A Física Das Possibilidades escrita por Jessy Hell


Capítulo 18
Amor: Manifestações anatômicas e equações bioquímicas (?)


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Danyele Summers, que com seus reviews me animaram a escrever. Mesmo toda atolada de coisa.

E também aos meus outros leitores lindos. Peço desculpas pela falta do tão costumeiro desenho de sempre. Mas no próximo vai ter.



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Dois corpos não podem ocupar o mesmo... Aaaain...

Sheldon gemeu em seus pensamentos quando sentiu Judy inclinar o corpo por cima do seu a fim de pegar o controle remoto da tv que estava na mesinha ao lado do sofá. Sheldon enriqueceu-se no lugar ao sentir a palma da mão da ruiva em sua perna, em busca de apoio. Ele deveria ajudá-la, mas estava tão nervoso e excitado com aquilo que não conseguia se mexer.

Jane estava decidida a ficar na sala com eles, mas preferiu ouvir seu irmão e ficar no saguão, junto a equipe de segurança. Ela teria que dar um fim nas gravações. Só o porteiro recobrindo a lucidez já seria problema suficiente. Jack sorriu cumplice para a irmã quando a viu com uma bacia gigante de pipocas e a saga clássica de Star Wars em bluray na mão. Ele deu uma desculpa que iria comprar páprica para o almoço, deixando o casal sozinho na sala.

— Não chego! – Judy resmungou a fim de Sheldon ajudá-la enquanto o braço engessado apontava para o controle, mas ele continuava imóvel. A ruiva bufou para o físico:

— Sheldon, pode me ajudar por fav...

Ela não conseguiu terminar. Ele a segurou fortemente pela cintura e a levantou para o controle. Judy soltou um suspiro pelo toque rude pois Sheldon agarrou sua cintura de forma firme. E do mesmo jeito que havia começado, terminou. Ela foi posta no lugar rápido com o controle em suas pernas. Sheldon respirava pesado e suava frio.

— J-Já está tudo aí? Ó-Ótimo. Podemos começar e...

Sheldon virou-se para a ruiva e viu que estava perdido. Ela o olhou um pouco envergonhada, fazendo o homem suspirar. Aquela aura de inocência e desproteção mexiam com seu lado texano possessivo. Ele abraçou-a ternamente enquanto ela ficava mais envergonhada. Ele aspirava o cheiro dos cabelos limpos da garota e seu rosto ia descendo cada vez mais. Acabou por parar na curva do pescoço da ruiva. Judy gemeu entregue. Sheldon se assustou com aquele som saindo dos lábios da pequena.

— Eu... Eu a machuquei? S-Sinto muito e...

— N-Não... E-Está tudo bem... E-Eu... – Judy sorriu tentando tranquilizar o homem, mas isso só o atiçou mais. Ele abraçou-a pela cintura enquanto fazia-a se aproximar de si. Sheldon olhou firmemente naqueles olhos verdes sentindo sua excitação aumentar cada vez mais.

— Judy, como consegue isso? – Sheldon falou mais para si mesmo do que para ela. Mas pensar em voz alta em frente ao seu objeto de desejo não é uma boa ideia. Judy o olhou confusa:

— Como consigo o que?

— Me excitar. Me alucinar... – Sheldon confessa totalmente entorpecido com o perfume da garota. Ela arregala os olhinhos assustada:

— Sh-Sh-Shel-Sheldon!

— Oh Céus, Judy. M-Me desculpe! – Ele vira-se para frente, totalmente constrangido. Não soube dizer porque acabara confessando aquilo sem intenção. Ele sentiu a mão de Judy virar seu rosto para ela e o trazer para perto.

— Sheldon, eu que peço desculpas... Eu... Só fiquei um pouco admirada com sua coragem em dizer isso. – Ela estava completamente vermelha.

— Não foi algo planejado. Escapou – Ele confessa de novo, fazendo a ruiva rir – Verdade. Seus olhos, sua boca... Sua pele e seus cabelos. Não sei como isso me atiça tanto. Sua risada, sua voz... – Ele suspira – Eu ando com o Howard. Sei exatamente que alguns homens se excitam com coisas explicitas. Por causa de algumas partes especificas femininas...  Mas você...

Judy olha-o meio sem graça. Ela sempre imaginou-se uma garotinha, falando de corpo. Então, não se admiraria que Sheldon não a achasse bonita nesse sentido.

— Você consegue mexer com a minha libido com coisas mais bonitas. E devo comentar que, apesar de sua baixa estatura... Seus quadris e sua... – Ele pigarreou alto – Sua... Bom... “retaguarda anatômica” é realmente acima da média... Pra mim...

— Você gosta de bundas grandes?!

A voz de Jack fez os dois se assustarem. Sheldon olhava totalmente vermelho para o ruivo que ria abertamente agora dos dois. Eles estavam tão absortos com essa conversa que nem viram Jack chegar

— FAGULHA! – Judy ralha com o irmão, completamente vermelha.

— Ah, foi mal. Mas que enrolação pra dizer que ele gosta da sua bunda de porto-riquenha! – Jack ia para a cozinha – O que falta pra ela de peito, sobra nesse quesito.

— JACK! – Judy já estava muito vermelha e afundou o rosto nas mãos. Sheldon virou-se para frente da tv.

— Ok, não falo mais nada. Mas ó, tem que esperar um pouco pra pegar nessas partes, Sheldon. Sei lá, uma tentativa só depois de três semanas...

— JACK, CALE A BOCA! – Judy jogou uma almofada no irmão, já irritada. Sheldon se abanou discretamente só em imaginar em tocá-la desse jeito. Ele não era assim, mas aquilo tudo era novo para ele.

— Vamos para meu quarto, Sheldon... – Judy o convida com a mão estendida. Mas Sheldon só arregalou os olhos e ficara vermelho. Judy logo entendeu.

— NÃO! NÃO É ISSO QUE ESTÁ PENSANDO!!! – Judy tentou se explicar enquanto ouvia os uivos de riso do irmão da cozinha.

— O que é um quarto para um casal que atrapalhou o direito de ir e vir de tanta gente porque estava usando o elevador para fins... Pessoais? – Jack agora correu de um bibelô cinza de um gatinho com chapéu que a irmã lhe jogara.

— J-Judy, acalme-se... Seu braço... – Sheldon pegou a mão da garota e a beijou. Judy sorriu cúmplice.

— Vamos, senão Jack vai continuar a fazer comentários maldosos – Ela pede enquanto era seguida por Sheldon no pequeno corredor que levava a uma portinha branca.

— Comentários maldosos nada, conhecimento de vida! – Ele berra do outro lado do apartamento.

— SÓ SE FOR DE VIDA DE GALINHA! – Ela bate a porta do quarto, já irritada de novo.

Sheldon estava parado atrás dela. Admirou-se com as coleções de action figures de vários tipos nas estantes, uma pequena biblioteca se encontrava ao canto do quarto. Uma janela grande decorada com uma cortina roxa e vários vasos com flores. Einstein dormia tranquilo na cama, já recebendo afagos e mimos da dona. Havia uma escrivaninha e uma cadeira. Além de uma penteadeira antiga toda branca e com detalhes em laranja. Um espelho oval e grande presa nela. O closet estava aberto, revelando um monte de roupas coloridas, mas o jaleco e as roupas mais sóbrias separadas a parte.

O quarto era claro. Bem arejado e limpo. Judy observou Sheldon esquadrinhar seu quarto todo, absorvendo cada detalhe.

— Há algo que não está de seu agrado? – Ela pergunta, um pouco aflita.

— Você não me convidou para sentar ao seu lado – Ele responde sério. Ela ri enquanto se levanta e o puxa para cama. Sheldon solta um suspiro ao cair ao lado da garota. Sentiu Einstein roçar os pelos em seu pescoço.

— Tire os sapatos. Fique à vontade! – Ela disse enquanto se sentava novamente. Sheldon obedeceu.

— Sabe Sheldon, fico realmente lisonjeada por se sentir atraído por mim. E devo confessar que é algo mutuo. Eu... – Ela corou – Também me sinto muito atraída por você.

— Judy.... – Ele sentou-se também e pegou um travesseiro para abraçar. Tinha que colocar algo entre seus braços ou acabaria por abraçar a ruiva. Também ajudava a esconder sua excitação visível.

— Eu nunca tinha gostado de alguém antes, Sheldon. Até você aparecer. A ciência diz que o Amor é precedido por duas etapas: a atração, que pode levar à paixão e o apego, que é a base do amor propriamente dito.

Sheldon estava pasmo. Ela adivinhava as coisas? Ele lembra que tinha comentado com Leonard que acabaria perguntando para Judy sobre os efeitos de uma paixão em alguém. E agora ela estava ali, falando sobre isso sem ele pedir.

— É inegável que estamos atraídos um pelo outro. E isso... Bom, pode te levar a outra fase: a paixão...

Sheldon confirmou, solene. Ele meio que desconfiava disso. Ela estava subindo rápido na escada das coisas que Sheldon era apaixonado. Trens, Lego, Física... Talvez... Ele já estivesse se apaixonando. Nesse exato momento, talvez?? Desde o primeiro beijo?

— A atração caracteriza-se por ser uma experiência imprevisível e sem lógica, onde o outro torna-se o mais desejável dos seres humanos e objeto de contínua atenção. Uma vez acesa a chama, são desencadeadas reações da amígdala e do córtex, experimentadas por questionamentos diversos sobre o objeto da atração e que podem levar à etapa seguinte, que é a paixão – Judy continuou. Sheldon ouvia atentamente, mas sem prestar a devida atenção. Ela explicando era tão lindo. A voz suave, os termos científicos... Parecia poesia para Sheldon. “Uma vez acesa a chama...” Ela ainda colocava um toque romântico nisso... Aiai.

— Então... Vem a paixão. Um sub-estágio da atração. Nesse momento, podem surgir uma intensa sensação de bem estar; oscilação entre alegria e tristeza; o reconhecimento de um estado mental alterado; ideias persistentes associadas ao outro e comportamentos que incitem a uma resposta de reciprocidade. A fase da paixão pode durar de 18 meses a 3 anos.

— Nossa, muito tempo – Sheldon se assusta. Mas depois pensa... 3 anos? Só três anos com Judy? Não... Ele não se contentaria com essa migalha. Ele a queria agora. Sempre... Ele corou com a ideia.

— Então, vem a base de um relacionamento... O apego representa a essência do amor e deriva do conhecimento do outro e do sentir-se ligado a ele. Caracteriza-se por um conjunto de sinais físicos e sensações psicológicas de ansiedade quando ocorre a separação forçada do objeto de apego. Representa a cola que nos faz permanecer com uma pessoa a quem não somos ligados por vínculos de sangue – Ela sussurra agora. Um pouco triste.

— Judy... O que quer dizer com tudo isso? – Sheldon agora estava preocupado com o semblante tristonho da ruiva.

— E assim... Ultrapassadas essas etapas, o casal pode atingir o estágio do amor... – Ela encerra, como se Sheldon não tivesse perguntado nada. Ele esperou mais um pouco... Mas ao ver Judy chorar, ele largou o travesseiro e a abraçou.

— Sheldon, eu... Eu não estou só atraída por você. Estou... Apaixonada! – Ela revela aos soluços. Sheldon sentiu-se tentado a beijá-la como beijou no elevador. Mas conteve-se.

— E eu... Preciso saber se você pode lidar com isso... Você saiu de um relacionamento com Amy. Pode ser que não queria algo sério. Eu sei, só saímos duas vezes mas... – Ela soluçou novamente – Eu fico com medo em pensar em ficar sem vê-lo... Eu... Confesso que achava que você estava só com peso na consciência e por isso estava aqui...

— O QUÊ? – Sheldon estava irritado e a posicionou a sua frente, começou a secar suas lágrimas – Sabe o quanto fiquei preocupado com sua saúde. Mas meu medo maior era você não querer mais me ver por conta disso!!

— Eu sei, sinto muito ter que falar isso. Não quero esconder nada de você, Shelly... Mas tente entender... Eu nunca tinha me apaixonado! Fiquei sem ação depois de um tempo. Quero ficar com você, Sheldon. Mesmo sabendo o que pode acontecer...

— Como eu deixá-la depois de algum tempo? – Ele retrucou frio. Judy chorou novamente.

— S-Sim... E...

Ela não terminou. Sheldon a agarrou e beijou-lhe o mais profundo que pode. Judy gemeu alto enquanto segurava os cabelos do físico. Aquele beijo tinha urgência. Como se Sheldon quisesse colocar tudo que sentia nele. Judy ofegou ao sentir os lábios de Cooper se aproximarem de seu ouvido:

— Judy, sei que você é neurocirurgiã... Neurocientista... Mas por favor.... – Ele beijou-a ali, fazendo Judy gemer alto seu nome – Quer mesmo nos convencer que toda esta aura sedutora de mistério que envolve os assuntos do coração não passa de uma meia dúzia de manifestações anatômicas e equações bioquímicas? Até onde a ciência pode realmente traduzir em números e estatísticas aquilo que para muitos de nós é a verdadeira essência dos céus na Terra: o Amor?

Judy engoliu em seco. Ela estava entregue. Vulnerável. Sheldon mordiscou seu lóbulo com certa força. Judy gemeu mais ainda. Dor e prazer misturadas.

— Olhe para mim! – Sheldon mandou com uma voz rouca. Ele precisava de contato visual ou a atacaria novamente. E não queria dar razão para Jack estar certo.

— O que eu mais quero é ter você perto de mim, todo dia. Toda hora. Acha mesmo que eu a deixaria? Acha que não estou sentindo as mesmas coisas que você? – Judy suspirou nessa hora – Acha que vou fazê-la pagar pelas coisas que Amy me fez? Não me insulte dessa maneira, ouviu?

Ele a beijou mais selvagemente dessa vez. Com certa fúria. Judy sentiu-se ser inclinada para o colchão e não fez força para impedir. Ela nem queria isso. Sheldon separou-se de seus lábios e olhou-a de cima:

— Não pense mais nisso. Eu disse ao seu irmão: Não acho que estou amando-a. Não ainda – Judy assustou-se com essa informação – Mas sinto que cada segundo que passa, fico mais dependente de você. Sempre quero mais de você. Mais risos, mais toques, mais beijos – Ele a beijou de novo, dessa vez mais delicado – Estou me apaixonando. E digo: Nunca senti algo assim por ninguém...

— Mas você...

— Já namorei a Amy, mas nem se compara ao que estamos sentido agora! Eu nem mesmo copulei com ela, ok?

— V-Você... – Judy sorriu largo e o abraçou forte. Sheldon não entendeu o motivo disso. Judy sentiu-se feliz em saber que, poderia ser a primeira mulher de Sheldon.

— Me escute! – Sheldon a fez se separar dele – Quero ficar com você. Esqueça a ciência nesse sentido. Vamos nos entregar a isso que sentimos agora. Ok? – Ela concordou – Sua emocional linda... – Ela riu – Quero ter mais encontros com você. Como hoje à noite. Sem que eu ou você passemos mal... – Ele ri.

— Shelly... – Ela sussurrou enquanto passeava seus dedos pelo rosto dele.

— A necessidade de encontrar outro ser humano com quem compartilhar a vida sempre me assombrou, talvez porque me dê bem comigo mesmo... Agora... Não sei se consigo ficar tão bem sozinho... Necessito de sua presença. Eu já lhe disse isso. Quer me ouvir ser piegas até quando para se convencer?

Ela riu alto.

— Se namorarmos... Vou me sentir tão feliz. Mas isso leva tempo, sabe disso. Mas quero que saiba que estou disposto a isso. Quero que seja minha e só minha...

— É o que eu mais quero...

Ela o puxou para um abraço enquanto invadia aquela boca com a sua língua. Sheldon gemeu dessa vez, agarrando a cintura de Judy. Ele tentava não se aproximar tanto do corpo da garota, mas ela o provocava roçando-lhe a perna na dele. Sheldon sufocou um suspiro ao vê-la sorrir sensual:

— Sabe? Acho que você não precisa esperar aquelas três semanas... – Ela sussurra ao seu ouvido enquanto guiava a mão do físico pelos seus quadris.


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