Percy Jackson - As Armas Sagradas escrita por Rafael Ed Kepler


Capítulo 18
A Verdade dos Shines.


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, esse ainda não é o último capítulo. E, provavelmente, terminara no próximo. Então, boa leitura :3



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A verdade me atingiu como o raio mestre de Zeus. Frustração bateu à minha porta, eu já aceitara a morte nessa luta, porém, mesmo assim eu queria me agarrar à esperança, mesmo que à mesma seja ínfima.

Olhei para frente, a camada branca em cima do Shine continuava se descolando e caindo ao chão, revelando um corpo sem qualquer ferimentos.


-Que golpe incrível. - contemplou o Shine. - Superou meu poder de defesa totalmente. Meus parabéns.

-Mas, mesmo assim, não consegui lhe ferir. - falei.

-Você está errado. Essa textura branca no chão era eu, podemos dizer da seguinte forma, você destruiu à armadura e a espada do rei. O que tem agora é apenas um corpo inofensivo.

-Destruí seu poder então. - afirmei.

-Exato.


Me sentei ao chão, Urano se dividira de minha alma e voltara à sua espada, revelando os restos do casaco divino.

Ele estava em trapos, a única manga sumira, a parte que cobria o peito estava lotada de buracos do tamanho de uma bola de futebol, revelando um tecido branco, possivelmente o lado de dentro do casaco.


-Poder demais. - comentou o Shine. - Realmente, isso era até esperado que acontecesse.

-Não me é algo novo também. - revelei.

-Temos alguns minutos ainda... -disse o Shine. - Um ou dois, no máximo. Estaria disposto a gastá-los ouvindo uma história?

-Claro. Não tem melhor jeito de dormir do que com uma boa história.

-Então... Percy, este é seu nome, certo?

-Sim. - falei. - Como sabe?

-É o nome que a garota clamava. Imaginei que fosse você, dada sua reação.

-Annabeth... - suspirei.

-Oh, desculpe tocar no assunto. Sabe, sinto muito por você... Não, acho que por ela, já que você que vai morrer.

-Se chegou até aqui para sentir muito, por que fez tudo isso? - perguntei, em um surto do último pingo de esperança que tinha.

-Bem, era isso que queria dizer mesmo. - falou o Shine. - Sabe, muito tempo atrás, quando os primeiros humanos surgiram, eles tinham muita energia, eram alegres e viviam sempre sorrindo. Até o dia em que o primeiro deles morreu. Bem, como o esperado, eles não tinham idéia do que era a morte. Pensaram que o mesmo estava apenas dormindo, então o puseram dentro de uma caverna.

-Quase uma semana depois, outro deles morreu e a mesma coisa foi feita. Depois de certo tempo, quando quase vinte estavam mortos, eles foram ver a caverna, esperando que seus companheiros estariam acordados com o mesmo sorriso no rosto. Mas, a única coisa que restara naquela caverna eram ossos.

-Naquele tempo, depois de um susto e medo breves, eles pensaram que era obra de um ser superior, que escolhera aqueles homens e mulheres para viverem com ele. Como um deus. Eles começaram a construir estátuas em nossa homenagem, mesmo que no tempo não passasse de pedras empilhadas, nós víamos o quanto eles se esforçavam, e o quanto eram felizes por fazerem aquilo. Nunca, em nenhum lugar do universo, alguém ficara contente com a morte como aqueles humanos.

-Mas, não durou muito. - explicou o Shine. - Com o passar dos anos, grandes impérios surgiram, e, com eles, os famosos deuses imortais. Egito, Grécia, Pérsia, China, em todos lugares à morte passou a ser vista como algo a ser temido, e, a partir daquele dia, fomos vistos como o pior inimigo da humanidade.

-Sabe, nós dez, passamos mais de dois milênios treinando, para que pudéssemos derrotar os deuses, mostrar que nem a imortalidade era pra sempre. A única coisa que queríamos era ser adorados de novo, não, nem isso, não queríamos ser mais temidos. Apenas isso. Mas, ao ver vocês entrando no castelo hoje, percebi que isso não tiraria o medo. Não, o medo aumentaria e se transformaria em ódio, o que geraria um ciclo eterno, à morte não seria mais temida, mas odiada. À verdade, é que não posso morrer, como hospedeiro da morte, esse corpo se desintegrará, me levando à qualquer outro que esteja disposto à me aceitar. Entendeu, Percy? Estamos fadados à ser temidos por todos.


Pensei um pouco, a história deles, realmente era algo horrível, ser adorado para depois ser taxado à inimigo da humanidade. Por um minuto, vi nele o mesmo olhar que vi em Urano durante nossa luta, o olhar de alguém solitário.


-Sabe, nem todos o odeiam. - falei. - Sem falar que, ser o inimigo da humanidade deve ser algo incrível!

-Do que está falando? - perguntou o Shine.

-Ah, pense nesse lado. Se, caso eu voltasse para o acampamento, dizendo que derrotei você aqui. O que você acha que aconteceria? - perguntei.

-Provavelmente o tratariam como um herói, ou algo assim. - respondeu o Shine.

-Exato! Me tratariam como herói. - respondi. - Ver alguém como herói, tem a ver com admirá-lo, querer ser como ele.

-Sim, eu sei. - falou o Shine. - Já vi diversos heróis, incluindo você. Mas, em que ponto deveria ser bom ser o inimigo da humanidade?

-Deixe-me terminar. - falei. - Se você quer ser igual à alguém, quer passar por todos os desafios que esse alguém passou, enquanto você olha para o brilho de um herói com um olhar admirado, você admira os desafios que ele já passou, você queria ter a força para derrotar os mesmos inimigos que ele, mas sabe que não tem. O que o leva à admirar os seus inimigos também, por conseguirem lutar com seu herói.

-O que está tentando dizer? - perguntou o Shine.

-Aqueles que temem à morte e admiram os deuses que à venceram, indiretamente admiram à própria morte. Eles admiram os deuses para vencer seu pior medo, eles admiram a força desse medo enquanto desejam o poder para combatê-lo. O que estou tentando dizer é, que o medo nada mais é que um meio de admiração. Eu lembro de uma frase, que Annabeth me disse uma vez, "O medo é a forma mais pura de admiração.". Eu não o temo, Nico não o teme, Thalia não o teme, nem Adriana o temeu. Todos lhe admiraram, até o último segundo, por tudo que conseguiu realizar com aqueles considerados invencíveis.


O Shine baixou a cabeça, falou algumas palavras baixas, então levantou à cabeça novamente, seus olhos ganharam pupilas e um formato humano.


-Você... É incrível. - comentou o Shine, com sua voz ecoando pelos terremotos que se tornavam muito mais frequentes e fortes - Eu nunca havia pensado assim... Nós... Nunca deixamos de ser admirados...

-Nunca. - completei. - E eu também, vou admirar o maior oponente que o Olimpo, não, que à terra já viu. Até essa dimensão cair, até tudo ser destruído. Foi uma honra lutar com você, Morte.

-Esse corpo está se destruindo. - falou o Shine. - Logo minha essência irá até a próxima pessoa que aceita à morte. Foi uma grande honra lutar contra você, Percy Jackson.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram da história dos Shines? :3



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