P.O.V. Percy

A garota que estava atrás de Melissa, ela era simplesmente perfeita, seu cabelo dourado caindo em cachos perfeitamente modelados um pouco abaixo dos ombros, a pele branca sem nenhuma imperfeição, sua boca pequena e vermelhinha feita na medida para seu rosto ela tinha um sorriso seus dentes extremamente brancos e alinhados, e olhos que nenhuma outra garota tinha, eram cinza, mas um cinza que dava vida a qualquer lugar, seu corpo qualquer menina se mataria para ter um igual tudo nela era extremamente na medida, como se fosse desenhada. Por um momento me permito encontrar aquele tom cinza que me olhava curiosa, meu estômago dava cambalhotas em todas as direções, uma corrente elétrica passou pelo meu corpo todo fazendo arrepiar até o cabelo de minha nuca.

– Percy, essa é Melissa que você já conhece e sua filha Annabeth, vocês já se viram, mas foi quando eram pequenos, então acho que não se recordam um do outro – assentimos, mas da minha parte eu menti, porque eu me lembrava bem daquela doida e do que ela vez comigo naquele piquenique, Annabeth estava tão diferente não usava mais óculos, seu cabelo que antes era um ninho de rato agora está mais para uma cortina de ouro, suas sardas desapareceram, ela estava muito bonita, mas eu não ia me enganar com aparências, a parte física mudou completamente, mas a interior eu tinha certeza que continuava a mesma.

– Oi – falamos juntos, o que foi um pouco constrangedor, ela estava vestida com um short jeans meio rasgado, camisa folgada da banda Evanescence, all star e aquele maldito boné que sempre o usava e ninguém nunca podia pegá-lo. Melissa e eu também nos cumprimentamos. Poseidon pediu para que eu ajudasse Annabeth a carregar suas malas para meu quarto, já que não tinha escolha peguei suas bagagens e as levei com a garota logo atrás de mim, abrir a porta do quarto e coloquei tudo em sua nova cama, e depois me joguei na minha.

– Essa aqui é a sua cama – disse, ela me olhou divertida.

– Não brinca – um dos motivos pra mim detestar Annabeth é sua ironia.

– Vejo que continua a mesma chata de sempre – ouvi uma risadinha.

– Pois é, alguns hábitos nunca mudam – rolei meus olhos, sua linguinha era bem afiada, fiquei a observando tirar sua roupas e arrumar em um guarda-roupa que meu pai comprou para ela, depois de um tempo em silêncio, por impulso falei.

– Você nunca tira esse boné? – a loira o tirou de sua cabeça e o olhou depois se virou para mim.

– Sim, mas fico de olho caso algum garoto besta resolva pega-lo – me sento na cama, isso foi uma indireta bem direta, eu que não era doido de pegar aquilo novamente.

– Mas se caso ele pegar, não precisa de uma menina louca quebrar seu braço e o empurrar para dentro de um lago – ela suspirou.

– Eu já pedi desculpas Cabeça de Alga – me levantei começando a me irritar.

– Eu odeio quando me chama assim, e aquelas desculpas não valeram Melissa que te obrigou – dito o nome de sua madrasta ela fechou a cara.

– Eu não vou te pedir de novo CABEçA DE ALGA – ela fez questão de enfatizar o apelido que eu mais odeio nesse mundo – E valeu sim foi desculpa não foi, você que não me desculpou porque não quis – estreitei meus olhos, essa garota era a menina mais chata que eu já conheci.

– Você é muito... Argh !!! – sai do quarto, mas não antes de bater a porta com força, desci e meu pai e Melissa não estavam então liguei para Nico que em pouco tempo já estava em casa e jogando vídeo game comigo.

P.O.V. Annabeth

Sabe eu sou muito legal, mas só com quem eu quero, e de vez enquando é mais legal ainda ser chata com aquelas pessoas lerdas. E se o Percy pensa que eu fico feliz me mudando pra cá, ele está muito enganado. Cara, eu deixei minha escola na qual eu estudava desde a primeira série, deixei meus vizinhos que eram bacanas e me deixava fazer festa com som alto e não ligar para a policia, e principalmente deixar meus melhores amigos Katie, Rafael, Silena, Charles e Jonh, fomos criados juntos somos irmãos, eles são minha família de verdade mais ninguém, agora sou obrigada a morar quilômetros de distância deles para satisfazer os desejos daquela Melissa, minha adorável madrasta (sentiram o naipe da ironia). Bom me apresentando, prazer Annabeth Chase, 16 anos, se me perguntarem o que eu mais gosto nessa vida, sem pensar eu iria responder ROCK, sim eu amo rock, se esse gênero musical fosse um homem eu me casava com ele, mas para meu desgosto não é, como meus amigos falavam eu sou rockciada, toco diversos instrumentos, e sou fã da minha guitarra, mas em momentos depre passo para o violão ou piano. Meu pai, bom ele não está mais aqui entre nós. Frederick Chase a melhor coisa que o universo já me presenciou, a única pessoa que eu já amei na vida, lembro-me dos nossos momentos, de quando fazíamos bolo e nos sujávamos tudo, lembro-me de sua risada e de como ele falava que estaria comigo sempre, eu sorria e o abraçava e naquele abraço, esquecia de tudo e todos a minha volta, apenas na presença do meu pai, meus problemas não existiam, eu o amava e amo, e foi relembrando isso que deixei uma lágrima escapar, como eu sentia falta dele. Depois que arrumei as minhas coisas, coloquei meus pôsteres e ajeitei meus instrumentos, peguei uma foto a minha predileta, estava Jonh, eu, Rafael, Charles, Silena e Katie sentados em frente uma fogueira na praia, essa fogueira fazíamos toda sexta-feira para comemorar o fim de semana. Como eu disse, eles são meus melhores amigos, nós seis se metiam em cada confusão que era caso de rir, eu já sentia saudades deles. Terminei colocando meu violão em seu suporte, então minha barriga roncou e eu desço para fazer algo para comer, passei pela sala e vi o Jackson e um amiguinho esparramado no sofá, nem me atrevi a dirigi-los uma palavra. Já na cozinha decidir fazer um bolo, peguei os ovos, farinha, leite tudo aquilo que precisava, comecei a ouvir a conversa dos garotos.

– Ela está mais bonita – essa voz eu não conhecia, deduzi que poderia ser do amigo do besta.

– Não se deixe enganar pelas aparências Nico, aposto que continua rebeldinha como sempre – esse só podia ser o tolo do Percy, minha raiva foi tanta que deixei todos os ovos e o leite caírem no chão – Nico vou lá em cima pegar o outro jogo que comprei – ouvi passos na escada. Vou na dispensa e pego os produtos de limpeza, quando volto deparo com uma figura de olhos e cabelo negro, corpo atlético, com jeans escuro e camisa preta, escorado na porta me olhando.

– Que bagunça que você fez hein – prendi meu cabelo em um coque.

– Pois é, acho que todos que são seres humanos cometem bagunças como essa - ele soltou uma risadinha.

– Não precisa ficar toda nervosinha, quer ajuda? – perguntou-me, o encarei como se fosse algum tipo de brincadeira, mas vi que estava falando sério.

– Se não for se importar – o moreno me lançou um sorriso e pegou o pano, juntos começamos a limpeza.

– Aliás, sou Nico Di Angelo – apresentou-se.

– Annabeth Chase, Annie se quiser – apertamos a mão, Nico diferente de Percy era um cara bacana.

– Então Annie, o que você mais gosta de fazer – jogo sabão encima da meleca que aprontei e esfregamos.

– Andar de skate e tocar minha guitarra – ele para na hora e olha para mim com a boca aberta.

– Você sabe tocar guitarra e andar de skate? – pergunta-me abobado.

– Claro que sei, mas porque o espanto? – voltamos a esfregar.

– Geralmente é muito difícil encontrar garotas que gostam disso – revirei meus olhos.

– É, mais estamos no século XXl, não na moda antiga – Nico solta uma risadinha.

– Concordo contigo – em um movimento de vai com o pano, acabei escorregando e caindo de bunda no chão. Nico em vez de me ajudar sentou na cadeira e ficou rindo, ou melhor, quase enfartando de tanto rir, também comecei a gargalhar do meu tombo, parecíamos dois loucos ali na cozinha. Até que conseguimos nos controlar, ele veio até mim e ajudou-me a levantar e continuamos a limpeza.

– Eu acho que te conheço – sim, eu tinha pequenos flash de seu rosto.

– Nos vimos antes, no piquenique naquele parque, onde você quebrou o braço do Percy – então ele também se lembrava daquele pequeno “acidente”.

– Mais ele mereceu – Nico solta uma gargalhada gostosa de ouvir.

– Se você diz – terminamos e ficamos um tempo conversando, e se conhecendo, ele era um garoto muito legal, e não igual aquele cabeça de alga besta. Até que ouvimos um grito.

– NICOO.

– NA COZINHA – gritou o moreno de volta. Percy parou na porta e revirou seus olhos ao me ver.

– Achei o jogo, e o que você faz aqui?

– Estava ajudando a Annie e agora estamos conversando sabe, jogando papo fora – ao dizer isso, pude perceber que o Jackson me fuzilava.

– Então viraram amiguinhos – impressão minha ou ele estava com ciúmes, segurei uma risada.

– Com ciúmes Jackson? – lhe perguntei o provocando.

– HÁHÁ – riu ironicamente – Claro que não. Nico nem faz meu tipo – como existi um menino tão lerdo assim.

– Ei – protestou o moreno – Até que eu dou um caldo.

Rolei meus olhos e me encostei-me ao balcão que tinha ali.

– Não era dele que eu estava falando – dei um sorrisinho de lado, eu estava adorando provoca-lo.

– Ciúmes de você? Ah !! Por favor né, obviamente que não, nunca nessa minha vida que eu sentiria ciúmes por uma pessoa igual a VOCE – ele enfatizou o você, eu já estava acostumada com pessoas iguais ele, que se acha a ultima bolacha do pacote, já lidei com muita gente assim, então fiz uma coisa que sempre faço, rir histericamente até chorar e minha barriga doer, Percy e Nico me olhava com se eu fosse uma maníaca que tinha acabado de sair do hospício, quando me recuperei apenas disse.

– As palavras fazem o homem Jackson, mas as suas só te faz mais criança que já é. Tome cuidado com o que você diz, não sou qualquer uma, pode me considerar igual caco de vidro se cair eu posso até quebrar, mas pisa em mim pra ver, posso fazer um longo e doloroso corte – lancei meu olhar mais ameaçador para aquele peixinho, e sai rindo sozinha, indo dar um passeio pela cidade.

P.O.V. Nico

INCRÍVEL!! Foi a única palavra que me veio a cabeça depois da pequena discursão entre o Percy e a Annabeth. Ninguém, nem mesmo os melhores amigos Jackson falaram assim com ele. Além de ser linda e muito legal Annie também tinha atitude, porque como eu disse ninguém havia deixado Percy naquele estado, parado de boca aberta preste a explodir. Se fosse eu em seu lugar, não estava diferente. Hoje Annabeth Chase além de ganhar minha amizade também ganhou meu respeito.