Percy POV’s

   Quando eu penso que já vi de tudo nessa vida, sempre surge alguma coisa nova para me surpreender. Lá estava eu conversando com o pessoal, eles estavam me contando sobre suas vidas aqui em São Francisco, bom quando de repente, Katie e Rafael disparam a gargalhar, chamando a atenção dos outros. Olhamos na direção em que eles apontaram e juro que tentei, mas não consegui me segurar, cai na risada junto com a turma. Mas ai vocês me perguntam, o que viram para deixa-los dessa forma? Simplesmente Annabeth e John vestidos de galinhas descendo a rua, sim você não leu errado, eu disse vestidos de galinhas, GALINHAS. O que da na cabeça da pessoa se vestir dessa maneira.

   - E ai – fala a loira como se isso fosse normal – Vamos?

   Eu tentei me recuperar do ataque, mas toda vez que olhava para eles, eu disparava a rir. Charles e Rafael estavam sentados no degrau da escada segurando a barriga, os dois riam como se tivesse vendo algum espetáculo de circo, apesar de que agora só precisa do circo. Silena que estava apoiada no namorado se levanta e respira fundo, mas assim que abre seus olhos, o ataque de risos volta. Annabeth e John trocam um olhar e dão de ombros, como se isso fosse à coisa mais normal do mundo.

   - Por que vocês estão vestidos assim? – pergunto tentando parar de rir.

   - Cumprindo uma aposta – respondeu John calmamente. Depois de um tempinho, voltamos ao normal, todos ofegantes pelo momento.

   - Pensei que vocês não iriam levar aquilo tão á sério – disse Rafael.

   - Da próxima vez eu invento a aposta – John não parecia irritado, pelo contrário, ele também estava se divertindo.

   - Ei – Annabeth protestou – Eu invento as melhores apostas.

   - O que vocês apostaram? – perguntei já que era o único que não sabia.

   - Antes de Annabeth ir embora para Nova York fizemos uma festa para ela – começou Charles, Silena deu continuação.

   - Digamos que...bebemos mais que o normal e ficamos completamente bêbados. John e Annie foram os que beberam mais.

   - E como não estávamos pensando coisa com coisa, fizemos a aposta – contou a loira.

   - Que foi?

   - Correr 50 km – John falou de uma maneira sinistra, deu vontade de rir.

   - Mas – Katie sorria, lembrando-se do momento – Somente com roupas intimas.

   Arregalei meus olhos, esses dois eram loucos? Acabei de crê que sim.

   - Roupas íntimas? – perguntei sem acreditar. Rafael assentiu.

   - Quem não conseguisse iria ter que colocar uma fantasia de galinha e da uma voltinha na cidade. E como os dois não correram nem 5 km, aqui estão.

   Olhei para ambos que mantinham uma expressão divertida.

   - Temos que tirar fotos – Silena pegou o celular e pediu para um menino que estava passando ali pra tirar. Posicionamos-nos – Todos digam cócó.

   - Cócó – falamos juntos, aposto que essa foto saiu engraçada.

   - Vocês não são normais – conclui. Annabeth revirou os olhos.

   - Percy, ser normal é chato. Agora vamos, que eu quero brincar com o fazedor de bolhas gigantes.

   Ela parecia uma criancinha quando ganha algum brinquedo. Seus olhos estavam brilhando e seu sorriso não saia de seu rosto. Pensei no que ela acabara de dizer ser normal é chato, mais uma vez a pequena Chase tinham razão. Em Nova York, todos eram ‘’normais’’ e eu nunca tinham me divertido pra valer, ao contrário daqui, esse pessoal era doido, completamente malucos, pirados, loucos, e eu não parava de da risada, eu não me sentia tão bem desde... A fuga de Sally. Desde que eu cheguei em São Francisco eu não tive vontade de colocar álcool na boca, agora eu sabia o porque de Annabeth gostar tanto daqui.

   - Então vamos – a voz de Charles me tirou dos meus pensamentos, ele pegou a cesta e seguimos para o Park. Annabeth chega ao meu ouvido.

    - Você ainda quer segurar a mão de uma galinha? – rir de seu comentário.

    - Mas é claro senhorita Pópó – a loira me fuzilou com seu olhar, e eu parei. Deslizei minha mão para a sua e entrelaçamos, no mesmo instante senti um tipo de conforto em mim. Por onde passamos as pessoas nos olhavam, mas elas prestavam atenção mesmo era em John e Annabeth, algumas riam, outras faziam uma careta estranha provavelmente pensando ‘’O que esses jovens têm na cabeça’’. Mas eles pareciam nem ligar.

   Chegamos ao Golden Gate Park, e devo admitir, ele ganhava do Central Park. Era muito bonito e muito grande. Tinha várias pessoas por lá, umas brincando com seus cachorros, outras com seus filhos, muitas também fazendo piqueniques, era um belo lugar para passar à tarde tranquilamente.

   Escolhemos um ponto, debaixo de uma enorme árvore que tinha sombra o tempo todo. Nos sentamos.

   - Gostou? – Rafael perguntou.

   - Muito, aqui é lindo.

    - Depois vamos da uma volta pra você conhecer melhor – disse Annabeth cruzando as pernas e comendo um pouco de pena da fantasia – John eu vou tirar a porra dessa fantasia.

   - Também vou, se não, vamos acabar virando frango assado – rimos com seu comentário. Eles se levantaram e tiraram a roupa de galinha. Annabeth abriu os braços e saiu correndo gritando.

   - LIVREE – fiquei observando-a. A luz do Sol seu cabelo brilhava e ficava mais dourado, seus olhos adquiram a cor do céu, ficando mais cristalinos. Annabeth estava radiante, como um passarinho que acabou de ser solto de sua gaiola. Fiquei pensando, Annie foi abandonada pela mãe, se envolveu com drogas, perdeu o pai de uma maneira cruel, fugiu de casa, morou na rua por algum tempo e durante todos esses anos foi maltratada pela Melissa. Essa garota tem meu respeito, mesmo diante de tudo que ela sofreu ela ainda consegue ajudar os outros com humildade e ainda sorrindo. A marca de Annabeth era seu sorriso, essa loirinha valia mesmo ouro.

   Levantei-me e corri em sua direção, pegando-a e a girando no ar, assim que a coloquei no chão lhe lasquei um beijo que foi correspondido. Suas mãos brincando com meu cabelo, enquanto a minha acariciava sua cintura. Katie, Rafael, John, Silena e Charles fizeram uma rodinha a nossa volta e ficaram pulando, gritando e batendo palmas. Quando nos separamos, vimos que todos que estavam no Park perto da gente também batiam palmas e assoviavam. Annie me deu selinho.

   - Vocês são o casal mais fofo que tem – Silena estava quase chorando.

   O que podemos dizer, nossa tarde foi incrível. Brincamos com o fazedor de bolha gigante correndo pelo gramado. Jogamos vôlei e meio que futebol. Comemos e andamos pelo Park.

   - Ei, você – Katie chamou uma garotinha – Será que poderia tirar algumas fotos da gente?

    A garotinha assentiu e pegou o celular.

    - Mais fotos? – perguntei. Rafael bateu em minha cabeça, mas não reclamei, a essa altura já tínhamos virados amigos.

    - Claro, você agora faz parte do grupo Percy – sorrir com essa noticia. Abracei Annabeth por trás, os outros também se posicionaram, quando a menininha ia tirar a foto, John fala.

    - Capivara – e todos solta uma gargalhada com esse comentário sem noção.

   Tiramos deitados na grama fazendo caretas, Annabeth correndo atrás de Charles depois dele ter passado geleia em seu cabelo, Katie sendo carregada por John, Silena cutucando minha bochecha e John subindo em minhas costas e diversas outras. Teve uma hora que Rafael chamou Annie para conversar um pouco afastados de nós, fiquei meio incomodado, mas isso passou quando eles voltaram e Rafa se declarou para Katie, Annabeth já sabia de tudo, pois seu sorriso era enorme. Parabenizamos o casal.

   A tarde passou rápido, e o sol com as nuvens deram lugar á lua e as estrelas. Ficamos observando o céu. Annabeth estava sentada em meu colo e eu com meus braços ao seu redor, com certeza não tinha momento melhor que aquele. Aquele tarde foi sem dúvidas a mais divertida.