Destino escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 9
Capítulo 9 - Sangrando


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo chegando, gente!

Preparem os coraçõezinhos porque a coisa vai se complicar bastante...

Lá vai...



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Mia começou a abrir os olhos e sentou assustada. Olhou em volta. Estava em um cemitério. O que estava fazendo em um cemitério? Por que Crowley a havia levado para aquele lugar? Uma voz a fez olhar para trás:

– Então é verdade...

Mia olhou para aquela mulher no chão logo adiante e imediatamente entendeu o que estava acontecendo. Devia ser a mulher que havia feito o pacto há dez anos. Sam e Dean iriam procurá-las em sua casa, mas Crowley, mais uma vez, parecia estar um passo a frente deles. Será que eles já tinham percebido que Mia tinha desaparecido? Assim como Castiel? E para onde ele tinha ido? O que Crowley tinha feito com ele?

– Sobre o pacto... – continuou a mulher. – Era de verdade, não era?

– Sim. – respondeu Mia.

– Por um momento eu pensei que não fosse de verdade. Mas quando se faz um pacto com demônios você sabe que há um risco... - ponderou ela.

– Então por que você fez isso? – quis entender Mia.

– Minha filha. Ela era só um bebê. Um bebê com uma doença rara... Os médicos não sabiam mais o que fazer... Então eu ouvi uma história sobre uma encruzilhada... E resolvi checar. Hoje faz dez anos... - expôs a mulher.

Mia percebeu o que aquela mulher tinha feito. Assim como seus pais. Estavam desesperados. E os demônios se aproveitam das fraquezas humanas.

– Não se preocupe. – disse Mia tentando tranquilizá-la - Eu sei como matá-los. Eu posso te ajudar. – disse enquanto erguia discretamente a calça mostrando a faca da Ruby escondida e depois perguntou – Quanto tempo nós temos?

– Meia hora. – respondeu Crowley aparecendo no lugar.

Mia resolveu ignorar o Rei do Inferno. Não deixaria que ele a assustasse. Mataria quantos Cães do Inferno viessem e mataria Crowley se ele lhe desse chance.

– Eu me chamo Mia. E você? – perguntou para a mulher.

– Anna. - respondeu a outra.

– Não se preocupe, Anna. Tudo vai ficar bem. Eu prometo. - garantiu Mia.

– Quanto otimismo... – provocou Crowley – Eu não teria tanta certeza se fosse você. Você está sozinha. Sem o seu anjo particular e sem aqueles garotos... E eu... Bem, eu tenho companhia.

Mia viu algumas pessoas com os olhos pretos se aproximando. Demônios. Isso não era bom. Nada bom.

Enquanto isso, Sam, Dean e Garth vasculhavam a casa de Anna, mas não a encontraram. Apenas sua filha, Sophia, escondida e muito assustada dentro do armário.

– Por que tudo isso? Por que você simplesmente não me mata e acaba logo com isso? - quis entender Mia.

– E perder a chance de ver meus pets acabarem com você? Eu acho que não... – respondeu Crowley.

De repente latidos ecoaram pelo cemitério. Mia correu em direção à Anna a protegendo com o seu corpo.

– Não posso negar... Seu otimismo é comovente. Vamos ver até onde ele vai. - disse Crowley.

A cada minuto os latidos ficavam mais intensos e mais próximos. Anna estava apavorada. E Mia, preocupada. Sem os Winchesters, Garth e Castiel não tinha certeza se conseguiria fazer aquilo. Mas tinha uma chance. Crowley não sabia que ela tinha a faca mágica da Ruby. Quando os Cães aparecessem ela tinha que ir pra cima deles. Sem hesitar. E rápido.

Mais latidos. Parecia que eles estavam vindo de todos os cantos do cemitério. Faltavam cinco minutos para meia-noite. E Mia convencia-se de que teria que fazer aquilo sozinha. Dois minutos. Aonde estava Castiel e os outros? Um minuto. Mais latidos.

O coração de Mia deu um salto quando viu o primeiro Cão se aproximando lentamente. Vinha seguido por mais nove deles. Se preparou para puxar a faca enquanto Anna gritava ao ter seu braço rasgado por um dos Cães. Mia virou-se e o acertou. Ele grunhiu e virou fumaça desaparecendo em seguida.

– Não! – gritou Crowley.

Nada mais importava. Se morresse ali, Mia tinha cumprido o primeiro teste necessário para fechar as portas do Inferno. Crowley estava furioso. Começou a se aproximar, mas parou ao ver que Mia tinha golpeado o segundo Cão.

– Oh! Desculpe. Esse aqui era o seu favorito? – provocou ela.

– Matem-na. – ordenou ele para os outros demônios que começavam a se aproximar dela.

Ela golpeou o terceiro Cão que tentava alcançar Anna. De repente alguma coisa aconteceu. Sam e Dean saíram detrás de alguns túmulos. Disparavam as armas carregadas de sal por toda a parte tentando acertar algum dos Cães, embora não os vissem. Mia sentiu-se mais segura.

– Mudança de planos. – disse Crowley para os demônios – Matem os Winchesters. Eu mesmo vou acabar com essa garota.

Quando os demônios estavam próximos de Sam e Dean, Garth apareceu. E jogou perto deles uma espécie de granada. Mia lembrou-se do que havia ouvido sobre o profeta Kevin e as bombas que mandavam os demônios para longe. E foi o que aconteceu. Os demônios que estavam mais próximos desapareceram. Mia sentiu uma dor aguda na perna e virou-se para acertar o quarto Cão. Dois tentavam se aproximar de Anna que gritava apavorada.

– Atirem! – pediu Mia para os Winchesters indicando onde os Cães estavam.

Os Cães sumiram temporariamente quando foram atingidos pelas balas. Mia matou o quinto Cão que havia aparecido depois de alguns segundos enquanto Crowley se aproximava dela.

Anna gritou e Mia virou-se para vê-la. Seu braço sangrava e a manga de sua blusa tinha sido rasgada. Mia correu até ela e atingiu o sexto Cão.

Quando Crowley estava quase a alcançando, alguma coisa o afastou com força e ele se chocou contra uma lápide. Era Castiel. Mia sentiu que nada de ruim poderia acontecer a partir daquele momento. Estava a salvo. Ele não deixaria nada machucá-la. Cuidaria dos demônios e a manteria a salvo. Enquanto ela matava o sétimo Cão, Castiel matava dois demônios. Ele tinha os tocado com suas mãos e seus olhos tinham ficado com aquela luz branca novamente. Era um cenário apocalíptico, mas Mia achou aquele momento lindo. Castiel era mesmo um anjo. Sam, Dean e Garth continuavam atirando por todo os cantos sendo guiados por Mia que os avisava onde os Cães estavam.

O oitavo cão tentou se aproximar de Anna novamente e Mia o atacou pelas costas. Restavam dois, mas eles tinham sumido ao serem atingidos pelas balas de sal. Mia acertou o nono Cão que apareceu entre ela e Anna.

– Você está bem? – perguntou ela para Anna, embora tivesse percebido que ela estava bem machucada.

Mia sentiu o décimo e último Cão perto dela e se virou para acertá-lo. Mas algo aconteceu. Ele foi mais rápido. Mia sentiu uma dor aguda no abdômen. Ele estava em cima dela e a faca da Ruby tinha caído longe.

– Não! – gritou Castiel desesperado ao ver Mia ferida.

Destino. Era a palavra que Mia enxergava dentro de sua cabeça enquanto encarava os olhos vermelhos daquele Cão medonho. Anna se arrastou e pegou a faca. A jogou perto de Mia, enquanto a garota tentava se desvencilhar do animal. Mia sentia um gosto de sangue na boca e suas pernas começavam a ficar dormentes. Destino. Num gesto rápido ela pegou a faca e atingiu o animal na barriga. Ele grunhiu e em seguida desapareceu.

– Essa é a minha deixa. – disse Crowley ao perceber que estava sozinho e que Castiel andava em sua direção.

O Rei do Inferno desapareceu em seguida.

Sam, Dean e Garth se aproximaram atônitos. Mia via tudo embaçado. Olhou para a sua mão. Havia sangue. E era dela. Deixou a faca cair enquanto via Castiel se aproximando. Ele a segurou nos braços.

– Não... – murmurou o anjo com uma expressão de dor.

Destino. Mia olhou para Castiel e passou a mão por seu rosto. Tentou sorrir, mas a dor era atordoante. Quis dizer para ele que tudo ficaria bem. Que estava tudo bem. Que ela aceitava aquilo. Que ele não precisava mais se preocupar. Ela não tinha mais medo. Se esse era o seu destino então ela o abraçaria. Agora tudo estava claro. Seu destino nunca foi sobreviver àquilo. Seu destino era morrer por aquilo. Proteger os Winchesters. Ajudar em uma boa causa. Honrar a memória dos seus pais. Fazer justiça. Tinha alguma coisa a impedindo de falar. Engasgou. Era sangue. Mia não ouvia mais nada em volta e sua visão ficava cada vez mais embaçada. A dor começava a passar, mas com ela todas as sensações pareciam ir também. Não sentia o seu corpo. Era como se estivesse dentro de uma enorme banheira de gelo. Sentiu frio. Fechou os olhos. Estava pronta para morrer. Estava pronta para aceitar o seu destino.


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Notas finais do capítulo

Aiiiiiiiiiiiiiiimmmmmm que agonia, sociedade!!!

Como assim "aceitar o seu destino"?

Descubram no último, derradeiro e famigerado capítulo final.

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