Pessoa Certa escrita por Mary


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

É gente, voltei! Nem sei quanto tempo fiquei longe, mas não briguem comigo! Eu já fiz isso por vocês...
Mas escrevi algo e espero que gostem, porque demorou três semanas pra que eu conseguisse tempo de escrever!
Ai vai!



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Eu estava encarando um grande mural de “procura-se empregos”. Mas na verdade eu queria era estar enterrada debaixo de um prédio. Jake estava concentrado lendo o jornal (aquela parte que ninguém lê que fala sobre finanças... Espera ai, quem é que ainda lê jornal?)

Coloquei as pernas em cima do banquinho que ficava no balcão da cozinha onde estávamos tomando café da manhã e me preparei emocionalmente pra falar rápido e sem vacilar.

                - Jake eu aceito me casar com você.

Eu vi os dedos dele se apertarem no jornal e fazê-lo tremer. Ai meu Santo Deus... Jake abaixou o papel e olhou sério para mim.

                - É? Infelizmente eu mudei de ideia.

Arregalei os olhos e soltei uma gargalhada, peguei uma laranja e joguei nele.

                - Ei!

                - Mudou de ideia seu sacana? Você me ama!

                - Não amo mais!

Ele estava rindo e tentava se proteger com o jornal das frutas que eu jogava nele. Um pêssego acerto sua cabeça e ele caiu do banco.

                - Meu Deus! Jake?

                - Ai...

Desci do meu banquinho e dei a volta na bancada me ajoelhado perto dele. Ele estava de olhos fechados, uma marca vermelha no lugar onde o pêssego tinha acertado.

                - Jake?

                - Calli, eu estou morrendo... Você é amor da minha vida... E lembre-se sempre: ISSO FOI CULPA SUA!

                - Babaca!

                - Me ajude a levantar assassina.

                - Não.

Eu apenas ria e olhava ele estatelado no chão. Jake sorriu para mim, então achei que já que íamos nos casar era melhor socializar um pouco. Estendi a mão para ajudá-lo a levantar.

                - Você me ama afinal!

                - Demais...

Jake me puxou para baixo me fazendo cair em cima dele. Só me fez rir mais, pois com a força do puxão ele sentiu mais dor do que eu. Lotte veio trotando até onde estávamos caídos e subiu em cima das minhas costas, se alongando toda e logo tratando de deitar em cima de mim.

                - Folgada.

                - Parece você, Calli.

                - Você me puxou.

Cheguei minha boca na dele e o beijei. Segurei seu cabelo com força e tentei me aproximar mais... Só que, dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Abri os olhos quando senti as unhas finas de Lotte nas minhas costas.

                - Ai! Gata do mal!

Ele gargalhou alto e eu fiz cara feia. De repente ele ficou bem sério e colocou a mão no meu cabelo. Senti um arrepio atravessar meu corpo e o olhei por baixo das pálpebras.

                - Você quer mesmo se casar comigo?

                - Sim.

                - Não está fazendo isso só para me agradar está?

                - Não.

                - Se você quiser, a gente pode esperar mais um pouco. Sinto muito ter dito aquilo, é que na maioria das vezes você está tão feliz, que acabo me esquecendo que você está sozinha no mundo...

Abri um sorriso e toquei seu nariz com o dedo.

                - Não estou sozinha. Você prometeu que não me deixaria, lembra?

                - Eu quebrei minha promessa.

                - Eu não considerei uma quebra, mas uma alteração no contrato.

Jake sorriu e suas covinhas apareceram, sorri também e dei impulso para me levantar. Charllote caiu no chão e saiu pulando para longe de nós. Estendi a mão para ajudá-lo a levantar.

                - Vamos contar para minha mãe?

                - Não podemos ligar? Não estou afim de sol...

                - Ela não vai fugir do manicômio pra ir atrás de você Calli!

É, podia parecer que não, mas eu estava morrendo de medo da maluca da Savana fugir e ir me matar. Talvez ela pudesse usar um celular para isso. Bugiganga do diabo!

                - Nunca se sabe querido. Nunca se sabe!

                - Está bem Calli! Eu ligo para ela. Mas você sabe que vamos ter que ir visitá-la em algum momento, né?

                - Claro! Mas isso não precisa ser agora...

Ele ficou de pé e soltei minha mão da sua, arrastei-me até o quarto e tropecei na minha bota. Me segurei na parede e escutei Jake rindo atrás de mim.

Apenas sorri e fui até o banheiro. Liguei a torneira para encher a banheira.

                - Jake!

Alguns segundos depois ele apareceu na porta com Lotte nos braços. Ou no pescoço... Depois na cabeça.

                - Oi?

                - Vai para a boate hoje?

                - Claro que sim! Aonde mais eu iria numa noite de terça-feira?

Dica: use ironia quando você souber que tem cara para ser irônico. Caso contrário, cale-se. E adivinha só? Ele não tinha nem um pouquinho de ironia naquela cara linda cheia de covinhas... Ainda mais quando tentava soltar a gata do cabelo dele.

                - Nossa, hã, segure pela barriga... Não, assim você vai machucá-la! Sai pra lá Jake, deixa que eu tiro ela daí... Não! Meu Deus!

Mais ou menos nessa confusão toda, Charllote caiu dentro da banheira e depois de se esforçar pra tirar o corpo obeso da água, saiu correndo ensopando todo o apartamento. Quinze minutos depois de ter esvaziado a banheira e a enchido novamente, secado o chão e dado comida para a Lotte, eu estava desfrutando de um belo banho quentinho.

Que não durou muito.

                - Calli, seu celular esta tocando!

                - Deixa tocar!

Jake entrou no banheiro e agradeci pela espuma exagerada do sabonete liquido. Jogou o telefone na minha cara e saiu novamente. Olhei o número, e não fazia ideia de quem era. Atendi então.

                - Alô?

                - Adivinha quem é...

Meu Deus de novo!

                - Hã... O papa?

                - Acorda Calli!

                - Estou brincando Cam! Como vai?

Respirei fundo por que por um momento pensei que fosse Savana com uma gripe tão forte que deixou sua voz grossa.

                - Estou bem... Só liguei pra confirmar seu convite...

                - Ah... AH! Verdade! Eu não o vi aqui, espere, deve estar jogado no meio do ninho de correspondência! Vou dar uma olhada.

Sai da banheira e me enrolei numa toalha que era por acaso menor do que seria apropriado. Corri até a cesta perto da porta da sala e agachei para remexer os papéis. O convite do casamento de Cam com a Shelley estava de baixo da conta do celular. Sorri feliz.

                - Encontrou?

                - Encontrei sim Cam! Ficou lindo.

                - Obrigado Calli, e você vem, não é? Você e o Jake.

                - Claro Cam!

                - Certo.

                - Ér, tchau.

Ele desligou e eu abri o convite. O nome deles estava escrito de forma grafitada, e algumas flores feitas de spray adernavam as bordas do papel.

                - Casamento de quem Calli?

                - Do Cam.

                - Nós vamos?

                - Claro que sim!

Fiquei de pé e encarei-o. A barba estava por fazer e ele estava com a roupa que dormiu. Ou seja, sem camiseta.

Lembrei-me então da minha minúscula toalha. Comecei a ficar vermelha. Jake sorriu de lado.

                - Gostei da toalha.

                - Obrigada.

Ele colocou as mãos na minha cintura e beijou minha testa. Automaticamente passei os braços ao seu redor.

                - Lembra quando a gente se conheceu?

                - E tem como esquecer? Quase matei você naquele dia.

                - É, não é pra tanto.

                - Sério Calli, eu entrei em desespero quando você caiu e não queria acordar. Eu pensei que tinha acabado de matar a garota mais bonita do universo.

Apoiei o queixo em seu peito e fitei seu rosto. As listrinhas me fitaram de volta.

                - Porém isso não te impediu de dormir com uma garota naquele mesmo dia.

                - Eu não sabia que ia me apaixonar por você.

                - Perdoado. Mas por que raios você jogou aquela caixa?

Jake sorriu e imaginei que vinha alguma merda bem feita em seguida. E acertei em cheio.

                - Tinha uma aranha na caixa. E eu tenho pavor de aranhas.

                - Aham.

                - É sério!

                - Sei...

                - Ok, na verdade foi só um pretexto pra pegar minha vizinha gostosa.

Ri e joguei a cabeça para trás. Jake continuou me segurando pela cintura e quando me endireitei, ele estava lá, sorrindo igual a um idiota.

                - Que foi?

                - Eu fiz minha escolha.

                - Eu sei que fez.

                - Quer saber qual é?

                - E eu já não sei?

                - Só sabe a metade.

                - Ok, me conte o resto.

Jake pegou minha mão e me puxou até o sofá, pegou a blusa dele que estava lá e a jogou para mim. Coloquei-a por cima da mini toalha. Sentei-me no sofá ao seu lado.

                - Eu escolhi ficar com alguém, um alguém apenas. E esse alguém por acaso é minha vizinha, com um cabelo vermelho muito doido, que se veste de um jeito estranho e que trabalha de madrugada enquanto todos os outros estão dormindo. Ela tem também uma péssima mania de não acreditar no que eu falo e às vezes parece que vive em um mundo à parte, lá junto das sereias dela. Mas sabe de uma coisa? Eu amo esse alguém.  

Meus dentes estavam aproveitando o momento para dizer oi para os dentes do Jake, por que nós dois estávamos sorrindo feito idiotas, crianças olhando para um brinquedo. Só que o Jake é um pervertido!

                - Eu também amo você.


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Notas finais do capítulo

Comentem, sim? E prometo que eu logo logo vou responder aos últimos comentários... Estou feliz de ter voltado!
Para quem leu Um Jeito de amar, saibam (porém não esperem) que estou pensando em uma segunda temporada. E pra quem não leu, leia ----> fanfiction.com.br/historia/317368/Um_Jeito_De_Amar/ =D



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