Pessoa Certa escrita por Mary


Capítulo 28
Epilogo


Notas iniciais do capítulo

É isso gente! Último capítulo da Calli... Porém, vocês ainda não vão se ver livres de mim! Nos vemos lá em baixo! Com surpresinha *-*



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Meu nome é Callissa Adams e meu trabalho ainda é entreter as pessoas.

Há quase oito anos vivo em Seattle. Estou casada há dois anos e meio e vivo num bairro incrível, numa casa incrível... E agora tenho uma família incrível.

Estarei mentindo se disser que quase nada mudou nos últimos anos (percebesse isso pelo curso dessa história)... Comecei com o propósito de mostrar que todo mundo tem alguém bom o suficiente para si... Bem, sobre isso eu menti. E menti feio.

Jake não é bom o suficiente para mim. Ele é o certo.

Quando o conheci eu já sabia disso. Quando quase enlouqueci o procurando eu já tinha absoluta certeza. E digo mais: não me casaria se achasse que ele apenas era bom. Aceitei porque sabia que era perfeito.

– Calli?

– O que?

– O que tanto você batuca ai?

– Não interessa.

Estou escrevendo mais um livro... Não é sobre sereias, nem qualquer outro ser mitológico. É real.

Minha história é sobre uma história. Eu e Jake. Nada mais.

– Me conta.

– Vai dormir Jake.

– Não quero dormir sem você aqui.

– Jake querido, você já é velho o suficiente pra dormir sozinho! Toma vergonha na cara e vá dormir.

Ele finalmente fica quieto. Volto meus olhos para o computador e digito meu nome no lugar de costume: Autora – Callissa Miller.

Claro que ainda uso esse nome! Feminismo em primeiro lugar! Certo, feminismo é uma palavra muito pesada... Apenas achei melhor continuar com o mesmo nome.

Observe-me divagar novamente...

– Calli...

– Jake, vai dormir!

Viro-me na cadeira para lhe dar um olhar mortal, mas dou de cara com sua barriga (que continua bem definida...), minha pele formiga. Ele se abaixa, o rosto na altura do meu. Sorri ao ver minha cara vermelha.

– Olha minha sereia, toda vermelha.

– Babaca.

– Vem, quero te mostrar uma coisa.

Desisto de lutar e o acompanho para fora do quarto do hotel. Decidimos finalmente fazer nossa lua de mel... Deixamos Tristan e Melissa com a avó deles e pegamos um avião (com passagens compradas no balcão do aeroporto)... Meio que decidimos no meio da noite, fizemos nossas malas e despachamos as crianças (com a ajuda da Ally e do Oliver, e da filhinha deles, Meg) para a Flórida.

Agora estamos em Cassis, na França, hospedados num hotel a alguns minutos da Calanque d'En-Vau, que é um lugar onde duas montanhas se erguem em volta de um lago perfeitamente azul esverdeado de água salgada. Resolvemos vir para cá quando eu contava a Jake que meus pais acreditavam que este lugar tinha sido colônia de um grande grupo de sereias. Então ele enlouqueceu e disse que eu tinha que visitá-lo. E aqui estamos.

– Anda logo Calli.

– Espera, meu pé afundou na areia.

Segurei-me em seu braço e puxei o pé. Sorte que não estava de chinelo, porque se não teria perdido.

Paramos na beira d’água fitando a imensidão à frente.

– Quando me casei com Savana pensei que seria o homem mais feliz do mundo.

– Mas ai se enganou.

Ele passou o braço pelo meu ombro, me aconchegando perto dele.

– Na verdade não.

– Como assim não? Ta querendo voltar atrás?

– Ei, calma ai esquentadinha! Estou dizendo que se não tivesse me casado com ela não teria me decepcionado e consequentemente não teria me mudado para o apartamento de frente ao seu.

– Foi destino?

– Talvez.

Fiquei de frente para ele encarando seus lindos olhos coloridos e seu cabelo vermelho (mas não tão vermelho quanto o meu)... Algumas linhas estavam se formando nos cantos dos seus olhos, culpa daquele sorrisinho sacana dele.

– Eu amo você.

– Também te amo vizinha.

– Você tem que parar de me chamar assim Jake.

– Nem se eu conseguisse pararia. Você vai ser sempre minha vizinha gostosa.

Fico na ponta dos pés e lhe dou um beijo. Jake me segura pela cintura e sinto minhas pernas se preparando para me lançar sobre ele. Acho melhor parar por aqui. No separamos com dificuldade.

– Então, o que ia me mostrar?

– Nada... Só queria te tirar daquele computador.

– Conseguiu... Está feliz agora?

Ele sorriu. Aquele sorriso que eu conheço muito bem: pervertido.

– Na verdade agora eu quero voltar pro quarto.

Jake me carregou de volta ao quarto, meio que correndo meio que tropeçando na areia. Finalmente caímos juntos na cama rindo enquanto ele tentava não me esmagar com seu peso. Ele parou, os dois braços ao lado do meu corpo, encarando minha boca...

– Está esperando o que?

– Você virar fumaça e sumir.

– Isso não vai acontecer Jake.

– Quem me garante? Meu cérebro continua gritando que sereias não existem e que a qualquer momento você vai sair se arrastando com sua cauda de peixe em direção ao mar.

Seguro seu cabelo com as duas mãos e trago seu rosto pra bem perto do meu.

– Seu cérebro é um idiota. Eu já fiz minha escolha.

– Não vai voltar pro mar?

– Não.

– Certeza?

– Se eu voltasse te levaria junto, nem que você morresse afogado e eu tivesse que cuidar apenas do seu esqueleto.

– Uau, me sinto muito melhor agora.

Vamos fazer assim velha caquética: daqui pra frente a história é outra, e as coisas meio que são proibidas para menores. Não vou falar em como ele me segurou com força, ainda pensando que eu fugiria, ou em como beijou meu rosto todo me fazendo rir feito idiota... E que aquela noite foi a melhor da minha vida. Não vou falar, porque claro que você vai dizer que sou uma garota muito oferecida, que não soube resistir ao cara do 6B que tinha uma incrível capacidade de não conseguir ficar vestido e não entendia todos os “nãos” que eu esfreguei na cara dele.

Quer saber, dou graças a Deus por ele ser tão cheio de si, de não aceitar não como resposta... Porque provavelmente há essas horas eu estaria sozinha em casa, procurando algo para ver na TV em um pleno domingo de chuva (odeio domingo) me perguntando por que minha vida é tão sem graça e cogitando me jogar da janela no sexto andar num bairro suburbano de Seattle.

– Vamos ficar juntos para sempre Calli?

– Você é muito carente Jake.

– Sim ou não?

– Para sempre é uma promessa muito pesada, e você sabe que tenho problemas com coisas muito sérias. E se eu disser que sim, ficar com medo e pedir divórcio amanhã?

– Certo, certo. É melhor não arriscar.

– Não mesmo.

No fundo ele sabe que isso é um sim.

Me aconcheguei nos seus braços e fui dormir pensando que os Antigos não são lá muito espertos: nascer ruiva trás sorte sim. E muita.


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Notas finais do capítulo

Hey, estou com uma Fic nova ---> Cigarrette Smoke (historia/425961/Cigarrete_Smoke/)
Sinopse: Sarah Harue já foi uma pessoa horrível. Fez coisas que tecnicamente não são possíveis para pessoas que tem um coração bom... Não que ela fosse má, ou algo do tipo... Só nunca foi compreendida (ou talvez só seja mimada). Mas nada do que ela fez sequer se compara ao que está fazendo agora. Um pedido de ajuda justifica um erro desse tamanho? Enganá-lo para ela seria fácil... Fácil, se Jeremy Evans não fosse tão Jeremy Evans, claro, porque ele é tão diferente que um adjetivo foi criado especialmente para ele: Meu dia foi tão Jeremy ou Esse livro é um Jeremy!. Encare como quiser... O caso é que ela não faria isso, se não fosse irrecusável a oportunidade única de sair daquele colégio infernal.

Deem uma passada por lá e vejam o que acham... Beijos!



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