Peeta me acorda. Acho estranho ele me acordar, mas ele aponta pra janela, o que explica tudo.
-Est´nevanta, Kat. - ele diz ainda abraçado em mim, a neve me traz boas lembranças, mas também más lembranças. O beijo na neve com Peeta e Gale chicoteado. O interessante é que a neve sempre acaba em beijo. E Peeta parece ler meu pensamento.
-Sempre que neva tem algo entre nós, não é? - ele está se referindo ao que aconteceu esta noite. Acho que estou com um olhar desconfortável, pois ele pergunta:
-O que foi? Não gostou?
-É claro que gostei Peeta, mas tenho vergonha - eu subo um pouco a cabeça e deito no pescoço dele.
-Vergonha? Não tenha vergonha, Kat... nós somos namorados... - ele abaixa a cabeça e me beija
-Vamos comer? Que tal um pedaço de bolo? Pena que deixamos o seu na padaria, queria experimentar
-Você não iria gostar
-É claro que ia, tudo que vem de você é perfeito - ele se levanta. Está de cueca, ainda bem. Ele estende a mão para me ajudar a me levantar, mas eu digo
-Vai descendo que eu vou indo
-Santa vergonha... - ele joga sua camiseta pra mim e vira de costas - satisfeita?
Eu estou com roupa de baixo e coloco sua camiseta que chega até minhas coxas
-Muito obrigado, meu Príncipe
-De nada, minha princesa - ele oferece a mão novamente e eu a pego entrelaçando nossos dedos. 
Nós descemos, comemos um pedaço de bolo e chocolate quente.
-Chocolate quente com a neve caindo lá fora... uma situação tão perfeita - Peeta está de pé olhando para a janela de costas para mim. Eu levanto, pouso meu queixo em seu ombro e começo a mexer em seus cabelos. Ele se vira e coloca a xícara em cima do balcão da cozinha. Ele coloca outra coisa no balcão. Eu. Ele me levanta pela cintura e me coloca sentada, assim fico na sua altura
-Nunca vi nada mais lindo - ele diz com a voz melosa, olhando para os meu rosto
-Eu já... seus olhos - eu respondo
Nós nos beijamos. Alguns minutos depois, como SEMPRE, algo nos interrompe. A porta abre bruscamente e vejo um Haymitch desesperado entrando e trancando a porta
-Mais que diabos...?! - Peeta começa a falar olhando para trás
-Foi mal, é que... wow... parece que os pombinhos se divertiram...
-Haymitch, não enche! E o que você tá fazendo aqui?!
-Bem, podemos dizer que eles não queriam me vender isso aqui - ele balança a garrafa de aguardente branca que não tinha percebido que segurava
-Você roubou isso?!
-Sim, mas se começar a fazer perguntas, eu também vou começar. Por exemplo: por que vocês estão vestidos indecentementes na minha frente?
-Porque você invadiu nossa casa! E não te interessa porque você já está indo embora!
-Mas docinho, minha casa seria muito óbvia.
-E aqui também - Peeta diz
-Ah... então onde eu posso me esconder?
-Que tal na casa de Gale, todo mundo sabe que você não vai com a cara dele... - essa sou eu
-Ta, ta bom,, vou deixar vocês sozinhos aí já que estão me expulsando
-Isso vai embora - ele sai e eu tranco a porta
-Pronto, acho que temos que trancar melhor a porta - eu rio
-É verdade... aonde nós estávamos? - ele diz, eu subo no balcão de novo e voltamos a nos beijar. Quando são quase uma da tarde, resolvemos almoçar.
Peeta faz a comida e nós comemos. Tiramos um cochilo no sofá e acordamos perto das 4 horas. Já não neva lá fora.
-Peeta...
-Fala...
-Agora é minha vez de te fazer uma surpresa
-Ah é? E o que é?
-Você acha que eu sou tonta? Não vou te contar!
-Ta bem
-Vamos, levanta e coloca uma roupa - eu subo e coloco uma roupa também. Será hoje mesmo que executarei minha vingança. Peeta desce vestido e me pergunta:
-Mas pra onde vamos?
-Você vai ver... - eu o puxo e saímos em um outro caminho para que ele não reconheça
-Vamos, me diz, pra onde estamos indo?
-Espera! - chegamos à cerca
-Chegamos!
-Hã...?Ah, não. Não, Kat, você não vai fazer eu entrar aí...
-Vou sim, você me fez fazer um bolo... - eu o puxo pela mão e passo por baixo da cerca.
-Mas isso é diferente, Kat, eu...
-Vem logo seu medroso! - eu o puxo por baixo da cerca. Nós andamoos até o tronco onde ainda escondo meu arco caso algo aconteça.
-Você vai caçar um animal
-Katniss, eu não quero... - ele está com uma expressão aflita
-Eu fiz um bolo, você caça. É uma troca.
-É sério Katniss, eu não quero fazer isso...
-Peeta, implorar não vai adiantar - eu digo imitando ele
-Kat, é sério
-Peeta, deixa de-
-KATNISS! VOCÊ NÃO ENTENDE?! EU NÃO QUERO! EU NÃO POSSO! EU ME SINTO NAQUELE INFERNO DE NOVO! EU NÃO CONSIGO... eu não quero... - ele grita e senta em uma pedra virado para o chão
-Peeta me desculpa... eu não-
-Você não entende... Eu sou um idiota... - ele levanta a cabeça e vejo algumas lágrimas escorrendo pelo seu rosto
-Peeta, desculpa, você não é um idiota... eu só não sabia... vamos embora... - eu pego sua mçao e o levanto. Ele parece realmente aflito. Chegamos na Campina e ele pára de andar.
-Vamos ficar aqui...? É tão lindo - o sol está quase se pondo. Sei que Peeta adora o pôr do Sol.
-Claro, eu trouxe algumas coisas para comermos... - eu tiro alguns sanduiches, uma garrafa de subo de dois pedaços de bolo de dentro da bolsa.
-Um piquenique! - ele exclama
-É... e vendo o pôr do sol - eu lhe dou um beijo rápido
-Perfeito
Nós comemos e ficamos abraçados esperando o sol se por. E então ele o faz. Um laranja lindo cobre o céu que vai escurecendo aos poucos. Enfim o sol se vai e o céu está escuro. 
Continuamos abraçados até que bate um vento gelado.
-Vamos? - ele diz e se levanta. Estende a mão pra mim e eu a pego. Quando estamos na cerca vimos a neve começando a cair. Se começar uma tempestado e estivermos aqui será um problema e tanto. Nós  corremos junto com a neve que cada vez engrossa mais. Na metade do caminho, minhas pernas já estão rígidas a de Peeta parece estar boa levando em conta que ele está apoiando todo o peso em sua perna de metal. Eu tropeço e caio de cara na neve.
-Você está bem? - ele para e me levanta, mas quando tento voltar a andar, vejo que ele me pegou no colo. Eu não resisto, pois mal consigo mexer minhas pernas.
Chegamos em casa e ele me larga no sofá, ofegante. Ele se joga no sofá também
-Que foi? Não aguenta carregar nem uma garotinha? - eu falo com deboche
-Você é pesadinha, sabia? Agora vá tomar um banho antes que suas pernas congelem
-Mas eu não consigo andar - eu faço olhos de cachorrinho sem dono.
-Não adianta, eu não vou te carregar até lá em cima!
-Ai, que namorado preguiçoso!
-Eu que o diga! - ele fala rindo. Eu subo e tomo um banho de banheira relaxante. Eu coloco um moletom e desço. Peeta está sentado na poltrona da sala olhando para janela. 
Quando me vê estende uma caneca fumegante de chocolate quente. Eu pego a caneca, bebo um pouco e me sinto aquecida. Sento em seu colo. Nós ficamos sentados em silêncio olhando a neve lá fora, ambos estamos cansados. Deixo a caneca na mesa ao lado e pouso minha cabeça em seu peito. Ele também deixa a caneca de lado e começa a acariciar meus cabelo. Em poucos minutos desmaio.
Acordo por uma fração de segundo e me vejo na cama, Peeta está ao meu lado, ele deve ter me trazido. Um verdadeiro Príncipe. Está realmente muito frio esta noite, mesmo atolada de cobertas, então eu o agarro e volto a dormir.