A Física Das Possibilidades escrita por Jessy Hell


Capítulo 7
As Leis de Newton pela perspectiva da Dra. Winters


Notas iniciais do capítulo

Sumida, eu sei.



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Judy

Não estou entendendo nada! Por que o Sheldon está tão bravo? Chegou a gritar no saguão de entrada com o casal a nossa frente. E eles parecem tão simpáticos... Leonard estava pasmo. Deu um sorrisinho sem graça e tentou puxar Sheldon para as escadas.

Outra situação ilógica. Um elevador quebrado. Espero que o apartamento não seja muito longe. Não sei se vou agüentar andar muito e preciso urgentemente ir ao banheiro. O chá estava pedindo pra sair desde lá do carro.

Foco, Judy! Preciso saber: Por que Sheldon está tão alterado?

***

— Fowler... – Sheldon disse entre dentes. Sua fúria era nítida. Como ela ousava voltar? E com aquele idiota da loja de quadrinhos?

— Boa noite – Amy disse educada. Deliciava-se com o fato de Sheldon estar com ciúmes. Era esse o objetivo.

— Hã, oi Amy... Tá... Tá aqui pra ver a Penny? – Tentou Leonard, querendo sair daquela situação o mais elegante possível.

— Sim e não. Ela convidou-me para uma sessão de cinema na sua casa. Aceitei e trouxe Stuart. Algum problema? Cooper. Você está bem? Tem algo a dizer?

Ah Sheldon, poderíamos estar juntos agora, se prestasse atenção em mim. Quando vai aprender isso? Qualquer pessoa com juízo veria que estou nessa situação por sua causa! Pra te fazer entender que me ama e me tratar como mereço! Pensa Amy.

— Tenho muitas coisas a dizer. Impropérios variados! – Ele responde num rugido de animal ferido. Judy o olha, levando dois segundos para entender o que acontecia. Só queria a base daquilo.

— Que rude! E está sendo rude porque quer... Que avanço! Por favor, Cooper... O que tivemos passou e temos amigos em comum! Por que estragar uma reunião tão festiva? – Amy responde ainda encarando Sheldon. Não prestava atenção à ninguém além dele. Não viu Judy chegar e nem notava que sua companhia estava constrangida com essa situação. Leonard olhava Judy, tentando adivinhar o pensamento da ruiva. Quem diria que dariam de cara com a ex do Sheldon?

***

Sheldon

Não. Isso não está acontecendo. Ela não está aqui. Não pode! Não agora...

E com ele!

Isso é sarcasmo nos lábios dela? Um riso de deboche? Só pode ser. Debochando de mim...

Estúpida Fowler! Estragando tudo, como sempre. Eu estava bem. Agora sinto uma raiva enorme. Ele está de mãos dadas... Droga, droga, droga! Não devia ser assim...

Não devia doer tanto assim... Essa humilhação é demais. Como ela me superou tão rápido??

***

Judy

Então é isso.

Ela teve algo com o Shelly.

Essa...(Ah Shelly, impropério é pouco pro que queria pensar agora)... Prezada dama teve algo com o Sheldon.

Tocou nele. B-beijou.

Ah meu Deus, não quero mais pensar nas coisas que essa doida deve ter feito!

Respira Jedi! Nesse jogo, jogam duas. Eu sei beeeem o que está fazendo. Minha irmã fazia o mesmo com os namoradinhos dela. É típico de gente burra.

E você é muito burra por fazer isso com o Sheldon, Sra. Amy Fowler.

Quer brincar de ciuminho? Vamos brincar...

***

Judy entendeu tudo. Ex. Uma ex. Uma ex doida e retardada. Parecia realmente inteligente, mas nesses assuntos de relacionamentos... Ai,ai. Ia cair feito uma patinha.

Primeiro: Teria que reverter o susto e raiva de Sheldon. Não seria fácil, mas tentaria.

Segundo: Respirar fundo. Ela iria pro apartamento. Ela conhecia os amigos dele. Provavelmente era bem vinda. Judy ali seria a estranha. Terreno hostil. Incomodo leve.

Terceiro: Aplicar as leis de Newton nessa situação.

AGORA!

— Ela tem razão, Sheldon... Por que estragar a festa? Afinal, essa reunião é por minha causa, não? – Judy aproximou-se do físico e segurou firme sua mão. Isso chamou a atenção do mesmo e de Amy.

— E quem é essa aí? – Amy interrogou sem cerimônias, fazendo Judy soltar uma risadinha irônica.

Sheldon olhava a ruiva com um misto de sentimentos que nem ele entendia. Estava abismado com a atitude dela, chateado com ele mesmo por dar vazão a raiva e esquecer que ela estava com ele, admirado que seu comportamento não tenha causado prejuízos aparentemente... Mas sobretudo feliz. Ela estava ali. E parecia querer fazer algo por ele. Só não entendia o que.

— Dra. Winters. Prazer – Ela respondeu sorrindo, acariciando o braço do físico. Olhos verdes contra verdes das moças se encararam. Sheldon sentiu um arrepio forte – Sheldon, acho que esqueci algo no carro... Pode me acompanhar??

1ª Lei de Newton, sua louca: Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em movimento tende a permanecer em movimento. Não devia ter mexido com o Sheldon. Agora minha fúria está em movimento...

Leonard sorriu e agradeceu mentalmente. Talvez desse para acalmar Sheldon e manter uma distância segura daquilo tudo. E ele sentia em cada célula do seu ser que tinha a mão inteira de Penny nisso.

— Tá aqui a chave, Sheldon. Vamos subir logo, tá? Vamos, gente? – Leonard aponta as escadas para o casal e Stuart começava a tagarelar com ele enquanto subiam. Amy ainda estava encarando Sheldon.

Mas ele já havia esquecido sua raiva. Judy agora segurava firmemente sua mão, acariciando sua pele com o polegar, dando voltas.

A 2ª lei de Newton diz que a Força é sempre diretamente proporcional ao produto da aceleração de um corpo pela sua massa. Traduzindo: A força da raiva que vou fazer você passar, cara Amy... será diretamente proporcional a aceleração do seu ciúme pela sua burrice...

— Vamos, Shelly? – Judy sorriu, deixando sua voz cada vez mais fofa. Sheldon adorava isso.

— S-Sim, vamos... – Ele concordou, tímido.

— Espera! Pode se abaixar um pouco? Tem algo no seu rosto! – Ela pediu.

3ª lei: "As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força de reação." Para a sua tática medíocre, terá a minha brilhante e incrível mente em contra partida. Pois você gosta dele, Amy Fowler. Dá pra ver.

Mas ele não vê isso.

E se depender de mim, não vai ver.

Sheldon abaixou o rosto à altura da garota. Ela inclinou o rosto e seus espessos cabelos cobriram os dois:

— Quero que segure em minha cintura, ok? Vamos sair daqui desse jeito.

— S-S-S-Segurar onde?! P-Por que? – Ele sussurrou assustado.

Não houve resposta. Ela fingiu limpar algo do queixo do rapaz e voltou a posição normal. Sheldon se viu obrigado a obedecer. Estava completamente entregue aquelas ordens... encaixou sua mão desajeitadamente na curva delicada da cintura da ruiva. Judy sentiu um baforido atrás de si junto com pisadas duras e sorriu para si mesma.

Começava uma disputa em estilo Guerra Fria sobre o coração de Sheldon Cooper.

Sheldon

Céus, es-estou mesmo segurando-a pela sua c-cintura? Ela é sempre assim, agradavelmente quentinha? A textura da blusa me impede de sentir a textura de sua pele, mas não sua temperatura. É viciante. Adoravelmente gostoso...

Quase enfartei quando pediu isso. Mas não acho propósito para o mesmo. Será que isso é a famosa “marcação de território” que vi em Biologia? DROGA! Não lembra de Biologia! Não lembre, Sheldon. Concentre-se no presente. Concentre-se nela... Sorrindo, rindo... Exalando seu jeito de ser que me acalma... Que me faz tão bem...

A Amy não devia ter aparecido. Droga, minha fúria foi tão grande... Que esqueci por completo o motivo de minhas dúvidas aqui ao meu lado. Essa incógnita maravilhosa de cabelos ruivos e olhos verdes tão bonitos. Algo que quero e preciso desvendar sozinho.

Como agora. Por que disso tudo? Desse pedido, desse sorriso... Sinto que é o mesmo que Amy dava pra mim, mas... O de Judy não é pra mim. Esse deboche não é pra mim! Sinto... Que é por mim...

— Desculpe perguntar, mas... Esqueceu o que no carro?

Ela parecia muito concentrada em algo, murmurando sozinha e dando risadinhas. Repeti a pergunta e aí sim percebeu que falava com ela.

— Ai Sheldon, perdão... Eu estava distraída. Me desculpe, mas não esqueci nada no carro. Não trouxe nada, como esqueceria? – Ela respondeu-me com uma risadinha – Sei que deve estar cansado e querendo chegar em casa. Desculpe pela demora... E pela mentira...

Fiquei surpreso. Estava tão absorto na situação que nem lembrei desse detalhe. Mas agradeci por essa iniciativa. Me acalmou e me trouxe a razão.

— Não há problema. Obrigado por ter essa idéia... Confesso que fiquei zangado com essa aparição daquela moça e seu companheiro e...

Ela silenciou-me com a ponta dos dedos.

— Não precisa me explicar nada, Sheldon. Como te disse, sou um gênio. Entendi uma parte... Ela foi sua namorada ou algo assim e você terminaram. Ela veio aqui para te torturar, ferir seu orgulho de macho. E nós vamos dar o troco...

— “Nós”?

— B-Bom, achei que fosse querer... Afinal, você ficou tão bravo. E... Eu achei que gostava dela e...

— Não. Amy e eu não tínhamos conexão. Queriamos coisas diferentes. Como disse, meu orgulho está mais ferido do que outra coisa. E para alguém do Texas, é inadmissível! Ela está com ele, que sejam felizes. Mas não aceitarei que brinquem comigo. Me façam de bobo...

Além do mais, não foi ciúme o que senti quando vi Amy no saguão. Foi raiva... Ciúme eu senti com aquele seu porteiro arrogante. Sò espero que entenda isso também, Judy.

— Desculpe pontuar, mas o cara não fez nada. Ela sim. Ela está fazendo isso. Fazendo joguinhos... Posso ser péssima em relações, mas sei reconhecer algumas coisas quando vejo por conta da minha irmã. Se quiser, podemos dar o troco...

— O que sugere?

Um sorriso mais do que lindo brotou naqueles lábios rosas.


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