My Cure escrita por Lacrist


Capítulo 10
Capítulo 9 - Passeio


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas lindas, vocês estão bem?
DESCULPEM ESSA MINHA SUPER DEMORA! Ultimamente eu estava muito chateada, revoltada e sem vontade de fazer nada a não ser bater a minha cabeça na parede diversas vezes. A diferença é que me bateu uma vontade enorme de escrever e agora, consegui aparecer por aqui um pouco mais calma. Este capítulo está repleto de fortes emoções haha
Preparem os hearts de vocês!
Tenham uma boa leitura!



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Um suspiro aliviado irrompeu de meus lábios quando vi que já tinha acabado de arrumar a minha mochila para o passeio ecológico. Claro que eu não estava nenhum pouco animada para entrar em uma floresta junto com todos aqueles animais nogentos e todo aquele... mato agarrando nas minhas panturrilhas, mas eu não tinha escolha.

Para me deixar mais desanimada, existe o fato de que a minha dupla para essa droga de passeio é ninguém mais, ninguém menos do que Damon Salvatore e todo o mundo sabe que isso nunca vai dar certo.

Fechei minha mochila enorme e pesada depois de ter checado pela milésima vez que todos os itens essenciais estavam dentro da mochila e que eu não havia esquecido de nada.

Todos que vissem as coisas que coloquei naquela mochila diriam que eu estava indo viajar ou algo assim, pois minha mochila estava realmente pesada e abarrotada de coisas.

Como por exemplo, o meu repelente e o meu protetor solar. Eu nunca sairia de casa sem usá-los. Ah! Também tem o meu óculos de sol e meu óculos de mergulho. Nunca se sabe o que pode acontecer, vai que eu caio num lago ou numa cachoeira? Como vou enxergar debaixo d'água se meus olhos são sensíveis? Fora as duas mudas de roupa, as três garrafas d'agua, duas maçãs, um pacote de biscoito, uma barra de cereal, meu estojo de maquiagem, luvas (para o caso de eu ter que pegar em alguma planta venenosa) entre outras coisas. Eu sou muito precavida, eu sei disso.

Chequei meu visual no espelho, amarrando meu cabelo novamente e olhando minha calça de moletom preta e minha blusa rosa de manguinha. Amarrei o cadarço do meu tênis novamente e desci as escadas, encontrando Damon e Stefan já devidamente prontos, ao lado de sua mãe.

– Bom dia! - Saudei-os. - Ops! - Falei assim que a alça da minha mochila arrebentou.

– Nós vamos a um passeio ecológico e não a um acampamento dos Batutinhas. - Minha concentração que até então estava em consertar a alça da minha mochila arrebentada, se voltou para o idiota que adorava me agredir com palavras.

– Não pedi a sua opinião, seu babaca! - Esbravejei, sentindo o peso do olhar severo da Sra. Salvatore em cima de nós.

– Ei, vamos parar por favor! - Stefan interveio, emendando com facilidade a alça fajuta da minha mochila.

– Obrigada, Stefan. - Ele corou, sorrindo e se afastando de mim depois de ter entregue a minha mochila super pesada.

– Vamos logo, não quero que se atrasem. - Assentimos os três juntos, seguindo a Sra. Salvatore até o carro, já que naquele dia ela nos levaria para o colégio.

– Eu estou tão animado para esse passeio... - Stefan bateu as mãos nas pernas, demonstrando sua empolgação.

– Pois eu não! Ainda não consegui entender qual é o objetivo desses passeios idiotas. - Droga, Damon não estava com bom humor aquele dia.

– Não fale assim, Damon! Você mais do que ninguém deveria gostar desse passeio, já que quando era menor vivia andando pelas matas. - Minha visão paralisou e um nó enorme se formou em minha garganta quando a mãe do Damon pronunciou aquela frase. Acabei me lembrando de uma das minhas visões do passado, onde Damon me levara para uma floresta.

Minha reação foi tão espontânea que todos dentro do carro acabaram percebendo que alguma coisa estava errada comigo.

– Você está bem, Elena? - Perguntou-me a Sra. Salvatore.

– Eu? Estou ótima! - Dei um sorriso forçado mas Damon pareceu não acreditar nele.

Logo, chegamos no colégio, onde pude avistar várias pessoas com mochilas nas costas. Algumas sorriam, animadas com a possibilidade de dar algum "perdido" nos professores e instrutores que nos acompanhariam enquanto outras permaneciam neutras. Os mais empolgados eram os nerd's, que pareciam bolar estratégias para alguma prova que teríamos que fazer. Lógico que eu gelei na hora.

Despedimo-nos da Sra. Salvatore e me separei dos irmãos Salvatore, procurando minhas amigas no meio de toda aquela multidão. Foi difícil, mas acabei encontrando-as paradas do lado de uma árvore. No trajeto, algumas pessoas pararam para me olhar. Todos já estavam sabendo sobre a minha mãe e portanto, haviam parado de me maltratar. Agora eu havia virado a coitadinha do colégio e eu odiava isso.

– Bom dia meninas. - Saudei-as.

– Bom dia nada! Ainda não acredito que eu e o Tyler teremos que subir aquela droga de morro juntos. - Caroline bateu os pés no chão, encarando Tyler com um olhar malígno e intimidador. Ele nem percebeu que a loira o encarava.

– Morro? Como assim? Não íamos a uma floresta? - Perguntei, confusa.

– É, iremos na Floresta da Luz*, coletar algumas plantas e subir, subir e subir, já que aquela é uma das maiores florestas que temos por aqui e a subida é tensa. Dizem que quem consegue chegar lá no topo consegue ver a luz do sol, já que a floresta é bem escura, por causa das árvores enormes. - A imagem mental que acabei visualizando foi a de uma floresta bem escura, cheia de animais peçonhentos e muitos pernilongos. Um lugar muito bom para se gravar um filme de terror ou até mesmo para se matar alguém. Me deu um calafrio tão grande quando meu cérebro processou essa informação que a minha vontade foi a de sair correndo dali.

– Mas porque teremos que subir? - Perguntei novamente, me sentindo totalmente desinformada.

– Porque eles querem ver a luz do sol! Que idiotice! - Bufou Anna.

– Dizem que a vista de lá de cima é linda. - Bonnie se pronunciou pela primeira vez.

– Deve ser linda mesmo, pra curtir com o namorado e não pra se curtir com Tyler Lockwood. - Reclamou Caroline.

– Não reclame da sua dupla, porque a minha também é uma droga! - Eu falei, lembrando-me de Damon. Minhas amigas também não tiveram muita sorte. Anna ficaria com Rebekah Mikaelson (eca) e Bonnie com Stefan Salvatore. Estávamos com um azar danado.

Lembrar do meu azar me fez lembrar da minha mãe, numa cama de hospital.

Meus olhos se encheram de lágrimas automáticamente.

Dois ônibus enormes pararam em frente ao portão do nosso colégio e logo, a diretora fora falar com o motorista e depois ligou o microfone para se comunicar conosco. A minha turma de biologia e a turma de minhas amigas iria ao passeio hoje.

Eu era a única que ficara separada delas nessa matéria ou seja, teria que ficar a viagem toda sozinha, já que cada turma ocuparia um ônibus.

Depois que a diretora nos organizou e fez a chamada, finalmente fomos autorizados a entrar no ônibus. Dei tchau para as minhas amigas e entrei no ônibus, escolhendo um lugar na janela para me sentar.

Fui para o final do ônibus, sentando-me ao lado da janela. Coloquei minha mochila no chão entre as minhas pernas e liguei meu mp4, colocando os fones de ouvido. Como minha turma não era muito grande, vários assentos ficaram sobrando. Encostei minha cabeça na janela e tentei dormir mais o falatório era enorme e ninguém calava a droga da boca.

Kol e seus amigos estavam fazendo baderna dentro do ônibus, gritando e fazendo algazarras. A coisa ficou feia quando eles começaram a jogar bolinhas de papel em cima dos que estavam quietos. A diferença entre as pessoas quietas e eu é que quando uma bolinha de papel atingiu a minha cabeça eu me levantei do meu assento e fui reclamar.

– Dá pra você parar de agir como um idiota por favor? Tem gente aqui querendo chegar sossegada! Parem de agir como animais! - Eu disse, arrancando os fones do meu ouvido.

– Ah cala a boca, Gilbert! - Kol fez um gesto de desdém com a mão. Parecia disposto a me ignorar.

– Não vou calar! Você sabe muito bem que está errado! - Cruzei os braços mas logo desfiz o movimento, já que o ônibus corria muito.

– Falou a garota do compasso! - Seus amigos deram risadinhas e eu revirei os olhos.

– Você é ridículo!

– Kol, pare com isso se não serei obrigado a tomar sérias providências! - Advertiu o professor Alaric, que junto com Peter, meu professor de biologia, ficaram encarregados de ficar de olho na minha turma.

Dei um sorriso de agradecimento na direção de Alaric quando vi Kol e seus amigos se sentarem em seus respectivos assentos.

– Não se esqueçam de catar as bolinhas que vocês jogaram pelo ônibus depois que chegarmos ok? - Acrescentou Peter, um tempo depois, fazendo Kol e seus amiguinhos patéticos reclamarem. Eu apenas ri, voltando ao meu lugar satisfeita.

Recoloquei meus fones no ouvido e segui o resto da viagem tranquilamente e sem maiores perturbações.

(...)

Desci do ônibus sentindo o meu pescoço doer. A mochila em minhas costas pesava demais e a única coisa que eu queria era voltar para o ônibus e me trancar lá.

O dia estava ensolarado e enquanto caminhávamos até a tal Floresta da Luz, pude ver Damon conversando com Rebekah de um jeito meio íntimo que me deu náuseas. Eu fiquei tão incomodada com aquela cena que eu virei bruscamente o meu rosto para o lado contrário.

– Esse aqui é Klaus Mikaelson e ele será um dos instrutores encarregado de nos ajudar a conduzir todos em segurança até o topo da Floresta. - Anunciou Magareth, a professora de biologia da turma das minhas amigas, apontando na direção de um lindo homem loiro de olhos verdes. Ele usava roupas esportivas e sua camiseta nos dava uma visão privilegiada dos seus braços musculosos. Realmente ele era um cara bonito.

– Olá senhor gato Mikaelson. - Caroline sussurrou, vindo para perto de mim. Eu ri, vendo que a maioria das meninas estava encantada com aquele lindo homem.

Percebi que ele não tirou os olhos de Caroline assim que a viu pela primeira vez.

– Atenção pessoal! Antes de entrarmos na Floresta há algumas recomendações que precisamos fazer a vocês. Respeitem seus professores e instrutores e obedeçam as suas ordens. Não se afastem do grupo e não façam nenhuma gracinha. Não toquem em qualquer coisa que encontrarem na floresta e se sentirem que precisam apoiar em alguma coisa para conseguir subir em alguma parte mais difícil, por favor, verifiquem antes se não há algum animal em cima do objeto que vocês usarão para se apoiar, principalmente se forem galhos de árvores. - Klaus disse, adotando uma posição bem altiva.

Um burburinho da maioria das meninas pôde ser ouvido. A maioria estava com medo de se deparar com uma cobra ou uma aranha. Eu não estava diferente.

Meu olhar sem querer foi parar em Damon, que falava algo no ouvido de Rebekah. Novamente meu estômago se embrulhou com aquela cena e um incômodo muito forte se fez presente dentro de mim. Eu não conseguia parar de olhar para os dois, mas também não conseguia entender o porquê de estar tão incomodada.

- Acho que os dois vão ficar. O que você acha? - Caroline perguntou, se referindo aos dois.

– Eu quero que os dois se danem. - A loira riu, achando que eu estava falando de brincadeira. Eu estava com muita raiva.

– As tarefas de hoje são a de coletar 5 plantas dos mais variados tipos. Tudo o que vocês acharem de diferente estará valendo. O segundo objetivo é chegar primeiro no topo da Floresta da Luz. Klaus e eu marcamos a maior parte da Floresta com bandeiras vermelhas, amarelas e azuis, indicando os caminhos que vocês devem seguir. É terminantemente proibido escolher dois caminhos, ou seja, se você escolheu seguir o caminho da bandeira vermelha, terá que segui-lo até o final. As bandeiras indicarão aonde vocês devem ir e aonde virar também. E é nessa segunda tarefa que o grupo estará mais separado então, peço que não façam nenhuma gracinha. Haverá guardas florestais aqui e se algum de vocês tentar fugir, eles verão. Agora que estamos conversados, se dirijam as suas duplas para que possamos entrar na floresta. - Após o final do discurso de Peter, todos começaram a falar ao mesmo tempo enquanto iam de encontro com suas duplas. Eu estava com muito medo de entrar naquela floresta e me perder. Obviamente eu não seria uma das primeira a chegar no topo daquela floresta idiota. - Lembrando que os 3 primeiros que chegarem no topo ganharão dois prêmios! - Isso causou a euforia de todos os alunos mas em mim, não obteve reação nenhuma.

Damon parou ao meu lado, a contra-gosto. Sua expressão emburrada dizia tudo. Fiz a minha melhor expressão de deboche e ficamos ali, parados um do lado do outro enquanto todos os outros já posicionados ao lado de suas duplas, começavam a adentrar a floresta.

– O que estão esperando para irem também? - Perguntou Klaus. Nos apressamos em obedecê-lo, entrando na floresta, ainda calados.

Olhei a floresta a minha volta, percebendo que o sol realmente havia sumido. Só dava para ver alguns pequenos raios de sol que davam um jeito de se infiltrar ali.

Olhei para Damon, que já havia pego duas plantas e as guardava num saquinho plástico. Logo, comecei a procurar alguma planta bem bonita.

– Achei uma planta aqui que parece ser bem diferente! - Gritei para Damon, enquanto me preparava para pegá-la. Assim que aproximei minha mão da planta, Damon deu um grito.

– NÃO! - Ele veio correndo até mim.

– O que houve? - Franzi o cenho, meio assustada.

- Tem uma aranha ai. - Olhei para a planta, não enxergando nada de anormal nela.

– Pare de ser estupido! - Revirei os olhos, me preparando para pegar a planta logo de uma vez.

– Sai já daí, essas aranhas pulam! - Naquele exato momento eu descobri o quanto as palavras tem poder. A aranha deu um pulo enorme na minha direção e eu me afastei, gritando feito louca.

Comecei a dar passos desajeitados para trás e acabei tropeçando numa pedra e caindo de costas no chão.

Algumas pessoas que também coletavam plantas, riram da cena mas Damon apenas balançou a cabeça negativamente, deixando-me para trás.

(...)


– Que caminho vamos seguir? - Perguntei para Damon, parando ao seu lado e vendo as três bandeiras, cada uma em uma trilha diferente. Nós não tínhamos feito muito esforço e nem caminhado demais, já que as plantas que coletamos estavam no início da trilha.

- Não vamos seguir nenhum desses caminhos, eu conheço um atalho. - Me virei para Damon, olhando-o incrédula.

– O quê? Não mesmo! Os instrutores vão nos matar se seguirmos um caminho diferente. E se nos perdermos? - Estrilei.

– Não vamos nos perder. Eu conheço essa Floresta com a palma da minha mão. - Falou, se achando o tal.

– Não mesmo, Damon! Não vamos entrar em um acordo. - Bati o pé no chão.

- Então você vai ficar aí sozinha. - Ele disse, saindo de perto de mim e entrando na única trilha que não continha bandeira nenhuma. Meio relutante, eu o segui, com medo de que alguma coisa desse errado.

Andávamos em silêncio. Damon estava na minha frente, todo de preto, andando com uma confiança e firmeza que eu não tinha. A trilha realmente era difícil de andar, com variações no terreno e muitos obstáculos.

– Damon, eu não aguento mais... - Falei, arfando e sentindo o suor escorrendo pela minha testa.

– Pare de moleza, Elena! Nós temos que ser um dos primeiros a chegar. - Me apoiei em uma árvore e senti um pernilongo me picar.

Comecei a chacoalhar meus braços na frente do rosto para espantar os mosquitos e peguei o repelente dentro da mochila, passando pelos meus braços.

– Eu estou cansada! - Damon me olhou como se eu fosse um alien.

– Não está não, anda logo! - Ele se virou e voltou a caminhar. Guardei o repelente na mochila e dei uma corridinha para alcançá-lo.

A cada 2 minutos eu tropeçava em alguma raíz de árvore fincada no chão e passava repelente nos meus braços descobertos enquanto Damon continuava caminhando com firmeza e sem reclamar dos mosquitos. Ele parecia mesmo habituado com o caminho que fazia.

Uma subida muito estranha e difícil apareceu em nossa frente.

Damon conseguiu subi-la rapidamente enquanto eu ficava para trás.

– DAMON! Eu não consigo subir!

– Você é muito chata!

– Eu não tenho culpa de você ser praticamente um Tarzan Uga-uga e eu não conseguir fazer as coisas que você faz! Eu não consigo subir sozinha e a culpa é sua por ter escolhido um caminho tão difícil e fora da nossa rota!

– Você não consegue porque é burra! Eu sei muito bem o que eu estou fazendo ok? - Mordi o lábio inferior, irritada com o insulto.

– Se você sabe, então, pelo menos ajude a burra aqui a subir, seu troglodita! - Nos encaramos tão intensamente e com tanta raiva, que eu não me surpreenderia se saíssem faíscas de nossos olhos.

- Ok, me dê a sua mão. - Ele se agaixou, esticando o braço em minha direção.

Por incrível que pareça, eu senti que aquela não seria a primeira vez que ele repetiria aquele gesto.

- O que?

– Me dê a sua mão, vou te ajudar a subir. - Assenti, apoiando os pés em algumas pedras e raízes de árvores, segurando a mão de Damon logo em seguida e impulsionando meu corpo para cima, subindo com a ajuda da força de Damon.

- Satisfeita? - Perguntou ele, de um jeito totalmente debochado.

– Muito. - Sorri debochadamente.

Depois de mais ou menos 20 minutos de caminhada, eu já me encontrava totalmente esgotada e sem forças. Eu não estava me alimentando direito e fazer tanto esforço quando eu tinha pouca energia não estava sendo uma boa idéia.

Damon continuava andando rápido e ignorava meus protestos. Eu estava passando mal e ele achava que eu estava de birra pra cima dele.

Parei abruptamente ao ver uma cobra enorme na minha frente.

– AAAH UMA COBRA! - Dei um berro, fazendo Damon parar de andar.

– Para de gritar, ela não vai te fazer nada! - Ele disse, impaciente.

– Mas é claro que não! Ela só vai me engolir inteira! - Falei, em pânico.

– Pare de ser dramática! - Urrou.

– Então pare de ser estupido! - Retruquei.

– Eu não estou sendo estupido! - Bradou.

– Mas é claro que está! Não tenho culpa da idiota Rebekah não ser a sua dupla! - Eu estava com tanta raiva que tinha até me esquecido da cobra.

– Deixe-a fora disso! Diferentemente de você, ela é uma garota legal e não uma descerebrada. - Dei uma risada irônica.

– Então vai lá com ela! Vai pro topo da Floresta da Luz e pegue a merda do seu prêmio! - Damon me olhou de forma fria, o que me machucou profundamente.

– Quer saber? Eu vou mesmo! Não vale a pena ficar aqui discutindo com você! - Ele virou as costas, deixando-me ali sozinha, numa trilha totalmente diferente, com uma cobra.

E mesmo morrendo de medo, não ousei segui-lo.

Continuei andando, sentindo uma fraqueza enorme se apossar de todo o meu corpo. Se o Damon conseguia andar por aquela floresta e achar o topo, eu conseguiria também. Mas se passou um bom tempo quando eu senti que estava andando em círculos.

Comecei a tremer quando ouvi um barulho muito estranho próximo a mim. Mesmo fraca, consegui correr, sentindo o desespero me dominar totalmente. Eu tirava os galhos de árvore que atrapalhavam o meu caminho sem nem olhar para onde pisava ou por onde eu estava passando, até que escorreguei, raspando a minha perna uma pedra áspera e me segurando firmemente na primeira coisa que eu vi. Foi muito rápido, mas quando a constatação me atingiu, foi como um raio.

Olhei para baixo e vi que eu estava pendurada em um despinhadeiro. Se eu caísse dali, a morte seria certa.

- SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA POR FAVOR! - Meus membros tremiam e eu só conseguia gritar e chorar de desespero.

– SOCORRO, POR FAVOR! SOCORRO! - Eu estava fraca demais e sabia disso. Não tinha mais forças para ficar me segurando.

Eu sabia que iria morrer e sabia que seria mais rápido do que eu imaginava. Sabia que nunca descobriria quem eu sou de verdade e que nunca seria capaz de mudar. Sabia que nunca mais veria a minha mãe abrir os olhos e nunca diria ao Damon o quanto eu sentia por tê-lo maltratado tanto.

Meu pedido fora atendido no fim das contas.

Não era o que eu queria? Fechar os olhos e morrer?

Então porquê eu sentia que não deveria ser assim?

Olhei para baixo novamente e senti vertigens. Minha perna ardia e meu pé esquerdo latejava. Meus braços tremiam, tamanha a força que eu fazia, mesmo sabendo que de nada adiantaria.

Eu não aguentaria por muito tempo.

– ELENA! - Era a voz do Damon, uma chama de esperança!


– DAMON! AQUI, SOCORRO! AQUI! - Gritei, desesperada, sentindo a fraqueza de antes me dominando novamente.

– Elena, eu vou te tirar daí! - Damon me olhou desesperado e estendeu o braço em minha direção pela segunda vez naquele dia.

Olhei para a sua mão receosa, com medo de que ele não me aguentasse e eu caísse e o levasse junto.

– Eu vou cair, Damon. - Sibilei, me sentindo zonza de repente.

– Eu não vou deixar você cair. - Os olhos profundos de Damon me olhavam com determinação.

– Eu estou fraca. - Murmurei, chorando.

– Você não vai cair, Elena. Segure a minha mão, confie em mim. - Suas últimas palavras fizeram-me viajar em minhas lembranças perdidas mais uma vez.

Flash back on:

Eu havia acabado de cair e meu joelho estava machucado. Ardia muito e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar baixinho para que a minha mãe não visse.

– Elena, o que aconteceu com você? - Damon surgiu ao meu lado, segurando uma bola de futebol.

– Eu caí e meu joelho está doendo muito! - Falei, chorosa.

– Seu machucado pode infeccionar! Tem que passar um remédio. - Ele disse, olhando para meu joelho ensanguentado.

- Não, vai arder! - Discordei, enxugando algumas lágrimas dos olhos.

– Não vai arder, Amendoim! - Retrucou, me deixando irritada.

– Vai sim! - Bradei.

– Confie em mim. - Olhei para seu rosto bem na hora que ele esboçou um sorriso lento e brilhante. Mesmo tentada a dizer não, eu acabei pegando em sua mão quando ele a estendeu em minha direção, levando-me até sua casa, onde sua mãe passou um remédio em meu joelho que não ardeu.

– Viu? Eu não disse que não iria arder? - Nós dois rimos depois que a mãe de Damon terminara de fazer o curativo em meu joelho.

– É, você disse! - Concordei, ainda sorrindo.

– Então você confia em mim? - Damon parou, me olhando de um jeito esperançoso.

– Confio, claro que confio. - E sempre confiarei. Completei em pensamentos.
 

Flash Back Off

Quando voltei a realidade, eu ainda estava no despinhadeiro. O braço de Damon continuava estendido em minha direção.

– Você tem que confiar em mim, Elena. - Assenti, vendo o quanto ele estava desesperado.

– Eu confio em você. - Agarrei firmemente sua mão. Primeiro, com a mão direita e logo depois, com a esquerda.

Ele fez uma força enorme para me puxar para cima e eu tentei ajudá-lo a qualquer custo. Quando Damon me puxou, acabei caindo em cima dele, ambos com a respiração ofegante, aliviados e meio assustados com o que acabara de acontecer.

Seu rosto estava muito perto. Não só seu rosto, pois eu conseguia sentir o calor de seu corpo encostando no meu e sua respiração tocando meu rosto suavemente. Os seus olhos azuis me encantaram. Quando eu olhei para eles, tudo acabou ficando em câmera lenta e aquele momento era o único que eu conseguia me lembrar.

O que eu mais desejava naquele momento era fechar os olhos. Percebi que era o que o Damon queria também quando seu olhar intenso se focou em minha boca. Meu coração acelerou com aquele olhar e fiz o que meu coração me mandava pela primeira vez.

Eu o beijei.

Um selinho tímido que reproduziram diversas borboletas em meu estômago e que fez com que meu corpo inteiro formigasse. Fora o beijo mais simples e intenso que eu já dera em alguém. Minha vontade era a de não desgrudar meus lábios dos dele mas quando o fiz, demorei alguns segundos para abrir os olhos.

Me deparei com o olhar surpreso de Damon sobre mim.

– Você está bem? - Abri os olhos quando ouvi a sua pergunta.

- Hum? - Eu ainda estava meio desnorteada. Damon parecia querer prender a risada.

– Consegue andar? - Reformulou a pergunta.

– Acho que... aiiii. - Tentei me levantar, mas quando encostei meu pé no chão, senti uma dor enorme. Minha coxa também estava machucada e minha calça naquela região, totalmente destruída.

Damon veio até mim, me pegando no colo. Em nenhum segundo nossos olhares se desgrudaram. Não falamos sobre o beijo em nenhum momento, mas eu sentia que fora tão intenso para ele quanto foi para mim.

– Me desculpa por ter te deixado sozinha. A culpa foi minha. - Suspirou, sentindo-se culpado.

– Esquece isso. - Pedi, com a voz fraca.

– Não, Elena. Você poderia estar morta! Eu não me perdoaria se isso tivesse acontecido com você.

– Eu não estou morta, você me salvou.

– Era o mínimo que eu poderia fazer! - Soltei um suspiro, encostando minha cabeça em seu peito e envolvendo seu pescoço com as minhas mãos. Eu estava cada vez mais zonza e mais fraca. - Durma um pouco, Elena. Nós vamos encontrar ajuda ok? - A única coisa que consegui fazer foi confirmar com a cabeça.

Logo depois, eu acabei caindo na inconsiência certa de que se era para mim ter morrido no dia de hoje, Damon havia acabado de me salvar.

De novo.


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Notas finais do capítulo

*Floresta da Luz é uma floresta fictícia ou seja, é apenas invenção da minha cabecinha. Se existir mesmo alguma floresta da luz por aí, perdoem-me.
O Klaus chegou na áreaaaa HSUAHUSAHU Com quem será que a Carol vai ficar huh? KKKKK'
Desculpem se o capítulo ficou ruim, eu espero que vocês tenham gostado. Teve um beijo Delena *o* Foi simples mas eu amei descrevê-lo! Nos próximos capítulos vocês verão os dois se aproximando mais *o*
Estou pensando em fazer uma segunda parte do capítulo do passeio, onde eles passarão mais alguns momentos juntos o que vcs acham?
Muitas surpresas ainda lhes aguardam!
Meninas, eu fiz um grupo para a fanfic. Lá eu postarei spoilers e sempre lhes avisarei mais ou menos o dia que terá uma nova atualização. Eu sempre estou lá no face então se acontecer algum tipo de imprevisto e eu demorar demais, eu vou avisá-las pelo grupo então, por favor, não deixem de participar!! É um IMENSO favor que peço a vocês participar do grupo.
LINK DO GRUPO DE MY CURE: https://www.facebook.com/groups/628139443865770/
Meninas, vou tentar demorar menos da próxima vez que eu for postar ok? Me desculpem ter demorado tanto!
AS LEITORAS DE MY CURE QUE TAMBÉM LÊEM EMERGENCY, AQUI O GRUPO DA FIC: https://www.facebook.com/groups/470719886339776/
Não deixem de participar por favor!!
Comentem pra mim meninas? Desculpem de novo ter demorado, ainda estou BAD, me sentindo muito chateada então, comentem pro meu humor melhorar por favor meninas *-*
Tenham uma boa tarde divas!

PS: Não sei se conseguirei responder todas as reviews hoje, mas eu respondo assim que der ok? Eu prometo!