A Gotinha De Amor Que Faltava escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 23
Capítulo 23 – Abrindo o Jogo


Notas iniciais do capítulo

Oiii pessoinhas, ansiosas para mais um capítulo? o/
Só avisando, capítulo ficou enorme. Até pensei em dividir, mas acho que vocês iriam me trucidar por isso.
Antes que comecem a ler, eu quero dedicar o capítulo a linda Darla Neis por ter recomendado a fic. Muito obrigada, linda :)



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À noite Emmett recebeu, no apartamento, toda família. Esme mimou e cuidou da neta o máximo que pode, tentando ressarcir o dia que ficara longe dela. Passou a noite, durante o jantar, de cara fechada com o filho, depois de saber como Julia tinha reagido à escolinha.

Carlisle sussurrou para o filho que não levasse em conta, como avó coruja, Esme só estava tentando proteger a neta de mais sofrimento. Mas, que isso não queria dizer que Emmett estava agindo errado nas atitudes que vinha tomando. Edward e Alice brincaram bastante com Julia, até que ela ficou sonolenta no colo do tio.

Por volta das vinte e duas horas todos foram embora. Como Esme já tinha colocado Julia na cama e lhe contado uma historinha antes de dormir, Emmett foi para o próprio quarto. Ligou o computador e conversou com Rosalie via Skype.

Mesmo ela tendo mencionado, mais de uma vez, que ele parecia abatido, Emmett fugiu do assunto como o diabo da cruz. Ela acabou mandando-o ir dormir, já que parecia tão cansado. Ambos se despediram mesmo cheio de saudades. Emmett disse varias vezes que a amava, e ela também disse que o amava.

Ele desligou o notebook e adormeceu minutos depois. Durante a madrugada foi socorrer a filha em mais uma crise de terror noturno. Acabou levando-a para sua cama, como vinha fazendo todas as noites.

No dia seguinte, foi a mesma rotina; acordar preparar e levar Julia para a escolinha. Julia chorou muito enquanto ele a arrumava. Repetiu varias vezes que não queria ir para a escolinha, queria ir para a casa da vovó. Mesmo assim ele a levou. Na sala de aula foi outra choradeira, mas ele ficou e ela acabou se conformando.

No final do período, quando saiu da escolinha com a filha, Emmett passou em um de seus restaurantes favoritos e pediu que embalassem o almoço para viagem. Em casa ele deu banho em Julia, e vestiu nela um vestidinho de algodão, confortável. Ele a deixou brincando no quarto enquanto tomava seu próprio banho, e depois se encarregava de preparar a mesa para servir o almoço.

Ele não sabia, mas Julia estava para lá e para cá, no corredor de acesso aos quartos, levando algumas bonecas, Carinho e o porta-retratos com a foto de Rosalie para o quarto ao lado da suíte do casal, o quarto, até então, vazio.

Quando a mesa estava pronta, ele foi buscá-la. Estava passando pelo corredor direto para o quarto de hospedes quando notou que a porta do quarto ao lado do seu estava aberta. O que era estranho considerando que aquela porta estava quase sempre fechada.

Ele voltou andando de costas e parou no umbral da porta. Para sua surpresa, Julia estava lá dentro, deitada no chão, com a cabeça apoiada em uma almofada em formato de morando, abraçada ao pônei junto às bonecas e o porta-retratos.

– Bila, bila etelinha. Quelo vê você bilá. Faze de conta que é só minha. Só pla ti ilei cantá. Bila, bila etelinha. Bila, bila lá no céu... – ela olhou para as bonecas e depois a foto de Rosalie – Agola eu equeci eto. Julinha equeceu como que canta mais.

Um sorriso surgiu no canto dos lábios de Emmett enquanto a ouvia cantar. – Ei gotinha – disse ele –, o que você está fazendo aí filha, deitada no chão?

– Eu to pelando a mamãe Ose... – ela respondeu de forma tão natural que parecia que Rosalie chegaria a qualquer instante. Aquilo fez Emmett se sentir mal, porque ela não chegaria a qualquer momento, na verdade, ele sequer tinha certeza de que ela chegaria algum dia.

– Mas porque nesse quarto, gotinha?

– Pô caso que goto dele, papai.

Emmett suspirou, tendo a certeza de que seu destino, o de Julia e o de Rosalie estavam mais ligados do que poderia imaginar. Rosalie idealizou aquele quarto por tanto tempo, imaginou vários tipos de decoração infantil, mas nunca teve a chance de decorá-lo. No entanto, Julia estava ali, deitada no chão, dizendo que gostava daquele quarto quando, na verdade, ele era ainda apenas quatro paredes e nada mais.

– Vem com o papai. Vem gotinha. Vamos almoçar agora – ele a chamou, estendendo os braços. – Papai já preparou a mesa, e já serviu sua comidinha no prato.

– Não quelo, papai. To epelano a mamãe Ose.

– A mamãe Rose não vai chegar hoje gotinha – as palavras pareciam rasgar o coração de Emmett no momento em que as disse.

– Pulque? – Julia perguntou, fazendo beicinho, dando sinal de que iria chorar.

Emmett entrou no quarto, a passos curtos, e se ajoelhou ao lado dela.

– Porque a mamãe dela está dodói. A gente já falou sobre isso filha. E você prometeu ao papai que não iria mais chorar.

Julia piscou os olhinhos, que arderam com acumulo de lágrimas. Emmett se agachou e a pegou no colo, trazendo Carinho junto. Sentindo-se culpado, deu um beijinho na testa dela.

Com um beicinho adorável, Julia murmurou.

– Papai não tá eculo, não. Buca a mamãe Ose. Buca a mamãe pla Julinha.

Emmett ficou de pé, com ela no colo, levando também o porta-retratos com a foto da esposa, sentindo um nó se formar na garganta. Era tão difícil aceitar que Rosalie estava longe.

– O papai promete que você vai ver a mamãe Rose logo, logo – murmurou enquanto saía do quarto.

– Não tem Ose... – sussurrou Julia, encostando a cabecinha no ombro do pai.

Ele beijou os cabelos finos da filha, enquanto caminhava em direção à cozinha. Deixou o porta-retratos sobre o balcão e acomodou Julia na cadeirinha de alimentação, cujo ele havia retirado a bancadinha e encostado a cadeira a mesa. Retirou Carinho das mãos dela e o deixou sobre a mesa, afastado do prato.

Julia olhou a comida em seu prato fazendo uma carinha de quem não gostou do que viu. Emmett estava prestes a sentar na cadeira ao lado, quando ela se queixou.

– Não quelo isso, papai. Não goto. Quelo pizza.

Emmett encheu a colherinha com um punhado de comida, fez menção de servi-la na boca, mas Julia virou o rostinho se recusando.

– Quelo pizza – ela reafirmou.

– Pizza não é almoço Julia – ele advertiu. – Você vai comer o mesmo que o papai. Batatinha amassada, arroz, cenoura e salmão. Tem milho também filha. E é uma delicia.

– Samão? – perguntou ela, com a expressão confusa.

– É aquele peixinho rosa que você gosta.

Julia olhou do prato para o pai. – Goto não papai. Quelo Danone.

– Nada disso – ele advertiu novamente.

– Eu quelo... – choramingou. – Só hoje papaizinho, depois eu como o amoço. Julo, julandinho.

Emmett negou com um maneio de cabeça.

– Não, ou o almoço ou nada.

– Não papai... Papaizinho não quelo comê isso, não. Quelo colo í no colo – ela estendeu os bracinhos na direção do pai, com carinha de choro. Mas Emmett se manteve firme.

– Nada de colo, só fica no colo do papai quem come toda a comidinha – ele mexeu na comida com o garfo. – Olha que cenourinha gostosa – comentou, levando um pedaço à boca, retirado de seu próprio prato.

– Não quelo celola... – ela choramingou com os bracinhos estendidos, querendo colo.

Emmett suspirou, fazendo o possível para permanecer firme em sua decisão, ficou de pé e a retirou da cadeirinha. Mas ao contrario do que ela imaginou, ele a colocou no chão.

Enquanto Julia chorava, Emmett voltou a sentar, tentando comer, mas era quase impossível. Vê-la chorando com os bracinhos erguidos em sua direção, querendo colo, o deixava com o coração apertado. Ele encarava a comida no prato forçando-se a não ceder.

Vendo que não teria colo do papai, Julia abaixou os bracinhos, soluçando. O olhou com ressentimento enquanto o beicinho tremia. Ela se esticou o máximo que pode, ficando nas pontinhas dos pés, tentando pegar Carinho. Emmett empurrou o pônei para a beirada da mesa com dó do esforço que ela estava fazendo para pegá-lo. Julia saiu da cozinha chorando aos soluços, sem olhar para trás.

– Papai – ele a ouviu lamentar de da sala. – Papaizinho. Não quelo isso...

Mexendo na comida com o garfo, se sentindo mal com o que estava fazendo, Emmett se perguntou se não estava sendo severo demais com sua gotinha de amor. Era muito bom fazer parte do grupo de apoio, mas, às vezes, somente às vezes, sentia vontade de ignorar algumas sugestões. Como agora. Era muito difícil vê-la chorar por causa da comida e não ceder.

Na sala, com muita dificuldade, Julia subiu no sofá segurando Carinho. Ela continuou chorando, insistindo que queria pizza e Danone. Emmett continuava mexendo na comida com o garfo sem conseguir comer direito. Julia escondeu o rostinho na almofada, ficando de bumbum pra cima, seu chorinho ficando abafado.

Para Emmett nada daquilo estava sendo fácil. A comida chegara até mesmo a perder o sabor. Ele fez menção de se levantar e pedir a bendita pizza, quando Julia apareceu na porta da cozinha, com lágrimas no rosto, as bochechinhas coradas e Carinho embaixo do braço.

– Você dá comidinha igual à vovó? – ela fungou no final da frase, enquanto coçava o olhinho esquerdo.

– Claro, minha gotinha linda – disse ele, abrindo os braços para recebê-la, sentindo um alivio imenso por ela ter voltado. – Vem com o papai. O papai ia dá comidinha na boca, mas você não quis.

– Julinha não quelia... – disse ela entre uma fungada e outra.

– É não queria.

Ainda tristonha Julia correu para o colo dele, tropeçando nas próprias perninhas. Ela suspirou quando ele a pegou no colo, demonstrando alivio por não ser rejeitada novamente.

Enquanto lhe dava comidinha na boca, Emmett a cobriu de beijos. Ora na mãozinha, ora no rosto, ora nos bracinhos. Devagar, ela acabou comendo tudo. Depois ele lhe serviu, no copinho com tampa, um suco de uva. De sobremesa, uma salada de frutas, e o Danone que ela tanto queria.

[...]

O fim de semana chegou. No sábado Emmett teve uma reunião, cujo pai e a mãe também estariam presentes. Alice foi ao apartamento ficar com Julia e a senhora Jones, que estava fazendo faxina.

No domingo, ele passou o dia na casa dos pais. Brincou com a filha na piscina. Julia sempre usando boias e com o pai ao lado. Os tios entraram na brincadeira e acabaram tirando varias fotografias.

Depois do almoço, Julia foi brincar na sala com alguns dos brinquedos que havia levado para casa dos avós. Emmett ficou no escritório usando seu próprio notebook. Pouco tempo depois, ela chegou de mansinho e ficou nas pontinhas dos pés tentando enxergá-lo do outro lado da mesa.

– Papai – ela o chamou.

Um sorriso se formou no canto dos lábios de Emmett no momento em que ele desviava a atenção da tela do notebook para olhá-la.

– O que foi gotinha?

– Cadê a minha pepeta? – ela questionou se mantendo nas pontinhas dos pés.

– Você prometeu que só iria usar a chupeta na hora de dormir.

– Eu vô domí com o vovô lá na sala de assisti.

– O vovô está vendo TV?

– Vovô tá sim – concordou, quando se desequilibrou, voltando a firmar os pezinhos no chão. Ela tornou a ficar nas pontinhas dos pés e então disse. – Pometo que vô domí papai.

– Hummm... – Emmett estreitou os olhos. – Sei... Está me enrolando, mocinha. Nada de chupeta agora.

Julia agitou as perninhas, choramingando.

– Papai...

– Nada de papai. Minha princesa é ou não é uma mocinha? O que a professora Megan vai pensar se souber que você voltou a usar a chupeta fora do horário de dormir?

– Eu vô domí – ela insistiu, choramingando.

Emmett negou com um maneio de cabeça.

– Não trouxemos a chupeta, porque vamos dormir no apartamento.

– Não – ela soluçou. – Quelo a pepeta, papai. Julinha qué a pepeta.

– Não tem “pepeta” – ele afirmou.

– Tem sim. Você condeu minha pepetinha – ela se sentou no chão, tornando difícil Emmett vê-la com a mesa de trabalho entre os dois. – Julinha vai domí na sala com o vovô. Quelo a pepeta, papai. Pô favô...

– Papai não trouxe a chupeta Julia.

Ela continuou chorando sentadinha no chão. Pouco tempo depois Esme chegou ao escritório, depois de tê-la ouvido chorar.

– O que foi Julinha? Fala para a vovó o que foi que o papai fez?

– Papai – ela soluçou –, condeu a pepeta, vovó – ela fez a denuncia em meio ao choro.

– Emmett dá a chupeta pra ela.

– A chupeta não está comigo mãe.

Esme olhou na direção da porta por onde tinha acabado de entrar.

– Edward vem cá, filho.

Edward apareceu na porta do escritório alguns segundos depois.

– O que foi mãe? Porque a Julinha está chorando?

– Seu irmão se recusa a dar a chupeta pra ela. Então, faz o favor pra mim, filho. Vá à farmácia e compre uma chupeta nova pra ela – Esme se inclinou, pegando Julia no colo. – Vovó vai te dar outra chupeta. O titio já vai comprar, não chora meu pedacinho do céu.

– Ota pepeta? – fungou.

Esme lhe beijou o rostinho. – Sim, o titio vai comprar outra “pepeta”.

Emmett ficou de pé, espalmando ambas as mãos sobre a mesa.

– Não é para ir Edward.

– Mas a Julinha quer a chupeta. E mãe está me mandando ir.

– Eu sou o pai dela, e estou falando que não é para você ir. Eu estou tentando fazer as coisas do modo certo. A professora aconselhou a não dar a chupeta toda hora. Se vocês derem a chupeta para ela estarão estragando todo o sacrifício que fiz nos últimos dias.

Edward olhou para a mãe sem saber o que fazer.

– Vá comprar a chupeta – Esme ordenou.

Revoltado, Emmett bateu com as mãos na superfície da mesa. O gesto não passou despercebido por Julia, preocupada ela encostou uma das mãozinhas no rosto da avó.

– Não pecisa vovó. Não pecisa.

– Tem certeza, meu pedacinho do céu?

Julia balançou a cabeça afirmativamente. Depois disso se remexeu no colo da avó, querendo descer. Esme se abaixou colocando-a de pé no chão. Ela saiu do escritório, fungando, andando a passinhos curtos. Esme ficou observando ela sair, depois lançou um olhar severo sobre Emmett, que voltou a sentar de frente ao notebook.

Minutos depois, ele foi à sala ver o que ela estava fazendo. E não se surpreendeu quando a viu brincando com a tia, com algumas bonecas. Carinho estava no sofá ao lado do porta-retratos com a foto de Rosalie. Naquele momento, ele soube que estava no caminho certo. Não era nada sério tampouco ela queria dormir, queria apenas a chupeta.

[...]

Uma semana depois...

A semana passou, com Emmett seguindo sua nova rotina A rotina de um pai solteiro e dedicado. Embora Julia ainda chorasse ao ficar na escolinha, ela já não sentia tanto medo e, dessa forma, ele conseguia ficar apenas alguns minutos, antes de deixá-la com a professora e os coleguinhas.

Ele manteve a mesma rotina em relação às conversas com Rosalie por telefone e via Skype. Grace se recuperara bem, e continuava tecendo comentários a respeito do genro, em uma tentativa de fazer Rosalie enxergar o quanto o amava e estava sendo difícil viver longe dele.

Na última conversa dos dois via Skype, Rosalie deu um ultimato. Estava farta de conversas misteriosas e suposições sem sentido. Estaria retornando a Detroit exatamente hoje, uma terça-feira, para terem a tal conversa que definiria a vida dos dois como um casal.

Era um dia cinzento em Detroit, os arranha-céus estavam encobertos por nuvens espessas e escuras. De uma forma estranha, Emmett teve medo de que fosse um mau agouro.

Depois da conversa com Rosalie, ele não conseguiu dormir direito. Mesmo depois da crise de terror noturno de Julia continuou acordado. Viu o dia cinzento amanhecer, através das postas da varanda.

Ele levantou e preparou Julia para ir à escolinha. Hoje ela ficaria o dia inteiro por lá. Emmett imaginou que toda manha que ela estava desde a noite anterior fosse por causa disso. Depois de ficar alguns minutos na escolinha, ele seguiu para a empresa da família, onde aproveitou para pôr alguns assuntos em dia, e documentos em ordem. Assinou uma pilha de papeis, mas sempre de olho no relógio sobre a mesa de trabalho.

Exatamente às doze horas e quinze minutos, Rosalie ligou para o celular, avisando que já estava no aeroporto de Detroit. Havia acabado de desembarcar. Subitamente ele ficou tão nervoso que esqueceu, até mesmo, onde estava. O coração passou a bater em um ritmo frenético e inesperado.

Ofereceu-se para ir buscá-la, mas ela recusou alegando que pegaria um taxi e o encontraria no restaurante que haviam combinado. Um dos restaurantes que eles frequentavam, quando estavam juntos, regularmente.

A ligação foi finalizada deixando um Emmett ansioso e atrapalhado. Ele devolveu o celular ao bolso e recolheu as chaves do carro, derrubando alguns objetos sobre a mesa ao fazer isso. Passou rapidamente pela antessala, onde ficava a mesa da secretária e ordenou que desmarcasse qualquer compromisso que tivesse na parte da tarde. E que todas as ligações fossem transferida para Carlisle ou Edward. Hoje sua prioridade era a conversa que teria com Rosalie.

Estava a caminho do elevador quando as portas se abriram e de lá Edward saiu, segurando uma pasta de documentos e o tablet em uma mão, na outra o celular, próximo ao ouvido, finalizando uma ligação.

– Ela já chegou? – perguntou ao o irmão.

– Sim – afirmou Emmett, sem esconder seu nervosismo.

Edward tocou o ombro do irmão ao passar por ele. – Boa sorte!

– Eu vou precisar... – sussurrou em resposta. – Se o pai perguntar por mim, fale pra ele que fui encontrar com a Rose – avisou.

– Não se preocupe – disse Edward. – Leve o tempo que precisar, mas leve sua esposa para casa.

– É o que mais quero – admitiu.

– Quem vai buscar a Julinha na escola?

– Ela vai ficar o dia inteiro, já combinei com a professora. Vai ter uma atividade especial hoje, por sorte isso veio a calhar. Agora eu tenho que ir enfrentar as consequências dos meus erros... – suspirou.

– Qualquer coisa é só me ligar.

Emmett assentiu antes de entrar no elevador.

Enquanto dirigia pelas ruas movimentadas de Detroit, não parava de pensar em Rosalie, estava ansiosa para vê-la pessoalmente, morrendo de saudades. Mas também estava com medo, e não tinha a menor ideia de como começaria a falar.

O sinal fechou, ele aproveitou esse momento para verificar a hora no painel, para ter certeza de quantos minutos ainda teria até chegar ao restaurante. Pouco tempo depois o sinal abriu, no entanto, ele só se deu conta disso quando os motoristas que vinham logo atrás começaram a buzinar. Embora aquilo o tivesse irritado um pouco, ele seguiu em frente sem protestos.

Quanto mais perto do restaurante ficava mais seu nervosismo crescia. Estava indo para uma conversa que definiria todo o seu futuro ao lado da mulher que ama.

Ele chegou ao restaurante antes de Rosalie. A moça da recepção o conduziu até a mesa reservada, em um canto mais afastado das demais. O garçom se aproximou e lhe ofereceu o menu. Emmett disse que estava esperando a esposa e que, por enquanto, tomaria penas um drink.

Como havia dispensando o taxi, Rosalie deixou a bagagem na recepção. A moça que já a conhecia a conduziu até a mesa onde Emmett a aguardava.

Depois de mais um gole de uísque, Emmett varreu o salão do restaurante com o olhar. Optou por um canto mais reservado, porque não queria plateia, embora pensasse que Rosalie deveria ter escolhido um local menos frequentado. Foi então que ele a viu chegar acompanhada pela mesma moça que o recebeu, e logo atrás vinha mais alguém, que ele reconheceu imediatamente, era Grace. Embora tenha ficado um pouco frustrado, tentou não demonstrar. E não fora tão difícil, julgando que Rosalie estava em sua frente tão linda quanto da última vez que a viu em San Diego.

Sem que se dessa conta, ele estava de pé esperando pela aproximação dela. O coração passou a bater em um ritmo desesperado quando seu olhar cruzou com a dela.

– Oi – disse Rosalie, com voz contida, talvez por medo de denunciar sua emoção ao vê-lo.

Em vez de apenas cumprimenta-la, ele a abraçou com urgência, e, naquele curto espaço de tempo, pareceu não existir mais ninguém ao redor. Eram apenas os dois. Dois corações feridos pelo distanciamento.

– Senti tanto sua falta... – sussurrou ele, com a voz cadenciada.

– Emmett... – ela sussurrou de volta. Seu timbre de voz denunciando o quanto também sentia falta dele.

Emmett beijou o topo da cabeça dela. Rosalie aproveitou a proximidade e aspirou o perfume do peito dele sobre a camisa de grife que estava usando. Ele desejou que aquele contato perdurasse, se possível, para sempre, porém, ela se afastou para tocar o rosto dele com a mão.

– Você está bem? – ela quis saber. – Parece cansado? Abatido.

– Não preguei o olho à noite inteira pensando em você... – confessou, apreciando o toque suave da mão dela em seu rosto.

– Você já parecia cansado quando esteve em San Diego. E em todas às vezes que nos falamos via Skype. O que me faz pensar o que tanto você anda fazendo em minha ausência.

Emmett beijou suavemente a testa dela. – Irei te contar tudo... – sussurrou.

– Por isso estou aqui – disse ela, um pouco tensa. – Lembre-se que você me prometeu que não era algo que destruiria o que resta do meu emocional – seu tom de voz praticamente implorava para que tudo fosse verdade, embora desconfiasse do contrario.

Afagando os braços dela, ele respondeu. – O que menos quero nessa vida é te deixar mal.

– Isso me parece meio irônico – acusou Rosalie. – Porque se você parar para pensar, isso já foi feito meses atrás.

– Eu já te pedi perdão varias vezes. O que mais preciso fazer...? – ele pediu angustiado.

– Provar... – ela sussurrou, afastando-se dele.

Emmett suspirou sentindo-se vazio sem o calor do corpo dela junto ao seu. Só então se dera conta de que não cumprimentara a sogra. Envergonhado, estendeu as duas mãos, segurando a de Grace.

– Me desculpe Grace. Como à senhora está?

Grace lhe sorriu amistosamente. – Não se preocupe Emmett, entendo perfeitamente que esteja ansioso para falar com minha filha – ela piscou dando a entender que o apoiava. – Quanto a minha saúde, veja estou novinha em folha. Só não digo que estou pronta para outra porque Rose não gosta.

– Mamãe... – resmungou Rosalie.

– Está vendo?! – apontou Grace, um sorriso surgindo no canto de seus lábios.

Gentilmente ele puxou a cadeira para a sogra sentar, depois para Rosalie. Ambas agradeceram pela gentileza. O garçom se aproximou novamente. Os pedidos foram feitos e, enquanto aguardavam, Emmett questionou um pouco mais sobre a saúde de Grace, tentando adiar o que tinha a dizer.

Pouco tempo depois, o garçom retornou trazendo a comida. Eles iniciaram a refeição em silêncio e continuaram assim por alguns minutos. Emmett por medo, Rosalie esperando ele tomar a inciativa, e Grace sem querer interferir.

Depois de mais um gole de vinho, Rosalie, por fim, quebrou o silêncio.

– Então Emmett, eu estou esperando.

Ele abriu e fechou a mão em torno do copo de uísque que outrora esteve bebendo. – Rose – sua voz saiu arrastada –, eu tenho que admitir que não é fácil e nem mesmo sei por onde começar.

Rosalie sentiu o corpo inteiro retesar naquele instante.

– Se vocês preferirem eu posso deixá-los conversar a sós – ofereceu Grace.

– Não mesmo. A senhora vai ficar – afirmou Rosalie.

– Tem certeza de que não preferem que eu os deixe a sós?

– Não – ambos repetiram ao mesmo tempo.

Grace assentiu, porém, continuou apenas ouvindo a conversa como eles queriam. Talvez, como uma testemunha.

– Vamos Emmett, desembucha – insistiu Rosalie.

Emmett estalou cada um dos dedos, não escondendo seu nervosismo. Tomou um gole de vinho e, por fim, deu início a conversa que vinha tentando adiar.

– Você sabe que quando começamos a namorar, eu tinha acabado de sair de um relacionamento...

Rosalie passou os dedos por entre os fios dourados de seus cabelos, visivelmente incomodada com a menção a ex, que sequer chegou a conhecer.

– Tá e isso quer dizer o que? – perguntou, com uma leve irritação no tom de voz.

– Na época eu não te contei, na verdade, não contei para ninguém, mas ela estava grávida.

Sem querer, movida pelo susto que a revelação lhe causou, ela virou a taça com água sobre a mesa. O garçom fez menção de corrigir aquilo, mas Emmett recusou fazendo um sinal com a mão.

Meio atrapalhada, Rosalie colocou a taça novamente de pé. Suas mãos tremiam e o coração parecia querer saltar pela boca a qualquer momento. Era assombroso pensar que outra mulher esteve grávida de Emmett, ao passo que ela jamais conseguiria.

– Emmett, por favor... – suplicou, como que pedindo que não fosse verdade.

Cabisbaixo, ele continuou. – Me desculpe amor...

As palavras de Emmett lhe acertaram o coração como um punhal, sem que tivesse outra escolha estava chorando. Não só pelo efeito que as palavras dele tiveram, mas, principalmente, porque jamais poderia engravidar.

Com a voz cadenciada, mesmo não tendo certeza de que gostaria de saber a resposta, ela perguntou.

– O que aconteceu com a criança?

Ele suspirou sabendo que agora era pra valer, não tinha mais volta.

– Quando minha ex, Savannah, veio me dizer que estava grávida, nós, eu e você Rose, já estávamos de casamento marcado. Você sabe, nosso relacionamento pulou várias etapas – ele fez questão de lembrá-la. – Eu sei que agi errado. Mas, por medo de te perder, eu ofereci dinheiro, muito o bastante, para ela sumir de minha vida e fazer... – a voz dele falhou –, um aborto.

– O que? – Rosalie praticamente gritou. Sua postura ficando ereta na cadeira.

– Meu Deus... – essa foi Grace em um sussurro.

– Você pagou para matar seu próprio filho? – disse Rosalie, horrorizada.

– Filha... – sussurrou ele, como se estivesse com medo e, de fato, estava. Medo de perdê-la para sempre depois dessa revelação.

– Que tipo de monstro é você? – ela o questionou com asco.

– Eu te amo, Rose. Eu fiz isso por medo de te perder. Me perdoe... – sussurrou, com os olhos baixos temendo encará-la.

– Por medo de me perder? – repetiu, com ultraje. – Não me envolva nessa crueldade. Nesse ato criminoso. Quem é você? – ela pediu, como se não o reconhecesse mais.

– E sou o mesmo homem que sempre te amou – afirmou ele.

– Você é um monstro – esbravejou exaltada. Grace segurou a mão dela sobre a mesa, como que pedindo que se acalmasse. – Tudo faz sentido agora. Por isso você nunca foi capaz de aceitar a adoção. Você carrega a culpa de um crime covarde. Você sempre soube da importância que a maternidade tem em minha vida e mesmo assim me negou isso. Você tinha um segredo... Um maldito segredo. Porque nunca me disse a verdade Emmett?! Por quê?!

– Medo de te perder... – ele repetiu mais uma vez, em um murmúrio.

Bastante alterada, Rosalie se inclinou sobre a mesa esbofeteando o rosto dele. Ele não reagiu, tudo o que fez foi olhá-la com lágrimas nos olhos. Lágrimas de um homem arrependido.

As pessoas, mesmo nas mesas mais afastadas, começaram a perceber que havia uma discussão ali. Logo alguns murmúrios se espalharam.

– Eu sei que agi errado – ele enfim tomou coragem para continuar –, e estou corrigindo isso.

– Como você vai corrigir algo que não tem volta? – ela esbravejou. Seu rosto corado, de pura raiva e indignação.

Com uma coragem repentina ele afirmou. – Ao contrario do que você pensa Savannah não chegou a fazer o aborto.

Rosalie sentiu o coração dar um solavanco enquanto seu corpo paralisava com a nova informação, assustada com o nível da conversa.

– Então o que foi feito da criança?

– Savannah... – começou ele, mas Rosalie o interrompeu, com irritação.

– Savannah, Savannah, Savannah, será que dá pra você parar de ficar repetindo o nome dessa mulher.

– Mas Rose, eu preciso contar como tudo aconteceu – Rosalie respirou fundo. – Minha ex, está bem assim?

– Faça como quiser – ela resmungou.

Emmett passou a mão no rosto antes de prosseguir. – Savannah teve o bebê, e ficou com ela até pouco tempo atrás.

– Então o bebê não está com ela? – Rosalie pediu. – Eu não estou entendendo Emmett.

– Antes te de dizer onde minha filha está eu preciso dizer o que aconteceu a ela...

Ouvi-lo falar “minha filha” foi para Rosalie quase como arrancar o coração com a mão. Ele tinha uma filha. Uma filha com outra mulher. Nada na sua vida parecia fazer sentido agora. Esse era seu sonho, conquistado por outra pessoa.

Ele então prosseguiu. – Savannah se tornou usuária de drogas pouco tempo depois de dar a luz, isso foi o que fiquei sabendo recentemente. Magoada por eu ter me casado com você e não com ela, acabou descontando toda raiva que sentia de mim, de nós, no bebê. Por três anos minha filha sofreu maus tratos. Foi submetida a seções de torturas, espancamento e abandono. Seu corpo pequenino e seu psicológico carregam as marcas de tudo isso.

Maneando a cabeça Rosalie repetiu. – Você é um monstro Emmett.

– Não fui eu Rose. Tente entender. Foi a Savannah com ajuda do atual namorado.

– Você deixou que isso acontecesse.

– Eu não deixei – ele esbravejou na defensiva. – Eu realmente pensei que ela tivesse feito o aborto. Eu só fiquei sabendo de tudo isso quando trouxeram minha filha para ficar comigo.

“Minha filha”. Rosalie reparou que ele não parava de repetir essas palavras e isso lhe cortava o coração. Porque não era justo que não fosse merecedora de tal privilegio.

– A criança está com você? – perguntou, sem conseguir conter as lágrimas.

– Sim...

– E onde está a louca que a trouxe ao mundo? – ela pediu mesmo com medo da resposta.

– Ela morreu de overdose a pouco mais de um mês.

Em silêncio Grace ouvia tudo com espanto. Rosalie abriu e fechou a boca varias vezes seguidas, engasgando com a enxurrada de palavras que queriam sair de sua boca. Seus olhos eram o reflexo de sua surpresa e desgosto.

– Ela morreu – ele repetiu. – Minha gotinha está comigo desde então.

Rosalie passou a mão no rosto, respirou fundo, e então comentou.

– Eu só quero ter certeza de que entendi Emmett – sua voz soou cheia de rancor inabalável. Emmett a olhava o tempo inteiro, preocupado, temeroso. – Você tem uma filha que é fruto de um relacionamento relâmpago e conturbado, mandou a mãe abortar para se livrar do problema. A mulher é uma louca, tortura a criança porque tem raiva de você, supostamente, de nós. Se mata de tanto se drogar – ela falava como se estivesse recapitulando toda a conversa, mentalmente. – Você recebe a criança. Diz por alto que tem algo sério acontecendo, me deixa criando mil especulações. Não entrou direto no assunto por causa da doença de minha mãe, entendo até essa parte. E agora, como que em um passe de mágica, você quer que eu seja mãe de sua filha.

Institivamente, Emmett arregalou os olhos. Exatamente como ele temia, ela estava modificando os fatos. Vendo o que sua mente insistia em distorcer.

– Não, Rose – ele imediatamente implorou que ela entendesse.

Com uma expressão de desagrado ela respondeu:

– Sim Rose, eu entendi direitinho – sua resposta soou como um deboche. Emmett maneou a cabeça, negando. Um sinal claro de seu desespero. Estava perdendo a mulher que ama, e não conseguia fazer nada para refrear isso. – Quando eu te pedi um filho por adoção. Que me apoiasse na minha decisão, porque me descobri estéril, seca como uma rocha, incapaz de gerar uma vida – sua voz soou cadenciada. Ele pode sentir a magoa e a dor por trás de cada uma das palavras. – Você se lembra do que me disse Emmett? Você não queria, de forma alguma, nem falar no assunto. Agora que descobriu sua preciosa “gotinha” quer que eu aceite como um presente assumir a maternidade dela – ela deu um sorriso irônico – Então você consegue tudo; uma mulher, uma filha legitima que carrega o seu sangue e, claro, uma besta para cuidar dela para você. E quer que eu aceite tudo como se estivesse me fazendo um grande favor. Francamente Emmett – ela fechou os olhos com força e ao abri-los completou. – Posso ser loura, mas não sou idiota.

– Não é nada disso, Rose... – ela ergueu as mãos fazendo-o calar. Ele encarou as próprias mãos sem saber o que fazer. Sabia que a raiva que ela estava sentindo era culpa sua. Agora tinha consciência do quanto tinha sido insensível com ela. Que todo esse distanciamento era culpa sua. Somente sua e de mais ninguém. Como um garotinho que fora repreendido, ele ergueu os olhos buscando os dela.

Grace segurou a mão da filha sobre a mesa, mas ela, irritada, recolheu. Não iria ser tola. Não iria cair no joguinho dele. Os olhos de Grace praticamente imploravam para ela agir com a razão e não com o coração, porque ele, às vezes, se supera.

– Rose – disse Emmett –, eu te amo – ela negou com um maneio de cabeça. – Estou pedindo a minha esposa, a mulher de minha vida que me dê uma nova chance para salvar nosso casamento. Eu sei que também me ama – ele segurou a mão dela sobre a mesa, naquele instante Rosalie sentiu o mundo inteiro desabar. Assim como havia feito com Grace, ela recolheu a mão. – Eu te falei de Julia para que não haja mais nada encoberto entre nós. Porque sei que é totalmente contraria a meu comportamento. E porque minha filha já sofreu muito. Abandoná-la está fora de cogitação. Não irei persistir no mesmo erro. Quero saber se você pode dar uma nova chance a nosso casamento com a presença de minha filha a essa equação. Você não tem o dever se ser mãe dela...

Rosalie mal conseguia olhá-lo tamanho seu desgosto e a dor que dilacerava seu coração.

– Filha... – murmurou Grace, quase implorando. Mas ela se negou maneando a cabeça negativamente.

– Rose... – Emmett murmurou.

Ela olhou de Grace para ele.

– Não sei Emmett, não consigo pensar agora. São tantas dores e decepções que não estou conseguindo enxergar com clareza. Não dá. Por mais que eu tente... Não dá. Não posso. Não agora.

– O que você está pensando em fazer? – ele pediu aflito.

– Irei voltar para a casa dos meus pais em San Diego e pensar em tudo o que me disse. É tudo o que posso fazer agora. Sinto muito... – ela sussurrou, afastando a cadeira para se levantar.

Quando ele se deu conta do que ela estava fazendo rapidamente ficou de pé.

– Não faça isso Rose, por favor... Fique comigo.

Ela fingiu não ouvir, apenas pegou a bolsa e seguiu em direção à saída.

Grace ficou de pé, a expressão em seu rosto ainda era de espanto. Olhou para as costas da filha, que se distanciava e depois para o genro.

– Sinto muito... Eu vou atrás dela. Ela está muito confusa agora – Grace pegou sua bolsa e foi atrás da filha, apressada.

Rosalie pegou a bagagem com a recepcionista do restaurante, agradeceu e foi à procura de outro taxi.

Emmett ficou desesperado quando as viu sumir de seu campo de visão. Arrancou a carteira do bolso, meio atrapalhado, e retirou algumas notas de grande valor, atirando-as sobre a mesa. Ele começou a andar, apressado, quando o garçom o chamou.

– Senhor, tem dinheiro a mais aqui.

– Fique com a diferença – ele avisou, sem parar de andar.

Na rua, olhando de um lado para o outro, encontrou Rosalie e Grace guardando as malas no bagageiro de um taxi qualquer. Caminhou apressado, desviando de um casal de namorados. Ao se aproximar de Rosalie segurou seu cotovelo. O porta-malas do taxi ainda estava aberto. O motorista olhou para eles com curiosidade e dúvida.

– Pense bem filha – sussurrou Grace.

– Me deixe ir, Emmett – ela pediu forçando o braço.

– Eu te amo... – foi o que ele disse.

Ela continuou forçando o braço. – Você está me machucando. Não basta meu coração está em pedaços...?

Imediatamente ele soltou o braço dela, dando um passo para trás.

– Eu te amo – sussurrou. – Fique comigo...

Rosalie piscou e, sem querer, lágrimas rolaram novamente em seu rosto. Não disse nada, mas para ele seu gesto disse tudo. Ela abriu a porta traseira do taxi e entrou. Emmett a viu secar as lágrimas, enquanto sentia um nó se formar na garganta. Sem que se desse conta, também estava com lágrimas no rosto e não havia nada que pudesse fazer para evitar.

Se mostrando compreensiva, Grace afagou o braço do genro.

– Vou conversar come ela – lhe sussurrou.

Emmett desviou os olhos de onde Rosalie estava para olhar para a sogra.

– Cuide dela... – foi tudo o que ele conseguiu dizer.

Grace assentiu e então, também, se acomodou no banco traseiro do taxi, ao lado da filha. O taxista, que já estava ao volante, deu partida no motor para logo em seguida sair deslizando suave sobre o asfalto.

Emmett ficou parado ali, uma das mãos na cabeça, demostrando confusão, sem saber o que fazer. O mundo inteiro parecia estar desabando. Só podia ser conspiração do universo, foi o que ele pensou.


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Notas finais do capítulo

E aí alguém pirando do cabeção (como diria minha querida Ká)? Porque o meu já está pirado Hahahhahahha’
Aposto que algumas (uns) de vocês não esperavam por essa.
Comentem, e me permitam saber o que cada um está pensando. E recomende se achar que a fic merece.
Peninha do Emmett, sim ou claro?
Beijo, beijo
Sill

PS: segundo capítulo de “Direito de mar” já foi postado, quem ainda não viu a fic, dê uma chance.
http://fanfiction.com.br/historia/486663/Direito_De_Amar/