Bem, vamos ver, como posso começar essa complicada história? Ah, acho que sei, pelo dia em que o acampamento meio sangue foi atacado.

Era uma simples manhã qualquer no acampamento, os pégaso batiam suas asas, espalhando o doce aroma de uma nova manhã, que, claro, eu passaria na cama, se pudesse.

Foi logo cedo, por volta das nove horas da manhã, uma poderosa explosão irrompeu no centro do acampamento, que tirou todos que ainda descansavam de seus maravilhosos sonhos.

Assim que me levantei, coloquei minha roupa típica, a camisa alaranjada do acampamento meio sangue, juntamente com uma calça jeans, e corri para fora de meu chalé solitário.

Ah, que erro meu, já saí descrevendo uma guerra, e nem me apresentei. Meu nome é Percy Jackson, sou o último meio-sangue na terra, atualmente, é claro, mas, por agora, vamos aos detalhes que levaram à essa terrível tragédia.

Assim que deixei meu chalé, o gelado vento da manhã arrepiou meu corpo, logo antes de uma rajada de fumaça estragar o clima. Ali, no centro do ômega formado pelos chalés, se encontrava uma pessoa, juntamente com um buraco que poderia muito bem ter sido feito por um meteorito.

Aquele homem vestia um sobretudo branco, com uma capa negra - bem no estilo Batman -, seus cabelos eram louros, quase grisalhos, mas seu rosto aparentava ter vinte anos, no máximo. Mas, o mais estranho - sim, mais estranho que a capa do batman, acredite. - eram seus olhos, um branco total invadia seus orbes oculares, quase como o de um deus, porém, estes não demonstravam nada, diferentemente de Ares, como se fosse apenas uma casca vazia.

–Ah, finalmente, de volta a ação! - gritou aquele misterioso homem.

–Quem é você? - perguntou Quíron, nosso diretor de atividades, um centauro.

–Ah, Quíron, o lendário mestre de heróis. Sim, você é forte, mas não é desafio para mim. Procuro aquele que atende ao nome de Dionisio. - falou o homem.

Não demorou muito até o sr. D surgir, seu rosto totalmente entediado, já conhecido por todos campistas, não parecia estar levando aquele homem a sério.

–Então, então. Que confusão é essa? - questionou, sr. D.

Sem resposta, o homem esticou o braço e uma espada esbranquiçada surgiu, quase que instantaneamente depois, o homem estava às costas de Sr. D, sua espada chocou-se contra um galho de videira, que começou a se enrolar em volta da lâmina, porém, foi inútil, o homem cortou a dúzia de galhos que nascia para ajudar o primeiro, e se afastou alguns metros do deus Dionísio.

–Parece que temos um ser interessante aqui. - disse sr. Dionisio, seus olhos estavam sérios, como nunca estiveram antes.

–Há. Realmente, um deus é mesmo poderoso. - falou o homem - Conseguiu até mesmo segurar o poder da minha espada iluminada. Muito bom, muito bom.

–E você, o que é? - pergunto Dionisio.

–Eu? Bem, como posso dizer isso sem parecer muito mal? - disse o homem, então seus olhos brancos leitosos brilharam em um tom mais escuro, até ele dizer - Somos os substitutos dos deuses. Também conhecidos como Shine.

Todos ao redor pareciam alheios, em toda mitologia grega, não havia nada com aquele nome, nem mesmo Annabeth me falara dessa criatura, e, se ela não conhecia, era por que ele não existia.

Annabeth! Caramba, com essa função toda de novo-super-vilão-saído-diretamente-da-marvel-ou-da-shonnen-jump, me esqueci completamente dela, e dos meus amigos!

Olhei em volta, avistei vários deles, porém, nada dela. Droga!

Quando pensei em correr até o chalé dela, ele me repreendeu

–Não se movam! - falou Shine, o inimigo do deus do vinho. - Qualquer um que mover um músculo, será morto.

O medo bloqueou meus sentidos, por um momento, fiquei atônito, ele falou diretamente para mim! Mas, infelizmente, o medo de perder Annabeth superou o medo de perder a vida, e, eu corri.

Foi meu último e pior erro. Mal dei um passo e o punho do misterioso homem já estava em meu rosto.

Fui bruscamente arremessado, atravessei completamente às paredes de ouro maciço do chalé de Zeus e parei no mar, afundando lentamente, pensando que, não estava morto graças à maldição de Aquiles. E, com isso em mente, mergulhei na profunda escuridão da inconsciência.

Não sei quanto tempo depois eu acordei, mas quando emergi novamente, já era noite, e não havia nada próximo à mim, nem um único pedaço de terra, como pode existir alguém tão forte assim?

Me orientei através do mar, e segui à terra mais próxima, o acampamento meio-sangue. Ou, o que restara dele, é claro.

Os chalés estavam todos destruídos, a casa grande, em ruínas, enormes manchas de sangue marcavam o chão, porém, nenhum corpo.

–C-Como pode?– disse, aterrorizado - D-Dionisio... Perdeu?

Não, isso era impossível, porém, quanto mais eu avançava nos destroços do acampamento, mais convencido eu ficava, imensas marcas de batalha espalhavam-se por todo canto, pedaços de videiras, lâminas e escudos cobriam todo chão, não havia qualquer ser vivo naquele lugar, porém, também não havia nenhum corpo.

O que diabos havia acontecido aqui? E, para responder minha pergunta, uma voz ecoou em minha mente, uma voz cansada e dolorida, porém, conhecida.

–P-Percy... Você ainda está aqui?– perguntou meu pai, Poseidon, o deus dos mares.

–P-Pai?– perguntei - O que houve com o ac- Não, o que houve com você? Sua voz parece cansada.

–F-Filho, não há tempo. O acampamento foi destruído, porém, nenhuma vida foi perdida - falou ele.

–O-O que? M-Mas como? Dionisio estava aqui e-

–Dionisio foi derrotado, filho. - disse meu pai - E o mesmo se repete aqui em meu palácio. O Olimpo já foi ao chão, e soube que boa parte dos deuses estão desaparecidos. Juntamente com os semideuses do acampamento.

–O-O que... Significa... Isso... ?– Meu cérebro estava incapaz de formar uma frase, o Olimpo? No chão? Depois de termos derrotado os titãs, ele foi destruído? Com Zeus o protegendo?

–Escute filho... Você... É nossa única esperança... - disse meu pai. - Essas... Coisas, os Shines, são apenas dez. Porém, cada um deles é tão forte quanto meu irmão, Zeus, alguns deles são até mais fortes. Eu sei que é difícil de entender, mas, você pode derrotá-los.

–O-O que? Como? N-Não! Isso é impossível! Se o deus mais forte não conseguiu, como eu conseguiria?

–Torne-se deus, Percy!