P.O.V. Thalia

Annabeth subiu para guardar sua guitarra, segundo ela aquele instrumento era seu bebezinho, vai entender a cabeça humana. No porão ficou somente eu, Luke, Nico e Rafael. O loiro ainda mexia no baixo. Enquanto eles ensaiavam, observei o sorriso que o Castellan dava quando tocava, era quase como se a música fosse parte da sua vida, como se ela o restaurasse, seus dedos ágeis e fortes dominando aquelas cordas grossas, ele tocava muito bem, foi ai que percebi que está sem conversar por um motivo bobo era muita infantilidade, então me aproximei dele.

– Hãn... Luke – o chamei, ele parou de tocar e passou a olhar-me, seus olhos azuis com um brilho diferente.

– Sim.

– Olha me desculpe dá aquele chilique lá na locadora – esse pedido pareceu o pegar de surpresa, pois o mesmo fez uma cara muito engraçada. Ele voltou seus olhos para o baixo.

– Me desculpe também Thalia, não sei o que deu em mim para agir daquela maneira – sorrir, no fundo Luke era um cara legal. Me aproximei mais dele e o abracei, ele retribuiu o abraço e pareceu cheirar meu cabelo, okay isso foi estranho, afastei-me e Luke estava com as bochechas coradas.

– Então que tal a gente vê o filme agora – propus, e como resposta recebi um sorriso.

– OPA – gritou Nico – Qual filme?

– Jogos mortais.

O moreno deu três pulinhos, me fazendo cair na gargalhada.

– Eu amo filme de terror – falou na maior empolgação.

– Sério? Eu nem sabia – menti, Luke revirou os olhos e deixou o baixo no apoio.

– Vou lá em cima – disse saindo, logo Rafael se vai também. Assim que eles se foram, Nico encara-me com uma sobrancelha erguida.

– Não me lembrava dele ser tão bipolar assim – balanço a cabeça levemente.

– Nem eu – fui até uma pequena mesa que tinha ali e peguei o filme – Então vamos vê?

– Só se for agora – ele me tomou o filme – Depois o resto da banda se junta á nós.

Em um canto do porão, tinha tipo uma micro sala, onde havia uma colchão enorme, vários puffs, um frigobar, um televisão enorme, aparelho de DVD e um Playstation 2. Nico colocou o filme, enquanto eu me ajeitava no colchão, depois ele veio e se deitou ao meu lado, tentei prender minha respiração, mas o perfume daquele garoto é tão bom que nem meus pulmões me obedeceram. Tinha uns dez minutinhos que tinha começado, era difícil se envolver na história quando se tem um garoto gato e gostoso bem do seu lado, e é mais difícil ainda quando esse garoto começa lentamente á passar o braço pelos seus ombros, e é mil vezes mais difícil quando esse mesmo garoto segura seu rosto e vai se aproximando, e ai fica impossível se envolver na história quando os lábios desse garoto sexy está colado aos meus. Sabe aquele momento que você quase pira e sai gritando na rua coisas sem sentidos? Então se você sabe era assim que estava me sentindo. CARA O NICO ESTÁ ME BEIJANDO. Não acreditei até que sua língua pediu passagem, foi ai que cai na realidade e correspondi ao seu beijo. Suas mãos foram parar na minha cintura me colando mais em si, enterrei meus dedos em seu cabelo, durante o beijo mordi seu lábio inferior, fazendo-o soltar o um gemido baixo, sorrir com aquilo. Somente nos separamos quando o ar acaba. Fiquei com um sorriso extremamente bobo no rosto, assim que abrir os olhos vejo Luke com a tigela de pipoca na mão, ele estava estático, percebi que tremia, por um momento vejo uma lágrima descer pela sua face, mas deve ser coisa da minha cabeça, ele coloca a tigela no chão e encara-me, seus olhos demonstrava algum tipo de mágoa e tristeza.

– Me desculpem – e saiu quase correndo, me sentir mal pelo modo como Luke se comportou, era quase se... meus olhos se arregalam, será que ele gostava de mim? Mas... não... não pode ser, se bem que isso explicaria o motivo de seu ciúmes na locadora. Não acredito que Luke Castellan gostava de mim.

P.O.V. Luke

Sai daquele porão praticamente correndo, eu tentava segurar as lágrimas para que elas não caíssem, mas ao relembrar daquela cena, gotas salgadas invadiram meu rosto. Eu sei que Thalia era uma garota livre e podia ficar com quem queria, mas quando se é apaixonado por uma menina, igual eu estava, e vê uma cena dela beijando outro menino, seu coração se parte em milhões de pedaços. Eu já estava com a mão na maçaneta da porta para poder ir embora, quando Percy e Annabeth aparecem na escada. Annie vem em minha direção e abraça-me, o Jackson pareceu meio incomodado com isso.

– O que aconteceu Lukito? – pergunta-me, observo Percy trocar o peso do pé e mexer em seu cabelo, ele só faz isso quando está nervoso e inquieto.

– Nada Annie, não aconteceu nada – falei engolindo o choro. Ei qual é, homens também tem sentimentos. Annabeth me encarou com a cabeça meio tombada para o lado.

– Luke me espere no Central Park, estarei lá em meia hora – a olhei confuso. A loira entendeu meu pensamento e revirou os olhos – Pra gente conversar.

– Ta bom – ela me deu mais um abraço e eu fui em direção ao Central Park com meu coração todo partido.

P.O.V. Annabeth

Assim que Luke se vai, volto-me para o Percy, que estava com as mãos nos bolsos de sua calça.

– Você precisa conversar com Luke – disse, o moreno soltou uma gargalhada que ecoou pela sala.

– Annabeth você é tão engraçada – o olhei o mais cínica possível.

– Percy, estou falando sério – o Jackson percebeu minha seriedade, então fechou a cara.

– Não, eu não vou falar nada com aquele lá – Percy cruzou os braços e fez bico, fechei os olhos e respirei bem fundo, pensei em várias maneiras de destripar esse garoto por essa infantilidade. Mas quando eu estava prestes a colocar uma dessas ideias em prática Rafa chega me abraçando, seu abraço era o único que dava conta de acalmar-me.

– Annie, Thalia está lhe chamando lá no porão – encostei minha cabeça em seu peito, olhei para Percy, e ele estava bufando, então me separei do meu amigo.

– Avise para ela que já vou – Rafael assentiu, deu-me um beijo na bochecha e se foi. Encarei o moreno na minha frente, seu rosto estava vermelho e suas narinas se abriam e fechavam repentinamente.

– Então você vai lá e conversa com Luke.

– Por que não vai você Annabeth – falou elevando um pouco sua voz – Ahh !! Aproveita também e leva seu namoradinho.

Estreitei meus olhos com a boca aberta.

– O que? Rafael é só meu amigo Percy, nada mais que isso.

O moreno rola seus olhos verdes.

– Não é o que parece, pelo menos ele passa uma mensagem completamente diferente.

Bufei, esse Cabeça de Alga sabia como me tirar do sério.

– E se for, pelo menos a gente não fica transando á vista de qualquer um que queira olhar.

Isso pareceu ter o pego de surpresa, me arrependi na mesma hora que as palavras jorraram de minha boca. Ele ficou quieto e abaixou a cabeça, como se estivesse envergonhado, eu deveria pedir desculpas, falar que disse aquilo sem intenção, mas meu orgulho foi maior.

– Percy vá falar com Luke, por favor – minha voz saiu como um sussurro, pois assim como ele eu também estava envergonhada por deixa-lo daquela maneira. Ele não me olhava nos olhos, e de cabeça ainda baixa saiu daquela sala me deixando completamente arrependida.