Laogevities - Santuário De Almas escrita por Letícia Godoy


Capítulo 3
Capítulo 2 – A mulher da visão


Notas iniciais do capítulo

Apreciem a leitura^^



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Três anos se passaram rápido, pelo menos foi essa a sensação que eu tive. Os tratamentos psicológicos aos quais fui submetido desde aquela minha visão começaram a me ajudar um pouco, agora eu conseguia dormir ao menos quatro horas por cada duas noites, mas não me sentia melhor por isso. As visões continuavam, mas não com tanta freqüência, e às vezes, eu ansiava por tê-las, pois eram tão reais... Tão reais! Era uma tarde de verão, todos os outros brincavam pelo pátio e os mais velhos namoravam debaixo do arvoredo, mas eu não. Continuava a ler o meu livro sobre a teoria das dimensões paralelas, perdido em um mundo só meu, não conseguia simplesmente me relacionar com as outras pessoas, na verdade elas pareciam tão insignificantes. Tão preocupadas em encontrar o amor verdadeiro, em namorar e tantas outras coisas fúteis que me deixavam enojado, observando-as, eu entendia o quanto eu era superior, diferente! Foi então que eu achei estar tendo mais uma daquelas visões... Ela caminhava de forma muito elegante, a passos curtos pelo caminho de pedras que cortava o jardim, seu rosto não era jovem, mas de uma beleza exótica inconfundível... Seu corpo era maduro, com formas definidas e despertaram meus desejos mais escondidos dentro daquele meu eu confundido, seus cabelos longos e negros adornavam-lhe a face alva e logo os olhos castanhos claros fitaram os meus com certa intensidade:

─ Christopher? Christopher Glazkov? ─ Perguntou-me ela, sua voz tinha um timbre agradável que me deixou fascinado. Levantei-me apressado e estendi-lhe a mão de maneira educada.

─ Sim sou eu, muito prazer senhora... ─ Não terminei a frase esperando que ela dissesse-me seu nome e dei um curto sorriso para a mulher.

─ Helena, Helena Connor, você e eu já nos conhecemos meu caro jovem! Talvez não se lembre, mas eu me lembro de você! ─ Disse-me ela apertando minha mão de forma calorosa, então ela era a mulher da minha visão, eu tinha certeza que era, apertei sua mão com a mesma intensidade dizendo em seguida:

─ Você me trouxe para cá, não é? ─ Ela hesitou um pouco puxando sua mão e então disse constrangida.

─ Desculpe tê-lo deixado aqui, mas eu não podia cuidar da melhor forma de você.

─ Não me deve nada. ─ Apressei-me em dizer. ─ Mas quem é você? Como sabe sobre mim e por que me salvou?

─ Era amiga de sua mãe. ─ Ela abaixou a cabeça ficando séria de repente, eu não consegui entender o que eu havia dito que pudesse ter causado tal impacto em uma mulher tão magnífica quanto aquela. A cada instante ficava mais deslumbrado em relação a ela. ─ Yula e eu estudamos juntas e sempre fomos muito amigas, quando ela se casou ainda mantivemos o contato porque... ─ Novamente ela parou de falar sentando-se no banco onde eu estava a alguns instantes atrás. ─ Existe muitas coisas que você precisa saber sobre você, por isto eu vim lhe buscar. Preciso lhe treinar Christopher.

─ Treinar-me? ─ Perguntei confuso.

─ Sim, aqui eu não posso lhe explicar nada, mas eu vim lhe buscar. Tem que acreditar em mim.

─ Não disse que não acreditava... Eu sonhei com você, quero dizer não foi um sonho. ─ Parei por um instante, ponderando a idéia de contar ou não para mulher sobre as minhas visões. ─ Tive uma visão e venho tendo-a há muito tempo.

─ Imaginei que sim, mas precisa controlar isto.

─ E como eu faço isto? ─ Perguntei confuso novamente, ela parecia estar esperando por cada gesto meu, por cada ação.

─ Eu irei lhe ensinar, porque estas visões constantes fazem você perder tempo de vida.

─ Como é? ─ Ela levou sua mão macia ao meu rosto e acariciou-o me lançando um olhar materno.

─ Calma, uma coisa de cada vez. Christopher você é especial, não é um menino como todos os outros. ─ Ela continuou me olhando, mas de alguma forma eu já esperava que dissesse algo como aquilo.

─ Sempre soube disso Helena, mas achava que poderia ter algo errado comigo. ─ Respondi honestamente.

─ Não, não é com você. Pegue suas coisas você tem permissão para ir embora comigo. ─ Disse-me ela com o sorriso mais lindo que eu já vira em toda a vida, que fez com que me perdesse por uns instantes.

─ Eu... Irei! ─ Respondi fracamente, sentindo um nó vindo em direção a minha garganta.

─ Esperarei você por aqui, depressa querido.

Não pensei duas vezes antes de sair apressado em direção ao dormitório. Eu não tinha muitas coisas, mas gostava muito dos meus livros e com certeza não os deixaria para trás. Arrumei tudo em questão de segundos, coloquei-os organizadamente dentro de uma mochila e já estava pronto para partir. Deu uma boa olhadela naquele lugar escuro e sujo que fora minha casa por tanto tempo, talvez... Somente talvez eu sentisse falta de tudo aquilo.

Quando retornei ao pátio novamente, Helena me esperava sentada no mesmo lugar, como se não tivesse se movido nem uma única vez. Olhei-a de forma determinada a fim de não parecer um menino curioso e usando o meu tom de voz mais cordial, disse rapidamente:

─ Estou pronto, senhora Connor. ─ Ela se levantou e meneou a cabeça positivamente, sem dizer uma palavra, começou a caminhar pelo caminho de pedra e quando já estava a uma boa distancia de mim, proferiu em tom baixo.

─ Estou contente com o seu entusiasmo Christopher, isso me faz lembrar do seu pai. ─ As palavras dela me provocaram uma sensação de emoção que eu nunca tinha experimentado antes. Nada conseguia mexer com o meu emocional, a não ser a lembrança de meus pais... Eu sentia muita falta deles, muitas vezes desejei vê-lo mais uma vez, mas aquilo parecia impossível.

Depois de atravessarmos o pátio, eu dei adeus a minha velha vida naquele orfanato em Moscou, e dei olá para as minhas novas oportunidades. Eu sentia que não estava sendo tirado dali para ser somente mais um em bilhões de pessoas, mas sim para fazer a diferença na Terra... Se metade das minhas visões fossem realmente verdadeiras... Então a minha aventura acabava de começar!


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Notas finais do capítulo

TO BE CONTINUED...



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