POV Scorpius

A minha cabeça doía mais que tudo no momento em que eu acordei. A primeira coisa que eu vi foi Rose, dormindo tranquilamente na cadeira ao meu lado, segurando a minha mão.

Tentei me lembrar de como havia ido parar na enfermaria. Depois de muito tempo (e certo esforço de memória, diga-se de passagem) lembrei do episódio do dementador no trem e estremeci.

Havia tanta coisa, tanto que eu não queria lembrar, e aquele maldito dementador me aparece e põe tudo a tona de novo. Maldito.

Fiquei mais um tempo observando a Rose enquanto ela dormia. E me lembrando de como eu me senti naquela vez que ela caiu da vassoura durante um jogo de quadribol. Eu quase morri do coração de tão preocupado que fiquei.

De repente ela se mexeu meio inquieta e murmurou algumas palavras que eu não entendi, e depois acordou assustada.

–Você acordou!-ela exclamou assim que se virou para mim, e se jogou em cima de mim. Eu abracei ela, ignorando as dores.

–Heyy, calma pequena,eu já acordei sim-eu disse, alisando seu cabelo com as mãos.

–Você apagou por 2 dias inteiros! Dois dias!-ela disse, agitada. Eu revirei os olhos.

–Nem é tanto, uma vez eu fiquei desacordado quase uma semana-eu disse.

–Nessa época você não era meu namorado- ela disse, cruzando os braços. Eu fiquei meio confuso.

–Tá, só pra mim entender, você ta brava comigo porque eu desmaiei por dois dias, mesmo que você saiba que isso não é culpa minha?-eu perguntei, e ela me olhou e revirou os olhos.

–É isso ai. Aprenda seu cabeça de repolho, você não pode me deixar preocupada!-ela disse, e me beijou. Eu a beijei, mas não saiu direito porque eu estava rindo-Para de rir garoto!-ela reclamou.

–Não dá, você e hilária ruiva!-eu disse. Madame Pomfrey apareceu e me deu alta, mas disse que eu teria que comer muito chocolate e bla, bla, bla.

–Scorps?-Rose perguntou, tímida enquanto no dirigíamos para os jardins.

–Que foi ruiva?

–Poque você ficou tão nervoso quando os dementadores apareceram? Quer dizer, o que tem de tão ruim no seu passado prate deixar daquele jeito?-ela perguntou. Eu enrijeci.

–Não é nada Rose- eu respondi. Não levem a mal, mas eu ainda não estou preparado pra contar sobre aquela noite para ninguém. Nem mesmo ela.

–Tudo bem então-ela disse. E isso me lembrou do que ouvi no trem, a conversa dela e do Peter.

–Mas e você e o Parkinson? Não pense que você me enganou com aquela história de dever de runas-eu disse, assim que ela abriu a boca para negar. Ela revirou os olhos.

–Vai ter que se contentar, porque é a mais pura verdade-ela retrucou, dando de ombros.

–Poupe-me Rose, porque ele pediria para você e não para algum amigo dele?

–Talvez porque eu seja a melhor aluna de runas?

–Não me convenceu ainda.

–Que pena Scorps-ela disse, e me deu um selinho.

–Desde quando você não me conta as coisas?-perguntei exasperado.

–Desde quando você não acredita em mim?-ela retrucou.

–Não muda de assunto!

–Não to mudando. Mas agora eu tenho aula de D.C.A.T, então a gente se vê depois!-ela disse, e saiu correndo. Eu fiquei fitando o lugar por onde ela havia saído.

–SCORPIUSS!!!!-ouvi uma voz conhecida me chamado. Me virei e dei de cara com Percy e Alvo-Ainda bem que você acordou cara, eu ja tava preocupado!-Alvo falou.

–Mentira que eu sei que você só tava pensando na Claire!-eu retruquei, fingidamente magoado. Ele ruborizou e Percy riu.

–Tava nada seu mongol, você é o meu melhor amigo.

–Eu sei debil, só tava te enjoando-eu disse, socando seu braço. Nós rimos e nos encaminhamos para a aula de feitiços, que era a aula mais chata de todo universo, mais pelo menos era boa para conversar.

–Cara, você me assustou mesmo quando começou a berrar no trem, deu pra ouvir la da minha cabine, e olha que eu tava longe!-Percy falou.

–Ja passou, não quero falar sobre isso-eu disse, doido para cortar o assunto pela raiz. Não, eu não vou contar isso para ninguém, pelo menos não agora.

–Ta cara, ja passou. Mas foi engraçado ver a Rose do seu lado na ala hospitalar, ela quase espancou a Dominique quando ela foi la te desejar melhoras!-Alvo disse, em meio a risadas, Não pude deixar de rir.

–Ora, ora quem diria que e ruiva é ciumenta!-eu disse, rindo.

–O que é que você queria depois da menina te beijar e se declarar pra você né Scorpius?

–Sei lá, ela nunca me pareceu ser do tipo ciumenta-eu pensei em voz alta. Eles riram.

–Você tinha que ver ela com a comida quando era criança, se você encostasse um dedo no chocolate dela ela te dava uma vassourada bem no meio da cabeça!-Alvo falou. Nós todos rimos, e o professor me deu uma bronca linda de se ver. E é claro que eu, como o cagado oficial da turma, fui o único a levar bronca e ainda por cima perdi 15 pontos para a Sonserina. Trágico. Nem ligo.

Depois dessa ainda tivemos 2 aulas e eu fiquei muito perturbado por ter passado por uma trágica experiencia de quase morte e mesmo assim não ser dispensado das aulas. Mas tudo bem, eu sempre sou azarado mesmo. Acho que se eu comprasse um cemitério as pessoas iriam parar de morrer só de raiva.

Na hora do jantar eu comi como se não houvesse amanha. Cheguei a conclusão de que experiencias de quase morte envolvendo dementadores te dão muita fome. Depois fiquei um pouco com a Rose e fui dormir, ainda com a pulga atras da orelha.

O que será que ela e o Prkinson estavam falando? Não a história da tarefa não me convenceu, mas eu sabia que ela não iria me contar a verdade, então eu teria de descobrir sozinho.

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