Destino escrita por Hunter Pri Rosen
Notas iniciais do capítulo
Eitcha! Segundo capítulo chegando, sociedade!
Espero que gostem.
Lá vai!
Mia tirou os fones dos ouvidos e parou em frente ao Campus da Universidade. Havia uma concentração atípica de pessoas ali, carros de polícia por todo o lado e faixas bloqueando a entrada do prédio. Algo estava errado.
– Você já soube???
Mia virou assustada, mas logo reconheceu o amigo Ric com quem estudava ali e relaxou.
– Não. O que aconteceu? - indagou ela.
Ric colocou o braço em volta de Mia e os dois começaram a caminhar juntos em direção a multidão de curiosos enquanto ele contava:
– Nosso professor, o Sr. Jones, foi encontrado morto na sala dos professores esta manhã.
– Como assim “morto”? O que aconteceu? - perguntou Mia.
– Bem que eu queria saber o quê exatamente aconteceu, mas parece que nem a polícia sabe. Tanto que o FBI já está aqui. – disse Ric indicando com a cabeça dois homens com ternos pretos mais adiante – Eles acabaram de sair do prédio e estão conversando com os tiras de novo. Bem que eu queria me aproximar só mais um pouquinho pra escutar o que eles estão falando. A faxineira que encontrou o corpo está em estado de choque...
– O que ela viu exatamente? - interessou-se a garota.
– Sangue por toda a parte. Partes do corpo por toda... a parte... – Ric estava assustado com suas próprias palavras e com o efeito que elas faziam no rosto de Mia. Ela estava ficando branca como papel. – Você está bem?
– Sim... Eu acho. É que é estranho... - disse ela.
– Estranho e bizarro. E cruel. - completou ele.
– Quem fez isso? E por quê? - questionou Mia.
– Vai soar ainda mais estranho, mas segundo a faxineira, a porta estava trancada por dentro. Quem quer que tenha feito isso, entrou e saiu como um... fantasma. - respondeu Ric.
Mia subitamente voltou ao normal quando ouviu a palavra fantasma e deu um sorriso de deboche para o amigo ao dizer:
– Fantasma? Sério?
– Qual é, Mia? Vai dizer que você não acredita nessas coisas? Não era você que quando era criança via... - começou a dizer ele.
– Não! – interrompeu a garota com rispidez deixando claro que não queria tocar naquele assunto.
Ric percebeu que ela não tinha gostado e se calou constrangido. Ela continuou:
– E eu não via. Eu sonhava. Mas era tudo ilusão, imaginação, sei lá. Depois que eu cresci aprendi que não existe nada de sobrenatural neste mundo. E eu não sei por que eu te contei aquelas coisas...
Ric sorriu e tentou desviar o assunto:
– Porque você estava muito bêbada naquela noite?
Os dois riram lembrando disso, enquanto Mia observava os dois caras do FBI se afastando do prédio em direção a um carro...
– Desde quando o FBI dirige um... Impala? – perguntou ela admirada.
– Sei lá. Mas com certeza esses dois aí não são como os outros. Eles têm estilo. - respondeu Ric.
Mia riu do comentário, mas em seguida ficou intrigada ao observar o carro se aproximando do local onde os dois estavam parados. Olhou a placa. CNK 80Q3. O Impala passou pelos dois e Mia o seguiu com os olhos.
– Tem certeza que você está bem? – preocupou-se Ric. – Por que você não volta pra República e descansa um pouco? Mais tarde eu passo lá pra gente estudar pra prova de amanhã. Se é que vai ter aula amanhã com tudo isso que está acontecendo...
– Ok. Te vejo mais tarde então... – concordou Mia se afastando de Ric e andando em direção à República enquanto via o Impala seguindo na estrada logo a frente.
De repente Mia parou de caminhar. Não podia voltar para a República. Não depois de ter visto aquela placa. E não depois de ter omitido de Ric que havia sonhado não só com aquele carro, mas também com um violento assassinato, uma noite antes, em circunstâncias bem parecidas com o que aparentemente aconteceu com o seu professor. Talvez ela não quisesse acreditar no sobrenatural, mas também não acreditava em coincidência. Alguma coisa estava errada e ela queria descobrir o que era. Tinha que descobrir quem eram aqueles caras do FBI e por que apareceram no seu pesadelo.
Ela fez sinal para um táxi que passava, entrou e ordenou:
– Siga aquele Impala.
Algum tempo depois, o carro parou em um Hotel, os dois caras desceram e em seguida entraram em um dos quartos. Mia permaneceu no táxi por mais alguns minutos, observando à distância, antes de dispensar o taxista. Se aproximou pouco a pouco do Hotel, tomando cuidado para não ser vista, se escondendo atrás de carros, se esgueirando pelos cantos até ficar bem próxima a uma das janelas do quarto. Se abaixou e olhou em volta. Estava tudo aparentemente tranqüilo e sem ninguém por perto. Mesmo assim, achou melhor se esconder perto da outra janela, que ficava em um canto estratégico. Não seria vista ali por ninguém e poderia ouvir e ver tudo o que acontecesse ali dentro.
Levantou um pouco a cabeça para ver dentro do quarto. Os dois caras tinham trocado de roupa. Não usavam mais os ternos, mas roupas comuns. O cara mais alto, e cabeludo, estava sentado pesquisando alguma coisa em seu laptop. O outro foi até a pequena geladeira e pegou duas garrafas de cerveja. Logo, se juntou ao mais alto e os dois começaram a beber.
– Definitivamente não eram Cães do Inferno. Portas e janelas intactas. – disse Dean – Os boatos sobre essa cidade devem ter sido só boatos. Parece que ninguém fez nenhum pacto por aqui nos últimos dez anos. O que você encontrou?
Mia ficou confusa com aquelas palavras. Definitivamente, não parecia conversa do FBI.
– O Professor Jones tinha uma carreira e vida pessoal invejável. Mas um passado meio... – Sam virou o laptop para Dean ler a matéria.
– “Professor envolvido em escândalo sexual com aluna.” – leu Dean
– Nada ficou provado e a aluna, Mary Collins, cometeu suicídio há três meses. - explicou o mais novo.
– Então, temos um fantasma querendo vingança? Mas por que agora? Por que esperou três meses? - questionou o mais velho.
O celular de Mia começou a vibrar e ela abafou o barulho pressionando-o dentro do bolso.
– Ouviu alguma coisa? – perguntou Dean.
Os dois olharam para a janela, mas Mia se abaixou a tempo. Pegou o celular. Tinha uma ligação de Ric.
– Agora não... – sussurrou ela para si mesma desligando o celular.
Esperou alguns instantes antes de voltar a espiar pela janela.
– O Sr. Jones se mudou para esta cidade há três meses e a faxineira que encontrou o corpo mencionou que ele era assim... atencioso demais com algumas alunas. – esclareceu Sam.
– Possivelmente estava assediando alguma delas? - supôs Dean.
– Deve ter sido mais do que isso pra ter despertado a ira de um fantasma... - refletiu Sam.
Mia ainda tentava digerir a ideia do seu professor envolvido com uma aluna, quando Dean levantou, pegou uma faca esquisita e foi até a janela. Ela se encolheu o máximo que pode enquanto Dean olhava em volta.
– Tem certeza que não ouviu nada, Sam? Talvez o desgraçado do Crowley tenha nos seguido até aqui ou mandado algum demônio no lugar dele. - disse Dean.
Mia estava apavorada. Qualquer ruído a denunciaria e como explicaria para aqueles caras por que ela estava ali? Nem ela mesmo sabia por que tinha feito aquilo e ouvindo aquela conversa esquisita entre os dois já estava um pouco arrependida. Por que o FBI estava interessado em um fantasma de uma aluna? Fantasmas não existem.
– Dean, eu tenho certeza que ele não nos seguiu. Ele sabia que não havia Cães do Inferno nessa cidade. Ele é o Rei do Inferno, esqueceu? Ele saberia se alguém dessa cidade tivesse feito um pacto daqueles. - expôs o caçula.
Dean se afastou da janela, sentou com Sam novamente e então concordou:
– Você tem razão, Sammy. Pelo visto seguimos uma pista falsa.
– Mas isso não quer dizer que não tenha um trabalho aqui. Olha isso. – disse Sam virando o laptop novamente para Dean. – O Sr. Jones se mudou para esta cidade há três meses. E essa era a cidade natal de Mary Collins.
– Eu acho que ela não deve ter gostado muito do seu professor ter escolhido o lugar onde ela nasceu para assediar outras alunas. - supôs Dean.
– Provavelmente não. - concordou Sam.
– Por favor, me diga que ela também foi enterrada aqui. – disse Dean.
– Sim. Cemitério local. - respondeu Sam.
– Ótimo. Então vamos desenterrar, salgar e queimar um corpo! – disse Dean se levantando, enquanto Sam guardava o laptop.
Mia estava cada vez mais chocada com aquela conversa. Cães do Inferno? Demônios? Rei do Inferno? Fantasma? Queimar corpos? Pra que tipo de departamento do FBI aqueles caras trabalhavam?
– Eu sei que você está decepcionado, Dean. Mas nós vamos encontrar uns Cães do Inferno por aí e matá-los mais cedo ou mais tarde. - garantiu o mais novo.
– E depois? Qual vai ser a próxima etapa pra fechar as portas do Inferno de uma vez por todas? E como vamos matar esses malditos cachorrinhos se nem ao menos conseguimos vê-los? - indagou o mais velho.
– Eu não sei, Dean. Mas vamos dar um jeito. Como sempre fazemos. - afirmou o outro.
Ficaram em silêncio por um tempo, até que Dean foi até a geladeira e pegou mais duas cervejas dizendo:
– Tudo bem. Vamos fazer o que temos para fazer nesta cidade e depois dar o fora.
– Ok. Vamos esperar anoitecer para ir até o cemitério, fazer o que tem que ser feito e depois vamos embora dessa cidade. - encerrou Sam.
Cada um sentou em uma cama e beberam a cerveja sem dizer nada, até Dean quebrar o silêncio:
– Tem uma lanchonete nesta cidade que dizem ter o melhor hambúrguer da região. Antes de darmos o fora daqui, podemos...
– Claro, Dean. – concordou Sam sorrindo.
Depois de um tempo, eles deitaram e dormiram. Mia se ajeitou melhor do lado de fora. Pegou uma barra de cereal dentro da bolsa e comeu. Se ia ter que esperar até anoitecer, pelo menos não ia ficar com tanta fome. Repetiu mentalmente que não poderia dormir de jeito algum. Se dormisse, ficaria vulnerável e aqueles caras poderiam encontrá-la ali. Mas o cansaço e o sono foram mais fortes e acabaram vencendo. Acordou ouvindo barulho de passos e o seu coração deu um salto.
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