruiva segurava uma pistola, a mesma arma que o cara alto tinha apontando para mim e minha mãe. Eu estava com tanto medo, que não conseguia reagir, meus membros congelaram. Ouço aquela risada que tanto me atormentava.

— Olha quem temos por aqui – fingiu falsa surpresa – Quero todos no carro agora. Vamos dar um passeio.


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Notas finais do capítulo

Desculpem se tiver algum erro, to morrendo de sono. Quando eu acordar eu dou uma revisada.
Falem o que acharam, se os inícios dos cap dessa reta final estão bons e tudo mais.
Beijoooos amores