Pessoa Certa escrita por Mary


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Esse é o ultimo hoje porque eu já estou com a escrita atrasada (ou seja, tenho que passar do papel pro word, mas estou com uma preguiça desgraçada). E semana que vem vai ficar um pouco difícil postar duas vezes no dia por que vida de etec não é fácil.



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- Os antigos diziam que ter cabelo vermelho significava ser azarado.

                - Sabe o que eu acho dos antigos?

Levantei minha cabeça que estava apoiada em seu braço e o olhei.

                - O que?

                - Que eles têm razão quanto a isso.

Jake riu e covinhas se formaram em suas bochechas. Sério, os pais dele fizeram um ótimo trabalho. Ok, eu tenho que dar algum crédito as irmãs mais velhas dele também...       

                - Você se acha azarada, Calli?

                - Ah, qual é! Eu sou a pessoa mais azarada do mundo inteirinho! Quase não caibo no mundo por causa do meu azar!

                - Eu acho que é mais culpa do exagero do que do azar...

                - Você é muito chato! Vem, veste as calças. Vou te mostrar uma coisa.

                - Mas talvez eu nem precise vestir a calça pra você me mostrar alguma coisa.

 Como era cínico! Uau. Levantei-me e coloquei minha roupa. Como Jake não fez movimento de que iria se levantar, me abaixei pra pegar sua roupa e a taquei em cima dele.

                - Levanta sem vergonha! Eu já te mostrei isso que você está dizendo... Vou te mostrar outra coisa.

Arrastei um Jake com as calças nos joelhos para fora do apartamento. No meio do corredor entre nossas portas havia outra porta menor. Coloquei a chave na fechadura e girei.

                - Aonde nós vamos Calli?

                - Nós do ultimo andar temos a vantagem de ter o telhado só para nós. Quer dizer, eu tinha essa vantagem por ser a única moradora do sexto andar... Mas então você chegou e de acordo com o contrato agora eu sou obrigada a dividir com você.

                - Acho que você já dividiu comigo o que eu queria que você dividisse.

Dei-lhe uma cotovelada nas costelas e escancarei a porta. Tinha algumas escadas, o empurrei para dentro e fiquei atrás dele, com as mãos em seus olhos.

                - O que você está fazendo? Eu já sei que é o telhado!

                - É, mas você não sabe como é o telhado.

O fiz subir os degraus rapidamente. Ele quase deu de cara na outra porta, mas o detive antes. Jake colocou a mão na maçaneta e quando eu pensei que ele a abriria, me puxou de suas costas e me prensou contra a porta.

                - Jake!

                - Eu acho que não quero ver telhado nenhum...

                - Sai Jake!

Empurrei seu corpo, mas só serviu pra me lembrar que ele estava sem camisa. Ai saco!

                - Sai Jake! Sério, não é legal você me ficar me agarrando desse jeito!

Ele encostou mais o corpo a mim. Fechei os olhos e senti o botão da calça ainda aberto encostar-se ao meu umbigo. Fechei os olhos e suspirei.

                - Você não gosta?

Que sacana! Claro que eu gosto... Mas. Abri os olhos e o encarei. Ele sorriu e as covinhas furaram suas bochechas. Ele fica tão fofo com essas covinhas, nossa! Espera, será que é educado dizer que um homem do tamanho dele tem covinhas? Será que é mais apropriado dizer que ele tem lindas crateras nas bochechas? Hum, acho que não.

Jake encostou os lábios no meu pescoço, então fechei os olhos novamente. Ele passou a língua na linha do meu maxilar e suspirou. Então ergueu o rosto e disse:

                - Está bem! Mostre-me seu telhado.

Quando abri os olhos, Jake estava com os seus fechados e bem apertado. Estendeu o braço e o colocou no meu ombro. Segurei sua mão ali e me virei para abrir a porta. Saímos no telhado e eu fiquei sem ar só de olhar para o meu trabalho ali em cima.

                - Pode abrir os olhos.

Ele soltou um grande suspiro e me virei para encará-lo. Jake estava de boca aberta enquanto virava a cabeça para ver tudo.

                - Como foi que você fez isso?

                - Muitas horas de insônia e uma lâmpada pendurada num fio.

Jake riu e andou pelo caminho de pedrinhas que eu tinha feito. O telhado era basicamente: o chão de metade madeira metade concreto; tinha um monte de pequenas árvores espalhadas por lá que nos faziam esquecer que estávamos em um telhado de um prédio no meio de Seattle. A parede que dava para a escada estava forrada de pichações que meu ex-namorado tinha feito. Falando em ex...

                - Calli, isso aqui é incrível! Como foi que você fez isso sozinha? Já pensou em ser paisagista?

                - Bem, na verdade eu não fiz exatamente sozinha... E nunca tinha pensado nisso.

                - O que, nunca pensou? Ally ajudou?

                - Na verdade, foi meu ex-namorado que me ajudou...

Jake me olhou de um jeito esquisito e quando pensei que ele fosse falar alguma coisa, ele só sacudiu a cabeça e suspirou.

                - Normal você ter tido namorados... Só não sei por que eles terminaram com você.

                - Os motivos são muitos. Quer por ordem cronológica ou alfabética?

                - Muito engraçado palhaça.

Ri e fui até onde Jake estava arrancando galinhos secos de uma planta. Passei o braço pela sua cintura. Ele estava gelado.

                - Não está com frio?

                - Quer me esquentar?

Jake deu um sorriso afetado e me olhou pelo canto do olho. Como pode ser bonito desse jeito? Como?

                - Você é muito cafajeste.

Ainda não tínhamos falado sobre a visita da ex dele. Acho que Jake ainda estava meio desconcertado com isso... Acho que ele está muito agradecido por isso. Espera ai, será que foi por isso que ele dormiu comigo? Pra me agradecer? Ai que merda.

                - Ahn, você pretende ficar sem sair do seu apartamento pra sempre?

                - Eu pretendo visitar você também.

                - Jake.

                - O que?

                - Não se diz “O que” se diz “Desculpe, pode repetir?”.

                - Desculpe, pode repetir?

                - Jake, você é um idiota. Porque você dormiu comigo?

Acho que ele entendeu onde eu queria chegar com a pergunta. Jake ficou de frente para mim e vi a hora que ele notou o colchão inflável que estava ali. Um sorriso travesso pairou nos seus lábios.

                - Eu posso estar potencialmente gostando de você Callissa.

                - Potencialmente? Isso não é muito legal, eu acho.

Jake começou a me puxar em direção ao colchão, mas sem chances de ficar ali com esse frio. Puxei-o de volta pelo caminho de pedrinhas. Ele me puxou pro colchão.

Começamos um cabo de guerra humano.

                - Está frio Jake.

                - Eu te esquento.

                - Nem pensar! O colchão deve estar congelado.

                - Você não vai nem sentir...

Parei de puxar e ele também. Acho que ele desistiu quando viu minha cara.

                - Está bem, vamos para o meu apartamento.

Era a primeira vez que ia lá dois meses depois do acidente da escada. Você deve estar imaginado “Que garota idiota! O cara montado no apartamento dela e ela só foi ao dele uma vez!” O caso, é que eu trabalho a noite toda e durmo o dia inteiro. E eu imaginei você falando isso com a voz de uma velha caquética. Então, não me julgue.

                - Que foi?

O fato é que eu fiquei em choque por que a) eu não sabia o que tinha no apartamento dele e b) ele bem podia ser um maníaco me seduzindo pra depois tirar minha pele enquanto eu ainda estou viva. O pior é que ele pode fazer isso à vontade, porque eu tenho péssimos vizinhos que só viriam ver se tinha algo errado quando meus berros de dor atrapalhassem o programa de TV preferido deles. Sacanas!

                - Nada!

Dei meu melhor sorriso e voltamos pelo caminho de pedrinhas. Descemos as escadas e ele pediu a chave pra trancar a porta do telhado. Fui até meu apartamento pra pegar a chave e trancar a minha porta. Virei-me e Jake estava encostado ao batente da porta aberta. Ele sorriu e quase, quase mesmo eu me jogava pela a escada e gritava pra Deus me salvar do pecado. Credo, eu tenho que parar de ter esse tipo de ideia.

                - Vai demorar muito?

                - Estou chegando.

Mal coloquei os pés dentro do apartamento e Jake já estava tentando tirar minha blusa.

                - Feche a porta primeiro.

                - Desculpe.

Ele bateu a porta com o pé e cegamente estendeu a mão pra trancar. Voltou a atenção para a minha blusa que eu tinha posto em cima do top, desistiu e começou a desamarrar o laço na minha calça-preta-de-moletom. Cara, eu sou muito sexy. Jake também desistiu da calça.

                - Você não consegue fazer nada sozinho.

                - Você deu nó cego no cordão.

Com um movimento rápido eu desfiz o laço e ele me puxou pela casa até o sofá. Eu já estava me deitando quando ele me levantou e me levou até uma porta de correr.

                - Eu nunca levo uma garota pro meu quarto.

                - E porque você está me levando?

                - Você é diferente. É tipo uma super heroína disfarçada e precisa de comodidade.

                - Esse é seu jeito de dizer que eu sou especial?

                - Aham.

Deitei na cama dele e Jake ficou me olhando enquanto eu avaliava o quarto. Era simples, sem bagunça. Jake era organizado.

                - O que achou?

                - Sem espelho no teto?

Jake riu e deitou a cabeça na minha barriga. Ele ainda estava gelado, então eu escorreguei até ficar com o rosto perto do seu e passei os braços pela sua barriga.

                - De onde sua mãe tirou o seu nome?

                - Meus pais eram biólogos marinhos. Minha mãe era apaixonada por sereias, o sonho dela era encontrar sinais de que uma civilização do tipo existisse. Meu pai a conheceu numa expedição è procura de Atlântida. Depois disso ele a seguiu para todos os lugares. Se casaram e minha mãe engravidou. Combinaram o nome dos filhos: Menina seria Callissa e menino Tristan.

                - E então você nasceu.

                - É, então eu nasci com o cabelo vermelho igual ao da pequena sereia.

                - E que pequena sereia...


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Notas finais do capítulo

Então, se eu começar a demorar pra postar, vocês já sabem que to enrolada com trabalho de escola =/
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