‘’ Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida’’

~Platão~

Percy Pov’s

— Acabou.

Aquela simples palavra composta por seis letras, havia causado um enorme impacto sobre mim, doía mais que a surra que Rafael havia me dado.

Eu queria aniquilar Drew, Nico e acima de tudo aniquilar a mim mesmo, fui um idiota em cair novamente no joguinho da Tanaka, e agora estou em uma cela fria e escura, com as músicas da Taylor Swift vagando na minha cabeça.

Annabeth foi a única garota por quem derramei lágrimas, por quem meu coração palpitava freneticamente no peito, e eu tinha perdida a única coisa que era real na minha vida, estava detonado, incapaz de pensar ou fazer qualquer coisa coerente. Minha loira havia partido e levado metade de mim junto com ela.

Meu rosto estava grudento e inchado devido as lágrimas que não paravam de cair, as lembranças vinham apenas em borrões, e meu coração se rachava mais e mais na medida em que eu era chocado contra elas.

Sentia minhas pálpebras pesarem, já não conseguia firmar normalmente meu corpo, tinha exagerado na bebida. Passava das duas da manhã e já estávamos um pouco alterados. De longe eu observava a turma de São Francisco se entrosando na pista de dança, mas apenas uma pessoa conseguia prender minha atenção, fazendo-me esquecer até de respirar.

Annabeth rebolava sensualmente, mexendo o quadril no ritmo da música, eu sabia que ela fazia aquilo de propósito, pois tinha consciência de estar sendo observada por mim e gostava, e isso não ajudava em nada o volume que crescia em minha calça. Dei uma rápida ajeitada e desviei um olhar até voltar ao normal, encontrei Luke rindo da minha situação, sua risada me lembrava um ganso gritando.

— Que foi? – perguntei erguendo minha sobrancelha e colocando meu copo em uma mesinha que havia ali. Luke virou o último gole de seu whisky e sorriu.

— Annabeth te excita muito fácil – balancei minha cabeça suspirando.

— Vá se ferrar Castellan.

Luke se encostou ao meu lado e deixou o copo que segurava junto ao meu, levantou suas mãos no ar e fez um quadrado, pegando a bunda de Thalia que requebrava junto com Silena.

— Jackson, aquilo sim é uma bomba de excitação – soltei uma gargalhada do modo como disse – E sabe, quero que armar essa bomba, então tchau.

O moleque saiu desviando das inúmeras pessoas que dançavam até chegar em Thalia, onde agarrou-a pela cintura e sussurrou algo em seu ouvido que recebeu um sorriso malicioso, ambos seguiram para fora da casa.

— Que feio Jackson, encarando enquanto um casal marca uma transa.

— Volta pro inferno Drew, aposto que já estão sentindo sua falta.

Ouvi sua risadinha aguda, procurei Annabeth com os olhos, mas não consegui encontra-la.

— Procurando a perereca oxigenada? – uma de suas mãos agarrou a gola de minha camiseta – Ela subiu com Nico, acho que mais um par de chifres estão para nascer nessa cabeça sua.

Envolvi seu pulso e o apertei, seu rosto assumiu uma expressão, mas sem tirar o sorriso diabólico dos lábios.

— Cuidado com certas palavras Drew, hoje eu não me responsabilizo pelos meus atos.

Impulsivamente a empurrei, ouvi um baque na parede, mas não liguei, apenas subi as escadas velozmente. Quando pisei no último degrau, a tontura me atingiu em cheio. Apoiei-me na parede tentando não cair, tudo ao meu redor rodava e o som que antes estava alto, havia se distanciado.

Sentia meu olho fechar vagarosamente, eu não conseguia mais firmar meu corpo e soltei todo meu peso, antes de chocar-me contra o chão, alguém me suspendeu.

— É pra colocar ele em qual quarto? – Meus sentidos estavam se dissipando, mas eu reconhecia aquela voz, aquele que um dia foi meu melhor amigo.

— No da direita – percebi que entramos em um cômodo da casa, eu queria matar Nico e Drew, mas estava completamente incapacitado.

Senti o baque da cama debaixo de mim, e meu corpo se estabilizando no colchão, tentei abrir meus olhos, com a visão embaçada, pude vê Nico sair do quarto e Drew tirando a blusa.

— Vou te ensinar a brincar com Drew Tanaka – meus olhos se fecharam e eu apaguei.

Gemi de dor quando meu corpo entrou em contato com chão frio.

— Seu desgraçado, filho de uma puta – Rafael gritava enquanto chutava minha barriga, e se abaixava socando o meu rosto, senti o gosto enferrujado do meu próprio sangue, meu estomago se contraiu e tudo que comi e bebi durante o dia queria voltar, era uma dor do caralho.

— Para Rafael – era a voz de Katie desesperada, vislumbrei a ruiva tentando puxar o moreno de cima de mim, mas o único que conseguiu tira-lo foi Charles.

— Você vai mata-lo – gritou – Se acalma.

Eu estava gemendo no chão, meu corpo doía e estava mole, tudo girava. Minha mente estava confusa, sem saber o motivo do ataque de fúria de Rafael. John me ajudou a levantar e com dificuldade sentar-me na cama.

— Por que... – não consegui terminar de formular a frase, minha boca doía, sentia que havia passado um navio em cima da minha barriga. Tonto, dei uma olhada no quarto e assustei com o que via.

Drew estava apenas de calcinha e sutiã em um canto tentando, em vão, se tampar com um lençol, John e Charles tentavam segurar um Rafael enfurecido, Katie abraçava Silena e a Annabeth parada na porta, seu rosto estava inexpressível, e seus olhos cravados em mim, sem cor e sem brilho me deixavam a beira de um ataque de pânico, de todos ali a loira aparentava estar mais calma, seus braços cruzados me lembravam alguns dos soldados que transitavam em Nova York.

A janela do quarto estava aberta e ainda havia estrelas no céu, o vento abraçou meu corpo, fazendo-me tremer, só ai percebi o que eu usava, somente minha box preta. Olhei para Drew novamente e brotou uma raiva sobrenatural dentro de mim.

— Eu vou te matar – murmurei com dificuldade, cada respirada era uma dor aguda no meu estomago.

— Me matar? – Drew riu escandalosamente – Foi você que veio me agarrando e me trazendo aqui pra cima, você estava se oferecendo e eu não ia recusar.

Ignorei a dor, e o fato de estar semi nu. Levantei com tudo e soquei o rosto cheio de Botox daquela puta. Drew caiu desmaiada, enquanto ouvia os gritinhos agudos das meninas e os rapazes vindo me segurar.

Olhei para Annabeth, essa que ainda continuava parada sem nenhuma expressão. E o que ela sussurrou em seguido me deixou destroçado.

— Acabou