In Wonderland escrita por Cigarette Daydream


Capítulo 1
Pode correr, mas irá acabar em uma toca.


Notas iniciais do capítulo

Eu conto a história e utilizo passagens e trechos do livro como ponte para paródia! Afinal, é Alice No País Das Maravilhas, mas nem tão maravilhoso.
Enjoy,
xoxo



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 Alice estava começando ficar muito cansada de estar sentada ao lado da irmã embaixo da árvore e de não ter nada o que fazer até que pudesse cantar para a plateia de seu pai. Era um evento muito importante para tal homem de negócios. Não havia pessoa que Alice amasse mais nesse mundo do que seu pai.

 Quando pequena Alice costumava colocar um conto no colo dele e o espiar com seus olhos azuis arregalados. “Vamos fazer de conta...”, ela dizia nessas ocasiões, “Que existe um mundo tão mágico quanto o desse livro!”. O pai simplesmente sorria, dizia que a magia está dentro de cada pessoa e começava a ler o livro para Alice. Mas isso era antes dos negócios ficarem tão trabalhosos a ponto dele não ter tempo para família.

 Alice suspirou para o livro em seu colo. Sua irmã lhe disse que havia lido com seu marido, antes dele lhe pedir em noivado, e que devia lhe dar sorte. Alice espiara uma ou duas vezes o livro que estava lendo, mas não tinha figuras e nem diálogos. “E de que serve um livro”, pensou Alice, “Sem figuras nem diálogos?”.

 Finalmente a severa professora de canto de Alice a chamou. A Sra. Smith

 – Não estrague a música! – ralhou a mulher. – Sua voz não deve prender a atenção deles, mas ainda sim tente não deixa-los surdos!

 Alice suspirou. E subiu ao pequeno palco de madeira, onde o piano a esperava. A menina sentou e respirou fundo. Os cabelos loiros, olhos azuis e rosto bonito chamou a atenção da festa.

 Alice começou a tocar nervosa.

Tripping out spelling around,

I’m underground…

 A voz da menina falhou.

 – Desculpem... – ela pediu e recomeçou.

 Alice tentou mais uma vez, porém não conseguiu. As pessoas começaram a rir e Alice ficou rosada. Ela sabia que a letra da música não saíra como ela desejou.

 – Sinto muito... – ela murmurou.

 Alice desceu do palco se sentindo ainda perturbada.

 – Ora! Não sei por que seu pai insiste que se apresente! – exclamou irritada senhora Smith ao ver a situação de Alice. – Todos sabem que você não consegue!

 Alice não tinha lágrimas nos olhos para gastar, mas a sensação de enorme vazio que sentia ao duvidarem de sua capacidade continuava. No entanto, Alice sempre fazia de tudo para demonstrar que estava bem.

 – Creio que ele acredite em mim – Alice falou impertinente. – É isso que os pais fazem hoje em dia não é?

 A senhora Smith assentiu e revirou os olhos. Às vezes o que a menina falava para ela fazia tão pouco sentido quanto não se molhar embaixo da chuva.

 Alice seguira para os jardins e a irmã se encontrava lá, conversando com o marido.

 – Alice! – Meredith exclamara. – Estás bem?

 Alice assentiu com um leve sorriso para convencer a irmã.

 – Agora irei tocar a harpa – a irmã sorriu; ela nunca tivera problemas com apresentações como Alice. – Desejem-me sorte.

 A irmã fora para o palco deixando Edward e Alice a sós. Edward olhava a menina; ele estava curioso sobre o que se encontrava por debaixo das vestes da menina. Edward observava Alice desde o aniversário de quatorze anos da menina; que foi a primeira vez que a viu. Naquele momento ele se arrependeu irrevogavelmente de ter pedido a mão de Meredith.

 No entanto, apesar de seus pensamentos sempre o levarem rumo Alice que já tinha dezessete anos agora, ele sempre evitava fazer com ela o mesmo que fizera com as outras que supostamente não podia ter.

 Ora, quem desconfiaria do rosto bonito e da personalidade cheia de galanteios do rapaz? A cada menina morta na floresta do povoado de Finnegan, havia um único rosto por trás disso. Edward estava por trás de tudo.

 Hoje, porém era a primeira vez que ele via de perto como tratavam a menina... E se ela não ia fazer falta...

 – Alice, minha cara – ele começou, com um sorriso leve. – Sei que estás triste com o acontecimento... Deixe-me guia-la em um passeio, para podermos conversar sobre isso.

 Alice o encarou surpresa, mas não conseguiu evitar a felicidade que jorrou em seu peito ao ouvir tais palavras; ela nunca fora compreendida antes. Oh, mal sabia a pobre Alice...

 Alice assentiu e caminhou ao lado de Edward.

 – É difícil – Alice esclareceu quando ele perguntou. – Simplesmente perder alguém que ainda vive.

 – Creio que deva ser – ele sorriu o mais bondosamente que era capaz.

 Edward pensava em um modo de levar Alice para dentro da floresta, quando de repente um coelho branco de olhos cor-de-rosa passou correndo por eles. Alice soltou uma exclamação de felicidade.

 – Oh, queria tanto poder ter um coelhinho! – Alice exclamou. – Mas acho que Dinah ficaria com ciúmes.

 Dinah é a querida gatinha de Alice, e sempre fora a companheira da menina; uma vez que ninguém na grande casa ligava para onde Alice estava. A irmã de Alice há muito já não morava com eles. Desde que se casou a menina foi morar com Edward.

 – Por que não o pegamos e vemos como Dinah o recebe? – Edward aproveitou a oportunidade.

 Alice sorriu e logo ambos estavam correndo atrás do coelho, pelo que pareceu um longo tempo. O coelho se enfiara em sua toca e Alice jurara ter ouvido algo como “Ai, ai, ai vou chegar atrasado demais”, mas a menina não ligou; sua imaginação sempre a enganava.

 Edward e Alice correram até a borda da toca. Alice se sentou, pois achava que seu pulmão já não aguentaria mais e Edward observou as possibilidades.

 – Sabe Alice eu sempre admirei sua beleza – começou Edward.

 Alice levantou tanto as sobrancelhas que elas poderiam alcançar o céu.

 – Não gostaria de poder estar no lugar de sua irmã? – ele perguntou sorrindo.

 Alice se levantou ofendida e começou a seguir de volta pelo caminho que vieram, mas Edward a segurou.

 – Onde está indo minha cara? – ele perguntou com ferocidade, mas sorrindo.

 – De volta para festa, obrigada – respondeu-lhe Alice, tentando soltar sua mão.

 – Acho que não – Ele exclamou e um sorriso perverso percorreu seu rosto.

 Alice se debateu, gritou, chutou e mordeu; não adiantou, em pouco tempo ele a colocara no chão. Alice não chorava, mas sentia medo e estava em choque. Edward arrancara o vestido da menina, que tentava se arrastar para longe, mas em pouco tempo ele arrancara também as roupas de baixo de Alice.

 Os gritos de dor da menina inundaram o ar. Doía muito; as carnes de Alice queimavam em meio ao sangue que representou sua perca da sua inocência. A face de Edward era de puro prazer, já a de Alice era de dor, pavor e medo do que aconteceria quando acabasse.

 Depois do tempo que pareceu a eternidade para Alice, Edward se levantou vestindo as roupas.

 – Eu poderia te ameaçar para que não conte nada, mas prefiro garantir que não conte nosso pequeno segredo – Falando isso Edward levantou a garota, que estava fraca, e a jogou na toca do coelho.

 Ele olhou satisfeito para o buraco, constatando que era fundo o bastante para ninguém encontrar Alice ali. Edward não se importava se ela morreria na queda ou de fome; ele só não queria ver a garota criando problemas para ele.

 Um sorriso brotara no rosto de Edward enquanto ele andava de volta para cumprimentar Meredith por a apresentação memorável. Ele tecia calmamente sua história enquanto caminhava. Ele ansiava desesperadamente por contar essas mentiras. “Alice nunca mais voltará”, ele pensou feliz, “Agora poderei viver meu casamento em paz”.

Para uma mente perturbada, nunca é ela quem erra.


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Notas finais do capítulo

E aí devo continuar? Mandem reviews sobre o que precisa ser aperfeiçoado etc.
xoxo