Estúpido Acidente! escrita por Julia


Capítulo 3
Eu chamei ele de bonito!


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Eu gostaria de agradecer aos primeiros reviews da fic! ;)
Esse capitulo é pra voces!



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A primeiro coisa que percebi, quando acordei tonta e cansada, foi que estava em um quarto de hospital. Uma mulher, provavelmente muito rica, estava sentada olhando fixamente para a tela do celular, parecendo entediada. Pirraguei para chamar sua atenção e perguntar quem ela era, quando um médico apareceu na porta do quarto, checando uma prancheta em suas mãos ao mesmo tempo em que olhava sorridente em minha direção.

— Olá Josh, como esta se sentindo? – Meu rosto se contorceu em uma careta de confusão. Josh? Do que aquele maluco estava falando? 

Olhei para a mulher ao meu lado mas ela apenas levantou os olhos por alguns segundos na direção do médico antes de voltar a se concentrar em seu celular, nem um pouco abalada com o que estava acontecendo. 

— O que? O que aconteceu? Por esta me chamando de Josh? 

Meus olhos se arregalaram assim que comecei a falar. Que porra tinha acontecido com a minha voz? Porque estava tão rouca e... masculina?

— Que eu saiba é o seu nome, idiota – Uma garota que eu não havia notado ainda se fez presente, mascando um chiclete, encostada na janela com os braços cruzados. Seus olhos estavam vermelhos e inchados como se tivesse chorado por muito tempo, mas no momento tinha um sorriso irônico no rosto e falava como se eu fosse uma criança aprendendo a escrever. 

No meu estado de nervosismo, preferi ignorar aquela pirralha e tudo o que acontecia a minha volta, focando minha atenção apenas no médico, tentando buscar uma explicação que ele não parecia disposto a dar se seu rosto confuso com o meu desespero indicasse algo.

— Isso é um engano. Meu nome é Annelise McCarty e eu... – Assim que me movi para achar uma melhor posição na cama e tentar sentar, senti alguma coisa estranha em um lugar que eu não deveria sentir nada – AH MEU DEUS, AH MEU DEUS! O QUE É ISSO NO MEIO DAS MINHAS PERNAS?!

Meu corpo involuntariamente se moveu para trás, tentando fugir do alcance daquela... daquela coisa no meio das minhas pernas e acabei escalando o encosto da cama, percebendo que não importava o que eu fizesse, aquilo também me seguiria. 

O fato de meus gritos (sempre tão agudos) saírem roucos e fortes ao invés do que era comum, não contribuiu em nada para o meu recente e crescente estado de pânico. 

— Se acalme Josh! – A mulher se pronunciou assustada com o meu comportamento, finalmente saindo do transe com seu celular e falando em um tom bastante irritado – Como assim o que é isso? Você sabe muito bem o que é. Tem isso desde que nasceu!

Minha cabeça girou e soltei um suspiro de dor.

—Eu acho que eu vou vomitar...

—Senhor Greenleaf, por favor, acalme-se! Acho que o efeito do remédio está causando algumas reações colaterais em seu organismo.

As palavras do médico penetraram em meio ao caos que estava meu cérebro e parei, arregalando os olhos e rezando para ter ouvido errado. Greenleaf? O sobrenome do Josh idiota Greenleaf? Isso só podia ser um pesadelo! Tinha que ser!

— E-eu quero um espelho agora! – Falei assustada com a situação, minhas mãos tremendo cada vez mais de modo incontrolável. Mãos fortes, grandes e que certamente não eram minhas.

O médico, receoso, me entregou o espelho e vi outra pessoa no lugar onde era para estar meu rosto. Um garoto bonito, de cabelos e olhos castanhos, mandíbula definida e ainda que não estivesse ali no momento, um sorriso ladino e confiante, o mais irritante da Terra que tinha o poder de me enfurecer em questão de segundos. 

Eu era um garoto. E pior, eu era Josh Greenleaf!

Queria entender tudo isso, mas não conseguia falar, esqueci como se respirava.  Estava no corpo de um garoto que odeio e ainda por cima não sei onde esta o meu verdadeiro corpo! Será que fui enterrada? Será que meus pais choraram na minha morte? O que será que eu fiz de tão ruim pra merecer isso? Como será que foi o meu veló... Peraí Annelise! Foco!

O primeiro passo seria descobrir o que aconteceu. É, manter a calma parecia a coisa mais certa no momento. 

Mesmo que nada daquilo fosse certo.

— O que aconteceu comigo? – Perguntei a beira de um ataque de lágrimas.

— Ai meu deus Josh! Quando você ficou tão  mulherzinha? – Eu queria voar na cara daquela garota que até agora só tinha observado toda a minha cena de pânico, mas provavelmente com meus novos músculos (e muito bem utilizados, por sinal) eu acabaria matando ela. Não que não tivesse me passado pela cabeça...

— Bem, você estava bêbado – Oh meu deus! Que novidade! Josh bêbado é a mesma coisa que um panda comendo bambu (nossa...Essa comparação foi terrível. Será que uma parte do raciocínio dele tinha ficado na minha mente?) – E estava dirigindo em alta velocidade, quando perdeu o controle e atropelou uma garota. – Olhei para a mulher que deduzi ser a mãe do Josh e ela não mostrava nenhum sinal de repreensão ou qualquer coisa que fosse. Seu iPhone parecia mais importante.

— Eu atropelei uma garota?! – Tive que entrar no papel de Josh, antes que me taxassem de maluca e me internassem na psiquiatria daquele lugar.

E bem, entrar no papel não era difícil já que se eu batesse no meu peito e comesse bananas o resultado seria o mesmo.

— Bem, sim, acredito que você até mesmo a conhecia já ela estuda na sua escola. O nome dela é Annelise McCarty.

Minha respiração ficou presa na garganta e senti meus olhos (olhos do Josh?) se arregalarem. Espera. Ele me atropelou?! Eu vou matar aquele garoto!

Mas... Isso ia doer em mim, eu acho. Ah que droga!

— Bom doutor, quando ele vai poder sair do hospital? – A “minha mãe” perguntou, entediada com aquela conversa.

— Felizmente nenhum dos dois apresenta um quadro grave. No final dessa semana ele já pode ser liberado. Mas, eu não quero que isso se repita, entendido rapaz? – Humpf! Até parece que eu ia encher a cara do jeito que aquele babaca fazia. Tudo bem, talvez só um pouco. Mas não a ponto de ser idiota o bastante para atropelar uma pessoa.

De repente, algo pareceu clicar em minha mente e uma terrível ideia me passou pela cabeça.

E se o Josh estivesse no meu corpo? Eu estava presa naquele monte de músculos e mente do troglodita, então não era tão improvável pensar que ele estaria no meu corpo esculpido pelos deuses. 

Preferi não pensar no pior, como ele me ver pelada ou ver minhas calcinhas nem um pouco sexys. Eu teria que impedi-lo antes que aquilo acontecesse. 

Mas então, no meio de todos aqueles pensamentos vergonhosos, me dei conta de outra coisa pior do que tudo, e que já tinha acontecido.

EU O CHAMEI DE BONITO!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? DEIXEM REVIEWS!!
Até a proxima amores o/ E me desculpem pelos capitulos pequenos :/