Destino escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 10
Capítulo 10 - Reescrevendo o destino


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo... OMG...

Preparem-se!

Adorei escrevê-lo e espero que curtam também!



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Castiel tocou a testa de Mia com a ponta do dedo tentando curar seus ferimentos e trazê-la de volta. Não funcionou. Tinha alguma coisa errada. Tentou de novo. Nada.

– Cas... - começou Dean, mas parou ao ver uma luz cegante envolver Castiel e Mia os fazendo desaparecer em seguida. - Aonde eles foram?

Garth segurou Anna nos braços e disse:

– Eu vou levá-la ao hospital.

Pouco tempo depois Sam e Dean estavam sozinhos no cemitério. Arrasados. Uma garota tinha morrido tentando ajudá-los. Dean lembrou de quando Jo e Ellen fizeram o mesmo por eles. Quantas pessoas eles já tinham perdido e quantas mais perderiam? Quando aquilo iria acabar? Dean se abaixou e pegou a faca da Ruby.

– Sammy... Você lembra a primeira coisa que a Mia disse quando nos conheceu? - recordou o mais velho.

– Dean... - murmurou Sam.

– Ela disse "Por favor, não me machuquem." Foi o que ela disse... - respondeu o irmão.

Dean tirou o amuleto do pescoço e o jogou perto de uma lápide. Sam observou aquilo sem dizer nada. Também se sentia culpado pelo que havia acontecido com Mia e com tantas outras pessoas que se aproximaram deles. Lembrou de Jessica...

Depois de algum tempo, os dois começaram a deixar o cemitério.

Enquanto isso, no Céu...

– Castiel, o que você está fazendo? - indagou Naomi ao ver o anjo com Mia nos braços.

– Eu preciso trazê-la de volta... - disse ele sentindo uma dor enorme crescer em seu peito.

– Não! - repreendeu Naomi. - Esta garota já cumpriu o destino dela. E não tem mais nenhuma utilidade nesta missão. Você sabe disto, Castiel.

– Não! Se eu soubesse que ela iria morrer para nos ajudar nessa guerra, eu jamais a teria envolvido... - arrependeu-se o anjo.

– Você estava seguindo ordens. Minhas ordens. Você não tinha escolha. Assim como não tem agora. Deixa-a ir, Castiel. - ordenou Naomi.

– Não! - respondeu ele com convicção. - Eu não posso...

Naomi se aproximou um tanto confusa enquanto Castiel acomodava Mia em um pequeno sofá da sala no Céu e continuou:

– O que é isso, Castiel? Você não questiona as minhas ordens, você as obedece.

– Eu já obedeci demais... Eu tenho mentido para os Winchesters por causa disso... Eu tenho esquecido de coisas e mentido para eles o tempo todo... Eu acho que eu posso exigir alguma coisa em troca. Só o que eu estou te pedindo agora é para poupar a vida desta garota. - revoltou-se ele.

– Por quê? Por que a vida desta garota é tão importante para você?- quis saber Naomi.

Castiel olhou para Mia e tentou disfarçar a confusão de sentimentos que tinha por ela:

– É uma vida humana ceifada muito cedo e injustamente...

– Não, Castiel. - disse Naomi sem acreditar nele e se aproximando mais, acrescentou - Nós dois sabemos que é mais do que isso.

Naomi observava aquela cena intrigada.

– Por favor... Me deixe trazê-la de volta. - implorou ele por fim.

Naomi se virou e andou em direção a sua mesa. Sentou-se na cadeira e os observou por um longo tempo antes de dizer:

– Tudo bem, Castiel. Traga-a de volta, então. Mas com uma condição.

– Eu faço qualquer coisa. - garantiu ele sentindo-se aliviado por poder salvar Mia.

– Esta garota não pode lembrar de nada disso. - exigiu Naomi.

– O quê...? - indagou o anjo confuso.

– Você vai trazê-la de volta, Castiel, e nós dois sabemos qual o verdadeiro motivo para você querer isso. Mas, essa garota sabe demais sobre anjos e demônios e pode virar um problema para todos nós. Além disso, você sempre iria arranjar um jeito de ir socorrê-la quando sentisse que ela está em perigo. É bom que ela não se lembre de nada, que não diga nada, que não chame a atenção, assim os demônios vão continuar achando que ela morreu naquele cemitério. Eu não posso me dar ao luxo de perder meu anjo mais leal e obediente, Castiel. Eu preciso de toda a sua atenção para o que está por vir. Para a guerra que está por vir. Por isso, se você a trazer de volta, terá que ser nos meus termos. - expôs Naomi.

– Eu não posso fazer isso... - relutou Castiel.

– Você terá que apagar certas memórias dela. Ela não vai se lembrar de nada do que aconteceu nos últimos dias. Nada sobre demônios, cães, sobre os Winchesters e nada sobre você. Tudo será uma grande lacuna para ela. - exigiu Naomi.

– Ela é esperta... Ela vai descobrir mais cedo ou mais tarde... Eu não posso fazer isso... - tentou protestar Castiel.

– Você já fez isso antes. Com a Lisa, lembra? Ela esqueceu completamente que um dia conheceu um caçador chamado Dean Winchester. Assim como o filho dela, Ben. Você pode fazer isso de novo. - lembrou Naomi e como Castiel não disse nada, ela continuou - Qual o problema, Castiel? Você não é capaz de viver em um mundo onde esta garota não saiba que você exista? O mundo onde ela simplesmente morre soa melhor para você? Escolha, Castiel.

Por mais que estivesse envolvido por Mia, Castiel sabia o que tinha que fazer. Ele prometeu que a protegeria, que a manteria a salvo. Que a manteria viva. Se para cumprir essa promessa, ele teria que abrir mão do que sentia, era o que ele ia fazer. Mia não se lembraria de nada. Mia esqueceria dele e de tudo o que viveu nos últimos dias. Ele a faria acreditar que esteve em uma festa da faculdade. Que bebeu demais e que não lembra de nada do que aconteceu. Ela não se lembraria do que aconteceu com seus pais ou com Ric, e assim, não poderia se culpar pelo o que aconteceu com eles. Ela seguiria em frente. Terminaria a faculdade em outra cidade. De preferência bem longe. Crowley acreditava que Mia tinha morrido e dessa forma ele continuaria acreditando nisso. Mia iria começar uma vida nova em outro lugar. Conseguiria um emprego e um dia ganharia o prêmio que ela tanto queria... o Pulitzer. Mia seguiria em frente... Mas ele não a acompanharia.

– Escolha, Castiel. - pressionou Naomi.

– Eu já escolhi. - respondeu ele tocando novamente a testa de Mia. E desta vez, funcionou.

XXX

Mia começou a abrir os olhos. Sua cabeça doía muito. Com certeza, estava de ressaca. Estava em seu quarto, na república da faculdade. Olhou para a poltrona ao lado de sua cama e inexplicavelmente sentiu um vazio enorme. O despertador tocou e ela esticou o braço para desligá-lo. Ficou deitada por mais alguns minutos. Sentia-se estranha e ao mesmo tempo aquele parecia um dia como outro qualquer. Exceto por aquele vazio. Castiel sentado na poltrona, mas invisível aos olhos de Mia, a observou se levantar.

– Ai... Minha cabeça vai explodir... - reclamou a garota indo até o banheiro. - Nunca mais eu vou beber. O que será que eu bebi ontem...?

Castiel a olhou pelo espelho, mas ela não podia vê-lo. E se pudesse não se lembraria dele. Ele estava triste por aquilo, mas feliz por ela estar viva e a salvo. Aquilo era o certo a se fazer, embora não fosse justo...

Mia passou a mão pelo pescoço procurando o amuleto. Olhou na pia do banheiro, nas gavetas...

– Ah não! Eu não acredito que eu perdi... Droga!

Mia ia começar a tirar o pijama quando alguma coisa no espelho chamou a sua atenção. Alguma coisa que viu de relance no seu próprio reflexo. Virou-se de costas e levantou um pouco a blusa. Era uma tatuagem. Muito esquisita por sinal.

– Ah não... Eu não acredito nisso! Eu fiz uma tatuagem! - então encarou seu próprio reflexo e prometeu - Eu nunca mais vou beber...

Enquanto isso, Sam e Dean deixavam Lawrence. Anna estava bem, mas Garth ficaria mais alguns dias com ela para ter certeza. Aparentemente ela estava livre do pacto demoníaco que havia feito há dez anos. Aparentemente ele tinha sido quebrado quando Mia matou os Cães do Inferno. De repente Castiel apareceu no banco de trás do Impala. Ao vê-lo Dean perguntou:

– Cas, você está bem?

– Você sumiu do cemitério... - disse Sam - Eu sinto muito, Cas. Sobre a Mia. Você está bem?

– Ela está viva. - esclareceu o anjo.

– Viva? - indagou Dean - Então, você a trouxe de volta?

– Sim. - confirmou Castiel.

Sam e Dean estavam aliviados por Mia estar bem. Eles já se culpavam por tantas mortes, era bom saber que pelo menos aquela culpa eles não teriam que carregar. Embora isso não mudasse o fato de que ela tinha morrido naquele cemitério, pelo menos Castiel tinha conseguido reverter aquilo.

– Ela está bem? Como ela está lidando com tudo isso? - interessou-se Sam.

– Ela está bem. - respondeu o anjo.

– Bem? Nossa... Ela é mesmo uma garota sobrenatural. Qualquer uma no lugar dela piraria... - comentou Dean.

– Ela não sabe. - interrompeu Castiel.

– Como assim ela não sabe? - perguntou Dean.

– Eu a trouxe de volta, mas apaguei a sua memória. Ela não lembra de nada dos últimos dias. Sobre o que aconteceu, sobre vocês e... Sobre mim. - explicou o anjo.

Houve um longo momento de silêncio, até que Sam disse:

– Sinto muito, Cas...

– É. Nós dois sentimos. - disse Dean - Sobre Mia... Você sabe... Não deve ter sido fácil para você fazer isso, Cas. Eu sinto muito mesmo.

Castiel não respondeu nada, olhou o lugar vazio ao seu lado, no banco detrás, e lembrou de Mia. Depois de alguns instantes desapareceu deixando Sam e Dean seguirem a viagem sozinhos.

– Será que ele vai ficar bem? - perguntou Sam preocupado.

– Eu não sei, Sammy... - respondeu o irmão.

Duas semanas depois em San Francisco...

Mia estava em uma lanchonete esperando uma amiga da sua nova faculdade. Havia se mudado há alguns dias e Melissa ia lhe ajudar a se atualizar com as matérias. Mia estava inexplicavelmente feliz por ter mudado de faculdade e de cidade, embora no fundo nem soubesse por que tinha tomado aquela decisão. Ainda mais no meio do semestre. Apenas sentiu que deveria partir e recomeçar em outro lugar. Fechou o cardápio que segurava e só então percebeu que tinha companhia.

– Hey! Este lugar está reservado. Eu estou esperando uma amiga. - disse ela olhando para aquele cara de sobretudo sentado na sua frente.

Teve uma sensação estranha.

– Me desculpe, eu não quis incomodá-la. - respondeu Castiel tirando alguma coisa do bolso e explicou - Eu acho que você deixou isso cair...

Mia segurou o amuleto que um ex-namorado havia lhe dado há alguns anos e que ela tinha perdido na noite em que foi para aquela festa onde bebeu todas e esqueceu de tudo.

– Aonde você achou isso? - quis saber ela.

– Não importa. Eu só achei que deveria te devolver. - respondeu Castiel.

Mia o olhou intrigada, embora estivesse feliz por recuperar o amuleto. Então resolveu dizer:

– Obrigada. Eu acho... Hey! Por acaso nós dois nos conhecemos? Você me parece meio familiar...

– Eu fico feliz que você esteja bem, Mia. - disse Castiel.

A garota ia questioná-lo sobre como ele sabia o seu nome quando sem querer derrubou o amuleto no chão. Abaixou-se para pegá-lo e em seguida começou a perguntar:

– Como você sabe o... meu nome?

Mia olhou para o lugar vazio na sua frente e depois procurou em volta. Ele tinha ido embora. Bem rápido, aliás. Melissa chegou em seguida, sentou-se e começou:

– Olá! Tudo bem, Mia? Pronta para se atualizar em história da comunicação?

Uma música começou a tocar na lanchonete. Era Eternal Flame. Mia teve aquela sensação estranha de novo. E aquele vazio...

– Você está bem? - estranhou Melissa.

– Tinha um cara aqui... - contou Mia.

– Oh! Desculpe! Eu atrapalhei alguma coisa? Aonde ele foi? - quis saber Melissa olhando em volta.

– Eu não sei... Ele foi embora... Depois de me devolver isto. - disse a outra mostrando o amuleto para a amiga.

– Cruzes! Que coisa feia... - deixou escapar, mas ao perceber que Mia gostava do objeto, Melissa tentou consertar - É exótico , na verdade...

Mia prestava atenção na música tentando se lembrar de alguma coisa. Melissa achou estranho e perguntou:

– Tem certeza que foi só isso? Você está bem?

– Melissa... Você já teve uma sensação de que esqueceu alguma coisa importante? Mas sabe que essa coisa importante era importante demais para ser esquecida e de alguma forma ela continua lá... Você sabe... Uma sensação de déjà vu?

– Como no filme do Denzel Washington?! Eu adoro aquele filme! Mas, não. Nunca tive essa sensação. Chega de inventar desculpas, Mia, agora nós temos que estudar! - disse Melissa enquanto abria um livro.

Mia olhou em volta mais uma vez enquanto Castiel a observava da janela pelo lado de fora.

– Adeus, Mia. - despediu-se o anjo.

Mia olhou para a janela, mas não viu mais ninguém.

FIM


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todo mundo que leu esta fanfic, que gostou e que comentou. Fiquei muito feliz por escrevê-la e foi muito bacana saber que as pessoas estavam gostando, se identificando e acompanhando. Só queria pedir desculpas, porque sou nova aqui no Nyah e não sabia como responder as reviews. Mas saibam que eu li tudinho e gostei muito. Muito obrigada!

Sobre o final, sei que a maioria das pessoas esperava um happy end, mas em matéria de Supernatural, as coisas nunca terminam como nós queremos. Eles sempre se ferram, tadinhos... Mas é isso que faz a série continuar. São os famigerados ganchos...

Sim, estou pensando em escrever uma continuação desta história. Mia recuperando a memória? Quem sabe. Ajudando os Winchesters de novo? Redescobrindo o amor pelo nosso anjo nerd favorito? Mais conflitos? Seria legal.

Por fim, vou citar um vilão que eu adoro chamado Lex Luthor. Uma vez na série Smallville (que eu também adoro, sou uma viciada em kryptonita) ele disse a seguinte máxima que eu acho que traduz muito bem este momento: O importante não é o final, mas sim a jornada.

E eu tenho a impressão de que a jornada de Mia e Castiel não termina aqui. Thank you!

PS: Editando para dizer que já escrevi a continuação, chama-se A volta da garota sobrenatural e que depois dela eu escrevi outras continuações e não pretendo parar nunquinha!!! Amo escrever, gente, e vcs terão que me aguentar aqui no Nyah por longos anos kkkkkkkkkkkk

PS2: Eu sei que esta fanfic não ficou tão boa, ficou um pouco corrida, mas foi uma primeira experiência. Com o tempo eu fui melhorando, detalhando mais os fatos, os sentimentos dos personagens e desenvolvendo as coisas com mais calma. A cada fanfic, eu acho que eu tenho melhorado um pouquinho. Então, não deixem de ler as continuações, ok?

Bjs!