I Love To Love You escrita por Senhorita Jackson


Capítulo 48
Esquece a aposta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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"Hoje dê um dos seus sorrisos a um estranho.
Esse pode ser o único raio de sol que ele verá durante todo o dia."

~P.S. Eu Te Amo~

Percy POV’s

Olhei no relógio, era quase onze da noite. O quarto estava escuro, apenas uma luz fraca vindo da janela que o iluminava, virei-me e encarei Annabeth que dormia toda esparramada em sua cama ao lado da minha, tipo, literalmente esparramada, de barriga para baixo com as pernas e os braços esticados, como se fosse abraçar a cama, uma risada me escapa. Eu que jurei nunca me apaixonar, agora me encontro assim, completamente dopado pelo amor.

Continuei encarando-a, ela continha um pequeno sorriso nos lábios, como se seu sonho fosse bom. Sua expressão era serena e tranquila, nem parecia a mesma doida que conhecia. Levantei-me da cama e caminhei até ela. Uma ideia me surgiu, poderia ser maldade pelo trauma dela, mas aposto se Annabeth fosse aprontar, a loira nem ligava, prova disso foi quase ter matado Rafael de susto. Cheguei perto de seu ouvido e gritei.

- ANNABETH ACORDA TEM UMA ARANHA EM CIMA DA CAMA – a mesma se esperneou tanto que caiu no chão, gritando e pulando, eu me sentei perto da sua guitarra, com as mãos na barriga e os olhos com lágrimas, minhas bochechas estavam doloridas de tanto rir. Quando percebi, Annabeth estava de joelhos em cima do piano.

- Percy seu energúmeno, mata esse monstro – ela estava à beira de um ataque de choro, consegui me recompor e ficar de pé, mas antes que possa dizer algo a porta é aberta de maneira bruta, e meu pai só com uma calça dos bananas de pijamas e uma Melissa com bobs no cabelo e uma camisola rosa aparecem.

- Mas que gritaria é essa? – pergunta Poseidon, passando seus olhos pelo quarto e parando em Annabeth em cima do piano, essa que me olhava com raiva já desconfiando que eu tinha zoado com sua cara – E o que você faz em cima do piano?

A loira desce e me encara cínica.

- Percy tentou me agarrar enquanto eu dormia, parecia estar possuído querendo meu corpo nu.

Minha boca se abre em um perfeito ‘’O’’. Meu pai e Melissa me encararam assustados.

- Meu jovem, será que você está doido? – a ruiva fala espantada com os braços cruzados, fingindo falsa preocupação.

- Percy isso é errado meu filho, como...como... – Poseidon não deu conta de terminar a frase de tão abismado que estava. Olhei para Annabeth que tinha um sorrisinho de lado.

- Pai isso é mentira, é claro que eu... eu não....

- Estou brincando Poseidon – Annabeth me interrompeu, graças aos deuses – Vi uma aranha e Percy estava tentando mata-la.

- Voltem a dormir crianças, e parem de gracinhas – Melissa saiu puxando Poseidon, mas não sem antes lançar um olhar maligno para minha loirinha. Assim que eles se foram me virei para ela com os braços abertos.

- Por que disse aquilo para meu pai?

Annabeth estreitou os olhos que pareciam faiscar.

- Porque você atrapalhou meu sono, e ainda me assustou com uma merda de aranha falsa.

Suspirei e me aproximei abraçando sua cintura.

- Mas foi engraçado – e recomecei a rir. A loira bufou e socou meu peitoral com força – Cara pra uma garota você bate como homem – falei puxando o ar com um pouco de dificuldade.

- Da próxima vez, você vai sentir essa dor bem no meio da sua cara – o humor de Annabeth piorava quando ela acordava antes da hora.

- Só estava querendo te lembrar da outra parte da aposta – a loira me encarou – Lembra? O cemitério.

Um sorriso sinistro cresce em sua boca, fazendo os pelos de minha nuca se enriçarem.

- Por que você não falou antes? Adoro cemitérios, só vou escovar os dentes.

Annabeth pegou sua escova e saiu para o banheiro, sentei na cama pensando o quanto minha namorada é estranha e bizarra, toquei a correntinha que usava e sorrir, mesmo com essas estranhezas eu a amava. Entrei no banheiro que ficava no meu quarto e também escovei meus dentes, sempre me perguntei por que Annabeth nunca usava esse banheiro, mas sim o do corredor.

- Você vai de pijama? – perguntei voltando para o quarto, enquanto ela colocava seu boné.

- Não vou discutir isso com você de novo – disse revirando os olhos e se sentando no banco do piano. Tirei meu moletom, ficando apenas de cueca, pude perceber suas bochechas corarem enquanto me encarava e sorrir me aproximando.

- Já disse que não precisa ter vergonha – falei lhe roubando um selinho, se possível Annabeth ficou mais vermelha. Vesti uns jeans e uma camiseta qualquer, coloquei meu tênis e peguei a chave da minha máquina que eu estava morrendo de saudade de dirigir.

- Vou de skate – falou a loira pegando o seu e saindo do quarto, a seguir com uma sobrancelha arqueada, na escada ela me parou – Percy, seu carro vai fazer muito barulho e acordar Poseidon e Melissa, então não acho uma boa ideia.

Suspirei sabendo que ela estava certa. Com cuidado descemos a escada e abrimos a porta.

- Eu vou a pé? – perguntei já de fora. Annabeth deu de ombros e saiu rua abaixo fazendo manobras com seu skate – Bela namorada – sussurrei.

(...)

Annabeth estava sentada no meio fio de frente ao cemitério, faltava poucos minutos para meia noite. A rua estava vazia e escura, olhei para o muro branco que cercava a área e um arrepio passou pelas minhas costas.

- Vamos ter que pular o muro – ela disse enquanto me aproximava, a mesma se levantou e jogou seu skate para o lado de dentro, em seguida com facilidade subiu em cima da enorme parede – Você não vem?

Reclamei algo que nem mesmo eu entendi e também subi, não era muito alto o que facilitava muito. Juntos pulamos, Annabeth aterrissou em pé flexionando os joelhos, como se fizesse isso há muito tempo. Já eu, cai igual uma abóbora rolando e parando perto de um túmulo, me levantei rápido.

- Você é uma pamonha – disse a loira cruzando os braços.

- Desculpa se não sou acostumado a pular muros para cometer vandalismos – Annabeth riu pelo nariz e começou a caminhar, adentrando mais.

- Eu não pulava muros para cometer vandalismo – ela fez uma expressão pensativa – Bom, somente duas vezes. Mas John e eu pulávamos o da escola para matar aula.

Olhei em volta, e não gostei nada de estar cercado por um bando de mortos. A qualquer momento eles poderiam levantar de seus caixões e começar a nos perseguir querendo nossos cérebros.

- Como você pode gostar de um lugar assim? – Annabeth permaneceu calada, eu sabia que tinha algo que ela estava me contando.

- Bom, chegamos – disse parando, encarei seu rosto, não tinha a mesma expressão brincalhona de antes – O que quer que eu diga?

- Annie o que você tem? – perguntei segurando seu rosto, vi seus olhos marejados.

- Nada, só me fale o que é dizer e vamos cair fora daqui – não entendia o porquê de uma hora pra outra ela agir assim.

- Foi por causa da brincadeira da aranha? – Annabeth negou e me abraçou chorando. Por um momento fiquei confuso, mas a apertei contra mim acariciando seus cachos. A loira soluçava, molhando minha camiseta, mas nem liguei.

- O que foi Annie? – segurei seu rosto entre as mãos, limpando suas lágrimas com o polegar.

- Meu pai – sua voz não passou de um sussurro, a abracei novamente.

- Esquece a aposta, vamos sair daqui.

(...)

Annabeth descansava a cabeça no meu tórax, estávamos deitados em minha cama, eu ainda tentava entender o motivo de sua crise de choro tão repentina. Queria entender mais de sua vida, mais de seu passado. Eu me sentia como se não soubesse nada dela. Nessas horas que meu ciúmes por Rafael crescia, ele sim saberia lidar com Annabeth nessa situação, saberia dizer o que houve lá no cemitério, me senti um inútil. Olhei no relógio, poucas horas antes de amanhecer. Fechei meus olhos e rapidamente entrei na terra dos sonhos.


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Notas finais do capítulo

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Beijos
Karol Oliveira