Destino escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 8
Capítulo 8 - Eternal Flame


Notas iniciais do capítulo

Eternal Flame é o nome de uma música das moçoilas do The Bangles. É bem conhecida e recentemente ouvi em TVD.

Resolvi colocar no capítulo em questão em um momento beeeeeeeeem romântico.

Falo nada... Eheheheheh apenas: Divirtam-se!



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Todos estavam na lanchonete que Mia havia comentado e olhavam um tanto espantados Dean devorando o terceiro hambúrguer da noite. Ao perceber que estava sendo observado, Dean tentou justificar:

– O que foi? Eu estou morrendo de fome.

Todos pararam de olhá-lo e Mia tirou o amuleto que trazia no pescoço e colocou próximo de Dean.

– O que você está fazendo? – indagou ele.

– Chama-se “devolver para o verdadeiro dono”. – explicou Mia.

Dean terminou de comer o hambúrguer e limpou a boca com o guardanapo antes de prosseguir:

– Você não precisa fazer isso. Eu joguei isso fora. A escolha foi minha. E eu tive motivos para fazer isso.

Dean colocou a mão sobre o amuleto e começou a empurrá-lo em direção à garota que o barrou dizendo:

– Eu sei disso, Dean. Mas, não me pergunte por que, eu sinto que talvez você tenha se arrependido desta escolha. E eu sinto que eu tenho que te devolver. Você deveria ficar com isso. Por favor.

Dean pensou um pouco e em seguida pegou o amuleto e o colocou no pescoço. Sam lembrou da época em que o irmão não tirava aquilo por nada...

– Ok, obrigado. – agradeceu Dean.

– Não por isso. – respondeu Mia. – Agora será que dá para irmos à boate que eu falei ainda hoje ou você vai pedir mais um desses... monsterburgers? – perguntou enquanto lia o cardápio.

Dean sorriu sem graça e algum tempo depois todos deixaram a lanchonete e chegaram na boate. Se acomodaram e pediram algumas cervejas enquanto a banda local tocava AC/DC. Mia olhou para todos na mesa e teve uma sensação estranha. Uma sensação de despedida. Uma sensação de que não viveria aquilo novamente.

– Incrível! Estes caras são tão bons quanto os irmãos Young! - elogiou Dean.

No palco algumas garotas que frequentavam a boate aquela noite se aventuravam no backing vocal e riam de si mesmas ao tentarem dançar o pole dance. Quando elas desceram do palco e a banda começou a tocar She’s got the Jack, Mia parou de pensar nas coisas que a preocupavam. Era sua música favorita. Não podia perder aquela chance. Podia ser a última...

Levantou e Sam perguntou:

– Hey! Aonde você vai?

Castiel estava surpreso, assim como Dean e Garth.

– Ensinar para algumas garotas como que se dança de verdade. Observem! – disse Mia indo em direção ao palco e sendo recepcionada pelo vocalista da banda.

Sabe aquele tipo de coisa que você morre de vontade de fazer, mas morre de vergonha de fazer? Isso muda quando você acha que vai morrer nas próximas horas. Era assim que Mia estava pensando. Há uns dois anos, ela havia feito aula de dança, mas nunca tinha dançado em público. Por vergonha. Mas agora? O que ela tinha a perder? Tentava se agarrar a cada chance de se divertir e não pensar no que estava por vir. Aquilo tudo parecia uma despedida, então ela ia se despedir em grande estilo.

Garth, Dean, Sam e Castiel a observavam dançando pole dance um tanto espantados com a sua habilidade. Levantaram, assim como todos na boate. Alguns começaram a dançar. Mia sentia-se livre e segura enquanto a música guiava cada movimento seu.

– Cara! Ela é boa nisso! A garota sobrenatural! – elogiou Garth enquanto Castiel parecia incomodado. – Com todo o respeito, Cas... – desculpou-se ele.

Mia estava feliz. Nada passava pela sua cabeça. Só aquela música. Só aquele momento. Parecia que ia durar para sempre. Mas, acabou com o final da música e muitos aplausos. Mia desceu e Garth a puxou para dançar a próxima música. Ele dançava de um jeito muito engraçado e Mia começou a rir. Por um momento esqueceu de Crowley e de todo aquele papo sobre matar um Cão do Inferno. Todos estavam se divertindo, embora soubessem que dentro de poucas horas tinham que ir e enfrentar o que tinham que enfrentar.

Só Castiel parecia não se divertir. Não entendia muito bem como os humanos achavam aquilo divertido e também se sentia incomodado em ver que todos observavam e admiravam Mia. De repente, percebeu que aquilo era o sentimento humano que chamavam de ciúme. O que estava acontecendo com ele, afinal?

A banda terminou de tocar e se retirou para um intervalo. Enquanto isso, o DJ colocou “Eternal Flame” para tocar e Mia foi voltando para a mesa.

– Eu achei que aqui tocava rock a noite inteira... – estranhou Dean.

– Pois é... Eu também achei. Eu acho que nos intervalos eles colocam essas músicas românticas de elevador pros casais dançarem mais juntinhos... – respondeu ela e percebeu que olhava para Castiel.

– Você dançou muito bem. – observou Sam.

– Obrigada. Ainda não acredito que eu fiz aquilo... Vocês tinham que me ver no primeiro ano da faculdade... Eram tantas festas... Ric ia em praticamente todas elas... – lembrou ela ficando triste de repente – Sabe de uma coisa? Eu acho que eu preciso de um pouco de ar... – disse enquanto se retirava.

– Hey, Cas! Por que você não vai ver se a garota precisa de alguma coisa? - sugeriu Dean.

– Eu não acho que isso seja uma boa ideia. – esquivou-se o anjo.

– Eu te digo que é uma ótima ideia e sabe por quê? – incentivou Dean – Porque é o que você quer fazer. Então, pela menos uma vez nesta sua existência angelical, faça o que você quer fazer e vai atrás daquela garota!

Do lado de fora, Mia pensava na sua vida e em como chegou até ali. Há poucos dias sua única preocupação era com as provas semestrais. Os seus únicos desejos eram terminar a faculdade, conseguir um emprego e ganhar um Pulitzer (um dia, quem sabe...). Agora, ela nem sabia se conseguiria voltar para a faculdade. Mesmo se sobrevivesse àquela madrugada, ficaria para sempre marcada. Teria que viver se escondendo, mudando de lugar, teria que viver como os Winchesters. Todos os demônios iriam atrás dela. Não havia futuro para ela. Talvez esse fosse o seu destino...

Começou a virar-se para entrar na boate, mas parou ao ver Castiel parado a observando.

– Você também não se assustou desta vez... – observou ele.

– Foi como eu disse antes, as suas esquisitices não me assustam mais. – lembrou ela. – Bem, acho que está na hora de irmos enfrentar o capeta...

– Então você me acha esquisito... - ofendeu-se ele.

Mia começou a estranhar aquela conversa. O que ele estava fazendo ali? Ele já tinha deixado claro que aquilo era absurdo e errado...

– Você mesmo deve se achar esquisito. – disse Mia enquanto andava em direção a entrada.

– Espera. – pediu Castiel e ela parou surpresa.

Mia ouvia Eternal Flame tocando dentro da boate. Por que eles tinham que colocar justo essa música justo naquela hora? Aquilo já era constrangedor demais. E por que Castiel estava ali? Parado diante dela mais uma vez? O que ele queria afinal? Sentia-se confusa...

Como ele não disse mais nada, ela lembrou:

– Ok, eu estou esperando.

– Eu não sei como dizer isso... - atrapalhou-se o anjo.

Mia começou a perceber o que estava acontecendo e não conseguia acreditar. Não podia ser. Castiel tinha deixado bem claro mais cedo que aquilo que ela sentia era errado. Mas e se Garth não tivesse chegado? Será que ele teria tido força suficiente para se afastar dela como tinha feito? A forma como ele se comportava perto dela, como a olhava, como a protegia... Significava alguma coisa. Alguma coisa maior. Alguma coisa que ele, sendo anjo, não sabia explicar ou mesmo se deveria sentir. Tinha que significar alguma coisa...

Mia se aproximou, ficou do lado dele e então perguntou:

– Dizer o quê?

Castiel permaneceu em silêncio. Aquilo a torturava. Tinha quase certeza do que estava acontecendo ali, mas não podia arriscar sentir aquela dor de novo. A dor de ser repelida. Não deixaria ele fazer isso de novo com ela.

– Se você não disser agora, pode ser que não tenha outra chance... – pressionou ela.

Castiel a olhou preocupado e perguntou:

– Por que você fica falando como se fosse morrer? Eu já disse que não deixarei nada acontecer a você.

– Eu sei. E eu confio em você. Mas eu não consigo evitar essa sensação. Eu estou com um certo pressentimento sobre o que vamos fazer daqui a pouco... Mas não era disso que nós estávamos falando... - prosseguiu Mia.

Castiel tentou fugir do olhar questionador da garota, mas não conseguiu. Então ela disse:

– Mesmo se eu sobreviver ao que está por vir, eu não posso te esperar pra sempre... E eu não vou. Por mais que eu queira. Então, você tem que se decidir... Dizer agora ou esquecer pra sempre.

Como Casitel não disse nada, Mia achou que ele tinha escolhido a segunda opção e começou a se afastar.

– Eu... – recomeçou ele fazendo com que ela parasse.

Mia andou lentamente até ficaram frente a frente.

– Eu... – incentivou ela enquanto sentia seu coração bater mais forte e suas pernas ficarem um tanto trêmulas.

– Eu... – tentou ele novamente a olhando nos olhos profundamente e um tanto constrangido – Eu...

– Diga. – pediu ela.

– Eu não sei como isso aconteceu, mas... Eu acho que eu... Meio que... Eu... Me... Apaixonei por você. – disse Castiel por fim e surpreso consigo mesmo por ter dito aquilo. Então sentindo que tinha se libertado de todos os receios que sentia em relação àquilo, completou – Eu te amo, Mia... De uma forma que eu não deveria amar, mas eu amo. E eu não consigo mais lutar contra essa sensação. Contra este sentimento. Isso é errado?

Mia sorriu e passou a mão pelo rosto dele.

– Isso é ótimo. Sabe por quê? Porque eu também te amo, anjo nerd. – confessou ela se aproximando mais do rosto dele. – E isso não pode ser errado.

Como Castiel não parava de olhar para Mia com aquela expressão carinhosa, ela perguntou:

– Então... Você vai me beijar ou não?

Castiel sorriu e se aproximou meio sem jeito. Tocou os lábios de Mia carinhosamente enquanto segurava o rosto dela mais perto do seu. Pouco a pouco, seus lábios se envolveram em um beijo apaixonado e intenso. A cada segundo ficavam mais e mais próximos um do outro enquanto seus braços também se entrelaçavam. Nenhum dos dois saberia explicar exatamente o que sentiam naquele momento... Amor, paixão, felicidade, desejo...

– Impressionante! - disse uma voz familiar.

Castiel e Mia se afastaram e olharam para o estacionamento. Um pouco mais adiante, próximo ao Impala, Crowley o observava o casal. Sorriu e provocou:

– Não se fazem mais anjos como antigamente. Mas... De qualquer forma, me desculpem por ter interrompido um momento de carinho.

Castiel tomou a frente de Mia tentando protegê-la e seus olhos começaram a brilhar com uma intensa luz branca. Mia não sabia se estava mais chocada com a presença de Crowley ou com as enormes asas negras que surgiram em volta dela e de Castiel. Então percebeu que as asas eram do próprio anjo. Um barulho agudo e ensurdecedor fez com que Mia tampasse os ouvidos enquanto os vidros de todos os carros começaram a se espatifarem. Mia percebeu que aquele som também vinha de Castiel...

– Impressionante... De novo. – disse Crowley enquanto abria a porta do Impala.

Mia forçou um pouco os olhos para enxergar o símbolo desenhado na parte interna da porta. Era um símbolo desconhecido feito com tinta vermelha... Não, não era tinta. Mia viu que a mão do demônio sangrava e alguma coisa aconteceu quando ele tocou o símbolo.

– Não! – gritou Castiel.

Mia o viu desaparecer como se tivesse sido arrancado daquele lugar e mandado para... longe dela! Quando se deu conta de que só havia ela e o Rei do Inferno naquele estacionamento seu coração acelerou e ela correu em direção à entrada da boate.

– Faça isso. Vá em frente. E eu mato todos que estão aí dentro. Começando pelos Winchesters. – ameaçou Crowley fazendo com que ela parasse. – O que você me diz? Consegue conviver com a culpa de mais algumas mortes?

Uma palavra martelava na cabeça de Mia: Destino. Não podia avisar Sam e Dean. Castiel tinha sumido... Ela estava sozinha. Qual era o seu destino nisso tudo, afinal? Não tinha mais como fugir daquilo.

– O que você quer? – perguntou ela afastando o medo que sentia e virando para olhá-lo.

– Eu avisei que quem se aproxima dos Winchesters acaba morrendo no lugar deles. Você devia ter me escutado. Agora eu só quero que você cumpra o seu destino, querida. - explicou o demônio.

Antes que Mia pudesse formular qualquer coisa, Crowley estava na sua frente. Ele tocou seu rosto e ela desmaiou.

– Hora do show. – anunciou Crowley antes de desaparecer levando Mia com ele.


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Notas finais do capítulo

Eu gosto de Eternal Flame, tah. É antiga, romântica e encantadoramente brega kkkkk
Mas, eu também amo AC/DC. Então, eu ainda tenho salvação kkkkk

Gostaram do capítulo?

E do beijo entre Miastiel? Aiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmm, ok parei.

E este final tenso, gente? OMG!

Reviews?