Pessoa Certa escrita por Mary


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

É gente, um erro de criatividade me fez aumentar um capitulo... O próximo é o final, depois epilogo e depois um capitulo bônus... Vão gostar do capitulo bônus (eu acho). Ai vai!



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A porcaria da tecnologia me deixando na mão de novo! Certo, certo, o computador é uma benção para a humanidade, mas é um inferno na terra quando ele não funciona. Ta legal, ele não é o problema. O problema é a porcaria da Internet!Ou talvez o problema seja eu mesma com os nervos á flor da pele. Parece que quando eu decido fazer algo certo, tudo resolve dar errado!

 Eu estava batendo com o teclado na mesa com violência quando Jake apareceu na porta da sala com o celular na mão, me olhou de forma estranha (como se não soubesse que eu tenho problemas com tecnologia... ou com qualquer outra coisa) e falou tapando o fone com a mão:

                - Minha mãe... Ela nos convidou para uma festa na casa dela... Na semana que vem... Que desculpa eu dou?

Minha vontade era falar pra ele jogar o telefone pela janela, mas me controlei afinal a ideia tinha sido minha. Respirei fundo e usei meu dom de atuação.

                - Jake... Eu quero ir...

                - Mas...?

                - E aquela maluca?

                - Ela não vai estar lá.

Claro que não. Savana iria ser transferida para um hospital psiquiátrico em Connecticut (vulgo: cadeia para loucos) na próxima quinta, então não estava mais assustada. Só que Jake não sabia disso ainda.

                - Então... Acho que podemos ir.

                - Sério?

                - Com certeza!

Ele sorriu feito uma criança e eu me senti mal por tê-lo privado de ver a mãe por tanto tempo... Eu queria que a minha estivesse comigo. Jake voltou para o quarto e escutei vagamente ele perguntando que tipo de festa seria e que roupas nós deveríamos usar.

Voltei para meu impasse com o computador. O celular tocou e atendi no segundo toque.

                - Alô?

                - Callissa Miller?

                - Sim. Quem é?

                - Fred Morton, o produtor de Como Sereia.

Uma vaga lembrança percorreu as profundezas da minha mente... Meu livro, filme, diretor, atores... Ai meu Deus! Como eu pude esquecer isso?

                -Ah, sim! Oi Fred, como estão indo as coisas?

                - Muito bem Callissa! Melhor impossível! Estamos gravando nos estúdios verdes agora e só liguei pra te deixar a par da situação... E o roteiro está perfeito! É quase uma copia exata do livro, os fãs vão adorar!

                - Ah, Sônia é ótima! Ela me mandou uma cópia e já o li inteiro, aprovado de verdade!

Girei na minha cadeira e vi Jake andando de um lado para o outro pelo quarto, ainda falando ao telefone. Não parecia ser com a mãe dele.

                - Ela com certeza vai merecer outro prêmio com esse feito! Certo, era só isso realmente... E eu sei que você está ocupada no momento, então passe por aqui para dar uma olhada quando estiver livre.

                - Claro, claro! Essa semana eu tenho um dia livre, então eu vou ir ver como estão indo as filmagens!

                - Ótimo! E obrigada pelo convite! Vou estar presente com toda a certeza, todos aqui já disseram ter confirmado também. Nos vemos em breve!

                - Tchau Fred!

Desliguei o celular e ri para mim mesma. Fred era um dos gays menos gays que eu já conheci na minha vida. Ele era alto e magro, com o cabelo escuro bem penteado e um brinco brilhante na orelha esquerda. Só acreditei realmente na sua homossexualidade quando ele me apresentou ao seu namorado na festa da escolha dos atores de Como Sereia.

                - O quê?

Dei um pulo e olhei para o quarto. Jake estava vermelho, o rosto inteiro da mesma cor até os fios do cabelo. Cheguei perto dele e mexi a boca perguntando quem era.

                - Arthur.

                - O que?

Ele me pediu para esperar um segundo. Cruzei os braços e fiquei acompanhado suas passadas longas pelo quarto. Comecei a ficar nervosa também. Meu pé entrou no ritmo dos passos de Jake e minutos depois parecíamos uma sinfonia. Catastrófica.

                - Certo Arthur. Eu sei... Tenho ideia... Não, claro que sim... Éramos praticamente irmãos cara! Certo, sei que ela é manipuladora... O que?... Como é que aquela vadia...!

Arregalei os olhos de medo. O que será que tinha acontecido? Percebi que ele estava tremendo, a mão presa ao lado do corpo. Sai da minha posição de pavor e o abracei.

                - Entendo... Aqui, se você tiver de acordo... Quero que ela esteja aqui... Hoje mesmo. Ok.

Então ele desligou e ficou parado feito uma estatua, apenas respirando. Abracei-o mais forte e senti seu corpo relaxar.

                - O que aconteceu Jake?

                - Ele quer se desculpar... Comigo e com você.

                - Ele não me fez nada. (Mentira)

                - Parece que ele não concorda.

                - Certo.

Passei o resto do dia fazendo coisas escondidas do Jake. Pedi que ele saísse umas duzentas vezes pra fazer algo sem noção, tipo levar Lotte para passear, e assim consegui ligar para alguns lugares e preparar algumas coisas. As outras coisas deixei com Sônia, afinal a casa era dela.

Quando ele voltou da ida ao Space Needle para me comprar um café (coisas sem noção lembra?) pulei em seu pescoço e o beijei.

                - Uau, vou sair para comprar cafés mais vezes.

                - É, vai sim.

Peguei o café de sua mão e tomei um gole. Ah, café do Space Needle... E nossa, como eu sou idiota!

                - Calli...

                - Que foi?

Comecei a andar em direção ao sofá, mas Jake me segurou antes. Mais ou menos nesse instante eu consegui ter uma vista panorâmica da minha sala: meu maravilhoso sofá azul-céu, a cortina escura de Jake, minha estante (agora montada) repleta de livros, e os mais brilhantes eram os que eu escrevi... Tinha coisas dele espalhadas pelo apartamento todo, mas eu ainda podia vê-lo deitado no sofá igual aquele dia... Acho que esse foi o lugar que o Jake mais marcou... A banheira ganha em segundo.

                - Ele vai chegar daqui uma hora.

                - Certo.

                - Não sei se...

Voltei e fiquei bem de frente á ele. Apenas encarando seus olhos coloridos.

                - Jake, não importa o que aconteça hoje, tente perdoá-lo, tente lembrar-se de tudo de bom que você fizeram juntos como irmãos, como amigos. Não deixe que aquela doida destrua tudo... Não deixe que destrua isso do mesmo jeito que eu não deixei que destruísse nós. Certo?

Coloquei uma mão em sua bochecha e me senti estúpida por causa disso. Ah, mas quer saber? Cansei de me sentir estúpida por isso!

                - Mais um motivo besta pra eu te amar.

                - Ótimo!

                - É... Que tal um banho?

Eu entendi o que o Senhor Pervertido ex 6B quis dizer... Mas vou deixá-lo sofrer.

                - É sim, ai você aproveita e sai pra comprar algo para fazer de jantar!

                - Callissa!

                - Que foi?

                - Porque você está tentando se livrar de mim o dia todo?

                - O que? Você está maluco? Eu nunca tentaria me livrar de você, sabe por quê?

                - Por quê?

                - Por que tenho medo de fazer algo errado e você começar a me perseguir depois... Cara tenho pavor de perseguidores, fala sério!

Disse isso e sai andando bebericando meu café como quem não quer nada. Jake riu e começou a me seguir. Fui até a cozinha, virei o café de uma vez, larguei o copo do lixo e voltei para a sala. Juntei minhas botas do chão e as deixei no quarto a caminho do banheiro. Ele me seguiu até lá também. Tirei minha camiseta, Jake me imitou. Testei tirar as pantufas... Ele tirou o tênis. Desamarrei o cadarço do moletom e ele desabotoou o jeans. Ah, safado!

                - Jake...

                - Hum? – Sorriso sexy.

                - Para...

                - Parar com o que? – Mais sorriso sexy...

                - De fazer...

Ele veio até mim e colocou as mãos na minha cintura... Meu Deus, como é que pode uma criatura dessas fazer isso comigo? Como? Explica-me?

                - Isso? – Mãos subindo até minhas costas e escorregando até minha cintura novamente... Mais sorrisinho sacana e sexy.

                - Ah... Esquece, pode continuar.

Ficamos nisso por uns bons trinta minutos até resolvermos tomar banho... Na verdade descobrimos que já estávamos atrasados pro encontro explosivo que seria dali meia hora! Jake saiu antes de mim do chuveiro, correu se trocou e gritou que estava indo comprar qualquer coisa pra comer. Sai logo em seguida e coloquei um vestido verde qualquer que deu um contraste assustador com meu cabelo, mas eu nem liguei. Terminei de me arrumar e sentei no sofá esperando Jake chegar. O interfone tocou e corri pra atender... Ai nossa, ele chegou antes dele! Foi confuso, eu sei!

                - Alô?

                - Dona Calli?

                - Sim?

                - Tem um moço aqui chamado... – Pausa do porteiro pra perguntar o nome – Arthur. Ele disse que vocês estão esperado por ele... Ah, espere. O Jake chegou aqui.

Ai meu Deus, ai meu Deus do céu! Eles vão subir sozinhos... Trancados num cubículo! Fiquei andando de um lado para o outro roendo minha unha. Eca! Só parei quando ouvi o barulho da chave na fechadura. Parei e encarei a porta. Vi primeiro um homem loiro de olho castanho esverdeado me fitar. Depois um ruivo aparecer sorrindo atrás do primeiro.

                - Ela é linda não é?

                - Ah, é sim! Prazer, eu me chamo Arthur.

Ele andou até mim e apertou minha mão. Tentei sorrir, mas só uma careta esquisita apareceu no lugar.

                - Callissa...

                - Sim, sim! A famosa Callissa Miler!

                - Acho que sim...

                - Jake, ela é sempre assim?

                - Não Arth, acho que ela só está chocada...

                - Explique para ela então.

Jake me arrastou até o sofá e Arthur sentou na poltrona que antes ficava no apartamento 6B. Apoiou os braços nos joelhos e sorriu.

                - Calli, Arth e eu sempre brigávamos quando éramos crianças e sempre fazíamos as pazes da maneira menos convencional possível.

                - É, acabamos de dar mindinho agora.

                - Ahn...

Eu sabia que estava parecendo uma retardada... Mas o que é que eu podia fazer? Aceitar de cara uma coisa dessas? Claro que não! Fala sério, o cara praticamente jogou na minha cara que eu era uma aproveitadora tentando roubar seu amigo!

                - Sim?

                - Ainda não esqueci o que você me disse.  

                - Ah! Me desculpe ter dito aquilo... Eu admito que sempre fui um idiota que acredita em tudo que qualquer um me diga e quando Savana me disse as coisas que você supostamente estava fazendo eu nem pensei direito e já a banalizei. Peço desculpas sinceras por isso.

Não sei direito, mas acho que estava só esperando por isso pra me sentir feliz de verdade. Parecia que naquele momento tudo estava onde devia estar... E agora eu já poderia pedir um favor enorme para ele...

                - Jake?

                - Que foi Calli?

                - O que foi que você trouxe pro jantar?

                - Palitinhos de queijo.

                - Você só pode estar brincando...

                - Não! Nós só comíamos isso na faculdade!

                - Verdade Callissa! Comíamos palitos de queijo com ketchup e ouvíamos Candy Shop.

Olhei para cada um deles esperando pela piada, mas ela não veio. Ok, vai ser isso mesmo e tanto faz, só preciso que ele saia da sala...

                - Certo, então vá frita-los!

                - O que?

                - Isso mesmo, ninguém mandou você comprar isso.

                - Mas Calli...

                - Ih cara, ela te pegou de jeito!

Jake fez cara feia e mostrou o dedo do meio, Arth revidou do mesmo jeito. Achei engraçado Jake agir dessa forma... Me deixou feliz. Esperei ele sumir na geladeira, peguei um papel rabisquei uma frase curta e entreguei para Arthur. Ele leu e sorriu.

                - Claro que aceito.

                - Ótimo. 


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Notas finais do capítulo

Pronto! Façam-me feliz e comentem! *-*



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