A Física Das Possibilidades escrita por Jessy Hell


Capítulo 14
Aceleração Centrípeta


Notas iniciais do capítulo

A aceleração centrípeta, também chamada de aceleração normal ou radial, é a aceleração originada pela variação da direção do vetor velocidade de um móvel, característico de movimentos curvilíneos ou circulares. Ela é perpendicular à velocidade e aponta para o centro da curvatura da trajetória.

Sheldon pode até estar longe, mas seu vetor aponta para o centro que se chama "Judy"



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Jane ainda olhava a porta ensandecida depois de expulsar os dois do quarto. Judy olhava o irmão. Começou a contar os segundos. 5... 4... 3.. 2... 1...

— AAAAAAH! A FAÍSCA TÁ NAMORAAAANDOOOOO!!!

A ruiva riu, sendo seguida do irmão que havia pulado na cama e a abraçado. Jane olhava a cena completamente desgostosa.

— Jack, não sou namorada do Sheldon! – Judy sorriu – E depois disso, nem sei se serei algo...

— Ah, ele tá caidinho por você! Sou homem, sinto isso! Tá, ele é meio estranho... – Judy olhou o irmão carrancuda – Nah, ele é bonitinho, eu disse pra Solar que cês fazem um casal fofinho. Estranho é o jeito dele.

— Estranho é você tá dando trela pra essa coisa! – Jane se intromete enquanto se senta na poltrona – A Judy não pode ficar com aquele cara!

— Por que não? – Jack pergunta, fingindo tristeza – Imagina os filhinhos deles! – Ele já diz batendo palminhas de felicidade. Jane se engasga enquanto Judy fica imóvel só de pensar nisso.

“F-Fi-Filhos? Mas para ter filhos tem que... Que...” Ela fica vermelha ao imaginar algo assim com Sheldon. Ela nada disse na hora, mas fazê-lo tirar a camisa já tinha mexido mais do que o suficiente com ela. Sem contar o beijo.

— Que mané filho, tá doido?! Eles nem se beijaram! – Jane retruca, mas o sorriso morre ao ver a irmã tão vermelha quanto um tomate, enquanto fingia verificar suas ataduras. Jack pega no ar e comenta alto:

— Judy Sofia Winters, sua danadinha! VOCÊ AGARROU O FÍSICO??!! – Ele pergunta escandaloso e Judy só esconde o rosto nas mãos.

— Não posso tirar os olhos por cinco minutos de você e você me faz essa burrada?! – Jane briga, enquanto Judy olha através dos dedinhos.

— E como foi? Foi bom, teve pegada?! – Dispara Jack, para desespero e susto das duas.

— F-Fa-Fagulha! – Repreende Judy mais vermelha ainda enquanto o irmão explode em gargalhadas tentando se desviar das travesseiradas que Jane queria dar nele.

— F-Foi um selinho, só – Ela diz para evitar que a irmã conseguisse esganar Jack, numa cena digna de Homer e Bart Simpson – E-Eu disse que d-devíamos nos afastar e... E... – Ela não termina, pois cora ainda mais ao lembrar do beijo e dos adoráveis segundos em que aquilo aconteceu. Os lábios finos sobre os seus, o leve gosto das balas de menta e a sensação. Além de tudo, a sensação. A sensação do toque em seu ombro, do segurar rude em sua cintura e da demonstração de desejo naquilo. Queria ter se entregado. Queria ter aproveitado. Mas como fazer isso num beijo roubado. E pior, seu primeiro beijo.

Seu primeiro beijo totalmente arruinado pela interrupção de Penny. Judy sentia ondas de fúria só de lembrar. Com tantos momentos, por que justo naquele? Era castigo?

— E depois que rolou bitoquinha, não vai querer se afastar coisa nenhuma dele, né?! – Jack dá uma piscadinha – Te conheço. Quando você bota algo na cabeça... Imagina agora que você botou alguém no seu coraçãozinho nerd... – Jack faz um coração com as mãos que acaba por arrancar risadas da ruiva.

— Quem vai em casa? Não posso ficar um dia todo aqui! O Einstein tá sozinho em casa! – Judy começa a falar numa tentativa de mudar de assunto enquanto Jane balança as mãos.

— O Jack fica o primeiro turno. Como os seus... “amigos” foram embora, não vejo risco em deixá-la aqui. Vou lá e cuido da bolinha de pelos – Jane dá um sorriso - Trouxe vários antialérgicos justamente por isso. Já estava indo para lá mesmo – Jane se aproxima da irmã e a abraça – Mas nem vem me enrolar. Vai me explicar direitinho como conheceu aquela coisa e como aceitou um encontro com o Mr. Estrupício. Até depois! – Jane pega as mochilas e sai do quarto. Jack mostra a língua assim que ela sai.

— Fagulha, como ela vai pra casa se... – Judy começa, mas Jack a interrompe.

— Até parece que ela não mandou te seguir e vigiar! Ela sabe teu endereço, mesmo você não dando pra ela. Eu sabia dele, mas nunca diria pra ela. Mas conhece nossa maninha... Enfim, deixa ela pra lá. Olha! – Ele aponta para a orelha direita enquanto tira o cabelo comprido dela, revelando um piercing enorme atravessando-a – Coloquei tem uns dias. Que acha?

— Que vai acabar que nem o boneco assassino com tanto furo que anda fazendo. Ainda mais que você é ruivo-morango! – Judy ri enquanto Jack mostra a língua para ela – A Mamãe sabe disso?

— Não. Assim como ela não sabe da SUA tatuagem nas costas da Esfera do Dragão de quatro estrelas, né? Sorte nossa que ela não tem nenhuma rede social – Jack ri sozinho enquanto volta a se sentar na cama vendo Judy se arrumar na mesma – Falando sério agora... Você gosta mesmo dele, né?

Judy se calou num misto de timidez e medo. Jack havia perguntado isso sem um sorriso no rosto. Ele realmente estava falando sério. Ela pensou um pouco enquanto dava um suspiro longo.

— Gosto, Jack. Realmente me sinto tão bem perto dele, logo de primeira – Ela encara aqueles olhos azuis safira com uma determinação enorme – Sei que não é racional gostar de alguém assim com pouquíssimo tempo de convívio, mas... – Ela cora e seu rosto toma um tom vermelho – Eu gosto mesmo do Sheldon. Tá, não começamos lá muito bem... Mas eu acabei... Hum... Sabe? – Ela olha para o teto, fingindo desinteresse.

— Encantada por ele? Percebi – Judy iria retrucar, achando que o irmão estava debochando novamente mas o pegou sorrindo solidário – Seus olhos. Eles estão com um brilho familiar. O mesmo brilho que os do papai tinham quando ele via a mamãe... – O ruivo termina dando uma piscadinha o que faz a irmã dar uma risada marota.

— Sinto muita falta dele... Do papai. Ele me ajudaria a entender o que estou sentindo – Judy limpa uma lágrima que havia surgido enquanto o irmão lhe fazia um cafuné.

— Mas ele me deixou no lugar de homem da família! Então isso é responsabilidade minha! Acho que até já estraguei, né? Eu devia fazer o papel de irmão do Mal... – Ele faz uma careta de bravo enquanto Judy morria de rir.

— Ah, nem vem... Nisso aí ninguém barra a Jane. Lembra da sua namorada asiática que cursava matemática? – Judy respirava fundo depois das risadas enquanto Jack passava a mão pelo cabelo.

— Ah é, a Ming. Nossa... – Ele solta um baforido cansado – A Jane fez o inferno na vida dela. Achou que a coitada fazia parte da Yakuza. Uma pena, ela adorava fazer oral... – Comenta ele sonhador enquanto recebia uma tapa no braço da irmã.

— Foi o meu primeiro beijo, mano... E nem pude aproveitar muito! – Judy confessa cabisbaixa para o irmão. Ele dá de ombros.

— Bom, pensa pelo lado positivo: Pelo menos você não criou expectativas pra ele. Aconteceu. Podia ser melhor? Sim. Mas não foi bom? – Ele olhou a irmã e a viu dar um sorrisinho bobo – Pelo visto... Foi. Enfim... Na próxima vocês tem um beijo melhor. Não vai ser que nem o meu na quinta série. A menina tinha acabado de comer uma salada carregada na cebola. Eca! Serviu pra acabar com a minha paixonite de três anos, isso sim. Hahahaha!

— Ele já teve namorada! E se eu for pior que ela?! – Ela sussurra seu medo – Nunca tive esse anseio antes, Jack! Queria agradar os amigos dele, mostrar que sou melhor que a... Amy!— Judy diz o nome com certa desaprovação – Mas Penny e Amy falaram tantas coisas ruins que me deixaram péssima! Aí eu fugi feito uma bobona e acabei me estatelando da escada! – Ela termina com raiva cruzando os braços, até soltar um gemido por conta da ulna quebrada.

— Calma aí, Faísca! – Ele vê se está tudo bem com o braço – Para de pensar na ex do cara! (Se bem que imaginar ele com uma ex é bem estranho) – Jack diz a última parte tão baixinho que nem a irmã ouviu – Caramba! Ele realmente gosta de você. Não sei o que fez para deixar o cara tão pilhado, mas ele tá na sua – Ele gesticula freneticamente numa tentativa de fazer a irmã rir – E se a ex fosse importante, ela não seria “ex”, sacou?! Bobinha... – Ele cutuca a ponta do nariz dela.

— Você não viu como ele ficou aí fora. Tava completamente perdido com tudo isso. E não só com a sua saúde. Ele também gosta de você. Verdade... – Jack sorri de forma fraterna – Aaaaah! Minha maninha arrasando corações – Ele a abraça, quase sufocando-a.

— Jack William Winters, me solta! – Judy brinca, mas é atendida. Jack acaricia os cabelos laranja enquanto dá um sorriso para a irmã:

— Você teve um dia longo. Tenta descansar... – Judy concorda dando um bocejo. Se ajeitou na cama enquanto o irmão se sentava na poltrona.

— Até amanhã, Faísca! Logo, logo a gente vai pra sua casa! Quero jogar Just Dance contigo e...

A conversa morreu quando viu a irmã ressonando tranquila. Jack deu de ombros e logo adormeceu também.

***

Sheldon estava trancado no quarto. Penny e Leonard tiveram uma discussão feia na sala. Ele pega o celular e anota o número de Judy que havia pego com Jack. Ele relembra esse momento:

Hã, Sheldon?— Jack pigarreia enquanto olhava as pizzas da vitrine. Sheldon estava escolhendo entre as barras de cereal da lanchonete. Jane estava próxima da porta do quarto, esperando Leonard sair.

Pois não?— Sheldon responde educadamente, mas meio desconfiado pela quantidade de ketchup que Jack colocava num pedaço de pizza.

Ah, não é pra mim. É pra Faísca!— Ele ri – Ela adooora ketchup! Porém... Eu amo pizza de abacaxi e ela não— Ele come o pedaço que segurava. Começou a procurar outra fatia – Mas não é por isso que eu te chamei aqui no cantinho. Eu quero te passar o número de celular da Judy.

O número...? Por que?? Está insinuando que não a verei mais? Acho bom...— Sheldon começa a ficar bravo, mas Jack intervém:

Ou,ou,ou! Calma aí, grandão! Hahaha!— Jack ri enquanto vê a careta de raiva de Sheldon se dissipar – Com a Jane por aqui, você não vai conseguir o número. Vai por mim, só aceita!— Jack passa um guardanapo com o número para Sheldon.

Só o seguinte, não magoa minha irmã! Ela... Ela é novata nessas coisas, sabe?— Jack afaga seus próprios cabelos – Ela nunca ficou com ninguém e acho que nunca gostou de ninguém. Bom, pelo menos nunca me disse nada. E o Einstein não conta!— Ele solta uma risadinha – E acho que não a tinha visto tão bem desde que o papai morreu.

O pai de vocês...?— Sheldon pergunta enquanto olhava o número e o decorava. Caso Jane visse e quisesse rasgar, não teria problema.

Ele era capitão dos bombeiros. Resgate num orfanato em chamas. Ele não sobreviveu. Assim que colocou a última criança pra fora, a estrutura desmoronou em cima dele. Não foi algo legal pra gente, tínhamos só 11 anos...— Ele solta um baforido triste – Mamãe praticamente surtou. Jane ficou com muitas responsabilidades enquanto a mamãe tentava juntar os cacos. Acabamos indo para colégios internos quando nossa mãe foi diagnosticada com depressão e foi internada numa clinica.

Sheldon olhava para o homem completamente abismado. Não pelo fato de Jack confessar aquelas coisas para ele (o que Sheldon achou muito bizarro esse nível de confiança), mas o fato de Judy ter passado por aquilo na infância. Sheldon tinha ido para a faculdade na mesma idade em que ela sofria a perda do pai. E a separação dos irmãos. Sheldon percebeu que ela era realmente ligada aos dois.

Quando completamos 16 anos... Judy estava com seu PhD em neurologia, Jane com Física e eu caminhando sem um rumo certo. Bem depois que pensei em uma carreira. Não estou falando de mim, mas da Judy. Ela é doce, gentil e carinhosa. E espero que cuide dela.

Jack encarou Sheldon de igual para igual. O físico tentou sorrir o menos estranho que lhe pareceu:

Entrei na faculdade aos 11 anos, após completar a quinta série. Possuo 187 de QI. Minha mãe, Mary Cooper, é  uma cristã protestante fervorosa. E ela é, de longe, a coisa mais trabalhosa para mim. Sou gêmeo também... De Missy Cooper. E tenho um irmão mais velho. Sei que quer protegê-la, Jack. Faço isso com Missy. Bom, por outros motivos. Pessoais. Mesquinhos. Enfim, não vem ao caso— Sheldon solta um suspiro – Meu pai também já se foi... Então, também sei como é isso. Percebo que ama sua irmã. Suas irmãs.

Jack retribui o sorriso e percebe que Sheldon não havia terminado.

Não espere que eu me declare agora. Eu mesmo não entendo muito bem o que venho sentindo nesses últimos dias. Estava no extremo da tristeza por Amy e agora estou no extremo da preocupação com sua irmã. Fora os outros extremos que passei com Judy. Sua irmã conseguiu me prender e ter minha total atenção. E confesso que nunca achei alguém tão digno de nota e que fizesse minha atenção merecida, Jack.

Jack tentou falar, mas Sheldon pediu a fala mais uma vez:

Mas Judy... Judy é tudo que eu procurei numa pessoa: É educada, inteligente, compartilha de meus interesses mantendo sua própria opinião. É amável, paciente... Determinada e possui um algo a mais... Algo que não sei explicar.

E lá estava ele, Jack percebeu. Aquele brilho no olhar que era tão familiar. Soltou um suspiro derrotado. Sua irmã tinha conseguido fazer aquele cara se apaixonar.

Algo que vocês dois vão descobrir sozinhos, Sheldon.

C-Como você sabe?— Sheldon se assusta com aquela fala, mas Jack dá um balançar de mãos displicente.

Gêmeos, cara! Eu manjo do que acontece com as minhas irmãs. Bom, nem sempre com a Jane...— Ele solta uma risada – Mas a Judy e eu somos mais chegados. Ela realmente tá gostando de você. Enfim... Seu amigo tá demorando, né?— Jack comenta ao ver Jane segurar a maçaneta. Sheldon acompanha seu olhar.

—  Srta. Jane, nem ouse entrar sem mim!— Sheldon já corria para a loira quando a viu abrir a porta.

Sai daí, seu projeto de caniço! A irmã é minha!— Jane retruca colocando as mochilas para evitar a entrada de Sheldon.

Parem vocês dois! Assim vocês...— Jack começa, mas segura a fala ao ver os dois caírem dentro do quarto.”

Sheldon olha para o número na tela do seu celular. Provavelmente ela estaria dormindo neste momento. Colocou o celular em cima da escrivaninha e resolveu sair do quarto. Leonard estava sentado no sofá, com a cabeça jogada no encosto. Sheldon pigarreia, mostrando que estava presente.

Leonard? Você... – Sheldon começa, um tanto desconfortável.

Oi Sheldon... É, eu quero conversar... – Leonard olha para o amigo com um sorriso triste. Sheldon balança a cabeça.

Ok, conversaremos. Assim que você sair do meu lugar! – Sheldon cruza os braços. Leonard não conseguiu evitar um sorriso e se afastou para o lado. Sheldon sentou-se.

Desculpe, Sheldon. Eu realmente nem percebi...

Antes eu nem me importaria com seu sofrimento. Ele não me atingiria e eu mandaria você sofrer em silêncio. E longe de mim! – Sheldon começa – Mas agora... Perdão, não pude evitar de ouvir. Foi uma discussão bem intensa, não?

Penny não entendeu nada! Me acusou de estar a fim da Judy, imagina? – Leonard vira para o amigo com uma expressão injuriada – A Judy é uma doçura, quem não se encantaria por ela? Mas eu não fui gentil com ela por isso! Foi porque ela te fez bem depois de tudo que você passou...

Sheldon fica intrigado. Nunca tinha se dado conta do quanto Leonard sacrificou por ele.

Sério, Sheldon... Eu VI você chegar ao fundo do poço por causa da Amy. Caramba, até te encontrar bêbado num bar eu encontrei! – Leonard soltou uma risada triste – Ninguém estava percebendo o quanto você ficou acabado. Só eu. E não acho justo outras pessoas quererem mandar na sua vida pessoal. Você escolhe com quem quer conversar ou ter uma amizade!

Sheldon pigarreou. Estava realmente tocado por aquela prova de amizade.

E eu nunca te vi tão... Sabe? Contente com alguém. Nem mesmo com a Amy. Eu me decidi: Vou te ajudar a estar perto da Judy. Não importa o que aconteça! – Leonard dá aquele sorriso enorme. Sheldon fica sem reação.

Sabe por que decidi isso? Porque a Judy conseguiu abalar a sua estrutura com poucos dias de convívio. São poucas as pessoas que conseguem isso com alguém... – Leonard dá um sorrisinho travesso – Sheldon, ela te fez beijá-la! Sem nojo nem nada do tipo! Hahaha!

Sheldon fica vermelho ao lembrar daquilo. E outras dúvidas começaram a invadir sua mente:

Leonard... Não foi só o desejo de beijá-la que me assolou. Outras... Coisas me afligiram, também – Sheldon confessa num sussurro. Como se estivesse contando que tinha matado alguém.

Coisas? Como assim? Ainda são aquelas coisas que você me disse antes?! – Ver Sheldon tão nervoso fez Leonard esquecer sua tristeza da briga com Penny. Sheldon esfregou as mãos, nervoso.

Sim, só que agora estão piores! Agora houve toque, contato... E reações por causa deles. Leonard, eu... – Ele respirou fundo, tentou se controlar – Eu... Eu fiquei... – Ele passou a mão pela nuca. Não sabia como dizer.

Hã... Ok, acho que entendi. Sheldon, você tá atraído pela Judy. Isso é normal... – Sheldon o olhou como se nada fosse mais digno de assombro – Esse desejo de estar junto, tocar... Beijar. Completamente normal.

Meu baixo ventre reagiu várias vezes perto dela, Leonard – Sheldon confessa e Leonard tem um ataque de tosse nervoso no mesmo instante.

Caramba, isso é muita informação... Mas ok – Leonard sorri – Também é normal, Sheldon. Só tem que saber se ela também sente essas coisas.

Não! Ela é tão doce, tão pura... N-Não poderia... – Sheldon fica completamente vermelho novamente. Leonard balança a cabeça, descrente.

Ela é humana, Sheldon. Claro que vai ficar como você ficou, se ela gostar de você. Nossa, cara... Como você consegue ser tão esperto numas coisas e nisso...

“Numas coisas”? Me perdoe, eu sou mais esperto que a maioria dos habitantes do planeta e... – Sheldon se levantou, totalmente injuriado. Mas Leonard o fez sentar novamente.

Fica quieto, ô! Você não entende nada disso de sentimento. E sabe disso! – Leonard retruca enquanto vê Sheldon amarrar a cara – Oras, você mesmo rejeitou minha ajuda para entender o que se passa! Ai, Sheldon... É complicado. Mas vamos focar na recuperação da Judy, tá bem?

Sim. Vamos acordar cedo amanhã para visitá-la antes que tenha alta. E assim que você voltar da Caltech, me apanhe na casa dela e...

Opa! Como assim? “Te apanhar na casa dela?” Você vai faltar ao trabalho? – Leonard tenta disfarçar um sorriso enquanto vê Sheldon desdenhar sua expressão.

Ela está machucada. Precisa de ajuda – Disse como se fosse óbvio.

Ela tem os irmãos com ela, esqueceu? Ela precisa de ajuda ou precisa de você? Ou melhor... – O sorriso de Leonard aumentou – VOCÊ precisa dela? – Ele finalizou as gargalhadas.

Não importa – Sheldon estava irritado agora – Disse que me ajudaria! Vai me deixar e depois me pegar na volta. Boa noite! – Sheldon deixa o quarto com passadas duras enquanto Leonard ainda ria.

É... Acho que dessa vez... É sério! – Leonard conclui sozinho no sofá.


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Notas finais do capítulo

A fanart de hoje é dedicada ao Jack. Porque amooooo esse ruivinho maluco que criei! ♥



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