Rendendo-se escrita por Jajabarnes


Capítulo 1
Mensagens da secretária eletrônica.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Era manhã de sábado, a manhã mais esperada de todo o semestre, eu estava oficialmente de férias! Despertei animado naquele dia, animado para fazer absolutamente nada. Não, não estou sendo irônico. Foi um semestre muito cansativo e as tão esperadas férias finalmente chegaram.

Passara o dia jogado no sofá, em frente à televisão, mas agora estávamos andando em direção ao restaurante Beruna que ficava à margem do rio de mesmo nome. Já era noite e nós resolvemos sair para comemorar. Escolhemos uma mesa ao lado de uma enorme janela de onde podíamos ver a praia, sentamos e fizemos os pedidos.

- Caspian, pode me dar seu numero? – pediu Lúcia, sentada à minha frente, ao lado de Edmundo, sacando o celular.

- Você já tem meu numero. – falei.

- Eu perdi. – Ela sorriu docemente, me entregando o celular onde eu preenchi os dados e devolvi a ela. – Obrigada.

- Quantas vezes você já perdeu os nossos números, Lúcia? – perguntou Lilliandil, sentada ao meu lado.

- Ah, não foi por querer! – defendeu-se Lu.

- Então, alguém vai viajar nessas férias? – perguntou Pedro.

- Viajar? Nem pensar! – disse Lilliandil.

- Estou muito cansado para isso, vou tirara essas férias para não fazer nada. – falei.

- Eu também. – concordou Edmundo.

- Você vai viajar, Pedro? – perguntou Lúcia.

- Não, não, vou ficar por aqui mesmo, como vocês, eu estou muito cansado.

- Não sei por que, mas acho que acontecerá algo que vai marcar essas férias! – disse Lillian, animada.

- Tipo o que? O Caspian pedir você em casamento? – provocou Edmundo fazendo Pedro rir.

- Cala a boca, Edmundo! – mandei. Lilliandil me encarou.

- Por que quer que ele cale a boca? Por acaso você tem algo contra me pedir em casamento? Ein, Caspian? Anda, pode falar...

- Na-não, mas e-eu só...

- Se enrolou Caspian. – Pedro ria.

- Nada de “mas”! – Lilliandil o ignorou. – Quer saber? Namoramos há tanto tempo, eu acho que já está na hora de começarmos a pensar a respeito!

- Hã? Só namoramos há três anos e... – eu a encarei.

-São três anos e meio! E não discuta comigo! – falou ela. Calei-me, não por que ela mandou, mas por que sabia que as coisas só iam piorar se eu protestasse, esse era um assunto para conversarmos depois. Pedro ria.

- Mas e você, Pedro, não pensa em arrumar uma namorada? – perguntei, doido para mudar de assunto.

- É – concordou Edmundo. – Você é o único solteiro do grupo...

- Me envolver não está nos meus planos, Ed, pelos menos por enquanto, mas quem sabe se eu conhecer alguma pessoa especial... – ele deu de ombros. – Mas e você, Ed, quando é que vai largar minha irmã?

Desandei a rir. Pedro nunca gostou muito da ideia de Edmundo namorar Lúcia, mesmo Ed sendo de confiança e um dos seus melhores amigos, ele sentia ciúmes de Lúcia, na verdade, ele não queria admitir que ela houvesse crescido.

- Pedro! – ralhou ela. Eu ri mais e Lilliandil me deu uma tapa na cabeça para eu calar a boca.

- Você, conhecer alguém especial, Pedro? Se apaixonar? Você... Se apaixonar? – rebateu Edmundo.

- Quem sabe? – Pedro deu de ombros.

- Você é mulherengo demais para se apaixonar, Pedro. – acusou Lilliandil.

- Como vou achar a pessoa certa se não procurar?! – defendeu-se ele. A garçonete chegou com os pedidos, entregou cada um deles e saiu rebolando em cima de um par de saltos finos, Pedro se inclinou para trás, a fim de ver as pernas da moça que se afastava.

- Você é um perdido, Pedro. – falei. Ele gargalhou.

- Não sou eu quem vai casar!

- Eu não vou casar! – protestei fazendo Lillian me encarar.

- Então eu sou o que para você, Caspian? Um passa tempo?! É isso, não é? Pode dizer!

Rolei os olhos, dando uma mordida no hambúrguer. Estava de saco cheio desses chiliques de Lilliandil, e a ideia de aturá-los pelo resto da vida se tornava cada vez mais inconcebível.

- Lamento por você, amigão. – Pedro bateu em meu ombro em forma de apoio.

Depois de muita conversa fiada e piadinhas, nós terminamos de comer, catamos moedas nos bolsos para pagar a conta e saímos. Deixei Lilliandil, ainda emburrada, na casa dela e fui para a minha.

Não era uma casa grande, muito pelo contrario, era pequena, bem pequena, tinha dois andares, mas apenas dois quartos e um único banheiro, além da sala, da cozinha e da minúscula área de serviço que estava sempre atolada de roupas no estreito espaço que as máquinas de lavar e secar não ocupava. Sem contar o fato de sempre estar bagunçada. A faxineira só vinha uma vez por semana, mas não apareceu nas ultimas duas por que disse que era muito trabalho para o pouco que recebia, tentei convencer meu pai a me mandar mais dinheiro, mas nada feito, então tive que dispensar a faxineira e criar vergonha para limpar a casa todos os sábados, mas hoje eu estava com muita preguiça para isso.

Acendi as luzes, tirei o casaco jogando-o no sofá, recolhi as tigelas de cereais que deixara ali desde manhã e levei-as para a pia já cheia de louça. Foi quando vi sobre o balcão a luz vermelha da secretária eletrônica piscando. Havia duas mensagens, apertei o play. A primeira mensagem era de Lilliandil.

O que ela quer? Falei com ela há menos de uma hora!

-“Caspian, é sobre o assunto de hoje mais cedo, eu andei pensando e acho que já é hora de você decidir o que quer”. – a voz de Lilliandil estava séria, ela não parecia estar brincando. Então começou a segunda mensagem. Era meu pai.

- “Oi, filho; Por que não retornou minhas ligações? Que seja... É sobre aquela nossa conversa, você lembra? Ah, é claro que não lembra... Bom, sua prima já está matriculada na faculdade e chegará a Cair Parável logo, logo. Sei que você não gosta muito dela, mas faça isso pelos seus tios, eles confiam em você. Ela vai chegar dentro de alguns dias, então... Você já sabe o que fazer, nós já conversamos sobre isso. Então é só, beijos, estamos com saudades, até mais.” – fim das mensagens. Meu coração quase saía pela boca.

Eu achei que ele estava brincando comigo quando disse que meu tio queria mandá-la para cá! Isso só pode ser piada! Cara, não acredito! Isso é o fim! Adeus férias tão esperadas! Será meu fim, essa casa vai virar o purgatório!

Droga, droga, droga! Onde eu estava com a cabeça quando concordei com isso? Ah, claro, eu não concordei com nada, eles decidiram tudo isso sozinhos!

Calma, Caspian, você não pode ganhar cabelos brancos por isso. Você vai conseguir aturar ela, afinal, ela não deve estar tão insuportável quanto antes, deve estar um doce de pessoa agora... Ela não deve ser mais aquela menina chata e mimada”. – a vozinha em minha cabeça.

Não! – gritei para ela mentalmente. – Isso é impossível! Susana Pevensie nunca vai mudar!”.


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Notas finais do capítulo

Então, tem futuro? Estou indo postar outra fanfic! Vejos vocês no review e nas outras fanfics!
Beijokas!!