Annabeth POV’s

Já estávamos de fora do supermercado esperando o resto do pessoal.

– Até que não foi tão ruim – falei, Percy me encarou com uma expressão engraçada.

– Annabeth, recebemos uma bronca e tanto, fomos expulsos e proibidos de voltar, tivemos que pagar o dobro da nossa compra e ainda ligaram para os pais de Rafael – ele deu uma pausa tentando recuperar o fôlego – E isso não é tão ruim?

– As pessoas esquecem Percy, com certeza ela não vão lembrar dos nossos rostos para sempre.

O moreno levantou o dedão que estava sujo com uma tinta preta.

– Eles pegaram nossas digitais – dei um sorrisinho torto.

– É, talvez seja um pouco ruim – Percy me encarou por um momento, mas logo um sorriso brincou em seus lábios.

– Vem cá – disse estendendo os braços, nem hesitei, eu adorava seu abraço. Adorava como seus braços ficavam firmes em volta de minha cintura. Adorava como nossos corpos se encaixavam perfeitamente um no outro. Adorava aquele cheiro de maresia que só ele tinha.

– Pelo menos, as coisas que compramos, eles nos entregaram – falei olhando para cima e me perdendo nos olhos verdes de Percy, o moreno solta uma risada.

– Pelo menos isso – seus olhos se fixam em algo distante – Você percebeu em como aquele segurança te olhava?

Eu tinha percebido sim. Durante o interrogatório, aquele homem me olhava como se me conhecesse, o que achei estranho já que nunca o vi.

– Ele de alguma forma me deixava nervosa – os braços de Percy me apertaram mais, como se ele quisesse me proteger de algo.

– Não gostei do jeito dele.

Tentei mudar de assunto, a ideia de que aquele cara me conhecia de algum lugar, não me confortava.

– Ciúmes Jackson? – perguntei entre uma risada. As bochechas do moreno rubesceram.

– Bem... – antes que ele pudesse me responder, Katie e Rafa chegaram.

– Parece que tem casalzinho novo no grupo – brincou Rafael, em resposta sorrir, ele me conhecia e sabia que eu estava demais.

– Então aquele ódio sobrenatural de vocês dois não era ódio – o cabelo de Katie ficava vermelho diante do sol, não aquele vermelho forte, mas um vermelho mais suave.

– Acho que não.

– Bem de qualquer forma parabéns – Rafinha me levantou em um abraço e sussurrou em meu ouvido.

– Eu não disse – assim que foi colocada no chão, o vejo trocar um toque com Percy – Depois vamos bater um papo Jackson, só eu e você.

Revirei meus olhos, eu conhecia bem aquele papo, porém Percy sorriu e concordou. Katie também quase me sufocou apertando meu pescoço.

– Vocês formam um casal tão lindo – assim que ela me soltou, respirei fundo, tentando encontrar o ar – Espere até Silena saber disso.

– Saber de que? – perguntou a voz da morena logo atrás de mim.

– Percy e Annabeth estão juntos – contou Rafa radiante, eu sempre soube que ele era o que mais torcia por nós dois.

– Finalmente – disse Charles vindo abraçar nós dois em um único abraço – Demorou hein.

Depois de alguns instantes Silena que parece ter absorvido a noticia agora, solta um grito estridente, pulando em cima de mim e nos levando para o chão. O pessoal começa a rir e nos ajuda a levantar.

– Annie, a nossa Annie finalmente arranjou alguém – ela dava mínimos pulinhos e gritos bem afinados – Não acredito, já tenho que preparar meu vestido para o casamento.

– Ei – falei meio assustada – Começamos agora e você já está pensando em casamento?

– Tudo tem seu tempo Silena – falou Percy que também continha os olhos arregalados. Quer dizer, bem, eu ainda sou jovem demais para pensar em uma vida assim. Depois de nos recuperarmos do momento de surto, eu sinto a falta de alguém.

– Cadê o John? – pergunto, todos olham em volta, mas o loiro não é avistado em lugar nenhum.

– Ele estava com a gente – lembrou Charles – Disse que iria comprar algo e iria nos encontrar aqui, pensei que aquele doido já tivesse chegado.

– Temos que esperar então – disse me sentando no ultimo degrau da escada. Arrumamos a cesta com as comidas e bebidas dentro.

– O que são isso em seus dedões? – Katie pergunta segurando o dedão de Percy. O moreno começou a contar-lhes.

– Resolvemos fazer uma brincadeira dentro do supermercado, não deu muito certo, então nos levaram para uma sala, brigaram com a gente e ligaram para os pais de Rafael contando o que aconteceu, depois fomos expulsos e proibidos de entrar aqui novamente, e para finalizar tiraram nossas digitais para se certificarem que nunca iriamos da às caras aqui de novo.

Todos demoram um pouco para absorver a história, até que Rafa assoviou.

– Aposto que a ideia foi de uma loirinha – me levantei.

– Ei, por que todas as confusões tem que ser ideia minha?

A turma revirou os olhos e me encaram.

– Você ainda pergunta? – falou Charles – De quem foi à ideia de colocar esquilos dentro do armário do Arnold?

– Minha, mas foi porque aquele idiota pegou na minha bunda – defendi-me.

– E quem aprende a andar de skate em um cemitério? – Silena disse rindo.

– Lá tem uns obstáculos maneiros – falei lembrando-me do buraco que saltei com meu skate, meu primeiro obstáculo.

– E só você faz as piores apostas – Katie acusou-me – Como a sua mais a do Percy, que você ainda tem que cumprir. E a do John você se lembra?

DROGA !! Mil vezes DROGA !! Eu tinha esquecido completamente a aposta com John, agora tenho uma ideia de onde ele esteja.

– Talvez eu seja um pouco diferente das outras pessoas – Percy soltou uma gargalhada que contagia todo mundo.

– Annabeth, você tem problemas sérios de cabeça. Sabe, ás vezes acho que você não é desse planeta – o fuzilei com meu olhar.

– Ele tem razão Annie – concordou Rafael – Lembra também quando você colocou fogo no carro da diretora só porque ela te chamou de desmiolada.

– Ou tentou raspar todo o cabelo da professora substituta enquanto ela tirava uma soneca na aula.

– HAHAHA – rir ironicamente, enquanto o pessoal chorava de tanto gargalhar – Eu posso ter alguns probleminhas, mas vocês me amam do seu que sou.

– Verdade – Silena limpou seu rosto coberto de lágrimas – Mesmo com esse seu convencimento.

Meu celular apita, olho no visor e vejo que é uma mensagem de John.

‘’Annie me encontre atrás do supermercado. Não fale para ninguém. Chegou a hora de cumprir nossa aposta. Tenho dó da gente’’ John

Guardei o celular no bolso, e só de imaginar eu e ele naquilo, me deu uma vontade incontrolável de rir. Inventei uma desculpinha qualquer para a turma e fui ao encontro daquele louco.

– John – chamei ao chegar.

– Aqui – o loiro estava em um beco com duas sacolas nas mãos – É agora ou nunca Annie.

Olhei para as sacolas e em seguida para ele, nos encaramos por um momento e caímos na gargalhada.

– Então, é agora.