Entramos no salão. Nunca imaginei um lugar tão esplêndido. Era iluminado por por velas que flutuavam sobre quatro mesas bem compridas, onde os outros alunos já estavam sentados. Nas mesas haviam vários pratos e taças douradas. No outro lado do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam, provalvelmente nossos professores. Havia um professor baixinho e barbudinho, um de cabelos negros compridos com um nariz enorme, um professor meio... mentira, muito nervoso com um turbante na cabeça (bem ridículo, aliás), uma professora de cabelos brancos, Alvo Dumbledore, entre outros professores. Minerva nos levou até alí. Centenas de estudantes nos encarando. Vi Harry olhar para o teto meio espantado. Não, espera... que teto? Não tem teto! Dá para ver o céu e as estrelas. Ouvi Hermione cochichar:

– É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts, uma história.

Mas é claro! Como pude me esquecer? Vi os gêmeos acenando para mim da mesa da Grifinória. Eu estava tão nervosa que só sorri em resposta.

A professora Minerva colocou um banquinho de quatro pernas diante de nós e em cima, um... chapéu... pontudo de bruxo bem (beeeem) sujo e remendado. Fiz uma cara de "hã?" tão grande que Rony começou a rir. Todos do nada fizeram silêncio total. Olhei para trás para ver se havia algo de errado, quando do nada alguma coisa começou a cantar:

Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
mas não me julguem pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
suas cartolas altas de cetim brilhoso
porque eu sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
que o Chapéu Seletor não consiga ver,
por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
em que casa de Hogwarts deverão ficar.

Era o chapéu cantando! Mas... como...? Como é que...?

Quem sabe sua morada é a Grifinórnia,
casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue frio e nobreza
destacam os alunos da Grifinórnia dos demais;
quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,
onde seus moradores são justos e leais
pacientes, sinceros, sem medo da dor;
ou será a velha e sábia Corvinal,
a casa dos que tem a mente sempre alerta,
onde os homens de grande espírito e saber
sempre encontrarão companheiros seus iguais;
ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
e ali fará seus verdadeiros amigos,
homens de astúcia que usam quaisquer meios
para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não deverão temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
porque sou o único, sou um Chapéu Pensador!

Quando o chapéu terminou de cantar, todos aplaudiram (isso é muito estranho de falar), depois ele fez uma referência para as quatro mesas (mais estranho ainda de falar). Todos ficaram em silêncio novamente.

– Então quer dizer que é só a gente sentar no banquinho, colocar o chapéu e bang! - eu disse animada pois nãoo teria que fazer nenhum feitiço ou algo do tipo. Hermione parecia meio desapontada.

– Vou matar Fred! Ele não parou de falar sobre uma luta contra trasgos! - disse Rony irritado, mas mais aliviado.

Eu ri e Harry deu um sorriso sme graça. É só sentar e colocar o chapéu. É, se você ver desse ponto não é difícil. Sentar. Colocar chapéu. É, nada mal! Não estou mais nervosa.

A Professora Minerva desenrolou um longo rolo de pergaminho.

– Quando eu chamar seus nomes, vocês se sentarão e porão o chapéu para a seleção. Ana Abbott!

Ana Robot era uma menina de pele rosada com maria-chiquinhas loiras. Foi aos tropeços até o banquinho, se sentou, colocou o chapéu, eeeee...

– Lufa-Lufa! - anunciou o chapéu.

A mesa da Lufa-Lufa bateu palmas e deu vivas para a nova integrante da casa. O fantasma gordinho acenou alegremente para ela. Talvez esteja em ordem alfabética. Se for vai demorar um pouco para chegar a minha vez.

– Susana Bones!

É, não está em ordem alfabética. Me enganei. Eu estou nervosa sim. Posso entrar em pânico agora?

–Lufa-Lufa! - disse o chapéu outra vez. Susina foi depressa até a mesa e se sentou perto de Ana. Mais vivas e aplausos.

– Terêncio Boot!

– Corvinal!

Dessa vez a mesa da Corvinal aplaudiu. Muitos alunos se levantaram e comprimentaram Tarantula quando o menino se reuniu a eles.

– Mádi Bulstrode!

– Corvinal!

Mais vivas e aplausos...

– Lilá Brown!

– Grifinória!

Aaaaiii caramba! Levei um susto com a mesa da Grifinória. Só faltava eles terem soltado fogos de artifício e saírem voando.

– Mila Bulstrode!

– Sonserina!

Vivas e aplausos novamente!

– Gwen, é impressão minha ou a Sonserina não me parece um grupo de gente muito agradável? - disse Harry me cutucando.

– Não sei... acho que eles são só diferentes. Talvez.

– Justino Finch-Fletchley!

– Lufa-Lufa!

E maaais vivas e aplausos. Justino Flip-Flap foi feliz para a mesa.

As vezes o chapéu era bem rápido ao decidir, alguns nem precisaram colocar direito o chapéu. Mas outros ele demorava bastante tempo. Como por exemplo, Simas Figanam, ele ficou praticamente um minuto sentando no banquinho antes do chapéu anunciar que ele iria para Grifinória.

O tal do Draco Malfoy não parava de cruzar olhares comigo. Até que uma hora ele cochichou por trás de mim:

– Em qual casa você acha que vai ficar?

– Não sei ainda. Acho que todas as casas são boas - eu disse olhando para trás para poder o ver melhor. Mas cortei logo o assunto.

– Eu tenho certeza que vou para Sonserina, seria legal se você fosse também, você poderia ser minha... amiga - Ele falou inocentemente, depois de um tempo, . Ele demorou um pouco para dizer a palavra "amiga". Ele parecia outro Draco. Eu só sorri em resposta.

– Gweniver Hillary!

MAS JÁ? Ahh não! Tentei disfarçar olhando para trás procurando por alguém mas Hermione me empurrou para andar logo. Sentei no banquinho, respirei fundo, coloquei o chapéu, e a minha casa éééé...

– Ora, ora, ora... olha o que temos aqui!

Ele ainda não falou a minha casa... Legal, não não, ótimo na verdade. Por que a gente não fica aqui batendo um papinho, hein?

– Impaciente você, não? - ELE LEU A MINHA MENTE? - Sim, eu vejo tudo o que está na sua cabeça.

VAI LOGO!

– Hahahaha. Mas se não é, a única e própria herdeira de... Grifinória!

Meu quixo caiu de espanto e de felicidade. Eu sou uma herdeira de Godrico Grifinória! A mesa da Grifinória gritou e aplaudiu, vi os gêmeos assobiaram e alguns até aplaudiram em pé! Fui para a mesa com a minha mão tampando a boca ainda não acreditando. Sentei do lado dos gêmeos eles me abraçaram pelo ombro. Eu só sorri e coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha de vergonha.

– Hermione Granger!

Vi Hermione respirando fundo e murmurando algo. Ela foi depressa para o banquinho e colocou o chapéu. Fiquei na torcida para ela cair na Grifinória, mas fiquei com medo de ela cair na Corvinal por ser tão inteligente. Depois do chapéu pensar um pouco ele a colocou na...

– Grifinória!

Aplaudi e gritei junto com os outros membros. Hermione se sentou perto de mim.

- Neville Longbottom!

O coitadinho do Nevilla quase caiu de cara no chão no caminho do banquinho. Era o mesmo menino que perdeu o sapo. O chapéu demorou um pouco para pensar sobre Nevilla, mas finalmente o chapéu decidiu que ele vai para a...

– Grifinória!

O menino foi voado para a mesa da Grifinória ainda com o chapéu na cabeça. Depois ele teve que o devolver e passar pelo mar de risos.

Passaram-se muitas pessoas. E nada de Harry e Rony...

– Draco Malfoy!

Draco só precisou chegar perto do chapéu para ele anunciar:

– Sonserina!

E Draco foi feliz para a mesa. Até que ele se virou e econtrou meu olhar novamente. Ele deixou de sorrir. Então, eu disse sem motivos:

– Você tinha rasão! Boa sorte na Sonserina!

Ele só sorriu. Faltava pouca gente agora.

– Harry Potter!

ATÉ QUE EM FIM, HEIN!

Harry foi nervoso para o banquinho. Só se ouvia "Potter, foi o que ela disse?" ou "O Harry Potter?". Pessoas se espichavam para dar uma boa olhada em Harry.

– Difícil. Muito difícil. Bastante coragem, vejo. Uma mente nada má. Há talento, ah, minha nossa, uma sede razoável de se provar, ora isso é interessante... Então, onde devo lhe colocar?

Vi Harry apertar as bordas do banquinho. Ele devia estar tentando se comunicar com o chapéu, como eu.

– Sonserina... - meu coração congelou - não, hein? - ufa! - Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça, e a Sonserina lhe ajudaria a alcançar essa grandeza, sem dúvida nenhuma, não? Bem, se você tem certeza, ficará melhor na GRIFINÓRIA!

Todos os membros da Grifinória se levantaram e gritavam. Eu dei um pulo. Harry veio trêmulo para a mesa. O monitor da Grifinória apertou a sua mão. Ah! Olha! É o irmão de Rony! Os gêmeos gritavam "Ganhamos Potter! Ganhamos Potter!"

Agora só faltavam mais três pessoas. Lisa não sei das quantas foi para a Corvinal e agora é a vez de Rony.

Dei a mão para Harry e comecei a aperta-la. Rony foi como gelo até o banquinho

– Ora, ora! Mais um Weasley! Com certeza vai para a Grifinória!

Rony quase desmaiou de alívio e foi praticamente se arrastando para a mesa. Eu e Harry levantamos e gritamos ainda com as mão dadas. Harry só percebeu depois. A mão dele estava muito soada. Ele tirou rapidamente e ficou vermelho.

– Muito bem, Rony, excelente! - disse o irmão de Rony.

O outro menino foi mandado para a Sonserina. A professora Minerva guardou o pergaminho e recolheu o Chapéu Seletor.